Vinicius Santos (entrevista)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense.

Autoria: Mauro Amoroso / Vinicius Santos (entrevistado)[1][2].
Foto do entrevistado Vinicius Santos
Foto de Vinicius Santos

Os depoimentos[editar | editar código-fonte]

Os depoimentos dos moradores da Vila Aliança na pesquisa “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte.  Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre  a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele.

Resumo da entrevista[editar | editar código-fonte]

Vinicius Santos Cardillo nasceu no dia de Dezembro de 1979 e é nascido e criado na Vila Operária.

Seus avós saíram de Aracaju SE e vieram construir uma vida no Rio de Janeiro na década de 50.

Vinicius lembra de como sua rua era de barro e da vida simples que teve com seus pais, numa casa simples, construída com muito esforço por sua mãe e tia no terreno que seu avô havia deixado para a família.

Das várias memórias afetivas que Vinícius tem de sua infância na Vila Operária, ele destaca o fato de que, quando um vizinho precisava "bater uma laje", todos os vizinhos da rua se mobilizavam para ajudar, sempre fazendo um prato para servir a todos.

Vinicius comenta que, para ele, a Vila Operária é esquecida pelos políticos, em um trecho ele comenta que "até uma reforma na praça demora muito para acontecer, você vê praças ai em volta de outras comunidades, às praças tudo organizadinhas, tudo limpinha, aqui é um descaso." e que quem tocou boa parte do processo de asfaltamento das ruas da favela foi o Zito.

Para ele ser um morador de periferia é uma luta diária em comparação com quem não vive o mesmo contexto. A qualidade da educação, do transporte é melhor fora da baixada.

Ele relembra sua trajetória profissional, como seus tios influenciaram sua escolha de carreira, seu primeiro emprego foi varrendo uma oficina mecânica onde seu tio trabalhava, hoje ele é especializado em pintura automotiva e, nas horas vagas, trabalha como DJ. Ele diz que ser DJ sempre foi um sonho, desde criança, mas na época sua família não tinha acesso aos equipamentos, que eram muito caros.

Ao fim da entrevista ele faz um paralelo de como era a sua juventude e como é hoje em dia em relação ao uso das tecnologias, como os jovens hoje em dia têm seus relacionamentos muito afetados pelo uso excessivo do celular e como as plataformas de streaming diminuíram muito o consumo de filmes no cinema.

Entrevista na Íntegra[editar | editar código-fonte]

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Ver também[editar | editar código-fonte]

  1. O material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.
  2. Coordenada por Mauro Amoroso, a pesquisa é composta por alunos da graduação, são eles: Juliana de Abreu, Paula Noronha, Juliana da Silva, Nathalia Knopp e Eduarda Santana.