Favela e a questão étnico-racial: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Estudo relacionado ao trabalho: [[Clássicos e contemporâneos sobre favelas Curso IESP-UERJ|Clássicos e contemporâneos sobre favelas: Curso IESP-UERJ]].
Estudo relacionado ao [[Clássicos e contemporâneos sobre favelas Curso IESP-UERJ|curso Clássicos e contemporâneos sobre favelas]], realizado no âmbito do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso teve objetivo de debater o lugar das favelas no Rio de Janeiro, estabelecendo diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos. Este verbete registra o debate, realizado na aula aberta voltada para o tema "Espaço urbano e questões étnico-raciais no Rio de Janeiro".
  Autoria: Palloma Menezes
  Autoria: Palloma Menezes
[[Arquivo:MARIO BRUM.jpg|miniaturadaimagem|MARIO BRUM]]
[[Arquivo:MARIO BRUM.jpg|miniaturadaimagem|MARIO BRUM]]
Aula aberta com participação de Mário Brum


'''Bibliografia:'''
== Sobre ==
*Brum, Mario; Gomes, A. . Favela e a questão étnico-racial: a gênese do apartheid urbano brasileiro. In: Rafael Soares Gonçalves; Mario Brum; Mauro Amoroso. (Org.). Pensando as favelas cariocas: memória e outras abordagens teóricas (volume 2). 2ed.Rio de Janeiro: Pallas/Puc Rio, 2022, v. 2, p. 189-214.
Aula aberta com participação de Mário Brum.  


O autor inicia sua discussão abordando como a questão da favela era abordada por meios de comunicação ou até mesmo meios oficiais de governo, onde ligavam diretamente o espaço a raça. Ao mesmo tempo, se utilizavam destas ligações para que pudessem lastrear políticas urbanas, que por muitas vezes tinham vieses eugenistas e segregacionistas.
Importante destacar como a [[Segregação socioespacial em Manaus|segregação socioespacial]] é um importante elemento para que possamos entender as práticas adotadas no Rio de Janeiro ao longo dos anos. Sua peculiaridade de organização é demonstrada até os dias de hoje quando observamos a cidade do Rio de Janeiro, onde se pode deparar com áreas extremamente carentes e outras com níveis altos de desenvolvimento econômico e social, fruto da fundação de bases coloniais e racista.
Importante destacar, que o autor percebe que por muito tempo a [[:Categoria:Temática - Relações Étnico-Raciais|questão racial]] foi deixada de lado em relação aos diferentes temas de pesquisa abordados no meio acadêmico, ou seja, as pesquisas não tinham como eixo ou como "chave de compreensão" para entender e pensar a favela (Brum, Mario; Gomes, A, 2022). Brum destaca também, como os pesquisadores norte-americanos que compreendem a questão racial dentro de suas pesquisas sobre favelas brasileiras, observando que a relação racial é importante para compreender a construção e o desenvolvimento do espaço e da sociedade brasileira e carioca.
Se o foco não é a questão racial e sua imbricação com o espaço de favela, o foco das pesquisas se davam na organização capitalista, dentro de suas variadas classes, e através de questões de [[DesigualdadeS no plural|desigualdades]] socioeconômicas. Os aspectos pegavam principalmente as ideias de desenvolvimento através da urbanização, logo a favela seria esse "não urbanizado".
Antes dos focos em favelas, já existiam as preocupações com os cortiços que eram as habitações populosas e que abrigavam pessoas mais pobres na Cidade do Rio. Os locais eram considerados imorais, insalubres e desordenadas, de forma que o governo combatia e operava em ações nesses espaços. Após 1876, com o I Congresso Internacional de Higiene, cria-se o planejamento de que o trabalhador deixasse o modo de moradia coletiva, para o modo unifamiliar (uma casa por família), indo de encontro aos métodos tidos como civilizados.
As remoções, por exemplo, são abordadas em muitos momentos da apresentação e em sua bibliografia apresentada.
'''Debatedoras/es: Ana, José Eduardo'''
== Referências bibliográficas ==
Brum, Mario; Gomes, A. . Favela e a questão étnico-racial: a gênese do apartheid urbano brasileiro. In: Rafael Soares Gonçalves; Mario Brum; Mauro Amoroso. (Org.). Pensando as favelas cariocas: memória e outras abordagens teóricas (volume 2). 2ed.Rio de Janeiro: Pallas/Puc Rio, 2022, v. 2, p. 189-214.
=== '''Bibliografia complementar''' ===
Brum, Mario Sergio. Cidade Alta: Histórias e memórias da remoção e a construção do estigma de favela num conjunto habitacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Ponteio Edições, 2012.
Campos, Andrelino. Do quilombo à Favela: a produção de “espaços criminalizados” no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
== Ligações externas ==
[https://iesp.uerj.br/ Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)]
== Ver também ==
* [[Cor dos homicídios no Brasil (artigo)]]
* [[O racismo estrutural organiza tanto a vida das pessoas negras quanto a vida de pessoas brancas (entrevista)]]


'''Bibliografia complementar:'''
*Brum, Mario Sergio. Cidade Alta: Histórias e memórias da remoção e a construção do estigma de favela num conjunto habitacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Ponteio Edições, 2012.
*Campos, Andrelino. Do quilombo à Favela: a produção de “espaços criminalizados” no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.<blockquote>'''Debatedoras/es: Ana, José Eduardo'''</blockquote>
[[Categoria:Temática - Educação]]
[[Categoria:Temática - Educação]]
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Pesquisa acadêmica]]
[[Categoria:Pesquisa acadêmica]]
[[Categoria:Relações étnico-raciais]]
[[Categoria:Rio de Janeiro]]
[[Categoria:Rio de Janeiro]]

Edição atual tal como às 20h38min de 4 de julho de 2024

Estudo relacionado ao curso Clássicos e contemporâneos sobre favelas, realizado no âmbito do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso teve objetivo de debater o lugar das favelas no Rio de Janeiro, estabelecendo diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos. Este verbete registra o debate, realizado na aula aberta voltada para o tema "Espaço urbano e questões étnico-raciais no Rio de Janeiro".

Autoria: Palloma Menezes
MARIO BRUM

Sobre[editar | editar código-fonte]

Aula aberta com participação de Mário Brum.

O autor inicia sua discussão abordando como a questão da favela era abordada por meios de comunicação ou até mesmo meios oficiais de governo, onde ligavam diretamente o espaço a raça. Ao mesmo tempo, se utilizavam destas ligações para que pudessem lastrear políticas urbanas, que por muitas vezes tinham vieses eugenistas e segregacionistas.

Importante destacar como a segregação socioespacial é um importante elemento para que possamos entender as práticas adotadas no Rio de Janeiro ao longo dos anos. Sua peculiaridade de organização é demonstrada até os dias de hoje quando observamos a cidade do Rio de Janeiro, onde se pode deparar com áreas extremamente carentes e outras com níveis altos de desenvolvimento econômico e social, fruto da fundação de bases coloniais e racista.

Importante destacar, que o autor percebe que por muito tempo a questão racial foi deixada de lado em relação aos diferentes temas de pesquisa abordados no meio acadêmico, ou seja, as pesquisas não tinham como eixo ou como "chave de compreensão" para entender e pensar a favela (Brum, Mario; Gomes, A, 2022). Brum destaca também, como os pesquisadores norte-americanos que compreendem a questão racial dentro de suas pesquisas sobre favelas brasileiras, observando que a relação racial é importante para compreender a construção e o desenvolvimento do espaço e da sociedade brasileira e carioca.

Se o foco não é a questão racial e sua imbricação com o espaço de favela, o foco das pesquisas se davam na organização capitalista, dentro de suas variadas classes, e através de questões de desigualdades socioeconômicas. Os aspectos pegavam principalmente as ideias de desenvolvimento através da urbanização, logo a favela seria esse "não urbanizado".

Antes dos focos em favelas, já existiam as preocupações com os cortiços que eram as habitações populosas e que abrigavam pessoas mais pobres na Cidade do Rio. Os locais eram considerados imorais, insalubres e desordenadas, de forma que o governo combatia e operava em ações nesses espaços. Após 1876, com o I Congresso Internacional de Higiene, cria-se o planejamento de que o trabalhador deixasse o modo de moradia coletiva, para o modo unifamiliar (uma casa por família), indo de encontro aos métodos tidos como civilizados.

As remoções, por exemplo, são abordadas em muitos momentos da apresentação e em sua bibliografia apresentada.

Debatedoras/es: Ana, José Eduardo

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Brum, Mario; Gomes, A. . Favela e a questão étnico-racial: a gênese do apartheid urbano brasileiro. In: Rafael Soares Gonçalves; Mario Brum; Mauro Amoroso. (Org.). Pensando as favelas cariocas: memória e outras abordagens teóricas (volume 2). 2ed.Rio de Janeiro: Pallas/Puc Rio, 2022, v. 2, p. 189-214.

Bibliografia complementar[editar | editar código-fonte]

Brum, Mario Sergio. Cidade Alta: Histórias e memórias da remoção e a construção do estigma de favela num conjunto habitacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Ponteio Edições, 2012.

Campos, Andrelino. Do quilombo à Favela: a produção de “espaços criminalizados” no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Ver também[editar | editar código-fonte]