Maternidade Negra como ação política: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Estudo relacionado ao [[Clássicos e contemporâneos sobre favelas Curso IESP-UERJ|curso Clássicos e contemporâneos sobre favelas]], realizado no âmbito do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso teve objetivo de debater o lugar das [[Lista de Favelas do Rio de Janeiro|favelas no Rio de Janeiro]], estabelecendo diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos.
Autoria: '''Victor, Beatriz, Rebeka'''
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== Sobre a aula ==
Aula aberta com participação de Luciane Rocha e Márcia Jacintho na luta pela memória do seu filho.
 
== Marcia Jacintho e o livro: Marcha do Silêncio ==
Márcia Jacintho, mãe vítima de violência do velho Estado, realizou um bate papo no lançamento do livro sobre sua luta por punição dos policiais envolvidos no assassinato de seu filho Hanry. O bate-papo ocorreu em 1° de março, na Livraria da Travessa, R. Voluntários da Pátria, 97, bairro Botafogo, às 18h30.[[Arquivo:Márcia Jacintho ainda luta pela memória do seu filho.png|miniaturadaimagem|Márcia Jacintho ainda luta pela memória do seu filho|esquerda]]Seu filho, Hanry Silva Gomes da Siqueira, de 16 anos, foi executado por policiais no Complexo do Lins no Rio de Janeiro, em 2002. Desde então, foram 21 anos de luta incansável, retratados no livro Marcha do silêncio, de autoria do jornalista Itamar Cardin.
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=== Veja, aqui, o ''release'' do livro<ref>[https://anovademocracia.com.br/rj-marcia-jacintho-lancamento-de-livro/ A Nova Democracia]</ref> ===
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Hanry não voltou para casa em 21 de novembro de 2002. No dia seguinte, após procurá-lo por toda a comunidade onde moravam, Márcia, sua mãe, descobriu que o filho de 16 anos havia sido morto em uma troca de tiros com a polícia. Era mais um auto de resistência nas periferias brasileiras. Era?


Estudo relacionado ao [[Clássicos e contemporâneos sobre favelas Curso IESP-UERJ|curso Clássicos e contemporâneos sobre favelas]], realizado no âmbito do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso teve objetivo de debater o lugar das [[Lista de Favelas do Rio de Janeiro|favelas no Rio de Janeiro]], estabelecendo diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos.  
Alertada pelos próprios moradores de que Hanry fora morto injustamente, Márcia iniciou uma busca improvável: investigar como o próprio filho morreu. Foram anos descobrindo testemunhas, vasculhando vielas e revisitando cada minuto daquele 21 de novembro. Até que finalmente a verdade (ou parte dela) viesse à tona e escancarasse as marcas da violência policial contra o negro brasileiro.
Autoria: Palloma Menezes
 
Partindo dessa história ocorrida no Morro do Gambá, uma comunidade pertencente ao Complexo do Lins, no Rio de Janeiro, o jornalista Itamar Cardin refez ao longo de quase dez anos os passos da investigação de Márcia. A pesquisa resulta agora em seu primeiro livro, Marcha do Silêncio, um romance de não ficção que está sendo lançando pela Temporada, um selo da Editora Letramento.


== Sobre ==
=== Genocídio Negro ===
Aula aberta com participação de Luciane Rocha.
Além de trazer à tona o passo-a-passo da investigação, a obra revisita o passado da mãe, de Hanry e de seus familiares, buscando entender o tamanho da perda para cada indivíduo. Aborda, ainda, o contexto social e político que envolve a violência policial nas periferias brasileiras. E relata a jornada pessoal de Márcia, uma mulher negra de uma favela que, após a morte do filho, ganharia prêmios e se aproximaria de lideranças políticas nacionais, como Marcelo Freixo e Marielle Franco. Marcha do Silêncio tem prefácio assinado por Bianca Santana, uma das mais importantes intelectuais brasileiras na luta contra o racismo. “Saber de Hanry, conhecer Márcia, sua mãe, e o caminho tortuoso para compreender o que aconteceu com seu filho na busca por justiça é nossa possibilidade de compreender o genocídio negro em curso no Brasil para enfrentá-lo”, escreve Bianca. Com um extenso trabalho de pesquisa que se debruçou sobre o inquérito policial, o processo jurídico e contou com dezenas de entrevistas com Márcia, além de testemunhas, familiares e amigos de Hanry, autoridades e outras mães em condição semelhante, Marcha do Silêncio narra a luta trágica de uma mãe para provar a inocência do filho morto – e como, em meio a essa busca, o trauma deixa marcas irreparáveis na constituição dos sujeitos.


'''Debatedoras/es: Victor, Beatriz, Rebeka'''
=== Sobre o autor do livro ===
Itamar Cardin é jornalista formado pela Cásper Líbero. Trabalhou em grandes veículos da imprensa brasileira, como Grupo Estado e Abril, e passou boa parte dos últimos anos dedicado ao projeto que resultou na criação de seu primeiro livro.  Durante esse período, foi selecionado para uma bolsa de criação literária da Biblioteca Nacional/Funarte.


== Referências bibliográficas ==
== Referências bibliográficas ==

Edição atual tal como às 12h44min de 14 de julho de 2024

Estudo relacionado ao curso Clássicos e contemporâneos sobre favelas, realizado no âmbito do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. O curso teve objetivo de debater o lugar das favelas no Rio de Janeiro, estabelecendo diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos.

Autoria: Victor, Beatriz, Rebeka
Maternidade Negra como ação política

Sobre a aula[editar | editar código-fonte]

Aula aberta com participação de Luciane Rocha e Márcia Jacintho na luta pela memória do seu filho.

Marcia Jacintho e o livro: Marcha do Silêncio[editar | editar código-fonte]

Márcia Jacintho, mãe vítima de violência do velho Estado, realizou um bate papo no lançamento do livro sobre sua luta por punição dos policiais envolvidos no assassinato de seu filho Hanry. O bate-papo ocorreu em 1° de março, na Livraria da Travessa, R. Voluntários da Pátria, 97, bairro Botafogo, às 18h30.

Márcia Jacintho ainda luta pela memória do seu filho

Seu filho, Hanry Silva Gomes da Siqueira, de 16 anos, foi executado por policiais no Complexo do Lins no Rio de Janeiro, em 2002. Desde então, foram 21 anos de luta incansável, retratados no livro Marcha do silêncio, de autoria do jornalista Itamar Cardin.


Veja, aqui, o release do livro[1][editar | editar código-fonte]

Marcha do silêncio

Hanry não voltou para casa em 21 de novembro de 2002. No dia seguinte, após procurá-lo por toda a comunidade onde moravam, Márcia, sua mãe, descobriu que o filho de 16 anos havia sido morto em uma troca de tiros com a polícia. Era mais um auto de resistência nas periferias brasileiras. Era?

Alertada pelos próprios moradores de que Hanry fora morto injustamente, Márcia iniciou uma busca improvável: investigar como o próprio filho morreu. Foram anos descobrindo testemunhas, vasculhando vielas e revisitando cada minuto daquele 21 de novembro. Até que finalmente a verdade (ou parte dela) viesse à tona e escancarasse as marcas da violência policial contra o negro brasileiro.

Partindo dessa história ocorrida no Morro do Gambá, uma comunidade pertencente ao Complexo do Lins, no Rio de Janeiro, o jornalista Itamar Cardin refez ao longo de quase dez anos os passos da investigação de Márcia. A pesquisa resulta agora em seu primeiro livro, Marcha do Silêncio, um romance de não ficção que está sendo lançando pela Temporada, um selo da Editora Letramento.

Genocídio Negro[editar | editar código-fonte]

Além de trazer à tona o passo-a-passo da investigação, a obra revisita o passado da mãe, de Hanry e de seus familiares, buscando entender o tamanho da perda para cada indivíduo. Aborda, ainda, o contexto social e político que envolve a violência policial nas periferias brasileiras. E relata a jornada pessoal de Márcia, uma mulher negra de uma favela que, após a morte do filho, ganharia prêmios e se aproximaria de lideranças políticas nacionais, como Marcelo Freixo e Marielle Franco. Marcha do Silêncio tem prefácio assinado por Bianca Santana, uma das mais importantes intelectuais brasileiras na luta contra o racismo. “Saber de Hanry, conhecer Márcia, sua mãe, e o caminho tortuoso para compreender o que aconteceu com seu filho na busca por justiça é nossa possibilidade de compreender o genocídio negro em curso no Brasil para enfrentá-lo”, escreve Bianca. Com um extenso trabalho de pesquisa que se debruçou sobre o inquérito policial, o processo jurídico e contou com dezenas de entrevistas com Márcia, além de testemunhas, familiares e amigos de Hanry, autoridades e outras mães em condição semelhante, Marcha do Silêncio narra a luta trágica de uma mãe para provar a inocência do filho morto – e como, em meio a essa busca, o trauma deixa marcas irreparáveis na constituição dos sujeitos.

Sobre o autor do livro[editar | editar código-fonte]

Itamar Cardin é jornalista formado pela Cásper Líbero. Trabalhou em grandes veículos da imprensa brasileira, como Grupo Estado e Abril, e passou boa parte dos últimos anos dedicado ao projeto que resultou na criação de seu primeiro livro.  Durante esse período, foi selecionado para uma bolsa de criação literária da Biblioteca Nacional/Funarte.

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Rocha, Luciane. Black mothers' experiences of violence in Rio de Janeiro. Cultural Dynamics, v. 24, p. 59-73, 2012.

Bibliografia complementar[editar | editar código-fonte]

Leite, Márcia; Birman, Patrícia (Org.). Um mural para a dor: movimentos cívico-religiosos por justiça e paz. Porto Alegre: UFRGS/Pronex-CNPq, 2004.

Araújo, Fábio Araújo. Das "técnicas" de fazer desaparecer corpos: desaparecimentos, violência, sofrimento e política. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, FAPERJ, 2014. 224p

Decothé, Marcelle. "Baixada Cruel": a violência urbana na Baixada Fluminense sob a ótica do conceito de genocídio. Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Defesa e Gestão Estratégica Internacional, UFF, 2016.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Ver também[editar | editar código-fonte]