Martha Janete (entrevista): mudanças entre as edições
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A entrevista faz parte da pesquisa: | A entrevista faz parte da pesquisa: “[[Vila Operária (pesquisa)|Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias]]” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. | ||
Autoria: Mauro Amoroso / Martha Janete (entrevistado)<ref>O material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra. | |||
</ref><ref>Coordenada por Mauro Amoroso, a pesquisa é composta por alunos da graduação, são eles: Juliana de Abreu, Paula Noronha, Juliana da Silva, Nathalia Knopp e Eduarda Santana.</ref>. | |||
[[Arquivo:Martha Janete.jpg|alt=Foto da entrevistada Martha Janete|centro|miniaturadaimagem|500x500px|Foto da entrevistada Martha Janete]] | |||
== | == Os depoimentos == | ||
Os depoimentos dos moradores da Vila Aliança na pesquisa “[[Vila Operária (pesquisa)|Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias]]” contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele. | |||
== Entrevista na | == Resumo da entrevista == | ||
Martha Janete dos Santos nasceu no dia 19 de Abril de 1960 em Niterói e veio para [[Vila Operária (pesquisa)|Vila Operária]] com 3 anos de idade. | |||
Ela é a terceira de 10 irmãos e começa contando como sua infância foi difícil, por conta das dificuldades financeiras severas seus dois irmãos mais velhos trabalhavam fora enquanto ela cuidava das tarefas domésticas e ajudava a cuidar dos irmãos mais novos. Ela relembra que sua mãe trabalhava em um hospital e, aos poucos, a família conseguiu começar a fazer melhorias na casa. | |||
Sua mãe, segundo ela, tinha uma vida social e política muito grande no território e ajudava muitas pessoas, acolhendo mulheres que sofriam violência doméstica junto com os filhos e etc. Segundo ela sua mãe era um tipo de "serviço social da comunidade". | |||
Martha fala um pouco da relação de sua família com a espiritualidade e religião, comenta que ela e seus irmãos não receberam nenhum tipo de educação religiosa e sua mãe também não os obrigava a seguir nenhuma religião específica, por isso ela e sua família frequentavam cultos e festas de diversas religiões sem restrição, e hoje cada um segue a fé com a qual mais se identifica. | |||
Martha lembra da época do loteamento da Vila Operária, de como Sr. Barbosa fez os lotes e dividiu os terrenos de cada família. Ela lembra da relação dele com sua mãe e como era a relação dele com ela e seus irmãos. | |||
Ela lembra também do lado político dele, como ele, quando foi vereador, ajudou muitas pessoas, distribuindo empregos, cestas básicas, etc. Ela conta que sua ela e seus irmãos sempre partcipavam das campanhas eleitorais de seu padrasto. | |||
Martha lembra também de como foi para ela voltar a estudar aos dezoito anos de idade, na época sua família não tinha condições financeiras para arcar com os custos de uniforme escolar e, por ter conseguido um emprego na prefeitura, ela pode arcar com os próprios estudos, cursou o primeiro e segundo grau em formação de professores no Instituto de Educação Roberto Silveira. Depois de se formar no segundo grau ela fez faculdade de letras. | |||
Ao fim da entrevista Martha diz que o legado que sua mãe deixou para a Vila Operária foi de moradia e respeito social e que para seus filhos deixou o legado da disciplina. | |||
== Entrevista na íntegra == | |||
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== Ver também == | |||
* [[Vila Operária (pesquisa)]] | |||
* [[Memória e identidade dos moradores de Nova Holanda (livro)]] | |||
* [[Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por Terra e Moradia na Região de Jacarepaguá]] | |||
[[Categoria:Temática - Depoimentos]] | [[Categoria:Temática - Depoimentos]] |
Edição atual tal como às 14h14min de 22 de fevereiro de 2024
A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBEF - Faculdade de Educação da Baixada Fluminense.
Autoria: Mauro Amoroso / Martha Janete (entrevistado)[1][2].
Os depoimentos[editar | editar código-fonte]
Os depoimentos dos moradores da Vila Aliança na pesquisa “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele.
Resumo da entrevista[editar | editar código-fonte]
Martha Janete dos Santos nasceu no dia 19 de Abril de 1960 em Niterói e veio para Vila Operária com 3 anos de idade.
Ela é a terceira de 10 irmãos e começa contando como sua infância foi difícil, por conta das dificuldades financeiras severas seus dois irmãos mais velhos trabalhavam fora enquanto ela cuidava das tarefas domésticas e ajudava a cuidar dos irmãos mais novos. Ela relembra que sua mãe trabalhava em um hospital e, aos poucos, a família conseguiu começar a fazer melhorias na casa.
Sua mãe, segundo ela, tinha uma vida social e política muito grande no território e ajudava muitas pessoas, acolhendo mulheres que sofriam violência doméstica junto com os filhos e etc. Segundo ela sua mãe era um tipo de "serviço social da comunidade".
Martha fala um pouco da relação de sua família com a espiritualidade e religião, comenta que ela e seus irmãos não receberam nenhum tipo de educação religiosa e sua mãe também não os obrigava a seguir nenhuma religião específica, por isso ela e sua família frequentavam cultos e festas de diversas religiões sem restrição, e hoje cada um segue a fé com a qual mais se identifica.
Martha lembra da época do loteamento da Vila Operária, de como Sr. Barbosa fez os lotes e dividiu os terrenos de cada família. Ela lembra da relação dele com sua mãe e como era a relação dele com ela e seus irmãos.
Ela lembra também do lado político dele, como ele, quando foi vereador, ajudou muitas pessoas, distribuindo empregos, cestas básicas, etc. Ela conta que sua ela e seus irmãos sempre partcipavam das campanhas eleitorais de seu padrasto.
Martha lembra também de como foi para ela voltar a estudar aos dezoito anos de idade, na época sua família não tinha condições financeiras para arcar com os custos de uniforme escolar e, por ter conseguido um emprego na prefeitura, ela pode arcar com os próprios estudos, cursou o primeiro e segundo grau em formação de professores no Instituto de Educação Roberto Silveira. Depois de se formar no segundo grau ela fez faculdade de letras.
Ao fim da entrevista Martha diz que o legado que sua mãe deixou para a Vila Operária foi de moradia e respeito social e que para seus filhos deixou o legado da disciplina.