Violência verbal: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A violência verbal diz respeito à linguagem hostil e agressiva utilizada com a intenção de ofender.  
A [[violência verbal]] diz respeito à linguagem hostil e agressiva utilizada com a intenção de ofender.
Autoria: Julha
De acordo com a filósofa Judith Butler (2021), a [[Violência e Saúde de moradores de Favelas|violência]] não se limita apenas a atos físicos, mas também pode se manifestar de maneiras simbólicas, culturais e discursivas. Para a autora, as normas sociais e culturais têm o poder de regular e controlar nossos [[Corpos e Coisas- Direitos Humanos (artigo)|corpos]] e identidades. Nesse cenário, a linguagem desempenha um papel fundamental impondo normas de [[Raça e Gênero: identidades e violências diversas (debate)|gênero]], sexualidade, entre outros, limitando a liberdade e a expressão das pessoas.


De acordo com a filosofa Judith Butler (2021), a violência não se limita apenas a atos físicos, mas também pode se manifestar de maneiras simbólicas, culturais e discursivas. Para a autora as normas sociais e culturais têm o poder de regular e controlar nossos corpos e identidades. Nesse cenário a linguagem desempenha um papel fundamental impondo normas de gênero, sexualidade, entre outros, limitando a liberdade e a expressão das pessoas.
Deste modo, a violência verbal pode ser vista como parte de um sistema mais amplo de normas e práticas que regulam e disciplinam corpos e identidades, reforçando hierarquias de poder e marginalizando certos grupos. Ao admitirmos a materialidade da língua, entendemos que há recursos linguísticos e discursivos que se empregam de modo a ferir outrem, e, ao fazê-lo, coloca-se o outro no lugar de inferioridade e de depreciação. Devemos, nesse ponto, nos lembrar novamente de Judith Butler, ao dizer que “ser ferido pela fala é sofrer uma perda de contexto, isto é, não saber onde se está”. Por isso, há um efeito e uma intenção em cada ato de fala.  


Deste modo, a violência verbal pode ser vista como parte de um sistema mais amplo de normas e práticas que regulam e disciplinam corpos e identidades, reforçando hierarquias de poder e marginalizando certos grupos. Ao admitirmos a materialidade da língua, entendemos que há recursos
== Referências Bibliográficas ==
linguísticos e discursivos que se empregam de modo a ferir outrem, e, ao fazê-lo, coloca-se o outro no lugar de inferioridade e de depreciação. Devemos, nesse ponto, nos lembrar novamente de Judith Butler, ao dizer que “ser ferido pela fala é sofrer uma perda de contexto, isto é, não saber onde se está”. Por isso, há um efeito e uma intenção em cada ato de fala.  
FERREIRA, Anderson; DA SILVA FERREIRA, Cristiane; CHAVES, Ramon Silva. As práticas discursivas da violência nas mídias digitais: Marielle Franco, presente... no espaço discursivo êmico. Revista (Con) textos Linguísticos, v. 12, n. 22, p. 59-78, 2018. Disponível em: [https://periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/19691 Revista (Con)Textos Linguísticos]


BUTLER, Judith. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo Ed. Unesp, 2021. p. 123-172.


== Ver também ==


'''AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA NAS MÍDIAS DIGITAIS: MARIELLE FRANCO, PRESENTE... NO ESPAÇO DISCURSIVO ÊMICO'''
* [[Elemento suspeito: racismo e abordagem policial no Rio de Janeiro (pesquisa)]]
Autores :
* [[Violência e Saúde de moradores de Favelas]]
Anderson Ferreira; Cristiane da Silva Ferreira; Ramon Silva Chaves.
* [[“A pandemia está nos deixando loucos!” - violência doméstica, desemprego, fome... Como atender? (live)]]
Disponível em:


[https://periodicos.ufes.br/contextoslinguisticos/article/view/19691 AS PRÁTICAS DISCURSIVAS DA VIOLÊNCIA NAS MÍDIAS DIGITAIS]
[[Categoria:Temática - Violência]]
 
[[Categoria:Linguagens]]
FONTES:
[[Categoria:Violência verbal]]
 
[[Categoria:Violências]]
BUTLER, Judith. Discurso de ódio uma política do performativo. São Paulo Ed. Unesp, 2021. p. 123-172.
[[Categoria:Poder]]

Edição atual tal como às 16h32min de 24 de abril de 2024

A violência verbal diz respeito à linguagem hostil e agressiva utilizada com a intenção de ofender.

Autoria: Julha

De acordo com a filósofa Judith Butler (2021), a violência não se limita apenas a atos físicos, mas também pode se manifestar de maneiras simbólicas, culturais e discursivas. Para a autora, as normas sociais e culturais têm o poder de regular e controlar nossos corpos e identidades. Nesse cenário, a linguagem desempenha um papel fundamental impondo normas de gênero, sexualidade, entre outros, limitando a liberdade e a expressão das pessoas.

Deste modo, a violência verbal pode ser vista como parte de um sistema mais amplo de normas e práticas que regulam e disciplinam corpos e identidades, reforçando hierarquias de poder e marginalizando certos grupos. Ao admitirmos a materialidade da língua, entendemos que há recursos linguísticos e discursivos que se empregam de modo a ferir outrem, e, ao fazê-lo, coloca-se o outro no lugar de inferioridade e de depreciação. Devemos, nesse ponto, nos lembrar novamente de Judith Butler, ao dizer que “ser ferido pela fala é sofrer uma perda de contexto, isto é, não saber onde se está”. Por isso, há um efeito e uma intenção em cada ato de fala.

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

FERREIRA, Anderson; DA SILVA FERREIRA, Cristiane; CHAVES, Ramon Silva. As práticas discursivas da violência nas mídias digitais: Marielle Franco, presente... no espaço discursivo êmico. Revista (Con) textos Linguísticos, v. 12, n. 22, p. 59-78, 2018. Disponível em: Revista (Con)Textos Linguísticos

BUTLER, Judith. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo Ed. Unesp, 2021. p. 123-172.

Ver também[editar | editar código-fonte]