Vila Cruzeiro: mudanças entre as edições
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Localizada no Complexo da Penha (Zona Norte do Rio), a '''Vila Cruzeiro''' tem origem no século XIX como refúgio de escravizados fugidos, ganhando o nome de "Quilombo da Penha". Com forte herança afro-brasileira, a comunidade preserva tradições como samba, capoeira (praticada desde o século XIX) e Folia de Reis. | Localizada no Complexo da Penha (Zona Norte do Rio), a '''Vila Cruzeiro''' tem origem no século XIX como refúgio de escravizados fugidos, ganhando o nome de "Quilombo da Penha". Com forte herança afro-brasileira, a comunidade preserva tradições como samba, capoeira (praticada desde o século XIX) e Folia de Reis. | ||
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A trajetória do grupo conquistou reconhecimento nacional. Em 2006, recebeu o Prêmio Cultura Viva do Ministério da Cultura (MinC); em 2010, o prêmio do Programa Mais Cultura Para os Territórios da Paz, realizado em parceria entre o MinC e o Ministério da Justiça. Entre 2014 e 2016, com apoio do Programa Fazendo à Cultura Carioca, o grupo desenvolveu uma residência artística na Arena Carioca Dicró, espaço cultural da periferia carioca. Em 2016, foi indicado ao prestigiado Prêmio Shell, na categoria Inovação, e no mesmo ano foi homenageado com o Diploma Heloneida Studart de Cultura, concedido pela Comissão de Cultura da Alerj, pela sua relevância artística e social no estado do Rio de Janeiro.<ref>'''JOSÉ, Fernando.''' Vila Cruzeiro no mapa cultural da cidade. ''Voz das Comunidades'', 27 ago. 2017. Disponível em: <nowiki>https://homolog.vozdascomunidades.com.br/favelas/complexo-da-penha/vila-cruzeiro-no-mapa-cultural-da-cidade/</nowiki>. Acesso em: 11 abr. 2025.</ref> | A trajetória do grupo conquistou reconhecimento nacional. Em 2006, recebeu o Prêmio Cultura Viva do Ministério da Cultura (MinC); em 2010, o prêmio do Programa Mais Cultura Para os Territórios da Paz, realizado em parceria entre o MinC e o Ministério da Justiça. Entre 2014 e 2016, com apoio do Programa Fazendo à Cultura Carioca, o grupo desenvolveu uma residência artística na Arena Carioca Dicró, espaço cultural da periferia carioca. Em 2016, foi indicado ao prestigiado Prêmio Shell, na categoria Inovação, e no mesmo ano foi homenageado com o Diploma Heloneida Studart de Cultura, concedido pela Comissão de Cultura da Alerj, pela sua relevância artística e social no estado do Rio de Janeiro.<ref>'''JOSÉ, Fernando.''' Vila Cruzeiro no mapa cultural da cidade. ''Voz das Comunidades'', 27 ago. 2017. Disponível em: <nowiki>https://homolog.vozdascomunidades.com.br/favelas/complexo-da-penha/vila-cruzeiro-no-mapa-cultural-da-cidade/</nowiki>. Acesso em: 11 abr. 2025.</ref> | ||
== [[Pré-Vestibular Estudando Para Vencer]] == | |||
O projeto social Estudando Para Vencer, localizado no Complexo da Penha, Vila Cruzeiro, Zona Norte do município do Rio de Janeiro, foi fundado em 2016 pelo professor Marcelo Martins. Inspirado pela crença de que a coletividade, o amor e a educação são as únicas formas de transformar a realidade, o projeto tem como objetivo oferecer oportunidades educacionais a jovens de Favela. | |||
Desde a sua criação, o Estudando Para Vencer tem sido um farol de esperança e transformação para os jovens da Vila Cruzeiro. O professor Marcelo, observando as dificuldades enfrentadas pelos estudantes da região – como a falta de recursos, a violência e as oportunidades limitadas – decidiu agir. Ele reuniu voluntários igualmente comprometidos e iniciou este projeto que busca proporcionar uma educação de qualidade e acessível para todos. | |||
O Estudando Para Vencer é mais do que um simples reforço escolar; é um espaço onde os jovens encontram apoio, orientação e um sentido de pertencimento. Aqui, acreditamos que cada aluno possui um potencial único e que, com as ferramentas certas, podem alcançar grandes realizações. Nosso trabalho é fundamentado em três pilares essenciais: coletividade, amor e educação. | |||
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Edição atual tal como às 19h50min de 15 de abril de 2025
Localizada no Complexo da Penha (Zona Norte do Rio), a Vila Cruzeiro tem origem no século XIX como refúgio de escravizados fugidos, ganhando o nome de "Quilombo da Penha". Com forte herança afro-brasileira, a comunidade preserva tradições como samba, capoeira (praticada desde o século XIX) e Folia de Reis.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
História[editar | editar código-fonte]
A Vila Cruzeiro é uma favela localizada no bairro da Penha, Zona da Leopoldina, no Rio de Janeiro. Sua origem remonta ao século XIX, quando escravizados fugidos encontraram abrigo na região sob a proteção de um padre abolicionista da Igreja da Penha, chamada até hoje de proprietária das terras. Esse contexto histórico deu ao local o apelido de "Quilombo da Penha", marcando o início de uma comunidade de forte presença negra.
Com o tempo, a cultura afro-brasileira se consolidou na região, presente em manifestações como o samba, a capoeira — praticada desde o século XIX — e a Folia de Reis, que foi muito ativa nos anos 1950 entre Vila Cruzeiro e a vizinha Merindiba. A escola de samba mirim Petizes da Penha também é exemplo dessa tradição cultural.
Atualmente, estima-se que a Vila Cruzeiro e o Parque Proletário somem cerca de 70 mil moradores, em sua maioria negros, conforme dados da associação de moradores.[1]
Complexo da Penha[editar | editar código-fonte]
A Vila Cruzeiro está situada no Complexo da Penha, junto com outras favelas, como Morro da Fé, Paz, Sereno, Caixa d’água, Caracol, Chatuba, Grotão, Parque Proletário, Merendiba e Quatro Bicas, Kelsons, Cidade Nova ou Estradinha.
Dados do território[editar | editar código-fonte]
Nome: Vila Cruzeiro
Código: 109
Data de Cadastramento: 28/05/1981
Acesso Principal: Estrada José Rucas
Complemento: 1266
Bairro: Olaria
Região Administrativa: Ramos
Região de Planejamento: Ramos
Área de Planejamento: 3
URBANIZAÇÃO
Situação: Em complexo
Complexo: Penha
Porte: > 500 domicílios
Grau de Urbanização: Assentamento parcialmente urbanizado
Programa de Urbanização: Morar Carioca
Personalidades locais[editar | editar código-fonte]
Figuras como os mestres Touro e Dentinho foram pioneiros da capoeira local, levando-a até o exterior, apesar da perseguição policial às rodas. Mestre Dentinho era admirado por Madame Satã, figura icônica da boemia carioca, que também frequentava essas rodas.
Outro personagem simbólico é o senhor Ananias, conhecido como Cachimbinho, famoso por acender a maior fogueira do Grotão, que queimava por mais de quatro dias — um exemplo das tradições populares ainda vivas no território.[2]
Um marco importante da comunidade é o Campo do Ordem e Progresso, fundado nos anos 1950 por um morador chamado Sebastião Benedito. O campo se tornou um espaço fundamental de convivência e prática esportiva, tendo revelado o jogador Adriano Leite Ribeiro, o Adriano Imperador.
No mesmo campo funcionou o projeto social Criança Esperança, posteriormente substituído pelo IBISS.[1]
Teatro da Laje[editar | editar código-fonte]
O Teatro da Laje foi fundado em 2003 na Vila Cruzeiro. Fundado por Veríssimo Junior, o grupo teatral tem um trabalho pautado na territorialidade e na contextualização, e é conhecido por levar aos palcos a poética, os mitos e as realidades da Vila Cruzeiro.
A trajetória do grupo conquistou reconhecimento nacional. Em 2006, recebeu o Prêmio Cultura Viva do Ministério da Cultura (MinC); em 2010, o prêmio do Programa Mais Cultura Para os Territórios da Paz, realizado em parceria entre o MinC e o Ministério da Justiça. Entre 2014 e 2016, com apoio do Programa Fazendo à Cultura Carioca, o grupo desenvolveu uma residência artística na Arena Carioca Dicró, espaço cultural da periferia carioca. Em 2016, foi indicado ao prestigiado Prêmio Shell, na categoria Inovação, e no mesmo ano foi homenageado com o Diploma Heloneida Studart de Cultura, concedido pela Comissão de Cultura da Alerj, pela sua relevância artística e social no estado do Rio de Janeiro.[3]
Pré-Vestibular Estudando Para Vencer[editar | editar código-fonte]
O projeto social Estudando Para Vencer, localizado no Complexo da Penha, Vila Cruzeiro, Zona Norte do município do Rio de Janeiro, foi fundado em 2016 pelo professor Marcelo Martins. Inspirado pela crença de que a coletividade, o amor e a educação são as únicas formas de transformar a realidade, o projeto tem como objetivo oferecer oportunidades educacionais a jovens de Favela.
Desde a sua criação, o Estudando Para Vencer tem sido um farol de esperança e transformação para os jovens da Vila Cruzeiro. O professor Marcelo, observando as dificuldades enfrentadas pelos estudantes da região – como a falta de recursos, a violência e as oportunidades limitadas – decidiu agir. Ele reuniu voluntários igualmente comprometidos e iniciou este projeto que busca proporcionar uma educação de qualidade e acessível para todos.
O Estudando Para Vencer é mais do que um simples reforço escolar; é um espaço onde os jovens encontram apoio, orientação e um sentido de pertencimento. Aqui, acreditamos que cada aluno possui um potencial único e que, com as ferramentas certas, podem alcançar grandes realizações. Nosso trabalho é fundamentado em três pilares essenciais: coletividade, amor e educação.
Mapa[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
A Festa da Penha - Romaria e demarcação de um lugar, diversão e reconquista da cidade (artigo)
Notas e referências
- ↑ Ir para: 1,0 1,1 VILA CRUZEIRO. In: WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Cruzeiro. Acesso em: 11 abr. 2025.
- ↑ ZIBORDI, Marcos. Despedida de Adriano: conheça a Vila Cruzeiro, berço do Imperador. Terra, 15 dez. 2024. Disponível em: https://www.terra.com.br/visao-do-corre/deu-jogo/despedida-de-adriano-conheca-a-vila-cruzeiro-berco-do-imperador,692f434a7a11bb69b4bd94dcb66876aaih36sb13.html. Acesso em: 11 abr. 2025.
- ↑ JOSÉ, Fernando. Vila Cruzeiro no mapa cultural da cidade. Voz das Comunidades, 27 ago. 2017. Disponível em: https://homolog.vozdascomunidades.com.br/favelas/complexo-da-penha/vila-cruzeiro-no-mapa-cultural-da-cidade/. Acesso em: 11 abr. 2025.