Baco Exu do Blues: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo, mais conhecido como Baco Exu Do Blues, vem ganhando espaço na música brasileira como cantor e compositor de rap. Utilizando como manifesto e discurso político em suas rimas linguagens eruditas, melancólicas e religiosas, que geram o que é descrito por ele como ''poesia de escória'', poesia ''suja'', teceu sua rede de fãs.  Filho de uma professora de literatura e de um professor de tai chi chuan, nascido em Salvador, na data de 11 de janeiro de 1996 e foi direto para Alagoinhas localizado no agreste baiano, onde morou com seu pai até seus 7 anos de vida. Com o adoecimento e falecimento de seu pai, ele retorna a morar em Salvador com sua mãe e família materna e na adolescência ele passou por muitos colégios, tanto privados quanto públicos, e sentiu-se a parte do padrão e método de ensino convencional.  Baco Exu do Blues  demonstra  amplo conhecimento sobre a mitologia e a história antiga ocidental e questões raciais da socidade brasileira, expressando essa dualidade em suas letras.   
Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo (11/01/1996, Salvador), mais conhecido como Baco Exu Do Blues, vem ganhando espaço na música brasileira como cantor e compositor de rap. Teceu sua rede de fãs utilizando como manifesto e discurso político, em suas rimas linguagens eruditas, melancólicas e religiosas, que /geram o que é descrito por ele como ''poesia de escória'', poesia ''suja''.  Filho de uma professora de literatura e de um professor de tai chi chuan, nasceu em Salvador, na data de 11 de janeiro de 1996 e foi direto para Alagoinhas localizado no agreste baiano, onde morou com seu pai até seus 7 anos de vida. Com o adoecimento e falecimento de seu pai, ele retorna a morar em Salvador com sua mãe e família materna e na adolescência ele passou por muitos colégios, tanto privados quanto públicos, e sentiu-se a parte do padrão e método de ensino convencional.  Baco Exu do Blues  demonstra  amplo conhecimento sobre a mitologia e a história antiga ocidental e questões raciais da sociedade brasileira, expressando essa dualidade em suas letras.   
Autoria: Mariaterres


=== 2017 - Ano Lírico do Rap ===
== 2017 - Ano Lírico do Rap ==
Entre os anos de 2010 e 2016 o rap passa a ter um caráter comercial, tendo seu principal perfil o homem, branco, que muitas vezes não tinha a vivência periférica e sempre era do eixo rj-sp deixando de lado antigas pautas do movimento hip hop, como as questões raciais e de classe. As músicas de maior sucesso do rap desse período eram comercias e foram utilizadas até mesmo em propagandas políticas utilizando artistas do hip hop como massa de manobra. As letras falavam de ostentação ao dinheiro, apologia as drogas ou eram as ''lovesongs.'' A música Sulicidio, lançada em 2016 por Baco Exu do Blues e o  rapper Diomedes Chinaski, trouxe uma crítica a esse movimento, citando nomes de rappers e dando início a uma série de produções musicais em resposta. Desta forma, conseguiram se colocar de forma nacional, sendo buscados muitas vezes por interessados em entender a história por trás das letras de resposta.  
Entre os anos de 2010 e 2016, o [[Samba, Funk e Rap - um panorama sobre a criminalização da cultura negra no Brasil|rap]] passa a ter um caráter comercial, tendo seu principal perfil o homem, branco, que muitas vezes não tinha a vivência periférica e sempre era do eixo rj-sp deixando de lado antigas pautas do movimento hip hop, como as questões raciais e de classe. As músicas de maior sucesso do rap desse período eram comercias e foram utilizadas até mesmo em propagandas políticas utilizando artistas do hip hop como massa de manobra. As letras falavam de ostentação ao dinheiro, apologia às drogas ou eram as ''lovesongs.'' A música Sulicidio, lançada em 2016 por Baco Exu do Blues e o  rapper Diomedes Chinaski, trouxe uma crítica a esse movimento, citando nomes de [[Racionais MC's|rappers]] e dando início a uma série de produções musicais em resposta. Desta forma, conseguiram se colocar de forma nacional, sendo buscados muitas vezes por interessados em entender a história por trás das letras de resposta.  


Com a ascensão das letras de rap, 2017 passou a ser veiculado como o Ano Lírico do Rap, tendo diversos artistas como o Baco Exu do Blues e o rapper Bk, sendo indicados a prêmios por suas composições e ganhando espaço para divulgação de seus trabalhos. Para uma definição de rap lírico, é o rap em que a mensagem e o sentimento, junto com todo o contexto e pessoalidade do compositor, consegue chegar no seu público com toda potência se utilizando de um conhecimento erudito como critica muitas vezes, a monopolização do saber, demonstrando que a periferia também se possui seus saberes.
Com a ascensão das letras de rap, 2017 passou a ser veiculado como o [https://www.zonasuburbana.com.br/2017-o-ano-dos-poetas-no-rap-nacional/ Ano Lírico do Rap], tendo diversos artistas, como o Baco Exu do Blues e o [[BK - Abebe Bikila Costa Santos|rapper Bk]], sendo indicados a prêmios por suas composições e ganhando espaço para divulgação de seus trabalhos. Para uma definição de rap lírico, é o rap em que a mensagem e o sentimento, junto com todo o contexto e pessoalidade do compositor, consegue chegar no seu público com toda potência se utilizando de um conhecimento erudito como crítica, muitas vezes, à monopolização do saber, demonstrando que a periferia também possui seus saberes.
 
== Referências Bibliográficas ==
<references />
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BARBOSA, Daniela. Entrevista: Baco Exu do Blues: o certo, o errado e a história de tudo isso em “Esú”. 26 de setembro de 2017. Disponível em: <nowiki>https://noize.com.br/entrevista-baco-exu-do-blues-esu/#1</nowiki>. Acesso em: 03 de julho de 2022.
BARBOSA, Daniela. Entrevista: Baco Exu do Blues: o certo, o errado e a história de tudo isso em “Esú”. 26 de setembro de 2017. Disponível em: <nowiki>https://noize.com.br/entrevista-baco-exu-do-blues-esu/#1</nowiki>. Acesso em: 03 de julho de 2022.
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GEHLEN, B. 2017, O ANO DOS POETAS NO RAP NACIONAL. Site Zona Suburbana, 2017 . Disponivel em: <nowiki>https://www.zonasuburbana.com.br/2017-o-ano-dos-poetas-no-rap-nacional/</nowiki> . Acesso 16 de outubro de 2023.
GEHLEN, B. 2017, O ANO DOS POETAS NO RAP NACIONAL. Site Zona Suburbana, 2017 . Disponivel em: <nowiki>https://www.zonasuburbana.com.br/2017-o-ano-dos-poetas-no-rap-nacional/</nowiki> . Acesso 16 de outubro de 2023.
== Ver também ==
* [[Fogo nos racistas - a pedagogia decolonial do rap (artigo)]]
* [[O rap me salvou e me preparou para a guerra (entrevista)]]
* [[Juju Rude - Feminismo Favelado]]
[[Categoria:Temática - Cultura]]
[[Categoria:Artes]]
[[Categoria:Rap]]
[[Categoria:Rapper]]
[[Categoria:Bahia]]
[[Categoria:Salvador]]
[[Categoria:Músicas]]

Edição atual tal como às 12h00min de 7 de fevereiro de 2024

Diogo Álvaro Ferreira Moncorvo (11/01/1996, Salvador), mais conhecido como Baco Exu Do Blues, vem ganhando espaço na música brasileira como cantor e compositor de rap. Teceu sua rede de fãs utilizando como manifesto e discurso político, em suas rimas linguagens eruditas, melancólicas e religiosas, que /geram o que é descrito por ele como poesia de escória, poesia suja. Filho de uma professora de literatura e de um professor de tai chi chuan, nasceu em Salvador, na data de 11 de janeiro de 1996 e foi direto para Alagoinhas localizado no agreste baiano, onde morou com seu pai até seus 7 anos de vida. Com o adoecimento e falecimento de seu pai, ele retorna a morar em Salvador com sua mãe e família materna e na adolescência ele passou por muitos colégios, tanto privados quanto públicos, e sentiu-se a parte do padrão e método de ensino convencional. Baco Exu do Blues  demonstra  amplo conhecimento sobre a mitologia e a história antiga ocidental e questões raciais da sociedade brasileira, expressando essa dualidade em suas letras.

Autoria: Mariaterres

2017 - Ano Lírico do Rap[editar | editar código-fonte]

Entre os anos de 2010 e 2016, o rap passa a ter um caráter comercial, tendo seu principal perfil o homem, branco, que muitas vezes não tinha a vivência periférica e sempre era do eixo rj-sp deixando de lado antigas pautas do movimento hip hop, como as questões raciais e de classe. As músicas de maior sucesso do rap desse período eram comercias e foram utilizadas até mesmo em propagandas políticas utilizando artistas do hip hop como massa de manobra. As letras falavam de ostentação ao dinheiro, apologia às drogas ou eram as lovesongs. A música Sulicidio, lançada em 2016 por Baco Exu do Blues e o rapper Diomedes Chinaski, trouxe uma crítica a esse movimento, citando nomes de rappers e dando início a uma série de produções musicais em resposta. Desta forma, conseguiram se colocar de forma nacional, sendo buscados muitas vezes por interessados em entender a história por trás das letras de resposta.

Com a ascensão das letras de rap, 2017 passou a ser veiculado como o Ano Lírico do Rap, tendo diversos artistas, como o Baco Exu do Blues e o rapper Bk, sendo indicados a prêmios por suas composições e ganhando espaço para divulgação de seus trabalhos. Para uma definição de rap lírico, é o rap em que a mensagem e o sentimento, junto com todo o contexto e pessoalidade do compositor, consegue chegar no seu público com toda potência se utilizando de um conhecimento erudito como crítica, muitas vezes, à monopolização do saber, demonstrando que a periferia também possui seus saberes.

Referências Bibliográficas[editar | editar código-fonte]

BARBOSA, Daniela. Entrevista: Baco Exu do Blues: o certo, o errado e a história de tudo isso em “Esú”. 26 de setembro de 2017. Disponível em: https://noize.com.br/entrevista-baco-exu-do-blues-esu/#1. Acesso em: 03 de julho de 2022.

CAMARGOS, R. “Se a história é nossa, deixa que nóis escreve”: os rappers como historiadores. ArtCultura, [S. l.], v. 20, n. 36, 2018. DOI: 10.14393/ArtC-V20n36-2018-1-06. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/45590. Acesso em: 12 jul. 2022.

GOMES, Fernando. Entrevista: Baco Exu do Blues é deus e homem no seu primeiro disco, 'Esú'. 04 Setembro 2017. Disponível em: https://www.google.com/amp/s/www.vice.com/amp/pt/article/bjj4va/baco-exu-do-blues-esu-entrevista. Acesso em: 03 de julho de 2022.

ROCHA, Bruno de Carvalho. O mundo mítico-poético de Baco Exu do Blues: erotismo e religiões no rap.  Revista Unitas, 2021.

GEHLEN, B. 2017, O ANO DOS POETAS NO RAP NACIONAL. Site Zona Suburbana, 2017 . Disponivel em: https://www.zonasuburbana.com.br/2017-o-ano-dos-poetas-no-rap-nacional/ . Acesso 16 de outubro de 2023.

Ver também[editar | editar código-fonte]