Misogynoir: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Misogynoir descreve as maneiras únicas pelas quais as mulheres negras são patologizadas na cultura popular)
 
(É público e notório que a misoginia é um sentimento de ódio contra as mulheres. Isto posto, notamos que os indicadores sociais e de saúde são muitas vezes piores para as mulheres negras quando comparadas às mulheres brancas (Cruz, 2023).)
 
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É público e notório que a misoginia é um sentimento de ódio contra as mulheres. Isto posto, notamos que os indicadores sociais e de saúde são muitas vezes piores para as mulheres negras quando comparadas às mulheres brancas (Cruz, 2023). Infira e depois responda: misoginia ou racismo?
É público e notório que a misoginia é um sentimento de ódio contra as mulheres. Isto posto, notamos que os indicadores sociais e de saúde são muitas vezes piores para as mulheres negras quando comparadas às mulheres brancas (Cruz, 2023).  
Lélia Gonzales (1987) já nos alertava para o impacto negativo da intersecção de racismo, sexismo e classismo para as mulheres negras, em especial, nos resultados das políticas públicas.  
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Mais do que intersecção, Moya Bailey (2021) observou que a misoginia contra a mulher negra era potencializada pelo racismo e cunhou o termo "misogynoir" (misoginia negra, em tradução livre). O termo é uma junção de “misoginia” e “noir”, a palavra francesa para “negro”.  
 
Segundo Moya Bailey, “misogynoir descreve as maneiras únicas pelas quais as mulheres negras são patologizadas na cultura popular.” Em outras palavras, misogynoir é   
== Misoginia ou racismo? ==
Infira e depois responda: misoginia ou racismo? [[Lélia Gonzalez (PT - PDT - RJ) - Favela da Praia do Pinto - RJ|Lélia Gonzales]] (1987) já nos alertava para o impacto negativo da intersecção de [[Racismo, motor da violência (relatório)|racismo]], sexismo e classismo para as mulheres negras, em especial, nos resultados das políticas públicas. Mais do que intersecção, Moya Bailey (2021) observou que a misoginia contra a mulher negra era potencializada pelo racismo e cunhou o termo "misogynoir" (misoginia negra, em tradução livre). O termo é uma junção de “misoginia” e “noir”, a palavra francesa para “negro”.  
 
== Misogynoir (conceito) ==
Segundo Moya Bailey<ref>[https://magazine.northwestern.edu/voices/moya-bailey-misogynoir-racism-misogyny-merriam-webster-digital-apothecary/ Magazine]</ref>, “misogynoir " descreve as maneiras únicas pelas quais as [[Coletivo Mulheres Negras da Periferia|mulheres negras]] são patologizadas na cultura popular. <blockquote>”Em outras palavras, misogynoir é  uma força sinérgica nefasta resultante da interação do racismo com o sexismo contra as mulheres negras, sendo mais impactante do que estas ideologias opressivas (misoginia e racismo) agindo isoladamente."  </blockquote>
 
== Desconstrução do racismo e sexismo estruturais ==
[[Arquivo:Misogynoir.png|miniaturadaimagem|Misogynoir: introdução ao conceito]]
[[Arquivo:Misogynoir.png|miniaturadaimagem|Misogynoir: introdução ao conceito]]
Subiu o sarrafo! Para a desconstrução do racismo e sexismo estruturais, entre outras ideologias opressivas, é fundamental não só entender o que é misogynoir, mas também ser capaz de identificá-lo no cotidiano das instituições sociais. É igualmente indispensável aprender também a atuar como testemunha ética ([https://apolitical.co/solution-articles/pt/training-bystanders-can-stop-estupro-sexual-violencia-campus bystander intervention]) de modo a interromper a escalada da violência contra a mulher negra, assim como aprender a atuar como "[https://www.scielo.br/j/se/a/MZ8tzzsGrvmFTKFqr6GLVMn/ outsider within]" para mudar as estruturas de opressão. Enfim, só a participação social por garantias de direitos e justiça reprodutiva em uma sociedade democrática conquistaremos uma cultura de paz e bem-viver.   
Subiu o sarrafo! Para a desconstrução do racismo e sexismo estruturais, entre outras ideologias opressivas, é fundamental não só entender o que é misogynoir, mas também ser capaz de identificá-lo no cotidiano das instituições sociais.  
 
É igualmente indispensável aprender também a atuar como testemunha ética (bystander intervention<ref>[https://www.scielo.br/j/se/a/MZ8tzzsGrvmFTKFqr6GLVMn/ Scielo]</ref>) de modo a interromper a escalada da violência contra a mulher negra, assim como aprender a atuar como "outsider within<ref>[https://www.scielo.br/j/se/a/MZ8tzzsGrvmFTKFqr6GLVMn/ Scielo]</ref>" para mudar as estruturas de opressão.  
 
Enfim, só a participação social por garantias de direitos e justiça reprodutiva em uma sociedade democrática conquistaremos uma cultura de paz e bem-viver.   
 
== Referências bibliográficas ==
Cruz, Isabel. Misogynoir: uma introdução ao tema. NEPAE/UFF. Niterói, 14/10/2023.


Disponível em https://nepae.uff.br/?p=3381
Gonzales, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira.


'''Referências bibliográficas'''
Revista Ciências Sociais Hoje, São Paulo, p. 223-244, 1987.  
Cruz, Isabel. Misogynoir: uma introdução ao tema. NEPAE/UFF. Niterói, 14/10/2023. Disponível em https://nepae.uff.br/?p=3381
 
Gonzales, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, São Paulo, p. 223-244, 1987. Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf  
Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf  
Bailey, Moya. Misogynoir Transformed: Black Women’s Digital Resistance. NYU Press, 2021. Project MUSE muse.jhu.edu/book/98898.
Bailey, Moya. Misogynoir Transformed: Black Women’s Digital Resistance. NYU Press, 2021. Project MUSE muse.jhu.edu/book/98898.
== Ver também ==
[[Como mulher negra, eu me levanto (artigo)]]
[[Feminicídio Político - Um estudo sobre a vida e a morte de Marielles (artigo)]]
[[Casa das Negas (Fortaleza – CE)]]
[[Categoria:Temática - Associativismo e Movimentos Sociais]]
[[Categoria:Educação]]
[[Categoria:Racismo]]
[[Categoria:Sexismo]]
[[Categoria:Mulheres Negras]]
[[Categoria:Pesquisas]]
[[Categoria:Brasil]]
[[Categoria:Branquitude]]

Edição atual tal como às 22h01min de 1 de fevereiro de 2024

É público e notório que a misoginia é um sentimento de ódio contra as mulheres. Isto posto, notamos que os indicadores sociais e de saúde são muitas vezes piores para as mulheres negras quando comparadas às mulheres brancas (Cruz, 2023).

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Misoginia ou racismo?[editar | editar código-fonte]

Infira e depois responda: misoginia ou racismo? Lélia Gonzales (1987) já nos alertava para o impacto negativo da intersecção de racismo, sexismo e classismo para as mulheres negras, em especial, nos resultados das políticas públicas. Mais do que intersecção, Moya Bailey (2021) observou que a misoginia contra a mulher negra era potencializada pelo racismo e cunhou o termo "misogynoir" (misoginia negra, em tradução livre). O termo é uma junção de “misoginia” e “noir”, a palavra francesa para “negro”.

Misogynoir (conceito)[editar | editar código-fonte]

Segundo Moya Bailey[1], “misogynoir " descreve as maneiras únicas pelas quais as mulheres negras são patologizadas na cultura popular.

”Em outras palavras, misogynoir é uma força sinérgica nefasta resultante da interação do racismo com o sexismo contra as mulheres negras, sendo mais impactante do que estas ideologias opressivas (misoginia e racismo) agindo isoladamente."

Desconstrução do racismo e sexismo estruturais[editar | editar código-fonte]

Misogynoir: introdução ao conceito

Subiu o sarrafo! Para a desconstrução do racismo e sexismo estruturais, entre outras ideologias opressivas, é fundamental não só entender o que é misogynoir, mas também ser capaz de identificá-lo no cotidiano das instituições sociais.

É igualmente indispensável aprender também a atuar como testemunha ética (bystander intervention[2]) de modo a interromper a escalada da violência contra a mulher negra, assim como aprender a atuar como "outsider within[3]" para mudar as estruturas de opressão.

Enfim, só a participação social por garantias de direitos e justiça reprodutiva em uma sociedade democrática conquistaremos uma cultura de paz e bem-viver.

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Cruz, Isabel. Misogynoir: uma introdução ao tema. NEPAE/UFF. Niterói, 14/10/2023.

Disponível em https://nepae.uff.br/?p=3381 Gonzales, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira.

Revista Ciências Sociais Hoje, São Paulo, p. 223-244, 1987.

Disponível em https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4584956/mod_resource/content/1/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf Bailey, Moya. Misogynoir Transformed: Black Women’s Digital Resistance. NYU Press, 2021. Project MUSE muse.jhu.edu/book/98898.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Como mulher negra, eu me levanto (artigo)

Feminicídio Político - Um estudo sobre a vida e a morte de Marielles (artigo)

Casa das Negas (Fortaleza – CE)