Marginal (coletivo): mudanças entre as edições
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A Marginal é um coletivo que surge em 2015 como uma resposta à violência sistêmica, utilizando estratégias comunicacionais para desafiar contextos midiáticos e jurídico-institucionais. Em 2019, iniciou o projeto Escola Dentro da Escola, promovendo educação popular, crítica e criativa em parceria com escolas municipais na [[Cidade de Deus (favela)|Cidade de Deus]], visando fortalecer relações, protagonismo dos alunos e construção de saberes coletivos. O coletivo, transformado em movimento, busca, por meio da arte e educação crítica, resistir, fortalecer territórios marginalizados e construir identidades transformadoras. | |||
Escola de [[Rede Emancipa de Educação Popular|Educação Popular]], Comunicação Comunitária e Política. | Escola de [[Rede Emancipa de Educação Popular|Educação Popular]], Comunicação Comunitária e Política. | ||
Autoria: | Autoria: Informações do verbete reproduzidas pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de outras fontes. | ||
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Iniciado em fevereiro de 2019, o projeto Escola Dentro da Escola (EDE) propõe uma parceria entre a educação popular, crítica e criativa, desenvolvida pela Marginal Coletivo, e a educação formal em escolas municipais da Cidade de Deus.<br/> <br/> A fim de fortalecer as relações entre os alunos, as famílias, o corpo docente, o equipamento público, o território e o conhecimento; as formações do Escola Dentro da Escola buscam que os educandos sejam protagonistas do espaço escolar em que fazem parte e possam, efetivamente, construir campos de saber coletivo, democrático e diverso.<br/> <br/> Sendo assim, as atividades em sala de aula são permeadas de debates construídos conforme as demandas e trocas dos alunos, que são sempre o foco do processo de ensino e aprendizagem. Em uma prática de formação política, os educandos passam por processos de liderança, tomada de decisão, gerenciamento de crise, planejamento pedagógico, exercícios práticos de técnicas da comunicação, entre outros planos que constituem uma relação consciente entre o ambiente escolar e os sujeitos que neste circulam.<br/> <br/> O projeto ergue-se pela união dos educadores [https://www.instagram.com/jotamarquesrj/ @jotamarquesrj] e [https://www.instagram.com/noslemos/ @noslemos], os monitores [https://www.instagram.com/camiladantxs/ @camiladantxs], [https://www.instagram.com/viesantlidiane/ @viesantlidiane], [https://www.instagram.com/victxrsouza/ @victxrsouza] e [https://www.instagram.com/t_ago13/ @t_ago13] com os professores e apoiadores das escolas municipais parceiras.<br/> <br/> As turmas de ensino fundamental que, atualmente, recebem o EDE estão nas seguintes escolas:<br/> <br/> 📍 Escola Municipal Pedro Aleixo<br/> 📍 Escola Municipal Dorcelina Gomes da Costa<br/> 📍 Escola Municipal Joaquim Fontes | Iniciado em fevereiro de 2019, o projeto Escola Dentro da Escola (EDE) propõe uma parceria entre a educação popular, crítica e criativa, desenvolvida pela Marginal Coletivo, e a educação formal em escolas municipais da [[Cidade de Deus (favela)|Cidade de Deus]].<br/> <br/> A fim de fortalecer as relações entre os alunos, as famílias, o corpo docente, o equipamento público, o território e o conhecimento; as formações do Escola Dentro da Escola buscam que os educandos sejam protagonistas do espaço escolar em que fazem parte e possam, efetivamente, construir campos de saber coletivo, democrático e diverso.<br/> <br/> Sendo assim, as atividades em sala de aula são permeadas de debates construídos conforme as demandas e trocas dos alunos, que são sempre o foco do processo de ensino e aprendizagem. Em uma prática de formação política, os educandos passam por processos de liderança, tomada de decisão, gerenciamento de crise, planejamento pedagógico, exercícios práticos de técnicas da comunicação, entre outros planos que constituem uma relação consciente entre o ambiente escolar e os sujeitos que neste circulam.<br/> <br/> O projeto ergue-se pela união dos educadores [https://www.instagram.com/jotamarquesrj/ @jotamarquesrj] e [https://www.instagram.com/noslemos/ @noslemos], os monitores [https://www.instagram.com/camiladantxs/ @camiladantxs], [https://www.instagram.com/viesantlidiane/ @viesantlidiane], [https://www.instagram.com/victxrsouza/ @victxrsouza] e [https://www.instagram.com/t_ago13/ @t_ago13] com os professores e apoiadores das escolas municipais parceiras.<br/> <br/> As turmas de ensino fundamental que, atualmente, recebem o EDE estão nas seguintes escolas:<br/> <br/> 📍 Escola Municipal Pedro Aleixo<br/> 📍 Escola Municipal Dorcelina Gomes da Costa<br/> 📍 Escola Municipal Joaquim Fontes | ||
== Contatos e Redes Sociais == | == Contatos e Redes Sociais == | ||
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[[Museu Sankofa Memória e História da Rocinha]] | *[[Museu Sankofa Memória e História da Rocinha]] | ||
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[[Providenciando a Favor da Vida]] | *[[Bispo do Rosário Associação Cultural (BRASS)]] | ||
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Edição atual tal como às 12h54min de 1 de março de 2024
A Marginal é um coletivo que surge em 2015 como uma resposta à violência sistêmica, utilizando estratégias comunicacionais para desafiar contextos midiáticos e jurídico-institucionais. Em 2019, iniciou o projeto Escola Dentro da Escola, promovendo educação popular, crítica e criativa em parceria com escolas municipais na Cidade de Deus, visando fortalecer relações, protagonismo dos alunos e construção de saberes coletivos. O coletivo, transformado em movimento, busca, por meio da arte e educação crítica, resistir, fortalecer territórios marginalizados e construir identidades transformadoras.
Escola de Educação Popular, Comunicação Comunitária e Política.
Autoria: Informações do verbete reproduzidas pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de outras fontes.
Sobre a Marginal[editar | editar código-fonte]
Em frente, “a Marginal” permanece contrariando estatísticas e reexistindo em uma sociedade de sobrevivências várias, sendo este, o legítimo e tortuoso existir. Um levante histórico de luta contra os violentos contextos midiáticos e jurídico - institucionais, e, o comportamento sistêmico que ampara e legitima disparidades.
Neste sentido e direção, de obstinação, revolta e ternura, em meados de 2015, nasce um sonho que vislumbrava na tensão e potência das palavras de quem ancestralmente experimentou/experimenta na dor– da/na senzala, da favela, das vielas, das celas, dos becos, dos quilombos, das guilhotinas e das salas de aula –fazer do exercício do grito “um passo para uma revolução”.
De comentário em comentário, eu mergulhei solo naquilo que chamam de “redes e conexões” carimbando #Marginal como estratégia comunicacional em todos os muros da internet. Naquele momento, buscando agregar aos debates virtuais opinião em corpo de verso:
“Feminicídio?
O meu Word ainda corrige.
Deve ser por isso que os Mano finge que não existe”;
“Assassinato brutal
em frente de casa,
saiu no jornal.
Vejo corpos estirados,
almas lavadas,
sangue derramado,
mais 5 marginais.
- 12,15,16,19,8.
Não precisa de ordem pra contar que:
- Alguns não vão nem fazer 18”;
“Lembra-se do Sebastião?
Tá vivo mais não.
Morreu anteontem,
em um beco fechado de alemão.
Tava indo para escola,
com o caderno na mão.
Cê tá ligado como é rato!
Atira,
pergunta depois...
E ainda colocaram uma PT na mão...
- Sim, do Sebastião!”.
Espancado mil vezes, recebi em minha caixa de mensagens inúmeros desejos de violência. Queriam atentar contra a minha vida e de quem eu amo... creio que há quem tenha revisto os impulsos mas não desacredito que ainda haja quem tenha coragem.
Andava escrevendo demais, concluí.
Contra eles –
os fuzis –,
um teclado,
algumas ideias,
um punhado de orações.
Mas realizava o mínimo contra tiros em meu portão, sendo este apenas um exemplo.
Mesmo assim, em uma turva caminhada, com o apoio de muitEs, este espaço de aconchego cresceu, e cresceu tanto que observei parte da minha (coletiva) história sendo escrita em grandes portais, compartilhada por “influencers globais”, e mais importante do que os likes, tornando-se conteúdo para professores, auxílio de aula e movimento – do Pará ao Japão.
Acontece que, à margem, o inevitável aconteceu! – diversas vezes. A violência diária soterra sonhos, inibe projeções e perspectivas. “As boletas” não param nunca de chegar e a saúde “morro abaixo” fez-de-mim um fodido de bolsos vazios, ainda que de peito cheio, ideias mil.
Jamais desisti, registro.
Porém pouco consegui avançar com a revolução na métrica que, desenhada e sonhada, gritou ser possível um dia. Mesmo que este sonho complexo, sim!, tenha em diversos momentos garantido a minha vida. Como bem lembro, eu, Jota Marques, “o Marginal”, que escreve e conta esta história até aqui, numa espécie de conversa comigo e com você.
Enfim, dei nome à prosa: “Um passo seguinte”.
Porque é preciso seguir em frente, e junto, em passos únicos.
Explico, portanto, que aquela que um dia, para muitos, significou ser apenas uma #TAG consolidou-se movimento e fluxo: #SomosMarginais mais do que nunca é Coletivo, transformando este espaço, a Marginal, num fazer de muitas cores, saberes, mãos e fios.
Pensando, sonhando, produzindo, sendo.
Construindo mais do que resultados, mas processos que encontram em si a potência formativa, momento que utiliza-é-utilizado pela arte e educação crítica-criativa, por vezes responsável pela resistência dos grupos e territórios abandonados e pelo fortalecimento das transformadoras identidades à margem.
Esses processos que atravessam e transcendem o perigoso senso comum.
Escola dentro da Escola[editar | editar código-fonte]
Iniciado em fevereiro de 2019, o projeto Escola Dentro da Escola (EDE) propõe uma parceria entre a educação popular, crítica e criativa, desenvolvida pela Marginal Coletivo, e a educação formal em escolas municipais da Cidade de Deus.
A fim de fortalecer as relações entre os alunos, as famílias, o corpo docente, o equipamento público, o território e o conhecimento; as formações do Escola Dentro da Escola buscam que os educandos sejam protagonistas do espaço escolar em que fazem parte e possam, efetivamente, construir campos de saber coletivo, democrático e diverso.
Sendo assim, as atividades em sala de aula são permeadas de debates construídos conforme as demandas e trocas dos alunos, que são sempre o foco do processo de ensino e aprendizagem. Em uma prática de formação política, os educandos passam por processos de liderança, tomada de decisão, gerenciamento de crise, planejamento pedagógico, exercícios práticos de técnicas da comunicação, entre outros planos que constituem uma relação consciente entre o ambiente escolar e os sujeitos que neste circulam.
O projeto ergue-se pela união dos educadores @jotamarquesrj e @noslemos, os monitores @camiladantxs, @viesantlidiane, @victxrsouza e @t_ago13 com os professores e apoiadores das escolas municipais parceiras.
As turmas de ensino fundamental que, atualmente, recebem o EDE estão nas seguintes escolas:
📍 Escola Municipal Pedro Aleixo
📍 Escola Municipal Dorcelina Gomes da Costa
📍 Escola Municipal Joaquim Fontes
Contatos e Redes Sociais[editar | editar código-fonte]
E-mail: coletivomarginaloficial@gmail.com
Telefone: (21) 97556-4538
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Museu Sankofa Memória e História da Rocinha
- Providenciando a Favor da Vida
- Bispo do Rosário Associação Cultural (BRASS)
Notas e referências[editar | editar código-fonte]
Rede social - Marginal Coletivo