Comissão Especial da Juventude da ALERJ: mudanças entre as edições
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A Comissão Especial da Juventude da ALERJ, liderada pela Deputada [[Dani Monteiro (PSOL-RJ) - São Carlos - RJ|Dani Monteiro]], visa abordar as questões críticas que afetam a juventude no Rio de Janeiro, como desemprego, violência e desigualdades sociais, buscando propor políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida. | |||
Autoria: Equipe do '''Dicionário de Favelas Marielle Franco''' | |||
<p style="margin- | == Introdução == | ||
<p style="margin-left: 160px; text-align: justify;">''"São necessárias políticas que ressuscitem a competência criativa da juventude, que desenvolvam habilidades a partir dos seus conhecimentos, que garantam a mobilidade territorial e fortaleçam a capacidade de transformação que esse grupo tem historicamente. A necessidade do jovem marcar seu espaço no mundo está relacionada a obrigação do Estado de ter um olhar sobre políticas públicas continuadas", ''disse a presidente da comissão e deputada mulher mais jovem da Alerj, Dani Monteiro.</p> <p style="text-align: justify;">A Comissão Especial da Juventude (CEJUV) foi criada em 2019 no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). A iniciativa é proposta pela Deputada Estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ) e surge com caráter temporário, tendo seu fim previsto para dezembro de 2019. A partir da compreensão de que a situação da juventude fluminense precisa de uma atenção mais profunda do Estado, a Deputada Dani Monteiro protocola o requerimento 017/2019, onde se afirma que:</p> <p style="margin-left: 160px; text-align: justify;">''Todos os jovens têm direito a uma vida livre de violência e preconceito. No entanto, mesmo após largos debates realizados acerca da juventude nas últimas décadas e da aprovação de uma série de iniciativas legislativas, como o Estatuto da Juventude, se intensificou no último período a dificuldade da juventude no acesso à direitos básicos como saúde, educação, esporte, cultura, lazer e moradia. A crise pela qual passa o Estado do Rio de Janeiro é o pano de fundo de uma maior precarização dos postos e relações de trabalho, sendo a juventude o elo mais fraco dessa cadeia. O primeiro trimestre de 2018 terminou com um contingente de 1,2 milhão de desempregados no Rio de Janeiro, segundo dados da PNAD - IBGE, um crescimento de 99 mil pessoas desempregadas no estado em comparação com o trimestre anterior. Esta mesma pesquisa aponta que a taxa de desemprego entre os jovens é mais do que o dobro da média geral e que negros e mulheres são a maioria dos desempregados. Nesse sentido, a juventude, principalmente negros e mulheres, ocupa hoje os piores postos de trabalho e assume cada vez mais condições informais. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (jovens nem-nem), na maioria mulheres e de baixa renda. É também a juventude o setor mais vitimado por assassinatos em nosso país, em especial a juventude negra. O relatório da CPI acerca da Violência contra jovens negros e pobres no Senado Federal aponta que o fenômeno de homicídios que vitimiza a juventude negra é um dos problemas atuais mais desafiadores para a agenda de Políticas Públicas em nosso país. Apesar de colocada neste estado de extrema vulnerabilidade, a juventude é o principal setor que realiza o potencial criativo em nossa sociedade. Se caracteriza por ser polo criador, promovendo iniciativas culturais, inovadoras e a reinvenção de seus territórios. Em condições menos desafiadoras do que as postas hoje a juventude pode se tornar uma força inovadora na produção de conteúdos culturais, artísticos, além da potência em recriar seus territórios e sua realidade. Diversos grupos, ONG’s, instituições, movimentos e outros atores desenvolvem hoje projetos visando a promoção de direitos básicos para a juventude sem, no entanto, encontrar espaços comuns de sistematização e visibilidade. Espera-se que esta comissão possibilite o aprofundamento desta discussão, contribuindo para uma análise concreta da situação de vulnerabilidade da juventude, aprofundando a produção de dados e informação visando a promoção de políticas públicas e incentivando a aplicação das já existentes. (Requerimento de instauração da Comissão Especial de Juventude, 2019).''</p> <p style="text-align: justify;">Há a compreensão da vulnerabilidade desse setor social a partir dos dados apresentados sobre vitimização, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que relatam que apenas no ano de 2017, entre jovens de 15 a 19 anos, houve uma taxa de 50 homicídios a cada 100 mil habitantes entre os brancos e 160 homicídios a cada 100 mil habitantes entre os negros. Já na faixa etária de 20 a 24 anos, o índice entre os brancos é de 60 mortes violentas por 100 mil habitantes e entre os negros chega a 240 por 100 mil habitantes. Isso revela uma alta taxa de vitimização, mas com uma distribuição desigual das mortes a partir de marcadores raciais. Nesse sentido, não podemos conduzir os trabalhos da Comissão Especial da Juventude sem compreender que as desigualdades sociais expressas nesses dados são centrais inclusive para a formulação de políticas públicas no Estado do Rio de Janeiro para combater o extermínio dos jovens, especialmente dos jovens negros.</p> <p style="text-align: justify;"> </p> | |||
== Tarefas da Comissão Especial: == | |||
<p style="text-align: justify;">As tarefas da comissão são elencadas em quatro pontos centrais, sendo eles:</p> | |||
#Mobilização: Mobilizar a juventude fluminense para a construção da CEJUV, uma ferramenta legislativa que dá voz às suas demandas; | |||
#Construção de um diagnóstico: Diagnosticar a situação da juventude em sua diversidade, a partir do levantamento de dados e de visitas técnicas; | |||
#Elaboração de dados específicos: Elaborar estudos, organizar dados técnicos e debater junto à juventude temas de seu interesse em reuniões e audiências públicas; | |||
#Proposição legislativa: Propor políticas públicas a partir de Projetos de Lei e Indicações aos poderes executivos municipais e estadual. | |||
< | == Organização interna e elaboração do relatório: == | ||
<p style="text-align: justify;">Para dar conta das tarefas, complexas e importantes do ponto de vista político, a Comissão se divide em 05 eixos de atuação: saúde, educação, emprego, prevenção a violência e cultura. A construção das pesquisas é feita a partir da convocação de voluntários da sociedade civil, de movimentos sociais e pesquisadores. A partir disso, cada sub-eixo da Comissão tem a responsabilidade de elaborar um pré relatório que será sistematizado pela equipe. Os sub-eixos são produzidos como forma de facilitar, metodologicamente, o trabalho da comissão. Há o entendimento de que o mesmo jovem pode ser afetado por diversos problemas decorrentes da falta de políticas públicas ou apenas alguns deles. Outra etapa na elaboração do relatório final a ser apresentado pela Comissão são as escutas temáticas, realizadas entre os meses de julho e outubro de 2019. A proposta das escutas temáticas é apresentar a pesquisa preliminar e dialogar, com especialistas sobre os temas e movimentos sociais, sobre os caminhos a se seguir do lugar institucional, ou seja: dentro do legislativo. A adesão foi muito grande, reunindo centenas de voluntários e colaboradores.</p> <p style="text-align: justify; margin-left: 160px;">''“O Rio de Janeiro tem uma das maiores taxas de desemprego de jovens do país. Debater a geração de emprego e renda a partir da cultura é ir no cerne da sobrevivência da juventude periférica. Apesar da falta de incentivo do Estado para seu desenvolvimento, ela subverte essa ordem com muita criatividade, lucrando em espaços muitas vezes marginalizados”, ''comentou a presidente da Comissão Especial da Juventude, Dani Monteiro.</p> <p style="text-align: justify;"> </p> | |||
== Produtos preliminares da Comissão: == | |||
<p style="text-align: justify;">Alguns eventos públicos foram promovidos, como Audiências Públicas sobre temas relacionados à Juventude (Assistência estudantil; Cultura como fator de desenvolvimento socioeconômico; Extermínio dos jovens negros; cotas raciais nas universidades; entre outros) ou proposições legislativas como a Lei 940/2019, de autoria das deputadas Mônica Francisco (PSOL - RJ) e Dani Monteiro (PSOL - RJ). A Lei em questão institui o Programa Estadual de Aprendizagem, que determina, entre outros aspectos, que os órgãos da administração pública estadual só possam contratar empresas que atendam à cota mínima de jovens aprendizes entre seus trabalhadores. A proposta também prevê uma reserva de vagas para os egressos do sistema socioeducativo, em especial aos que estão em regime semi-aberto. Hoje, são cerca de 2500 jovens nessa situação. O projeto é inspirado em outro PL apresentado pela então vereadora Marielle Franco, apresentado no âmbito municipal. A dimensão interseccional das políticas públicas tem sido destaque nas proposições da comissão. Um exemplo marcante é a defesa de que a violência não é caso apenas de segurança pública:</p> <p style="text-align: justify; margin-left: 160px;">''"Atualmente, os jovens da periferia são os que mais sofrem com a violência. Nesses lugares, muitas vezes não há equipamentos culturais e nem atuação correta de instituições públicas. Também é necessário saúde, educação, cultura e saneamento básico, por exemplo, para combater a violência", ''afirmou a presidenta da comissão.</p> <p style="text-align: justify; margin-left: 160px;"> </p> | |||
== Composição da Comissão == | |||
<p style="text-align: justify;">Presidenta: Dani Monteiro (PSOL)</p> <p style="text-align: justify;">Vice Presidente: Renan Ferreirinha (PSB)</p> <p style="text-align: justify;">Relatora: Zeidan Lula (PT)</p> <p style="text-align: justify;">Membros efetivos: Max Lemos (MDB) e Tia Ju (PRB)</p> <p style="text-align: justify;">Membros suplentes: Renata Souza (PSOL) e Mônica Francisco (PSOL)</p> <p style="text-align: justify;"> </p> <p style="text-align: justify;"> </p> <p style="text-align: justify;">Referências do texto:</p> <p style="text-align: justify;">Requerimento da Comissão na ALERJ - [http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1923.nsf/0c5bf5cde95601f903256caa0023131b/03cc5c0913b7739383258395005b9482?OpenDocument&Highlight=0 Requerimento 017/2019]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/45366 Instalação da Comissão Especial da Juventude]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/47127 Audiência Pública sobre emprego e renda da Juventude]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/47203 Controle de armas enquanto política de proteção aos jovens]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/46895 Audiência Pública de Assistência Estudantil]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/47613 Cultura como forma de desenvolvimento socioeconômico da juventude]</p> <p style="text-align: justify;">Notícia - [http://www.alerj.rj.gov.br/Visualizar/Noticia/45779 Demandas da juventude na região serrana do Rio de Janeiro]</p> <p style="text-align: justify;">Portal da [https://www.comissaoespecialdajuventude.com/ Comissão Especial da Juventude] </p> | |||
== Veja também == | |||
*[[Campanha Jovem Negro Vivo]] | |||
*[[Anistia Internacional Brasil]] | |||
*[[Parem de nos matar!]] | |||
[[Category:Luta política]][[Category:Temática - Juventude]][[Category:Temática - Urbanização]] | |||
[[Categoria:Rio de Janeiro]] | |||
[[Categoria:Políticas Públicas]] | |||
[[Categoria:Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro]] | |||
[[Categoria:Comissão Especial da Juventude]] | |||
Edição atual tal como às 00h03min de 20 de setembro de 2023
A Comissão Especial da Juventude da ALERJ, liderada pela Deputada Dani Monteiro, visa abordar as questões críticas que afetam a juventude no Rio de Janeiro, como desemprego, violência e desigualdades sociais, buscando propor políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Introdução[editar | editar código-fonte]
"São necessárias políticas que ressuscitem a competência criativa da juventude, que desenvolvam habilidades a partir dos seus conhecimentos, que garantam a mobilidade territorial e fortaleçam a capacidade de transformação que esse grupo tem historicamente. A necessidade do jovem marcar seu espaço no mundo está relacionada a obrigação do Estado de ter um olhar sobre políticas públicas continuadas", disse a presidente da comissão e deputada mulher mais jovem da Alerj, Dani Monteiro.
A Comissão Especial da Juventude (CEJUV) foi criada em 2019 no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). A iniciativa é proposta pela Deputada Estadual Dani Monteiro (PSOL-RJ) e surge com caráter temporário, tendo seu fim previsto para dezembro de 2019. A partir da compreensão de que a situação da juventude fluminense precisa de uma atenção mais profunda do Estado, a Deputada Dani Monteiro protocola o requerimento 017/2019, onde se afirma que:
Todos os jovens têm direito a uma vida livre de violência e preconceito. No entanto, mesmo após largos debates realizados acerca da juventude nas últimas décadas e da aprovação de uma série de iniciativas legislativas, como o Estatuto da Juventude, se intensificou no último período a dificuldade da juventude no acesso à direitos básicos como saúde, educação, esporte, cultura, lazer e moradia. A crise pela qual passa o Estado do Rio de Janeiro é o pano de fundo de uma maior precarização dos postos e relações de trabalho, sendo a juventude o elo mais fraco dessa cadeia. O primeiro trimestre de 2018 terminou com um contingente de 1,2 milhão de desempregados no Rio de Janeiro, segundo dados da PNAD - IBGE, um crescimento de 99 mil pessoas desempregadas no estado em comparação com o trimestre anterior. Esta mesma pesquisa aponta que a taxa de desemprego entre os jovens é mais do que o dobro da média geral e que negros e mulheres são a maioria dos desempregados. Nesse sentido, a juventude, principalmente negros e mulheres, ocupa hoje os piores postos de trabalho e assume cada vez mais condições informais. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que 23% dos jovens brasileiros não trabalham e nem estudam (jovens nem-nem), na maioria mulheres e de baixa renda. É também a juventude o setor mais vitimado por assassinatos em nosso país, em especial a juventude negra. O relatório da CPI acerca da Violência contra jovens negros e pobres no Senado Federal aponta que o fenômeno de homicídios que vitimiza a juventude negra é um dos problemas atuais mais desafiadores para a agenda de Políticas Públicas em nosso país. Apesar de colocada neste estado de extrema vulnerabilidade, a juventude é o principal setor que realiza o potencial criativo em nossa sociedade. Se caracteriza por ser polo criador, promovendo iniciativas culturais, inovadoras e a reinvenção de seus territórios. Em condições menos desafiadoras do que as postas hoje a juventude pode se tornar uma força inovadora na produção de conteúdos culturais, artísticos, além da potência em recriar seus territórios e sua realidade. Diversos grupos, ONG’s, instituições, movimentos e outros atores desenvolvem hoje projetos visando a promoção de direitos básicos para a juventude sem, no entanto, encontrar espaços comuns de sistematização e visibilidade. Espera-se que esta comissão possibilite o aprofundamento desta discussão, contribuindo para uma análise concreta da situação de vulnerabilidade da juventude, aprofundando a produção de dados e informação visando a promoção de políticas públicas e incentivando a aplicação das já existentes. (Requerimento de instauração da Comissão Especial de Juventude, 2019).
Há a compreensão da vulnerabilidade desse setor social a partir dos dados apresentados sobre vitimização, produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que relatam que apenas no ano de 2017, entre jovens de 15 a 19 anos, houve uma taxa de 50 homicídios a cada 100 mil habitantes entre os brancos e 160 homicídios a cada 100 mil habitantes entre os negros. Já na faixa etária de 20 a 24 anos, o índice entre os brancos é de 60 mortes violentas por 100 mil habitantes e entre os negros chega a 240 por 100 mil habitantes. Isso revela uma alta taxa de vitimização, mas com uma distribuição desigual das mortes a partir de marcadores raciais. Nesse sentido, não podemos conduzir os trabalhos da Comissão Especial da Juventude sem compreender que as desigualdades sociais expressas nesses dados são centrais inclusive para a formulação de políticas públicas no Estado do Rio de Janeiro para combater o extermínio dos jovens, especialmente dos jovens negros.
Tarefas da Comissão Especial:[editar | editar código-fonte]
As tarefas da comissão são elencadas em quatro pontos centrais, sendo eles:
- Mobilização: Mobilizar a juventude fluminense para a construção da CEJUV, uma ferramenta legislativa que dá voz às suas demandas;
- Construção de um diagnóstico: Diagnosticar a situação da juventude em sua diversidade, a partir do levantamento de dados e de visitas técnicas;
- Elaboração de dados específicos: Elaborar estudos, organizar dados técnicos e debater junto à juventude temas de seu interesse em reuniões e audiências públicas;
- Proposição legislativa: Propor políticas públicas a partir de Projetos de Lei e Indicações aos poderes executivos municipais e estadual.
Organização interna e elaboração do relatório:[editar | editar código-fonte]
Para dar conta das tarefas, complexas e importantes do ponto de vista político, a Comissão se divide em 05 eixos de atuação: saúde, educação, emprego, prevenção a violência e cultura. A construção das pesquisas é feita a partir da convocação de voluntários da sociedade civil, de movimentos sociais e pesquisadores. A partir disso, cada sub-eixo da Comissão tem a responsabilidade de elaborar um pré relatório que será sistematizado pela equipe. Os sub-eixos são produzidos como forma de facilitar, metodologicamente, o trabalho da comissão. Há o entendimento de que o mesmo jovem pode ser afetado por diversos problemas decorrentes da falta de políticas públicas ou apenas alguns deles. Outra etapa na elaboração do relatório final a ser apresentado pela Comissão são as escutas temáticas, realizadas entre os meses de julho e outubro de 2019. A proposta das escutas temáticas é apresentar a pesquisa preliminar e dialogar, com especialistas sobre os temas e movimentos sociais, sobre os caminhos a se seguir do lugar institucional, ou seja: dentro do legislativo. A adesão foi muito grande, reunindo centenas de voluntários e colaboradores.
“O Rio de Janeiro tem uma das maiores taxas de desemprego de jovens do país. Debater a geração de emprego e renda a partir da cultura é ir no cerne da sobrevivência da juventude periférica. Apesar da falta de incentivo do Estado para seu desenvolvimento, ela subverte essa ordem com muita criatividade, lucrando em espaços muitas vezes marginalizados”, comentou a presidente da Comissão Especial da Juventude, Dani Monteiro.
Produtos preliminares da Comissão:[editar | editar código-fonte]
Alguns eventos públicos foram promovidos, como Audiências Públicas sobre temas relacionados à Juventude (Assistência estudantil; Cultura como fator de desenvolvimento socioeconômico; Extermínio dos jovens negros; cotas raciais nas universidades; entre outros) ou proposições legislativas como a Lei 940/2019, de autoria das deputadas Mônica Francisco (PSOL - RJ) e Dani Monteiro (PSOL - RJ). A Lei em questão institui o Programa Estadual de Aprendizagem, que determina, entre outros aspectos, que os órgãos da administração pública estadual só possam contratar empresas que atendam à cota mínima de jovens aprendizes entre seus trabalhadores. A proposta também prevê uma reserva de vagas para os egressos do sistema socioeducativo, em especial aos que estão em regime semi-aberto. Hoje, são cerca de 2500 jovens nessa situação. O projeto é inspirado em outro PL apresentado pela então vereadora Marielle Franco, apresentado no âmbito municipal. A dimensão interseccional das políticas públicas tem sido destaque nas proposições da comissão. Um exemplo marcante é a defesa de que a violência não é caso apenas de segurança pública:
"Atualmente, os jovens da periferia são os que mais sofrem com a violência. Nesses lugares, muitas vezes não há equipamentos culturais e nem atuação correta de instituições públicas. Também é necessário saúde, educação, cultura e saneamento básico, por exemplo, para combater a violência", afirmou a presidenta da comissão.
Composição da Comissão[editar | editar código-fonte]
Presidenta: Dani Monteiro (PSOL)
Vice Presidente: Renan Ferreirinha (PSB)
Relatora: Zeidan Lula (PT)
Membros efetivos: Max Lemos (MDB) e Tia Ju (PRB)
Membros suplentes: Renata Souza (PSOL) e Mônica Francisco (PSOL)
Referências do texto:
Requerimento da Comissão na ALERJ - Requerimento 017/2019
Notícia - Instalação da Comissão Especial da Juventude
Notícia - Audiência Pública sobre emprego e renda da Juventude
Notícia - Controle de armas enquanto política de proteção aos jovens
Notícia - Audiência Pública de Assistência Estudantil
Notícia - Cultura como forma de desenvolvimento socioeconômico da juventude
Notícia - Demandas da juventude na região serrana do Rio de Janeiro
Portal da Comissão Especial da Juventude