Linchamentos (2011 a 2020) - Um estudo sobre casos noticiados em Manaus, Grande São Luís e Grande Vitória (relatório): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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O presente relatório é fruto da pesquisa lançada pelo ILHARGAS, em parceria com o Information & mediaLab (UFPR) e financiamento da FAPEAM e do CNPq. O estudo foi realizado a partir de casos noticiados em Manaus (AM), na Grande São Luís (MA) e na Grande Vitória (ES) e é um convite à reflexão sobre a expansão do punitivismo racista nas ruas brasileiras.
O relatório "Linchamentos: um estudo sobre casos noticiados em Manaus, Grande São Luís e Grande Vitória (2011-2020)" reúne resultados de uma pesquisa sobre eventos de linchamento ocorridos nos municípios de Manaus (AM), São Luís (MA) e Vitória (ES). Lançado em 2022, pelo ILHARGAS, coletivo de "pesquisa, extensão, (des)educação e movimentos", vinculado à Universidade Federal do Amazonas, o estudo foi feito em parceria com o Information & mediaLab (Universidade Federal do Paraná) e envolveu uma rede de grupos de pesquisa de seis instituições. Financiado pela FAPEAM e CNPq. foi realizado a partir de casos noticiados em Manaus, São Luís e Vitória e é um convite à reflexão sobre a expansão do punitivismo racista nas ruas brasileiras.
  Autoria: Fabio Magalhães Candotti (coordenação).
  Autoria: Fabio Magalhães Candotti (coordenação)<ref>Conteúdo reproduzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco. Fonte: [https://ilhargas.ufam.edu.br/pesquisa/58-projetar/130-linchamentos-um-estudo-sobre-casos-noticiados-em-manaus-grande-sao-luis-e-grande-vitoria-2011-2020.html ILHARGAS]</ref>.
[[Arquivo:Capa do relatório "Linchamentos"..png|centro|miniaturadaimagem|Capa do relatório "Linchamentos".]]
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== Introdução ==
== Introdução ==
­­­­­­O projeto buscou compreender a atualidade dos linchamentos, entre 2011 e 2020, em Manaus, na Região Metropolitana da Grande São Luís e na Região Metropolitana da Grande Vitória. A pesquisa envolveu uma rede de grupos de pesquisa de seis instituições: UFAM, UEMA, UVV, UFES, UFPR e UFSCar. A metodologia incluiu: a coleta e análise de reportagens publicadas em portais online da imprensa local e construção de um banco de dados; coleta e análise de comentários em redes sociais; e, em menor medida, coleta de relatos e etnografias. Entre os resultados obtidos, contabilizamos 677 pessoas linchadas em 600 eventos, com mais de 50% dos registros concentrados em Manaus. Notamos o crescimento geral ininterrupto ao longo do período, atingindo 131 casos em 2020, com curvas distintas entre os locais e uma taxa de letalidade média de 26%. Quase metade dos registros ocorreram à luz do dia e 71% dos casos foram motivados pela suspeita de crimes contra o patrimônio. O perfil majoritário de pessoas linchadas reproduz o das vítimas de homicídios no Brasil: homens, jovens, não brancos (negros e indígenas) e de classe trabalhadora. Os registros também apontaram para uma alta presença de agentes de segurança pública nos locais de linchamento: 75% dos casos. Por fim, uma análise geral do tipo de dado fornecido por reportagens sugerem a reprodução jornalística do discurso e do registro policial e a legitimação do linchamento como punição. Como conclusão, pode-se afirmar que, no Brasil, linchamentos são práticas comuns (provavelmente em crescimento) de punição e produção de sofrimento, sugerindo a existência de um vigilantismo difuso e racista, que amplia a violência sobre grupos sociais vulneráveis e intensifica um poder punitivo igualmente difuso. Desse modo, o tema merece maior atenção da pesquisa científica, do Estado e da sociedade civil. O banco de dados e o relatório público do projeto podem ser encontrados aqui, no site do coletivo de pesquisa e extensão ILHARGAS – Cidades, Políticas e Violências (UFAM).
­­­­­­O projeto buscou compreender a atualidade dos linchamentos, entre 2011 e 2020, em Manaus, na Região Metropolitana da Grande São Luís e na Região Metropolitana da Grande Vitória. A pesquisa envolveu uma rede de grupos de pesquisa de seis instituições: UFAM, UEMA, UVV, UFES, UFPR e UFSCar. A metodologia incluiu: a coleta e análise de reportagens publicadas em portais online da imprensa local e construção de um banco de dados; coleta e análise de comentários em redes sociais; e, em menor medida, coleta de relatos e etnografias. Entre os resultados obtidos, contabilizamos 677 pessoas linchadas em 600 eventos, com mais de 50% dos registros concentrados em Manaus. Notamos o crescimento geral ininterrupto ao longo do período, atingindo 131 casos em 2020, com curvas distintas entre os locais e uma taxa de letalidade média de 26%. Quase metade dos registros ocorreram à luz do dia e 71% dos casos foram motivados pela suspeita de crimes contra o patrimônio. O perfil majoritário de pessoas linchadas reproduz o das vítimas de homicídios no Brasil: homens, jovens, não brancos (negros e indígenas) e de classe trabalhadora. Os registros também apontaram para uma alta presença de agentes de [[Dossiê de Segurança Pública (coletânea)|segurança pública]] nos locais de linchamento: 75% dos casos. Por fim, uma análise geral do tipo de dado fornecido por reportagens sugerem a reprodução jornalística do discurso e do registro policial e a legitimação do linchamento como punição. Como conclusão, pode-se afirmar que, no Brasil, linchamentos são práticas comuns (provavelmente em crescimento) de punição e produção de sofrimento, sugerindo a existência de um vigilantismo difuso e racista, que amplia a violência sobre grupos sociais vulneráveis e intensifica um poder punitivo igualmente difuso. Desse modo, o tema merece maior atenção da pesquisa científica, do Estado e da sociedade civil. O banco de dados e o relatório público do projeto podem ser encontrados aqui, no site do coletivo de pesquisa e extensão ILHARGAS – Cidades, Políticas e Violências (UFAM).


== Relatório completo ==
== Relatório completo ==
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== Referências bibliográficas ==
Candotti, Fabio Magalhães. Linchamentos [livro eletrônico] : um estudo sobre casos noticiados em Manaus, Grande São Luís e Grande Vitória (2011-2020) / Fabio Magalhães Candotti, Luiz Rogério Lopes Silva, Natasha Nunes Ricardo Lourenço – Manaus, AM: Ilhargas; Universidade Federal do Amazonas, 2022. 86 p.


== Ver também ==
== Ver também ==
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[[Categoria:Temática - Violência]]
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Edição atual tal como às 16h13min de 11 de novembro de 2024

O relatório "Linchamentos: um estudo sobre casos noticiados em Manaus, Grande São Luís e Grande Vitória (2011-2020)" reúne resultados de uma pesquisa sobre eventos de linchamento ocorridos nos municípios de Manaus (AM), São Luís (MA) e Vitória (ES). Lançado em 2022, pelo ILHARGAS, coletivo de "pesquisa, extensão, (des)educação e movimentos", vinculado à Universidade Federal do Amazonas, o estudo foi feito em parceria com o Information & mediaLab (Universidade Federal do Paraná) e envolveu uma rede de grupos de pesquisa de seis instituições. Financiado pela FAPEAM e CNPq. foi realizado a partir de casos noticiados em Manaus, São Luís e Vitória e é um convite à reflexão sobre a expansão do punitivismo racista nas ruas brasileiras.

Autoria: Fabio Magalhães Candotti (coordenação)[1].
Capa do relatório "Linchamentos".

Introdução[editar | editar código-fonte]

­­­­­­O projeto buscou compreender a atualidade dos linchamentos, entre 2011 e 2020, em Manaus, na Região Metropolitana da Grande São Luís e na Região Metropolitana da Grande Vitória. A pesquisa envolveu uma rede de grupos de pesquisa de seis instituições: UFAM, UEMA, UVV, UFES, UFPR e UFSCar. A metodologia incluiu: a coleta e análise de reportagens publicadas em portais online da imprensa local e construção de um banco de dados; coleta e análise de comentários em redes sociais; e, em menor medida, coleta de relatos e etnografias. Entre os resultados obtidos, contabilizamos 677 pessoas linchadas em 600 eventos, com mais de 50% dos registros concentrados em Manaus. Notamos o crescimento geral ininterrupto ao longo do período, atingindo 131 casos em 2020, com curvas distintas entre os locais e uma taxa de letalidade média de 26%. Quase metade dos registros ocorreram à luz do dia e 71% dos casos foram motivados pela suspeita de crimes contra o patrimônio. O perfil majoritário de pessoas linchadas reproduz o das vítimas de homicídios no Brasil: homens, jovens, não brancos (negros e indígenas) e de classe trabalhadora. Os registros também apontaram para uma alta presença de agentes de segurança pública nos locais de linchamento: 75% dos casos. Por fim, uma análise geral do tipo de dado fornecido por reportagens sugerem a reprodução jornalística do discurso e do registro policial e a legitimação do linchamento como punição. Como conclusão, pode-se afirmar que, no Brasil, linchamentos são práticas comuns (provavelmente em crescimento) de punição e produção de sofrimento, sugerindo a existência de um vigilantismo difuso e racista, que amplia a violência sobre grupos sociais vulneráveis e intensifica um poder punitivo igualmente difuso. Desse modo, o tema merece maior atenção da pesquisa científica, do Estado e da sociedade civil. O banco de dados e o relatório público do projeto podem ser encontrados aqui, no site do coletivo de pesquisa e extensão ILHARGAS – Cidades, Políticas e Violências (UFAM).

Relatório completo[editar | editar código-fonte]

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

Candotti, Fabio Magalhães. Linchamentos [livro eletrônico] : um estudo sobre casos noticiados em Manaus, Grande São Luís e Grande Vitória (2011-2020) / Fabio Magalhães Candotti, Luiz Rogério Lopes Silva, Natasha Nunes Ricardo Lourenço – Manaus, AM: Ilhargas; Universidade Federal do Amazonas, 2022. 86 p.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  1. Conteúdo reproduzido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco. Fonte: ILHARGAS