Paulo Cândido (entrevista): mudanças entre as edições
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Edição das 14h57min de 22 de fevereiro de 2024
A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias”, desenvolvida pela UERJ-FEBEF (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense).
Autoria: Mauro Amoroso / Paulo Cândido (entrevistado)[1].
Os depoimentos
Os depoimentos dos moradores da Vila Aliança na pesquisa “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele.
Resumo da entrevista
Paulo cresceu no Rio de Janeiro, em Vaz Lobo, mas mudou-se para a Vila Operária aos 14 anos. Sua infância foi cheia de brincadeiras de rua, principalmente futebol. Ele ajudou a construir a casa da sua família, participando ativamente, inclusive removendo um barranco do terreno.
Antes de se mudar para a Vila Operária, Paulo viveu na Paulicéia e passava as férias na casa da sua tia. Após a morte da mãe, ele morou com parentes em Vaz Lobo até o pai se casar novamente. Sua convivência com a madrasta foi positiva, tornando-se uma figura materna para ele.
Na Vila Operária, a vida era simples, com a família colaborando em tarefas domésticas. Paulo destacou desafios no fornecimento de água, principalmente nos últimos 15 anos, e lembrou de usar um poço na época mencionada por Kátia. O transporte era feito principalmente a pé, mesmo havendo a opção de ônibus, e Paulo frequentava a casa da tia em Vaz Lobo.
Ao longo dos anos, a Vila Operária passou por mudanças. No início, era um lugar espaçoso com atividades comunitárias, como esportes e festas. Paulo mencionou um morador, Mauricio, que organizava esses eventos.
Na adolescência, Paulo começou o ensino médio no Dulce Petri no Beira Mar, mas interrompeu para seguir a carreira militar como cozinheiro na Marinha, onde permaneceu até 2014. Ele viajou para diferentes lugares devido à sua carreira e acabou envolvido na administração e coordenação das atividades na cozinha.
Paulo também compartilhou que a comunicação sobre o futuro entre os jovens na Vila Operária era limitada, e as perspectivas variavam. Poucos tinham planos definidos, mas sua experiência na carreira militar foi positiva, apesar da falta de interesse geral.
A entrevista abrangeu diversos aspectos da vida de Paulo na Vila Operária, desde sua infância até a vida militar e a abertura de um bar na comunidade durante a pandemia. Mostrou a evolução da comunidade ao longo do tempo e as experiências pessoais de Paulo, oferecendo uma visão abrangente da sua vida.
Entrevista na Íntegra
Ver também
- Vila Operária (pesquisa)
- Memória e identidade dos moradores de Nova Holanda (livro)
- Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por Terra e Moradia na Região de Jacarepaguá
- ↑ O material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.