Mangueira

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autoria: Fernando Ermiro.
Coautoria: Pablo Brandão
Morro da Mangueira.jpg


A Mangueira é um bairro da Zona Central do município do Rio de Janeiro. É administrado pela subprefeitura do Centro e Centro Histórico e pela Região VII - Grande Bairro Imperial, uma das cinco regiões a compor a subprefeitura do Centro e Centro Histórico. Inserida na Área de Planejamento I. O bairro possui duas estações de trem e uma de Metrô Estação Maracanã/Mangueira. Um dos grandes atrativos é escola de samba Estação Primeira de Mangueira, grande campeã do Carnaval Carioca. Faz limite com Bairro de São Cristóvão, Benfica, Maracanã, Vila Isabel e São Francisco Xavier. 

O Complexo de Mangueira é constituído pelo Morro de Mangueira (Chalé e Buraco Quente e Olaria), Morro dos Telégrafos (Vila esperança, Telégrafos e Três Tombos) e Morro da Candelária (Pedra, Caboclo, Parque Candelária e Bartolomeu Gusmão), além da Sinimbu, Vila da Paz, Favela do Metrô e Vila da Paz já em São Francisco Xavier.

História

Em 1850 é aprovada a Lei Eusébio de Queiroz, que destinava a colocar fim ao tráfico negreiro na costa brasileira. Construída por determinação de D. Pedro II – o imperador –, ligava o Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista ao Quartel General do Exército no Campo de Sant’Annna, no Rio de Janeiro então capital do império. Inaugurada em 11 de maio de 1852, fez a localidade ser conhecida por um novo nome Morro do Telégrafo, até então a elevação localizada aos fundos do Palácio Imperial, era conhecida como Pedreira da Quinta. Os primeiros moradores da localidade, são antigos funcionários do Complexo Residencial Imperial, além dos chamados Escravos da Nação que atuaram na construção da Linha Telegráfica.

Posteriormente a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, muitos negros tanto do interior do estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e da Bahia que se deslocaram para o Rio de Janeiro, em busca de emprego, intensificaram o povoamento da localidade ao longo das décadas que se seguiram. Pouco depois, foi instalada ali perto uma indústria com o nome de Fábrica de Fernandes Braga, que produzia chapéus e que, em pouco tempo, passou a ser conhecida como "fábrica das mangueiras", já que a região era uma das principais produtoras de mangas do Rio de Janeiro. Não demorou muito para que a Fábrica de Fernandes Braga mudasse para Fábrica de Chapéus Mangueira.

Em relação a confusão sobre o ano de abertura da estação de trem de Mangueira, é importante pontuar que, em 1865, o Imperador Dom Pedro II, estabeleceu a parada de Mangueira, entre as estações de São Cristóvão e de São Francisco Xavier, a estação de Mangueira, dava acesso principalmente para a Rua 8 de Dezembro, e para o local, onde hoje é o Complexo Esportivo do Maracanã e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que eram denominadas, como pertencentes a Mangueira, em mapas da cidade do Rio de Janeiro, datados de 1885, é possível confirmar, já em mapas disponíveis e localizados, de anos rapidamente posteriores, já existe a identificação da Mangueira, como estação de trem, uma categoria idêntica as de São Cristóvão e São Francisco Xavier, como a identificação do Derby Club, na região que é abarcada como Mangueira, o morro em si continuava a ser denominado como Morro do Telégrafo.

O novo nome era tão forte que a Estrada de Ferro Central do Brasil batizou oficialmente de Mangueira a estação de trem em 1889, que já estava em funcionamento. A elevação ao lado da linha férrea também começou a ser chamada de Mangueira, enquanto o antigo nome de Telégrafo (no singular) permanece para identificar apenas uma parte do morro. Atualmente, Telégrafo, Pindura Saia, Santo Antônio, Chalé, Faria, Buraco Quente, Curva da Cobra, Candelária e outros são pequenos núcleos populacionais que formam o Complexo do Morro de Mangueira.

O Visconde de Niterói, que recebeu o morro de presente do Imperador D. Pedro II já era falecido quando os primeiros moradores instalaram os seus barracões, e outros, mais espertos, construíam moradias para alugar, como foi o caso do português Tomás Martins, padrinho do futuro compositor e poeta Carlos Cachaça, que aos oito anos de idade vivia no morro, e aponta o padrinho como o verdadeiro fundador do Morro de Mangueira, por ter sido o primeiro a explorá-lo como local de moradia. Aos dez anos, Carlos Cachaça tinha a incumbência de assinar os recibos dos aluguéis, já que o português Tomás Martins era analfabeto.

Em 1908, a prefeitura carioca decidiu reformar a Quinta da Boa Vista e, para isso, demoliu dezenas de casinhas ali construídas por soldados que serviam no 9° Regimento de Cavalaria. Com a permissão de carregar os restos da demolição para onde bem entendessem, os militares escolheram instalar-se no Morro de Mangueira. Outro fato que serviu para aumentar a população da área foi o incêndio que, em 1916, destruiu inúmeros casebres do Morro de Santo Antônio, no centro da cidade. Surgia assim em Mangueira uma comunidade de gente pobre, constituída quase que na totalidade por negros, filhos e netos de escravos, inteiramente identificada com as manifestações culturais e religiosas que caracterizavam esse segmento social e racial.

Do Natal ao Dia de Reis, em 6 de janeiro, conjuntos de pastores e pastorinhas percorriam o morro entoando as suas cantorias. Os católicos construíram uma capela a Nossa Senhora da Glória, que passou a ser a padroeira do morro. O Candomblé e a Umbanda tinham muitos adeptos, e alguns casebres serviam de templos, sendo o principal deles o de Tia Fé, (Benedita de Oliveira), uma mineira (segundo Carlos Cachaça) ou baiana (segundo o neto Sinhozinho, presidente da Estação Primeira na década de 70), que trajava diariamente de baiana, e em cuja casa realizavam-se as grandes festas de Mangueira. Em 1935, houve uma tentativa de descendentes do Visconde de Niterói de despejar os moradores do morro, mas estes foram socorridos pelo prefeito Pedro Ernesto.

Uma nova tentativa, em 1964, feita por um português de sobrenome Pinheiro, que dizia ter adquirido os bens da família Saião Lobato, esbarrou num decreto do governador Carlos Lacerda, desapropriando todo o Morro de Mangueira.

Em 1910, Tia Fé cria o rancho carnavalesco Pérolas do Egito. Entre blocos, ranchos e cordões, outras agremiações surgem depois, tais como Guerreiros da Montanha, Trunfos da Mangueira e Príncipe das Matas. Em 1926, a Mangueira já era um reduto de sambistas, representados no concurso na casa de Zé Espinguela, em 1929, pelo então bloco Estação Primeira. A partir daí sua história se confunde com a história do Carnaval, e de sua mais popular agremiação carnavalesca, a Estação Primeira.

Após a Primeira Guerra Mundial, o Exército, que tinha o domínio da parte plana próxima à Quinta da Boa Vista por questões estratégicas de guerra, permitiu que muitos soldados ali construíssem suas moradias. A remoção dos moradores da favela do esqueleto estrutural dos prédios da UERJ contribuiu para a ocupação do complexo, pois em seguida, estas famílias se dirigiram para tal lugar.

Formado por grandes sambistas do Bloco dos Arengueiros, tais como Cartola, Carlos Cachaça, Zé Espinguela e Saturnino Gonçalves, entre outros, estes abandonaram a idéia deste bloco para em 1928 criar o Estação Primeira, que mais tarde se tornaria a atual escola de samba.

Também existiu na década de 30 a escola Unidos de Mangueira, porém não durou muitos anos. 

Em 03 de Novembro de 2011 a comunidade passou a ser atendida pela 18° Unidade de Polícia Pacificadora. 

Estação Primeira de Mangueira

Brasão da Estação Primeira de Mangueira
Bandeira oficial do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

A Estação Primeira de Mangueira é uma tradicional escola de samba brasileira da cidade do Rio de Janeiro fundada em 28 de abril de 1928, no Morro de Mangueira. O nome da agremiação foi escolhido por Cartola, por ser, a Estação Mangueira, a primeira estação no trajeto entre a Central do Brasil e o subúrbio carioca, onde havia samba. É importante ressaltar que conforme atesta o Blog do Seu Raymundo de Castro, um Baluarte da agremiação que prestou relevantes serviços para a instituição durante toda a sua vida, a primeira denominação da escola, era: Bloco Carnavalesco Estação Primeira, a substituição de "Bloco Carnavalesco", por escola de samba, só veio ocorrer, em 1931, quando foi adotado o termo criado pelos sambistas do Estácio, ficando desta maneira: Escola de Samba Estação Primeira.

A Mangueira foi a primeira escola que criou a Ala de Compositores, fundada em 20 de janeiro de 1939, dia de São Sebastião, bastante cultuado na comunidade.

Mantém, desde a sua fundação, uma única marcação, com o surdo de primeira, na sua bateria, segundo Mestre Tinguinha, fundador da Ala de Bateria da Mangueira, essa característica tem relação com a devoção ao Orixá Oxóssi padroeiro da Estação Primeira, em entrevista ao Jornal O Globo, em 1985, explica: "Quando a baqueta de um surdo estiver no alto, as de todos os outros também estarão levantadas. E elas descem juntas. Enquanto as demais escolas fazem um balanço, nós não podemos.". Outra batida em homenagem ao Orixá são os tamborins que tocam refazendo os sons do Agueré do Deus Yorubá Africano. Mas não é só Oxóssi que é cultuado pela Bateria da Verde e Rosa, a Orixá Iansã, também é, explica Mestre Waldomiro[3 1], responsável pelo comando da Bateria, no que tange a parte musical, entre 1935 e 1983, no documentário "Fala Mangueira", de 1981, que a batida de caixa da Mangueira, é inspirada no barulho do rufar de uma manada de búfalos, simbolizando a ida de Iansã para a guerra. A Orixá guerreira conhecida por se transformar em búfalo e borboleta, a única mudança desde a fundação conta Biraney, um dos diretores da Bateria atualmente, é a mudança do compasso, explica: "Antes o rufar, era no 8º compasso, agora é no 4º compasso".

Em pé, da esquerda para a direita: Quedinho, Alfredo Português, Nego, Geraldo da Pedra, José Ramos, Maçu (Mestre Marcelino) Cartola, Carlos Cachaça, Zagaia e Alfaiate.
Imagem de São Sebastião no Palácio do Samba.

Marcelino Claudino, o Mestre Maçu, introduziu as figuras do Mestre Sala e da Porta Bandeira nos desfiles das escolas de samba. No símbolo da escola, o surdo representa o axé, os ramos de Mangueira a conexão com a ancestralidade, a coroa remete a um significado amplo, o "Ade" representa um símbolo sagrado de conexão com Oludumare, o Deus supremo dos Yorubas, a utilização de sua coroa invoca proteção espiritual, significa ainda as origens da comunidade interligadas com o Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, residência oficial da família real brasileira, entre 1810 e 1889, o Morro de Mangueira fica exatamente aos fundos do Palácio. O verde é uma homenagem ao Orixá padroeiro, Oxóssi Ganga Macaia Rei Gentil da Guiné, e o rosa, uma homenagem a Orixá Iansã Onirã, por isso o cor-de-rosa. As estrelas simbolizam os títulos da agremiação, atualmente sendo vinte conquistas, uma estrela maior, ao centro simboliza o Super Campeonato[2 1] da escola conquistado em 1984, na inauguração do sambódromo, naquele que é considerado o maior dos desfiles de uma escola de samba de todos os tempos. [Estação Primeira de Mangueira 1]

Mônica Benício, viúva de Marielle, no desfile da escola em 2019.

Considerada a mais popular entre as escolas de samba, ocupa o posto de segunda maior vencedora no rol das campeãs do carnaval do Rio de Janeiro, detendo 20 conquistas no total. Seu último título foi conquistado no ano de 2019 quando o desfile da escola trouxe o enredo "História pra Ninar Gente Grande" que apresentou uma versão crítica da História do Brasil, exaltando lideranças populares negligenciadas pela narrativa oficial e desconstruindo a imagem de figuras apontadas como "heroicas". Um dos momentos mais marcantes do desfile foi a inclusão de uma homenagem à vereadora Marielle Franco.

A Verde e Rosa é referência no samba, tendo além do Cartola, considerado por muitos o mais genial dos compositores brasileiros, nomes da extirpe de Nelson Sargento, Nelson Cavaquinho, Leci Brandão, Padeirinho, entre outros, mas tem em seu Programa Social, uma de suas principais bases de atuação. Mais do que uma Escola de Samba é Uma Escola de Vida, frase dita por Dona Neuma Gonçalves, um dos ícones mangueirenses, quando o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, visitou a Vila Olímpica, em 1996. Atualmente o Programa Social da Mangueira é composto por diversos projetos e iniciativas, entre eles o Camp Mangueira, o Instituto Mangueira do Futuro, o Instituto Profissionalizante Mangueira, a Escola Tia Neuma, o Ciep 241 Nação Mangueirense - Governador Leonel de Moura Brizola, a Casa Lar Mangueira, o Centro Esportivo Mangueira, entre outros.

Outro ponto alto dos projetos sociais é a Mangueira do Amanhã, escola de samba mirim, fundada pela cantora Alcione Nazareth, no dia 15 de agosto de 1987, atualmente presidida pela Rainha de Bateria da agremiação Evelyn Bastos, nascida e criada na comunidade do Morro de Mangueira, conhecida pela defesa dos direitos humanos, principalmente no combate ao racismo, a homofobia e ao feminicídio.

A força das mulheres mangueirenses é algo notório, no início Tia Fé e Tia Tomásia, depois Dona Neuma e Dona Zica, Alcione e Beth Carvalho. Atualmente Eli Gonçalves da Silva, filha da lendária Tia Neuma, ocupa o posto de presidente de honra, Chininha, como é conhecida, foi a primeira mulher a se tornar presidenta da Mangueira, em 2007. Atualmente outra mulher ocupa a presidência, Guanayra Firmino, que é tataraneta de Tia Fé.

Com o crescimento do mundo do samba, a Estação Primeira de Mangueira trouxe melhorias e um certo prestígio a comunidade, obtendo apoio governamental e de empresas para oferecer cursos e opções de esportes e lazer à população local. A identidade do morro e da escola com o tempo se misturaram, a ponto de a Supervia ter pintado a bandeira verde e rosa da agremiação na estação de trem.

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CAMPEONATOS

A Estação Primeira de Mangueira conquistou vinte campeonatos ao longo de sua história, é a primeira campeã de um concurso oficial, organizado pelo jornal O Mundo Sportivo, e é a única Supercampeã, título conquistado em 1984, na inauguração do Sambódromo.

1932:

1933:

1934:

1940:

1949:

1950:

1954:

1960:

1961:

1967:

1968:

1973: Lendas do Abaeté

1984: Yes! Nós Temos Braguinha

1984 (Supercampeonato): Yes! Nós Temos Braguinha

1986: Caymmi Mostra ao Mundo o que a Bahia e a Mangueira têm

1987: No Reino das Palavras - Carlos Drummond de Andrade

1998: Chico Buarque da Mangueira

2002: Brasil com "Z" é pra Cabra da Peste - Brasil com "S" é a Nação do Nordeste

2016: Maria Bethânia a Menina dos Olhos de Oyá

2019: História Pra Ninar Gente Grande

Mangueira conquista o seu vigésimo campeonato com o histórico desfile: História Pra Ninar Gente Grande
Integrantes da diretoria da Mangueira vibram com a conquista de mais uma nota dez pela agremiação. Foto: Marcos Serra Lima










PRESIDENTES

Foto do primeiro presidente da Estação Primeira, sua gestão e seu legado para o carnaval e para as escolas de samba são de dimensões imensuráveis. Saturnino garantiu que as bases fundantes do que são as escolas de samba se consolidassem e permanecesse intactas até os dias atuais. Saturnino é filho de Hilário Jovino, e pai de Dona Neuma Gonçalves da Mangueira.

SATURNINO GONÇALVES (1928 - 1935)

Primeiro presidente da Estação Primeira de Mangueira, Saturnino Gonçalves, é pai da lendária Neuma Gonçalves, a Dona Neuma, responsável pela fundação da Ala das Baianas de Mangueira, do Departamento Feminino, entre outras realizações.

Saturnino Gonçalves, nasceu no Estácio, no centro da cidade, carece de informações mais objetivas e consistentes sobre o nome de sua mãe, certo é que seu pai se chama Hilário Jovino, o criador e fundador dos Ranchos Carnavalescos. O agitador cultural, que nasceu em Pernambuco, mas foi criado na Bahia e veio para o Rio de Janeiro.

Satu como era chamado por seus amigos, morava em Madureira, com suas filhas e esposa, quando foi chamado por Fé Benedita de Oliveira, a Tia Fé, para se instalar em sua residência, durante a epidemia de varíola que assolou o Rio de Janeiro.

Júlio Dias Lopes, genro de Tia Fé, casado com sua filha Palméria é quem teve a missão de ir até Madureira, buscar o amigo. Tia Fé, o conhecia de longa data, tendo em vista que ela teve uma duradoura relação amorosa com o pai de Saturnino, o seu Hilário. Tia Fé, que é mineira, chegou ao Rio de Janeiro, no pós abolição e se instalou na região da Gamboa, ou a famosa, Pequena África. Posteriormente veio a se instalar no Cabeça de Porco, cortiço em que moravam cerca de 3 mil pessoas aos pés do Morro da Providência, com sua demolição, se instalou na Praça XI, na casa da famosa Tia Ciata de Oxum.

Para aqueles que desconhecem a história de Ciata de Oxum, ela tinha um relacionamento com Hilário Jovino, ao descobrir a traição do companheiro, com a amiga, expulsou imediatamente a Tia Fé, que se instalou no Morro de Mangueira, construindo um barraco para si, o local, é onde hoje é o Viaduto Angenor de Oliveira, posteriormente se instalou na Travessa Saião Lobato, onde hoje fica o "TRINTA". Sua residência está patrimoniada pelo MUCÉU - Museu a Céu Aberto de Mangueira. Morando em Mangueira e seguindo o amado, criou em 1910, o Rancho Pérolas do Egito.

O primeiro presidente da Mangueira, segundo Onésio Meirelles, que tinha este apelido Satú, era extremamente inteligente e sua perspicácia e habilidade com as palavras causava admiração nos seus companheiros de samba. Saturnino também era compositor, mas foi como gestor e líder político que se destacou e escreveu o seu nome na história. Integrante do Bloco dos Arengueiros, ou dos bagunceiros e brigões do Morro, Saturnino participou da fundação da Estação Primeira, que ocorreu no terreiro de Tia Fé, no dia 28 de abril de 1928, dia do aniversário de sua filha Cecéia, que ganhou a escola de samba de presente do pai, que se esqueceu do aniversário da filha e ele disse que ela estava ganhando uma escola de samba de presente.

Cecéia não gostou muito do presente, tendo em vista o seu quase nenhum envolvimento com a escola de samba, ao longo de sua vida, o contrário de sua irmã, Neuma Gonçalves, que durante mais de 50 anos, foi figura central política da Mangueira e da comunidade. Saturnino foi tricampeão, em 1932, em 1933 e 1934.




Delimitação Geográfica

Delimitação do bairro Mangueira, Código 011, segundo o Decreto número 5.280 de 23 de agosto de 1985.

"Do entroncamento da Rua Abdon Milanez com a Rua Ana Néri; por esta (excluída, excluindo a Praça Guilherme Guinle), atravessando a Rua Visconde de Niterói, até o Ramal Leopoldina RFFSA; pelo leito deste (incluindo o trecho da Rua Santos Melo sobre a Estrada de Ferro e o Viaduto da Mangueira); e pelo Ramal Principal da RFFSA, passando pela Estação de Mangueira (incluída, incluindo a passarela ao lado da Estação) até a Avenida Bartolomeu de Gusmão; por esta (incluída) e pelos limites das áreas sob jurisdição Militar e da Quinta da Boa Vista, ao final da Rua Sinimbu (excluída); daí, em linha reta perpendicular à Rua Sinimbu, até a Rua São Luiz Gonzaga; por esta (excluída) até a Rua Chantecler, por esta (excluída) até seu final, e daí, até o final da Rua Vigário Morato; por esta (excluída) até a Rua Abdon Milanez; por esta (excluída) ao ponto de partida."

Está é a delimitação geográfica do Complexo de Mangueira, um conjunto de territórios e comunidades, algumas de classe média, como as que habitam os condomínios residências localizados na Rua Visconde de Niterói. Algumas localidades como a Vila Esperança na Sinimbu, são extremamente precarizadas com casas constituídas ainda por restos e sobras de materiais de construção.

Televisão e Cinema

Foi cenário para o quinto episódio da série As Cariocas, A Internauta da Mangueira. Esta foi escrita por Euclydes Marinho e dirigida por Daniel Filho. A série foi exibida pela Rede Globo a partir de 19 de outubro de 2010, às terças-Feiras às 23h.

O filme O Assalto ao Trem Pagador, de 1962, teve parte de suas cenas filmadas no morro, sendo este o núcleo do personagem Tião Medonho e seus comparsas.

Referências Bibliográficas

  1. Wikipédia - Mangueira
  2. Sabren - Mangueira
  3. Data Rio - Bairros Cariocas 
  4. Wikipédia - Estação Primeira de Mangueira
  5. Mangueira - Programa Social
  6. Mangueira - História da Mangueira
  7. Correio Braziliense - Com homenagem a Marielle Franco, Mangueira é campeã do carnaval do Rio
  8. G1 - Conheça os heróis citados no samba e no enredo da Mangueira no carnaval de 2019
  1. (12) Memória Mestre Waldomiro⭐ Waldemiro Tomé... - Avante Mangueira | Facebook
  1. ESTATUTO SOCIAL – Mangueira
  1. Mangueira – o Surdo Um dedicado em louvor a Oxóssi (wordpress.com)