Projeto SAGAS

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 15h05min de 2 de setembro de 2024 por Hugo Oliveira (discussão | contribs)

O Projeto SAGAS, que garantiu a preservação dos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, completa 40 anos!

Nascido da luta incansável dos moradores contra a especulação imobiliária, em parceria com técnicos da Prefeitura, o projeto resultou na criação das Áreas de Proteção ao Ambiente Cultural (APAC) – um marco na preservação do nosso patrimônio histórico e cultural.

Para celebrar e refletir sobre esse movimento tão importante, convidamos você a participar do Seminário.

Autor: Hugo Oliveira

Sobre

Em 1984, a luta pela preservação dos imóveis nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo deu origem ao Projeto SAGAS, uma das forças motrizes para a criação das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural(APACs). De lá para cá, as APACs, política pública urbana que teve a inovação da participação das associações de moradores, vêem resistindo a diversas ameaças, como os impactos de alterações no sistema viário, na infraestrutura e na ocupação. A APAC SAGAS, por exemplo, lida hoje com a possibilidade de construção de edificações de até 50 pavimentos.

As Sagas, no Rio de Janeiro-RJ, foram tombadas por sua importância arquitetônica, histórica e cultural.

Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) – Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro (PMRJ)

Nome Atribuído: Sagas – Bens Culturais Localizados Nos Bairros Saúde, Gamboa, Santo Cristo e Parte do Centro.

Localização: R. Farnese, n° 45 – Rio de Janeiro-RJ

Tombamento: Definitivo / Averbado: sim

CONJUNTOS:

• 3 (três) casas com porão – R. Farnese, n° 45, 49 e 51 – Santo Cristo

• Galpões da Estrada de Ferro Central do Brasil, na faixa de domínio da RFFSA, Santo Cristo.

• Trapiche – R. Santo Cristo, n° 152 – Santo Cristo

• Oratório do Morro da Providência – Morro da Providência – Saúde

• Igreja de São Pedro – R. Cardoso Marinho, n° 59 – Santo Cristo

• Conjunto compreendendo o Hospital de Nossa Senhora da Saúde e a Igreja de Santo Cristo dos Milagres – Morro da Gamboa.

• Prédio do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores Urbanos de Passageiros do Município do Rio de Janeiro – R. Camerino, n° 66 – Centro

• Moinho Fluminense – R. Sacadura Cabral, n° 290 – Gamboa

• Solar – R. Barão de São Félix, n° 94 – Centro

• Escadaria – Localizada na R. Costa Barros, entre a R. Rosa Saião e Travessa Ladeira do Livramento – Gamboa.

Resolução de Tombamento: Decreto n° 6.057 de 23/08/86 – DOM de 27/08/86

[1]

Resolução de Tombamento: Decreto n° 6.598 de 29/04/87 – DOM de 30/04/87 (retificação: Moinho Fluminense)

[2]

Resolução de Tombamento: Decreto n° 14.750 de 25/04/96

MAPAS

Mapa - APAC SAGAS 1
Mapa APAC SAGAS 2









Obs.: Mapas com os limites do perímetro da área de abrangência da APAC SAGAS. Mapa 1 -com destaque para o Morro da Providência e Santo Cristo, Mapa 2 - com destaque para a região do Porto.

SAGAS 40 Anos depois

O projeto SAGAS, responsável pela preservação dos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, completou 40 anos, reafirmando seu papel crucial na defesa do patrimônio cultural do Rio de Janeiro. Nascido da resistência dos moradores contra a especulação imobiliária, o projeto, em parceria com técnicos da Prefeitura, resultou na criação das Áreas de Proteção ao Ambiente Cultural (APAC), um marco legal essencial para a preservação da memória e da história desses bairros.

Para celebrar essa conquista e refletir sobre os desafios atuais, o Instituto 215, junto com parceiros, organizou um evento que revisitou os propósitos do SAGAS de 1984 e discutiu as ações necessárias para garantir a continuidade de seus objetivos. As mesas de debate, intituladas “1984: Memória e luta nos bairros portuários” e “O SAGAS e o patrimônio cultural hoje”, reuniram arquitetos, urbanistas, líderes comunitários, historiadores e pesquisadores para discutir a relevância do projeto no contexto atual.

No entanto, assim como há 40 anos, as APACs enfrentam novas ameaças de uma nova onda especulativa que visa revisar dezenas de áreas protegidas. Esse evento não só celebra o legado do movimento comunitário, mas também reafirma a importância de lutar pela preservação desses espaços, garantindo que o instrumento jurídico, nascido da mobilização popular, continue a proteger a história e a identidade cultural da região por muitos anos.

Ver Também

Notas e Referências

1. http://www.rio.rj.gov.br/web/irph/apac

2.