Morro da Providência - Práticas Artísticas e Culturais

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O Morro da Providência, localizado no centro do Rio de Janeiro, é um lugar de rica diversidade cultural e história vibrante. Este espaço é um berço de práticas artísticas variadas, que vão desde a dança e a música até as artes visuais e expressões culturais.

Esse verbete faz parte do Painel Morro da Providência - Da Providência a Favela.

Autoria: Hugo Oliveira

Sobre[editar | editar código-fonte]

O verbete oferece uma visão abrangente das diversas manifestações artísticas e culturais do Morro da Providência e destaca a riqueza da dança, música, artes visuais, teatro, literatura e expressões culturais presentes no cotidiano dos moradores.

Cada seção descreve como essas formas de arte são vivenciadas e valorizadas, mostrando seu papel na promoção da inclusão e fortalecimento da identidade local. O verbete enfatiza a importância dessas práticas para a coesão social e desenvolvimento comunitário, celebrando a resistência, criatividade e diversidade do Morro da Providência.

Performance Ilé Quilombo da Provi

Dança[editar | editar código-fonte]

A dança no Morro da Providência é uma expressão de identidade e resistência. Ritmos como o samba e o funk são predominantes, refletindo a herança afro-brasileira e a energia vibrante da comunidade. Grupos de dança frequentemente realizam apresentações em praças e eventos comunitários, promovendo a inclusão e celebrando a cultura local.

Destaques da dança que são da Providência:

Valter Ribeiro - Foi parceiro de Dança da Mercerdez Batista, primeira bailarina negra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Hugo Oliveira - Como artista da dança é um dos percursores da House Dance no Rio de Janeiro, escreveu o livro Vem Ni Mim Que Eu Sou Passinho, idealizador do Bonde do Jack e da

Juliana Mello - Dançarina e Coreógrafa

Grupo Efeito Urbano - Primeira Companhia de Dança do Morro da Providência

SAGAS Batalha de Dança de Rua

MC Sabrina

Música[editar | editar código-fonte]

A música é um elemento central da vida no Morro da Providência. O samba, em particular, tem raízes profundas na região, com rodas de samba tradicionais ocorrendo regularmente. Além disso, o funk carioca, o hip-hop e o rap também desempenham papéis significativos, oferecendo uma voz aos jovens e destacando questões sociais. Projetos comunitários de música frequentemente envolvem aulas e workshops, incentivando a participação e o desenvolvimento de novos talentos.

Destaques na música na Providência:

Djonga - Cantor e compositor

Jarbas Carvalho (Srº Binha) - Compositor e Percussionista

Angela Sol - Cantora

Gilbert Vilela - Violinista

Glaucia Maciel - Violinista

Jonathan da Provi - DJ

Junior - DJ

Sabrina - MC

Percussão do Srº Nélio

Samba Providência

Baile de Hollywood

Roda Cultural da Central.

Graffitti do Machado de Assis - Nata Família [Galeria Providência edição 2018]

Artes Visuais[editar | editar código-fonte]

As artes visuais no Morro da Providência são marcadas por grafites e murais que adornam muitas das fachadas. Esses trabalhos artísticos frequentemente abordam temas de resistência, identidade e esperança, transformando o espaço urbano em um Museu a céu aberto do Morro da Providência. Artistas locais, convidados e coletivos colaboram para criar essas peças, que não só embelezam a comunidade, mas também comunicam mensagens com reflexões poderosas. fotografia também tem um papel importante, capturando o cotidiano da comunidade e suas transformações. Artistas locais e coletivos colaboram para criar essas peças, que não só embelezam a comunidade, mas também comunicam mensagens poderosas.

Destaques nas Artes Visuais na Providência:

Maurício Hora é um renomado artista e morador do Morro da Providência, amplamente reconhecido como uma das maiores referências culturais da comunidade. Pioneiro na fotografia dentro de favelas, Maurício foi um dos primeiros a capturar imagens autênticas e reveladoras da vida no Morro, oferecendo uma visão íntima e respeitosa da realidade local. Seu trabalho fotográfico é um reflexo vibrante da vida e das histórias do Morro, celebrando a identidade e a resistência dos moradores da favela. Com um estilo único e inovador, ele não só documenta o Morro, mas também inspira novas gerações a valorizar e preservar sua herança cultural.

Douglas Dobby é um talentoso fotógrafo e morador do Morro da Providência, conhecido por seu olhar único e sensível para o cotidiano da comunidade. Utilizando uma variedade de técnicas e equipamentos, desde câmeras profissionais até celulares, Douglas revela a singularidade dos cenários do Morro com uma perspectiva inovadora. Ao longo dos anos, desenvolveu diversos estilos de fotografia, incluindo Artística, Retrato, Book, Jornalística, Eventos, Still e Mobgrafia. Sua experiência inclui trabalhos notáveis como o Shell Open Air, Festival Planeta Ginga, Galeria Providência e Rua Walls, onde tem contribuído significativamente para a representação visual da cultura e vida local.

Diego Deus é um fotógrafo talentoso e orgulhoso cria do Morro da Providência. Com um olhar atento e sensível, Diego captura a essência vibrante e a rica diversidade cultural de sua comunidade natal. Seus trabalhos revelam a beleza e as complexidades da vida no Morro, oferecendo uma perspectiva única e autêntica. Através de sua fotografia, Diego não apenas documenta o cotidiano da favela, mas também celebra a força e a resiliência de seus moradores. Seu trabalho é um testemunho poderoso do impacto da arte na preservação e valorização da identidade local.

Joyce Marques é moradora do Morro da Providência, fotógrafa e estudante de Marketing e Propaganda. Sua paixão pela fotografia nasceu do outro lado da câmera, quando trabalhava como modelo, e desde então tem se dedicado a capturar a autenticidade e a beleza da sua comunidade. Joyce acredita que conhecer suas origens, sem medo ou vergonha, foi essencial para se tornar a mulher que é hoje. Com o objetivo de mudar a visão estereotipada da favela, ela usa sua arte para desafiar preconceitos e promover uma representação mais verdadeira e positiva do Morro.

A Galeria Providência surge como um projeto inovador de intervenções artísticas e ativação cultural no Morro da Providência, idealizada por Hugo Oliveira e realizado em parceria com outros moradores. O projeto se destaca pela pintura de murais de arte urbana e outras intervenções artísticas, resgatando a ideia de um museu a céu aberto. A Galeria Providência reconhece o Morro da Providência como um espaço para a difusão de diferentes linguagens artísticas, debates sobre a cidade, troca de saberes, patrimônio e memória. Seu objetivo é estimular o fomento da economia local e melhorar as condições de vida dos residentes, celebrando e fortalecendo a identidade e a cultura da comunidade.

Logo Bando Teatro e Favela

Teatro[editar | editar código-fonte]

O teatro no Morro da Providência é uma forma de arte que proporciona um meio poderoso de expressão e reflexão. Grupos de teatro comunitário desenvolvem peças que abordam questões sociais, históricas e culturais, envolvendo os moradores em processos criativos e educativos. Essas iniciativas ajudam a promover a conscientização e o diálogo dentro da comunidade.

Destaque no Teatro na Providência:

Bando Teatro Favela

O Bando Teatro Favela, grupo de teatro do Instituto Entre o Céu e a Favela, e formado pelos jovens Ana Julia Moraes, João Silva, Lucas Ramos, Ludimila Silva, Maria Eduarda Almeida, Raissa Costa e Rhyan Oliveira. O grupo nasceu da vontade de Cintia Santana(Idealizador do grupo e do Instituto) de levar o acesso à arte as crianças da favela, trabalhando autoestima e mostrando que é possível se tornar um profissional das artes cênicas.

“O Bando é a materialização daquilo que transformou a minha vida e que até hoje reflete nas minhas decisões. O teatro mudou a minha trajetória e muda até hoje. Eu criei o Bando, que inclusive teve seu nome inspirado no Bando Teatro Olodum, grupo que também me impactou muito quando assisti, pois sempre quis agradecer e multiplicar esse impacto, passando pra frente, para que de alguma forma exista essa opção na vida de outras crianças também!”, conta Cíntia.

Irmãs Duda e Helena

Literatura[editar | editar código-fonte]

A literatura também tem um papel importante no Morro da Providência, com escritores e poetas locais utilizando suas palavras para contar histórias e expressar as realidades da vida na comunidade. Oficinas de leitura e escrita são realizadas para incentivar o desenvolvimento literário, especialmente entre os jovens, promovendo a alfabetização e a apreciação da literatura.

Destaque na literatura na Providência:

Pretinhas Leitoras

Mestre Eron tocando atacabaque na roda do largo do Cruzeiro - Morro da Providência

Expressões Culturais[editar | editar código-fonte]

As expressões culturais no Morro da Providência são diversas e incluem tradições como capoeira, festas juninas, carnaval e celebrações religiosas. Essas manifestações são oportunidades para a comunidade se reunir, celebrar e manter viva a herança cultural. Além disso, o artesanato local, como ajustes de roupas e acessórios, também desempenharam um papel importante na economia e na identidade cultural da região.

Destaques nas Expressões Culturais na Providência:

Flávio Ribeiro é uma figura emblemática do Morro da Providência, onde nasceu e cresceu. Educado localmente até os 17 anos, sua trajetória mudou aos 18 anos, quando, após um desentendimento familiar, entrou para o tráfico e passou uma década envolvido nesse universo. Apesar dos desafios, Flávio manteve um compromisso com a comunidade ao dar aulas de capoeira para crianças, oferecendo-lhes uma alternativa ao ambiente hostil em que viviam. Atualmente, Flávio é estudante de Direito, professor de capoeira e idealizador da Biblioteca Dodô da Portela, um projeto que visa promover a educação e a cultura no morro, refletindo seu empenho em transformar realidades a partir de si e inspirar novas gerações.

Eron Cesar dos Santos é morador do Morro da Providência, biólogo de formação e contra-mestre de capoeira do Grupo Ventre Livre, com mais de 20 anos de participação ativa no núcleo de capoeira do morro. Historiador autodidata, Eron é o criador do blog Museu Comunitário da Providência, onde, ao lado do morador Roberto Marinho, narra as histórias e memórias do Morro da Providência. Além disso, Eron se dedica a guiar visitas pelo morro, compartilhando seu vasto conhecimento sobre a cultura e a história local, contribuindo para a preservação e valorização do patrimônio da comunidade.

Quinzinho - Quadrilha Junina Estrela Dourada

A.R.E.S. Vizinha Faladeira

G.R.B.C. Fala Meu Louro

Arena Samol

Jeremias - Bar e a Festa de São Jorge

Festival Cultural Novembro Negro é um evento significativo dedicado ao resgate do protagonismo negro e à valorização da memória local. Em sintonia com a Lei 11.645/08, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, o festival visa reforçar a importância desta legislação e homenagear o aniversário do Morro da Providência, a primeira favela do Brasil, além de celebrar o Mês da Consciência Negra.

A programação do festival é extensa e se desenvolve em quatro pontos da região portuária: o Largo da Cruzeiro, a sede da Casa Amarela Providência, a Pista Santo Skate no Morro da Providência, e o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB) na Gamboa. O evento é promovido pela Casa Amarela Providência, que organiza uma série de atividades culturais, educativas e de entretenimento, visando fortalecer a identidade negra e a valorização das tradições e histórias locais.

Impacto e Importância[editar | editar código-fonte]

As práticas artísticas no Morro da Providência são fundamentais para a coesão social e o desenvolvimento comunitário. Elas não só oferecem um meio de expressão para os moradores, mas também ajudam a combater estigmas e a promover a visibilidade da comunidade. Iniciativas culturais e artísticas são essenciais para fortalecer a identidade local e proporcionar oportunidades de crescimento pessoal e coletivo.

Em resumo, a dança, a música, as artes visuais, o teatro, a literatura e outras expressões culturais no Morro da Providência são manifestações ricas e diversas que refletem a história, a resistência e a vitalidade desta comunidade.

Ver também[editar | editar código-fonte]