Rede Nami

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

A Rede Nami é uma Organização da Sociedade Civil (OSC), sem fins lucrativos, localizada no Rio de Janeiro (RJ). Foi criada, em 2010, pela artista Pamela Castro visando combater a violência doméstica.

Autoria: Bruna Martins Oliveira

Histórico[editar | editar código-fonte]

Em 2004 a artista Panmela Castro foi espancada e mantida em cárcere privado por seu companheiro. Resgatada por sua família, prestou queixa na delegacia mas na época a violência doméstica era considerada um crime de menor potencial ofensivo e não houve punição para o seu agressor. Por ser perseguida por seu ex-companheiro, era apenas saindo com os bandos de graffiteiros que Pamela se sentia protegida e, assim, em um devir artístico pela cidade, remontava sua vida. Pamela Castro, que já vinha usando a sua arte para tratar de problemas sociais, em 2008, após saber da aprovação da Lei Maria da Penha (2006), desenvolve uma metodologia para o uso do graffiti como ferramenta de comunicação, informando mulheres e jovens estudantes sobre a lei, a violência doméstica e seus direitos[1].

Sobre[editar | editar código-fonte]

A  Rede NAMI é uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo o uso da arte como veículo de transformação social. Promove, através de seus projetos, os direitos das mulheres, negros, povos originários, pessoas LGBTQIAP+ e pessoas com deficiência.

A principal marca da entidade é lançar mão da arte como uma forma de promoção e busca por direitos. Durante muito tempo, Pamela precisou fugir do seu ex-companheiro e teve seus direitos violados em uma época na qual a Lei Maria da Penha não existia.

Foi com os grupos de grafiteiros e grafiteiras que Pamela encontrou proteção e a arte se tornou um caminho de sobrevivência, ressignificação e resistência para sua vida.

Em mais de uma década, a organização já atendeu e acolheu mais de 10.000 mulheres na cidade do Rio de Janeiro. São episódios marcantes dessa história:

  • Em 2018, o projeto recebeu a vista da ativista paquistanesa Malala Yousafzai, vencedora do Nobel da Paz e conhecida internacionalmente pela luta pelo direito à educação das meninas e mulheres;
  • A agenda de atividades da Rede Nami está alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), tendo um forte compromisso com as pautas que visam a redução das desigualdades e violências de gênero;
  • A Rede Nami tem profundo respeito ao trabalho de Marielle Franco e, assim, como a ativista, apoia ações que alimentam o protagonismo das mulheres, em especial, as que estão em maior situação de vulnerabilidade: mulheres negras, mulheres com deficiência, pessoas que pertencem ao grupo LGBTQIAPN+ e se identificam como mulheres e mulheres que vivem em situação socioeconômica mais fragilizada.

MISSÃO[editar | editar código-fonte]

Quando a violência contra a mulher passou a ser considerada um crime, Pamela ampliou os horizontes e começou a promover oficinas que unissem grafite, acesso à informação, acolhimento e comunicação para mulheres vítimas de violência. É acreditando e impulsionando as AfroGrafiteiras, as artistas e as mulheres que precisam exercer sua voz e vez que a Rede Nami realiza sua missão. Ou seja: a arte aliada à informação e ao acolhimento das mulheres é um caminho potente para que essas mulheres possam exercer o seu direito de existir.

PROJETOS[editar | editar código-fonte]

1. AfroGrafiteiras

O projeto AfroGrafiteiras consiste no incentivo à profissionalização das mulheres artísticas. Trata-se de um projeto educacional em que as participantes são convidadas a debaterem conteúdos teóricos e práticos sobre técnicas artísticas e também sobre direitos humanos. Além disso, as mulheres também se encontram para realizar grafitagens em murais. Durante a pandemia de Covid-19, o projeto se manteve ativo pelo YouTube, com aulas virtuais. Assista uma aula!

2. Fundo Nami Marielle Franco

O projeto consiste em buscar recursos para apoiar projetos que visam impulsionar a vida das mulheres que estão em maior vulnerabilidade social. Resumidamente, as pautas privilegiadas pelo Fundo são eventos, projetos e iniciativas organizadas por associações, coletivos, centros culturais e escolas, sob a liderança de mulheres cis negras, mulheres trans, homens trans, pessoas não-binárias e mulheres com deficiência.

3. Oficinas de Grafite

Visando expandir a missão e o propósito da Rede Nami na sociedade, a entidade organiza e promove oficinas de grafite, direitos humanos e conteúdos teóricos que unem a arte ao combate à violência contra a mulher. Neste caso, o grafite é utilizado como uma potência comunicacional e metodológica para alcançar os mais diversos públicos. As oficinas são gratuitas e ministradas em comunidades e escolas públicas.

4. Museu Vivo NAMI

Para valorizar as artistas e criar espaços para exposição e propagação da arte e dos direitos humanos, a Rede Nami criou o Museu Vivo NAMI, um aberto para todes. Se interessou? Escreva para para museu@redenami.com e saiba mais!

5. Grupo de Acompanhamento

Todas as artistas que estão iniciando um caminho ou mudando a rota artística inseridas na Rede Nami, possuem acesso à mentorias e orientações por meio do Grupo de Acompanhamento em Arte Contemporânea. Os encontros são semanais, conduzidos por uma curadora que incentiva as participantes a refletirem sobre seus trabalhos, criarem projetos e, por fim, participarem de exposições coletivas, financiadas pela organização.

APOIE A REDE NAMI[editar | editar código-fonte]

Gostou do que leu até aqui? Saiba que você pode apoiar o projeto de uma forma mais efetiva. A Rede Nami tem um programa de doações mensais. É possível contribuir via PIX, cartão de crédito ou boleto bancário. Doe aqui!

Redes sociais[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Site Rede Nami

Brazil Foundation

Ver também[editar | editar código-fonte]