Instituto Maria e João Aleixo

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O Instituto Maria e João Aleixo é um novo tipo de instituição que supera as formas tradicionais de como estruturar o conhecimento.

Autoria: Instituto Maria e João Aleixo.
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O Instituto[editar | editar código-fonte]

As instituições tradicionais de produção do conhecimento, notadamente as universidades, se encontram dominadas pelo formalismo burocrático e administrativo; pela hierarquização do saber; pela busca obsessiva de titulações e da conquista de posições distintivas entre os próprios pares; e pela raridade de estudos e intervenções que tratem de questões que afetam o cotidiano, em particular o dos grupos sociais periféricos.

Desafios[editar | editar código-fonte]

Os desafios colocados para as periferias no mundo contemporâneo também apontam a necessidade de ampliar a qualificação técnica, teórica e metodológica dos sujeitos sociais, em particular os oriundos dos territórios periféricos. Formar intelectuais engajados na compreensão da realidade social e capazes de atuarem como protagonistas em processos de intervenção na realidade são demandas colocadas para a construção de uma sociedade sustentada no reconhecimento das diferenças e busca de reduzir as desigualdades.

Objetivos[editar | editar código-fonte]

O Instituto Maria e João Aleixo tem por objetivo primeiro contribuir para a compreensão das formas, funções e processos que caracterizam os territórios periféricos, levando em conta as práticas sociais dos seus sujeitos, e suas formas de inserção no mundo social. Em segundo lugar, o Instituto buscará sistematizar e difundir metodologias e tecnologias sociais que permitam ampliar as possibilidades dos sujeitos oriundos das periferias, especialmente, e o seu lugar político na realidade contemporânea. Por fim, o IMJA buscará construir um movimento Internacional das Periferias que articula pesquisadores associados, ativistas sociais e produtores culturais para a criação de processos colaborativos que permitam ampliar os estudos e as proposições de políticas de desenvolvimento territoriais.

Eixos de ação[editar | editar código-fonte]

No processo de criação do Instituto, optamos por não construir uma instituição de altos estudos com cursos de graduação. Desse modo, não nos propusemos a cumprir a série de exigências firmadas pelo Conselho Nacional de Educação – CNE – e pelo Ministério da Educação – MEC para funcionar. Apesar dessa opção, nos reconhecemos como uma instituição de formação, de pesquisa e de intervenção social, afirmando todas as características de uma instituição de ensino universitário. Da mesma forma, afirmamos a busca da excelência como um objetivo central, mas pensando-o como um processo de superação da lógica meritocrática e hierarquizada que caracterizam as instituições formais reconhecidas pelo Estado e pelo Mercado.

Somos uma organização educadora da sociedade civil, reconhecendo que há uma pluralidade de saberes e práticas no mundo social e que o maior número possível deve estar numa instituição como a nossa, sendo reconhecido, então, tanto os notórios saberes como os notórios fazeres que dão sentido pleno às realidades sociais.

Por isso, buscamos ter entre nossas educandas, pessoas que não são necessariamente reconhecidas pelas organizações acadêmicas tradicionais em termos de titulação, mas são responsáveis pela produção de conceitos, metodologias e tecnologias sociais que contribuem para melhorar a qualidade de vida e ampliar o leque de direitos das moradoras

Nesse contexto, temos construído as ações do IMJA a partir de três eixos interconectados:

REDE DE FORMAÇÃO, REDE DE COMUNICAÇÃO E REDE DE PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO 

Veja também[editar | editar código-fonte]