A cor da violência policial (relatório): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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'''Autoria''': Rede de Observatórios da Seguranca (CESeC)  


'''Autoria''': Rede de Observatórios da Seguranca (CESeC)  
== Apresentação ==
 
= Apresentação =
<p style="text-align: justify;">Em relatório apresentado em dezembro de 2020, a '''Rede de Observatórios da Segurança''', do CESeC, debate "'''''A cor da violência policial: a bala não erra o alvo'''''". Segundo dados apresentados no&nbsp;relatório, o&nbsp;racismo enterra corpos pretos todos os dias. É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado. Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos com a ''necropolítica'', para se fazer cumprir a ''política de branqueamento''&nbsp;do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciado&nbsp;no anuário&nbsp;[[Racismo,_motor_da_violência_(relatório)|"'''''Racismo, motor da violência'''''"]] – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça.</p> <p style="text-align: justify;">Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019. Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública. &nbsp;</p>  
<p style="text-align: justify;">Em relatório apresentado em dezembro de 2020, a '''Rede de Observatórios da Segurança''', do CESeC, debate "'''''A cor da violência policial: a bala não erra o alvo'''''". Segundo dados apresentados no&nbsp;relatório, o&nbsp;racismo enterra corpos pretos todos os dias. É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado. Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos com a ''necropolítica'', para se fazer cumprir a ''política de branqueamento''&nbsp;do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciado&nbsp;no anuário&nbsp;[[Racismo,_motor_da_violência_(relatório)|"'''''Racismo, motor da violência'''''"]] – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça.</p> <p style="text-align: justify;">Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019. Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública. &nbsp;</p>  
= A cor da violência policial: a bala não erra o alvo =
== A cor da violência policial: a bala não erra o alvo ==


&nbsp;<pdf height="800" width="1200">File:Novo-Relatório A-cor-da-violência-policial a-bala-não-erra-o-alvo.pdf</pdf>
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== Veja também ==
== Veja também ==
*[[Parem de nos matar! Violência estatal e racismo nas favelas e periferias (live)]]*
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*[[Cor dos homicídios no Brasil (artigo)]]*
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*[[A cor da morte (resenha)]]
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*[[Racismo, motor da violência (relatório)]]*
*[[Racismo, motor da violência (relatório)]]


[[Category:Violência Policial]] [[Category:Polícia]] [[Category:Racismo]] [[Category:Segurança Pública]] [[Category:Temática - Segurança]]
[[Category:Violência Policial]] [[Category:Polícia]] [[Category:Racismo]] [[Category:Segurança Pública]] [[Category:Temática - Segurança]]

Edição das 14h40min de 11 de maio de 2022

Autoria: Rede de Observatórios da Seguranca (CESeC)  

Apresentação

Em relatório apresentado em dezembro de 2020, a Rede de Observatórios da Segurança, do CESeC, debate "A cor da violência policial: a bala não erra o alvo". Segundo dados apresentados no relatório, o racismo enterra corpos pretos todos os dias. É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado. Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos com a necropolítica, para se fazer cumprir a política de branqueamento do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciado no anuário "Racismo, motor da violência" – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça.

Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019. Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados. 

O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública.  

A cor da violência policial: a bala não erra o alvo

 

 

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