Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por Terra e Moradia na Região de Jacarepaguá: mudanças entre as edições
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A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca, tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras. | A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca, tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras. | ||
== Os depoimentos == | == Os depoimentos == | ||
Os depoimentos de lideranças e protagonistas que estão na resistência das tenções dos interesses dos grandes investidores, dos donos das empresas de ônibus e do desenvolvimento especulativo e predatório, e a pobreza crescente, que chegou ao ápice nos tempos dos megaeventos. O Lugar dos pobres agora é o lugar dos ricos. E os ricos contam com a ação da polícia e de grupos armados para garantir seus negócios. Como também a grilagem e a milicia invadem e negociam terras públicas ou áreas de preservação ambiental, para especular e explorar os moradores. Nestes depoimentos você verá uma linha tempo que registra toda a luta dos Movimentos Sociais, em Jacarepaguá-com narrativas desde a década de 60 até 2016, pela terra e moradia. Esses depoimentos, cedidos pelos depoentes para o Dicionário De Favelas Marielle Franco, foram parte de um projeto financiado pela Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado.02/2011.Em parceria com os Movimentos Sociais e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz da Mata Atlântica. Futuramente você terá acesso ao Documentário e a Cartografia da resistência e das remoções. '''Para acessar os depoimentos e as transcrições, clique nos links abaixo: ''' | |||
#<span style="font-size:medium;">[[Histórias,_Memórias_e_Oralidades_em_Jacarepaguá_-_Dona_Jane]]</span> | Os depoimentos de lideranças e protagonistas que estão na resistência das tenções dos interesses dos grandes investidores, dos donos das empresas de ônibus e do desenvolvimento especulativo e predatório, e a pobreza crescente, que chegou ao ápice nos tempos dos megaeventos. O Lugar dos pobres agora é o lugar dos ricos. E os ricos contam com a ação da polícia e de grupos armados para garantir seus negócios. Como também a grilagem e a milicia invadem e negociam terras públicas ou áreas de preservação ambiental, para especular e explorar os moradores. Nestes depoimentos você verá uma linha tempo que registra toda a luta dos Movimentos Sociais, em Jacarepaguá-com narrativas desde a década de 60 até 2016, pela terra e moradia. Esses depoimentos, cedidos pelos depoentes para o Dicionário De Favelas Marielle Franco, foram parte de um projeto financiado pela Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado.02/2011.Em parceria com os Movimentos Sociais e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz da Mata Atlântica. Futuramente você terá acesso ao Documentário e a Cartografia da resistência e das remoções. '''Para acessar os depoimentos e as transcrições, clique nos links abaixo: ''' | ||
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Edição das 11h34min de 8 de junho de 2021
Autora: Cleonice Dias
Introdução
O presente verbete ocupa-se de relatar o projeto "Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por terra e Moradia na Região de Jacarepaguá". Os limites de Jacarepaguá eram do Grumari, Vila Valqueire até o Joá. A baixada de Jacarepaguá. Com o tempo foi sendo dividido e atualmente é a parte mais pobre, da Baixada de Jacarepaguá.
História de Jacarepaguá
A região de Jacarepaguá, foi desde o inicio da colônia ocupado por engenhos de cana-de-açúcar. A partir da década de 1830 transformou seus antigos engenhos de açúcar em fazendas de lavoura de café. O ciclo da madeira , do carvão e dos laranjais. Na segunda metade do século XIX, os núcleos de ocupação territorial, que se desenvolveram principalmente da confluência dos caminhos e em volta das fazendas, e começaram a dar feições urbanas com grandes residências, estradas e um movimentado comércio. Nesta área encontra-se o Maciço da Pedra Branca, tem um dos maiores Parques Urbanos do mundo, o Parque Estadual da Pedra Branca, que possui cerca de 12.500 hectares de área coberta por vegetação típica da Floresta Atlântica e contribui para o abastecimento de água da região circunvizinha, destacando-se as represas do Pau da Fome e do Camorim, das Taxas e do Engenho Novo. Nesta área situam-se oito bacias principais e 53 microbacias, Observam-se, ainda, em Jacarepaguá, registros de sucessivos ciclos históricos, com suas peculiaridades quanto ao uso dos recursos naturais e às formas de ocupação do território, materializados em um rico conjunto arquitetônico, patrimônio cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC). O “anel de ocupação” da cidade se fecha na década seguinte: as famílias mais abastadas seguiam a ocupação pela Zona Sul até chegar a Barra e a classe operária, em direção ao subúrbio, segue sendo “empurrada” para o subúrbio e Zona Norte, chegando a Jacarepaguá. Talvez, seja daí é que se originam os conflitos pela posse da terra (grilagem), causando, inclusive, mortes. O processo de ocupação iniciado em 1960 foi rápido e desordenado dando origem aos problemas que temos hoje, que vão desde o desmatamento para a construção de condomínios de classe média, do assoreamento dos rios (até hoje a região não tem estações de tratamento de esgoto, sendo este lançado in natura nos rios, transformando-os em valões e decretando sua morte), mobilidade urbana precária, de saúde que não acompanhou o crescimento populacional, bem como a falta de vagas nas escolas - especialmente do EM – e de unidades habitacionais para as gerações posteriores das classes trabalhadoras.
Os depoimentos
Os depoimentos de lideranças e protagonistas que estão na resistência das tenções dos interesses dos grandes investidores, dos donos das empresas de ônibus e do desenvolvimento especulativo e predatório, e a pobreza crescente, que chegou ao ápice nos tempos dos megaeventos. O Lugar dos pobres agora é o lugar dos ricos. E os ricos contam com a ação da polícia e de grupos armados para garantir seus negócios. Como também a grilagem e a milicia invadem e negociam terras públicas ou áreas de preservação ambiental, para especular e explorar os moradores. Nestes depoimentos você verá uma linha tempo que registra toda a luta dos Movimentos Sociais, em Jacarepaguá-com narrativas desde a década de 60 até 2016, pela terra e moradia. Esses depoimentos, cedidos pelos depoentes para o Dicionário De Favelas Marielle Franco, foram parte de um projeto financiado pela Cooperação Social para o Desenvolvimento Territorializado.02/2011.Em parceria com os Movimentos Sociais e o Programa de Desenvolvimento do Campus Fiocruz da Mata Atlântica. Futuramente você terá acesso ao Documentário e a Cartografia da resistência e das remoções. Para acessar os depoimentos e as transcrições, clique nos links abaixo:
- Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Dona_Jane
- Histórias,Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - João_Marco
- Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - José_Jorge
- Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Renato_Dória
- Histórias, Memórias e Oralidades em Jacarepaguá - Guaraci_Jorge_dos_Santos
- Histórias, Memórias_e_Oralidades em Jacarepaguá - Sandra_Maria_Rosa