Rádio Heliópolis FM: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autoria:&nbsp;Hugo Fanton.
Autoria:&nbsp;Hugo Fanton.
Em 8 de maio de 1992, foi criada a&nbsp;Rádio Popular de [[Heliópolis]], favela localizada da Zona Sudeste de São Paulo.&nbsp;A necessidade de informar moradores sobre reuniões e demais atividades levou o grupo a espalhar 14 alto falantes por diferentes pontos da comunidade, conectados a uma vitrola com microfone, localizada na sede da entidade, na rua da Mina.


= A Rádio =
== A Rádio ==


Em 8 de maio de 1992, foi criada a&nbsp;Rádio Popular de [[Heliópolis|Heliópolis]], favela localizada da Zona Sudeste de São Paulo.&nbsp;A necessidade de informar moradores sobre reuniões e demais atividades levou o grupo a espalhar 14 altofalantes por diferentes pontos da comunidade, conectados a uma vitrola com microfone, localizada na sede da entidade, na rua da Mina. A chamada “rádio corneta” era um serviço de informação, que divulgava para os moradores de Heliópolis as reuniões que aconteciam três vezes por semana. Além disso, era utilizada para organizar a coleta de lixo e anunciar crianças, documentos e animais perdidos. “Todo mundo passou a conhecer a rádio e a vir aqui, comunicar, por exemplo, que haveria uma reunião no Núcleo do Imperador ou do PAM, em determinado horário”, conta Mércia.
A chamada “rádio corneta” era um serviço de informação, que divulgava para os moradores de Heliópolis as reuniões que aconteciam três vezes por semana. Além disso, era utilizada para organizar a coleta de lixo e anunciar crianças, documentos e animais perdidos. “Todo mundo passou a conhecer a rádio e a vir aqui, comunicar, por exemplo, que haveria uma reunião no Núcleo do Imperador ou do PAM, em determinado horário”, conta Mércia.


Cinco anos depois, em agosto de 1997, a rádio se tornou emissora FM, graças a uma doação feita por um grupo de alemães que visitou a comunidade e se impressionou com o serviço de altofalantes. Com a verba, foram instalados estúdio e antena, na própria rua da Mina. No entanto, em razão da ilegalidade, a rádio sempre recebeu ameaças de fechamento pelo Poder Público. Durante esses anos, em diferentes momentos, a polícia apreendeu equipamentos e fechou a emissora.
Cinco anos depois, em agosto de 1997, a rádio se tornou emissora FM, graças a uma doação feita por um grupo de alemães que visitou a comunidade e se impressionou com o serviço de altofalantes. Com a verba, foram instalados estúdio e antena, na própria rua da Mina. No entanto, em razão da ilegalidade, a rádio sempre recebeu ameaças de fechamento pelo Poder Público. Durante esses anos, em diferentes momentos, a polícia apreendeu equipamentos e fechou a emissora.
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Essa é a nossa Rádio Comunitária Heliópolis: a voz da Comunidade!
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==Ver também==
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*[[União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região - UNAS|União de Núcleos, Associações de Moradores de Heliópolis e Região (UNAS)]]
 
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Edição atual tal como às 15h51min de 31 de janeiro de 2024

Autoria: Hugo Fanton.

Em 8 de maio de 1992, foi criada a Rádio Popular de Heliópolis, favela localizada da Zona Sudeste de São Paulo. A necessidade de informar moradores sobre reuniões e demais atividades levou o grupo a espalhar 14 alto falantes por diferentes pontos da comunidade, conectados a uma vitrola com microfone, localizada na sede da entidade, na rua da Mina.

A Rádio[editar | editar código-fonte]

A chamada “rádio corneta” era um serviço de informação, que divulgava para os moradores de Heliópolis as reuniões que aconteciam três vezes por semana. Além disso, era utilizada para organizar a coleta de lixo e anunciar crianças, documentos e animais perdidos. “Todo mundo passou a conhecer a rádio e a vir aqui, comunicar, por exemplo, que haveria uma reunião no Núcleo do Imperador ou do PAM, em determinado horário”, conta Mércia.

Cinco anos depois, em agosto de 1997, a rádio se tornou emissora FM, graças a uma doação feita por um grupo de alemães que visitou a comunidade e se impressionou com o serviço de altofalantes. Com a verba, foram instalados estúdio e antena, na própria rua da Mina. No entanto, em razão da ilegalidade, a rádio sempre recebeu ameaças de fechamento pelo Poder Público. Durante esses anos, em diferentes momentos, a polícia apreendeu equipamentos e fechou a emissora.

Apenas em 2008 a Rádio Heliópolis obteve licença para operar. Em 2019, a Radio Comunitária Heliópolis FM completou em maio seus 27 anos de existência. No decorrer dos anos, a emissora teve sua existência consolidada através de seus serviços prestados a Heliópolis e Região e da promoção da cultura local. Nessas quase três décadas, passaram pela rádio muitos artistas da comunidade, que puderam mostrar seus trabalhos e se articular para a realização de eventos, em áreas diversas, com o Hip Hop, o forró, o samba e a música sertaneja. Seus colaboradores, todos voluntários, trazem grande responsabilidade ao apresentar aos ouvintes a cultura de Heliópolis e a cultura nordestina, valorizando seus artistas locais. Além disso, tem grande utilidade pública, ao alertar sobre as necessidades da população e pressionar o Estado para a conquista de direitos. 

A Rádio Comunitária Heliópolis FM envolve a comunidade pelas suas ondas sonoras, sempre transmitindo, em seus programas diários, informações aos moradores e ouvintes sobre nossos direitos e, principalmente, sobre o que está acontecendo na comunidade, contribuindo assim para um melhor desenvolvimento de Heliópolis.

Essa é a nossa Rádio Comunitária Heliópolis: a voz da Comunidade!

Ver também[editar | editar código-fonte]