Grupo Alfazendo

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Promover o desenvolvimento social, econômico e ambiental da Cidade de Deus por meio de um amplo e integrado projeto de educação socioambiental e geração de renda.

Autoria: Rede Favela Sustentável.                                                                                           Ampliado pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir das redes oficiais do coletivo.

Sobre[editar | editar código-fonte]

Grupo Alfazendo.png

Grupo Alfazendo é uma organização civil sem fins lucrativos, filantrópica, educativa e de promoção social. Fundada em 14 abril de 1998, por educadores/moradores e ex-moradores que atuam no movimento social em Cidade de Deus/RJ.

Objetivo[editar | editar código-fonte]

Seu objetivo principal é a transformação da realidade social através de iniciativas educacionais e culturais e de promoção social, buscando por meio de diferentes ações a possibilidade dessa população se conhecer, analisar, e entender a realidade em que está inserida, para que possa ser um agente ativo na transformação social urgente e necessária frente as desigualdades sociais

Missão[editar | editar código-fonte]

Trabalhar na perspectiva do desenvolvimento local atuando nas áreas de: Educação, saúde, cultura, geração de trabalho e renda, meio ambiente e direitos humanos. Desenvolvidos como estratégia para a promoção social da pessoa humana, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa a partir da atuação em Cidade de Deus.

Atividades[editar | editar código-fonte]

Desenvolvimento local:

Capacitação dos moradores da cidade de Deus.

Coleta seletiva:

O Alfazendo realiza coleta seletiva, os moradores podem separar seu lixo e deixar na nossa sede.

Existem também diversos postos de coleta onde os catadores pode separar o lixo para a venda.

Participação na comunidade:

O Alfazendo faz parte da diretoria da agência de desenvolvimento local (associação onde é pensada estratégias para desenvolvimento local da Cidade de Deus).

Mulheres Eco Artesãs[editar | editar código-fonte]

Com a doação de equipamentos de corte e costura as mulheres da Cidade de Deus costuram peças de vestuário com material reciclável (pet e restos de tecidos, por exemplo) .

Eco Rede (Cidade de Deus)[editar | editar código-fonte]

No principal projeto do Alfazendo, nossos grupos de jovens, moradores da Cidade de Deus, são capacitados para serem replicadores, instrutores educacionais das crianças nas escolas da comunidade sobre a sustentabilidade e preservação do meio ambiente. No projeto é desenvolvido uma peça e depois esta percorre todas as escolas da Cidade de Deus, do primário ao fundamental, onde é abordado temas sobre meio ambiente, reciclagem, coleta seletiva.

Minissérie - Curso de mobilização comunitária[editar | editar código-fonte]

Mobilização Socioambiental do Alfazendo é um curso de mobilização comunitária para formação de favelas resilientes e sustentáveis produzido pela Rede Favela Sustentável e gravado e publicizado em forma de minissérie.

A mobilização comunitária é o ponto de partida para realizar favelas resilientes e sustentáveis, acentuando a colaboração e o engajamento de moradores que, ao trabalharem juntos, desenvolvem o senso de pertencimento compartilhado e conexões fortes que formam a base, tanto da autogestão para o desenvolvimento comunitário, quanto das lutas por direitos.

O curso, íntimo e aprofundado, contou com a participação de vinte mobilizadores da Rede Favela Sustentável e foi inteiramente filmado, inclusive o processo emocionante de crescimento pessoal e coletivo dos participantes, para poder compartilhar o aprendizado realizado com toda a nossa rede. O resultado deste percurso coletivo foi a 'minissérie' lançada em seis capítulos e compartilhada em nosso canal do YouTube, desde o dia 06 de abril.

Episódio 1: Identidades[editar | editar código-fonte]

Primeiro episódio da minissérie de mobilização socioambiental da Rede Favela Sustentável.

A mobilização comunitária é o ponto de partida para realizar favelas resilientes e sustentáveis, acentuando a colaboração e o engajamento de moradores que, ao trabalharem juntos, desenvolvem o senso de pertencimento compartilhado e conexões fortes que formam a base, tanto da autogestão para o desenvolvimento comunitário, quanto das lutas por direitos.

Em 2022 foi promovido o Curso de Mobilização Socioambiental do Alfazendo, organização de referência da Cidade de Deus, com a Rede Favela Sustentável, nas comunidades do Salgueiro e Trapicheiros, envolvendo mobilizadores de 20 favelas da cidade.

O objetivo foi de compartilhar conhecimentos e experiências a partir de uma metodologia Freiriana de mobilização nas favelas. Foi uma linda experiência que agora compartilhamos através de uma minissérie dividida em seis capítulos. Neste primeiro vídeo, aprenda o que é identidade e sobre a importância de se construir um senso de coletividade: de sair do eu e ir para o nós!

Episódio 2: Ideologias[editar | editar código-fonte]

Neste segundo capítulo, o professor e psicólogo Celso Vergne contribui com uma linha do tempo sobre a formação das favelas, desde o surgimento nas áreas centrais do Rio de Janeiro na virada do século XIX para XX, mas salienta que cada favela tem sua própria história e sua luta por permanência.

Pedro Cunca, professor de políticas públicas em direitos humanos, traz o conceito de tecido social a partir da ideia da favela como território construído por ancestralidade, pela solidariedade e pela luta por direitos. A favela tem centralidade na referência para se pensar a cidade, pela capacidade de seus moradores em fazer cidade, construir moradias e gerar bairros.

Como construir espaços de reconhecimento e autocuidado entre pessoas que vivenciam suas favelas e dialogar com pontos de vista diferentes? Depois de abordar o tema gerador “identidade” no primeiro capítulo, agora a discussão gira em torno do sub-tema “ideologia”.

Existe uma ideologia de projeto de cidade com apagamento da história das favelas, uma ideologia de cidade partida e que nega direitos. Mas a partir da união de pessoas com ideais parecidos, onde uma ideologia inclusiva e solidária prevalece, a favela desafia a ideologia dominante e constrói sua mobilização sustentável e democrática!

Episódio 3: Metodologia Participativa[editar | editar código-fonte]

Neste 3º capítulo, tratamos da importância da metodologia participativa e troca de conhecimento mútuo entre moradores de favela. Mostramos como todo morador é um "intelectual orgânico" repleto de conhecimentos e ricas vivências.

O capítulo mostra como, antes de perceber o que é necessário para mobilizar os demais moradores, cada um precisa se conhecer. Daí surgem perguntas importantes: quem você é? De onde você vem? Qual a sua identidade? Quais as suas ideologias?

Todos temos identidades pessoais, sociais e culturais. Todos possuem ideologias. Até as instituições comunitárias possuem ideologias. Qual é a missão de cada uma? A percepção da conexão entre o social e o ambiental é uma ideologia que gera responsabilidade e um olhar crítico à forma que metodologias tradicionais nos ensinam a enxergar o mundo. A filosofia de Paulo Freire, a teoria do conhecimento e a metodologia participativa trazem para o diálogo a consciência histórica, de classe, crítica e do território.

E assim, dentre diversas dinâmicas que esse capítulo traz, e o trabalho sobre os temas geradores que os próprios educandos do curso trazem, chega-se à conclusão de que o trabalho das instituições de base comunitária é de garantir direitos. Fala-se sobre o papel das instituições de base comunitária ser provocar o outro a sair do seu lugar simbólico.

Quando cada um(a) busca conhecer dentro de si e também o seu território, gera-se um fortalecimento coletivo. O tecido social se fortalece, as parcerias são criadas e o grupo passa a cooperar e agir de forma coletiva no lugar de competir. É preciso convidar uns aos outros para construir, não somente participar. Assim termina o 3º capítulo, onde a turma é convidada a construir mapas referenciais, uma ferramenta de conhecimento e reconhecimento do seu próprio território.

Episódio 4: O mapa referencial[editar | editar código-fonte]

Este 4º capítulo aborda a construção do mapa referencial como ferramenta para o (re)conhecimento das potencialidades do território de atuação. A partir deste diagnóstico social, cultural, econômico e ambiental, busca-se fortalecer o tecido social da favela, através de parcerias com outras organizações locais e mobilizadores comunitários, formando uma teia de relações.

Neste capítulo são disponibilizados instrumentos para levantamento e elaboração do mapa, para definição de focos de atuação, responsabilidades e tarefas para a equipe que vai executar o mapa. A partir deste passo a passo, chega-se a um produto que é fruto do estudo da realidade e que pode subsidiar um plano popular de desenvolvimento local.

Mobilizadores de favela são intelectuais orgânicos que se disponibilizam a compreender as relações sociais do lugar, sem julgá-las, sempre olhando na perspectiva de parcerias. Para este mapeamento, é importante ter atenção à escuta nas abordagens de parceiros locais.

No capítulo de hoje, também apresentamos dinâmicas de grupo para estimular o reconhecimento e a aproximação entre mobilizadores comunitários.

A partir da construção do mapa referencial, espera-se mobilizadores sintam-se estimulados a expandir sua articulação socioambiental e reforçar a identidade local da sua comunidade!

Episódio 5: A luta coletiva[editar | editar código-fonte]

No penúltimo capítulo da minissérie, os participantes nos contam qual é a sua experiência com a luta coletiva: o que estimula uma pessoa a lutar pela sua comunidade? O que faz este mobilizador continuar na luta e o que sustenta esse sonho ao longo dos anos?

Continuamos aprendendo a construir o mapa referencial, que vai dinamizar as articulações dentro da comunidade, contribuindo para que o mobilizador comunitário possa sair do eu para o nós. E diante de todo esse tecido de relações comunitárias, é importante afirmar que uma luta coletiva é necessariamente uma luta por garantia de direitos!

E com quem um mobilizador pode se aliar para gerar políticas públicas para sua comunidade? Qual leitura de conjuntura política pode ser feita através do mapa referencial construído coletivamente? E como essa conjuntura local se relaciona com a realidade da cidade, do país?

A partir do mapa referencial construído por cada participante do curso, percebemos que surgem muitas abordagens em cada comunidade: meio ambiente, religião, crianças, história da ocupação… Cada favela pode construir coletivamente um mapa referencial voltado para sua história e suas demandas, para pleitear recursos e garantir direitos!

Por fim, o 5º episódio apresenta o Caxambu do Salgueiro e o coletivo Erveiras e Erveiros do Salgueiro, que acolheram os encontros do curso em sua sede.

Episódio 6: Encerramento do curso[editar | editar código-fonte]

Neste último capítulo do curso, foi feita uma reflexão sobre o caminho percorrido do início ao fim da jornada do curso. Foi possível identificar o quanto existem semelhanças e diferenças entre as favelas participantes em relação aos desafios da mobilização e potência da ferramenta do mapa referencial, que fica como um registro, uma eternização da memória do local.

Ao longo do curso, somando as experiência e saberes trocados, foi criado um 3º conhecimento: o coletivo. Foi feito junto e *não para*. Ficam agora as perguntas: o que pretendemos fazer daqui para a frente? Como fica o sonho de cada e para seu projeto, a partir das trocas realizadas ao longo do curso? Como o mapa referencial pode ajudar nesse caminho? Para o futuro da RFS, foi entendido que com o grupo crescendo, todos que fazem parte crescem juntos. A partir do apoio entre as partes, sonha-se multiplicar. Cada pessoa da RFS é multiplicador.

As atividades presenciais foram encerradas em uma caminhada pelos dois territórios que abrigaram o curso: Salgueiro e Trapicheiros. Houve também uma dinâmica que retomou falas e a trajetória de cada pessoa participante do curso, onde os pontos entre as pessoas foram se entrelaçando, formando uma rede integrada. Além disso, na dinâmica todos apresentaram os mapas referenciais elaborados para cada favela representada no grupo.

Contatos[editar | editar código-fonte]

Site Oficial

Telefone: 21) 2445-0173

Rua Pafos, 26 - Cidade de Deus, Rio de Janeiro - RJ, 22773-430

E-mail: alfazendo@ig.com.br

Facebook

Instagram

Ver também[editar | editar código-fonte]

Educação na Cidade de Deus

Comitê Comunitário Cidade de Deus

Coletivos em ação contra coronavírus