Jócio Barboza (entrevista)
A entrevista faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias”, desenvolvida pela UERJ-FEBEF (Faculdade de Educação da Baixada Fluminense).
Autoria: Mauro Amoroso / Jócio Barboza (entrevistado)[1][2].
Os depoimentos[editar | editar código-fonte]
Os depoimentos dos moradores da Vila Aliança na pesquisa “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele.
Resumo da entrevista[editar | editar código-fonte]
Jócio de Jesus é natural do município do Rio de Janeiro. Filho de Sr. Barbosa, ele nasceu em 1959 e é o caçula de três irmãos. Ele morou, desde os 6 anos no bairro Parque Felicidade, que faz divisa com a Vila Operária. Se formou Técnico em Edificações no Colégio Duque de Caxias e começou a trabalhar na prefeitura com apenas 18 anos de idade.
Jócio conta que seu pai veio de Alagoas para o Rio de Janeiro ainda jovem e trabalhou do porto antes de iniciar sua caminhada política, fazendo uma campanha de direito à moradia. Seu Barbosa, segundo ele, fundou a Vila Operária, cedendo terras para quem precisasse de um lugar para viver.
Ele diz que foi criado no meio político junto com seu pai e sua atuação foi mais significativa depois dos 16 anos, durante a campanha de seu pai. Durante a entrevista Jócio relembra das primeiras demarcações de lotes dos primeiros moradores da Vila Operária e de situações inusitadas que viveu durante a campanha política de seu pai, ele lembra de vereadores que eram aliados políticos do seu pai, nomes como Lourenço Ferreira e Oswaldo Lima e relembra também do episódio em que seu pai foi detido durante a ditadura militar e, depois de ser solto, ficou exilado em Mauá.
Jócio conta que seu pai, mesmo depois de já estar avançado em idade, quis fazer Direito e se formou pela Unisuam de Bonsucesso. Quando questionado do motivo que fez seu pai se formar em Direito ele diz que "Ele Gosta Sempre Das Coisas Certinhas Então Acho Que Ele Ligou Uma Questão A Outra. Ele Sempre Gostou De Discursar, Ele Sempre Foi Orador Das Coisas, Orador Pra… Politico Né, Se Deixasse Ele Falar…"[3].
Entrevista na Íntegra[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Vila Operária (pesquisa)
- Memória e identidade dos moradores de Nova Holanda (livro)
- Histórias, Memórias, Oralidades e Cartografia da Luta Social por Terra e Moradia na Região de Jacarepaguá
- ↑ O material de pesquisa foi gentilmente cedido ao Dicionário de Favelas Marielle Franco em sua íntegra.
- ↑ Coordenada por Mauro Amoroso, a pesquisa é composta por alunos da graduação, são eles: Juliana de Abreu, Paula Noronha, Juliana da Silva, Nathalia Knopp e Eduarda Santana.
- ↑ Página 21 da entrevista.