Nova Holanda

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A Nova Holanda é uma das 15 favelas que compõem o Complexo da Maré, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. Fundada em 1962, a comunidade nasceu como um Centro de Habitação Provisória (CHP) para realocar famílias removidas de outras áreas da cidade, no contexto das políticas de remoção implementadas pelo governo do Estado da Guanabara. Apesar de sua concepção como um alojamento temporário, a Nova Holanda se consolidou como uma comunidade permanente, tornando-se um território de resistência e identidade cultural.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco [1] 

Sobre a Nova Holanda[editar | editar código-fonte]

  • Localização: Complexo da Maré, Zona Norte do Rio de Janeiro
  • População: Aproximadamente 12.224 habitantes (Censo IBGE 2022)
  • Escolas na Maré: 49 escolas públicas (45 municipais e 4 estaduais)
  • Infraestrutura: Região com intenso comércio local e grande circulação de moradores
  • Acessibilidade: Próxima à Avenida Brasil e à Linha Vermelha, facilitando o deslocamento para outras áreas da cidade

História[editar | editar código-fonte]

A Nova Holanda surgiu no contexto das remoções de favelas promovidas pelo governo de Carlos Lacerda (1960-1965), que buscavam deslocar populações das áreas centrais e nobres da cidade para regiões periféricas. O CHP da Nova Holanda foi estabelecido para receber moradores removidos de comunidades como Macedo Sobrinho, Praia do Pinto, Morro da Formiga, Morro do Querosene e Morro do Esqueleto.

Inicialmente, as moradias eram construções de madeira, planejadas para serem temporárias. Contudo, a falta de alternativas habitacionais levou os moradores a transformá-las em residências permanentes. Com o tempo, a comunidade cresceu, e as casas de madeira foram sendo substituídas por construções de alvenaria.

Durante os anos 1990 e 2000, a Nova Holanda passou por diversas transformações, incluindo melhorias em infraestrutura e a chegada de organizações sociais que atuam até hoje no território.

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

Feira da Teixeira:[editar | editar código-fonte]

Situada na Rua Teixeira Ribeiro, a feira é uma das mais antigas da Maré. Além de ser um importante centro comercial para os moradores, a feira é um espaço de convivência e resistência cultural.

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"Torre de Babel":[editar | editar código-fonte]

A Nova Holanda é reconhecida por sua diversidade de moradores, vindos de diferentes partes da cidade, criando um ambiente plural e dinâmico.

Futebol e Cultura:[editar | editar código-fonte]

Desde sua fundação, o futebol foi uma parte essencial da comunidade, com campos famosos como o Campo do Ouro Negro e o Campo do Oriente.

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Lazer[editar | editar código-fonte]

A Nova Holanda possui diversas opções de lazer, incluindo espaços esportivos, eventos culturais e manifestações artísticas. O futebol de várzea sempre foi um dos principais atrativos, com o campo da comunidade sendo um ponto de encontro para jovens e adultos.

Além do futebol, a roda de samba é um dos eventos mais tradicionais da favela, reunindo moradores e músicos locais para celebrar a cultura e a identidade do território. O teatro também tem um espaço importante na comunidade, sendo representado pelo evento "Noite das Estrelas[2]", que dá palco para talentos locais LGBTQIA+ e fortalece a arte dentro da favela.

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A cultura do funk é uma das expressões mais marcantes da Nova Holanda, com bailes comunitários que fazem parte do cotidiano da juventude. O ritmo é não apenas um meio de lazer, mas também uma forma de resistência cultural e expressão da favela. Vídeo do Baile na Nova Holanda:

Religiosidade[editar | editar código-fonte]

A comunidade reflete a diversidade religiosa da Maré. Há igrejas evangélicas, católicas e terreiros de candomblé e umbanda, que resistem ao longo das décadas, mantendo vivas as tradições afro-brasileiras no território.

Personalidades da Nova Holanda[editar | editar código-fonte]

Renata Souza:[3] Deputada estadual pelo PSOL, cria da Nova Holanda, formada em Comunicação Social e doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Atuou ao lado de Marielle Franco e segue na luta pelos direitos humanos e contra a violência nas favelas.

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Bira Carvalho[4]: Fotógrafo e morador da Nova Holanda, Bira ficou reconhecido por seu trabalho registrando o cotidiano das favelas e a luta dos moradores. Atuou na Imagens do Povo, iniciativa do Observatório de Favelas que forma fotógrafos populares. Vídeo sobre o Fotógrafo, desportista, ativista, liderança comunitária indiscutível

Eliana Sousa Silva: Educadora e ativista social, fundadora da Redes da Maré, organização que atua na promoção de direitos e no desenvolvimento de políticas públicas para as favelas da Maré. Seu trabalho tem impacto na educação, cultura e segurança pública. Eliana Sousa Silva – Prêmio Itaú Cultural 30 Anos (2017)

Raphael Vicente: Influenciador digital, criador de conteúdos virais que mostram a realidade e o humor da favela de forma criativa. Com milhões de seguidores, Raphael leva a identidade das periferias para um público amplo, valorizando a cultura da Nova Holanda e do Complexo da Maré."Dance Maré" Companhia de dança Organizada pelo Raphael Vicente em Vídeo Clip:

A Nova Holanda também é berço de diversos outros talentos nas áreas da cultura, arte, comunicação e ativismo, reforçando sua identidade como um território de resistência e produção cultural.

Mapa[editar | editar código-fonte]

A favela Nova Holanda está localizada dentro do Complexo da Maré, fazendo fronteira com outras comunidades e estando próxima de vias expressas como a Avenida Brasil e a Linha Vermelha. Seu posicionamento estratégico facilita a mobilidade dos moradores.

 

ONGs que atuam na Nova Holanda[editar | editar código-fonte]

Redes da Maré: Desenvolve projetos nas áreas de educação, cultura, comunicação e segurança pública.

Luta Pela Paz: Atua com jovens da Maré, promovendo esporte, boxe e artes marciais como ferramentas de transformação social.

Observatório de Favelas: Organização que pesquisa e desenvolve projetos sobre direitos humanos, juventude e políticas públicas nas favelas.

Centro de Artes da Maré: Espaço de produção cultural que oferece oficinas de teatro, dança e artes visuais.

Belas Artes da Maré: Projeto de incentivo à formação artística de crianças e jovens.

Vida Real: Organização que promove ações sociais e educacionais para os moradores da Nova Holanda.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas e referências