I Seminário de geração cidadã de dados (evento): mudanças entre as edições
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O 1º Seminário de Geração Cidadã de Dados foi um evento híbrido voltado para organizações e coletivos da sociedade civil que pensam e trabalham com dados para a transformação social. O objetivo foi reunir grupos que estão gerando informações sobre territórios que são constantemente negligenciados pelo poder público e pelas pesquisas tradicionais. | O 1º Seminário de Geração Cidadã de Dados foi um evento híbrido voltado para organizações e coletivos da sociedade civil que pensam e trabalham com dados para a transformação social. O objetivo foi reunir grupos que estão gerando informações sobre territórios que são constantemente negligenciados pelo poder público e pelas pesquisas tradicionais. | ||
Foi frente às lacunas dos dados oficiais que surgiram iniciativas como o Cocôzap, ferramenta de monitoramento cidadã do saneamento básico no conjunto de favelas da [[Complexo da Maré|Maré]], e o Mapa da Desigualdade que, a partir de 40 indicadores, analisa o cenário de crise dos 22 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ambos são desenvolvidos pelo [[Data Labe|data_labe]] e pela [[Casa Fluminense]], que juntos realizaram o evento. | Foi frente às lacunas dos dados oficiais que surgiram iniciativas como o [[Cocôzap]], ferramenta de monitoramento cidadã do saneamento básico no conjunto de favelas da [[Complexo da Maré|Maré]], e o [[Mapa da Desigualdade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro|Mapa da Desigualdade]] que, a partir de 40 indicadores, analisa o cenário de crise dos 22 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ambos são desenvolvidos pelo [[Data Labe|data_labe]] e pela [[Casa Fluminense]], que juntos realizaram o evento. | ||
O seminário foi aberto à participação do público geral via transmissão online no | O seminário foi aberto à participação do público geral via transmissão online no YouTube e no [https://www.facebook.com/events/677819537265888/?ref=newsfeed&locale=pt_BR Facebook] da Casa Fluminense. Foram cinco mesas de debates com nomes importantes no campo da pesquisa e metodologia para a consolidação do conceito de Geração Cidadã de Dados, entre elas [[Fogo Cruzado]], Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Rede de Observatório de Segurança, Gênero e Número e Movimento Plataformas. As pessoas participantes vão discutir sobre os desafios de produzir indicadores voltados para favelas e periferias, dados racializados, o apagamento da população LGBTQIAP+ nas bases governamentais, além das tecnologias, ferramentas e estratégias para cobrar políticas públicas. | ||
Ao final dos dois dias de evento, as pessoas participantes elaboraram uma carta de recomendações que será entregue às prefeituras e instituições de pesquisa e que contará com propostas para o incentivo ao desenvolvimento de novas formas de gerar dados com utilidade pública de forma cidadã nas periferias. | Ao final dos dois dias de evento, as pessoas participantes elaboraram uma carta de recomendações que será entregue às prefeituras e instituições de pesquisa e que contará com propostas para o incentivo ao desenvolvimento de novas formas de gerar dados com utilidade pública de forma cidadã nas periferias. |
Edição atual tal como às 10h21min de 15 de fevereiro de 2024
I Seminário de geração cidadã de dados foi um evento realizado nos dias 19 e 20 de setembro de 2022 e organizado pelo Data_labe e Casa Fluminense. O encontro teve o intuito de discutir a geração cidadã de dados através de sua gestão para transformação social.
Autoria: Data_labe e Casa Fluminense.
Sobre[editar | editar código-fonte]
O 1º Seminário de Geração Cidadã de Dados foi um evento híbrido voltado para organizações e coletivos da sociedade civil que pensam e trabalham com dados para a transformação social. O objetivo foi reunir grupos que estão gerando informações sobre territórios que são constantemente negligenciados pelo poder público e pelas pesquisas tradicionais.
Foi frente às lacunas dos dados oficiais que surgiram iniciativas como o Cocôzap, ferramenta de monitoramento cidadã do saneamento básico no conjunto de favelas da Maré, e o Mapa da Desigualdade que, a partir de 40 indicadores, analisa o cenário de crise dos 22 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ambos são desenvolvidos pelo data_labe e pela Casa Fluminense, que juntos realizaram o evento.
O seminário foi aberto à participação do público geral via transmissão online no YouTube e no Facebook da Casa Fluminense. Foram cinco mesas de debates com nomes importantes no campo da pesquisa e metodologia para a consolidação do conceito de Geração Cidadã de Dados, entre elas Fogo Cruzado, Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Rede de Observatório de Segurança, Gênero e Número e Movimento Plataformas. As pessoas participantes vão discutir sobre os desafios de produzir indicadores voltados para favelas e periferias, dados racializados, o apagamento da população LGBTQIAP+ nas bases governamentais, além das tecnologias, ferramentas e estratégias para cobrar políticas públicas.
Ao final dos dois dias de evento, as pessoas participantes elaboraram uma carta de recomendações que será entregue às prefeituras e instituições de pesquisa e que contará com propostas para o incentivo ao desenvolvimento de novas formas de gerar dados com utilidade pública de forma cidadã nas periferias.
Programação[editar | editar código-fonte]
19 de setembro (terça-feira)[editar | editar código-fonte]
10h – 11h15
GCD: metodologias, tecnologias e epistemologias
Proposta:
O que é Geração Cidadã de Dados e porquê ela existe? Debater a ausência de dados e possíveis soluções para essa problemática, a potencialidade dos dados gerados de forma cidadã para o engajamento de comunidades e os limites metodológicos e tecnológicos.
Organizações convidadas: Clara Sacco (Data_labe), CasaFlu (Vitor Mihessen), Juliana Coutinho (Visão Coop), Mariana Galdino (Lab Jaca),
Mediação: Juliana Marques (GEMAA)
11h15 – 12h45
Lançamento do Mapa da Desigualdade
Proposta: Apresentação dos destaques do Mapa da Desigualdade 2023, desenvolvido a partir da metodologia GCD. Roda de conversa sobre os indicadores, fragilidade dos dados públicos, ausência de dados e marcadores sociais.
14h30 – 16h30
Quem está fazendo GCD?
Proposta:
Dinâmica de aquário de projetos GCD, com apresentação e perguntas. seus projetos e passam por uma rodada de perguntas do público.
Convidados: Censo da Providência, Observatório do Marajó, De Olho na Quebrada, Movimentos, PIPA, Agenda Realengo.
Provocadores: Pablo Nunes , Elena Wesley, Fernanda Bruno (Lavits)
20 de setembro (quarta-feira)[editar | editar código-fonte]
10h – 11h15
Comunicação e incidência
Proposta:
Como os processos de GCD fortalecem e engajam comunidades, pautam a opinião pública e podem servir de instrumento de incidência política.
Convidados:Carlos Nhanga (Fogo Cruzado), Camila Barros (De Olho na Maré), Vitória Régia da Silva (Gênero e Número)
Mediação: Luize Sampaio (Casa Fluminense)
11h15 – 12h45
Tecnologias e ferramentas de trabalho com dados
Proposta:
Quais são as ferramentas, tecnologias e metodologias utilizadas para a coleta e análise de dados gerados de forma cidadã? Desafios e soluções.
Convidados: Larissa Amorim/De Olho no Transporte/GPS (Casa Fluminense), Polinho Mota (Data_Labe), Jader Gama (Plantaformas).
Mediação: R. Ramires (Infocria)
14h30 – 16h30
Plenária: Carta de Recomendações
Elaboração coletiva do manifesto GCD com propostas para produção de políticas públicas.
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A abertura do seminário foi marcada pela mesa “GCD: metodologias, tecnologias e epistemologias”, composta por Clara Sacco, do data_labe, Vitor Mihessen da Casa Flu, Juliana Coutinho do Visão Coop, Mariana Galdino do Lab Jaca, em uma conversa mediada por Juliana Marques do GEMAA. No papo foram abordadas questões como o potencial dos dados gerados pela comunidade, e como a participação colaborativa gera pertencimento.
Durante a mesa, Juliana Coutinho, da Visão Coop, descreveu a GCD como uma ferramenta disponível para se criar uma contra-narrativa da sua própria existência. Para ela, enquanto uma mulher negra periférica, o pertencimento se constrói também através da GCD.
“Para gente ter o pertencimento precisamos ser pautados, e para que de fato sejam gerados dados sobre nós, que a nossa narrativa seja assistida, atendida e cuidada”, compartilhou.
Mariana Galdino do Lab Jaca acrescentou descrevendo que a “forma melhor da gente contemplar e desmarginalizar essas narrativas, é pensar uma metodologia colaborativa, cidadã, em que o morador não é objeto, mas sim o sujeito”, afirmou.
Analisando o Rio em dados, apesar das faltas[editar | editar código-fonte]
Neste dia teve também o “Lançamento do Mapa da Desigualdade 2023”, uma publicação produzida pela Casa Fluminense, que reúne dados governamentais e informações geradas por meio da Geração Cidadã de Dados, para entender como estão as desigualdades da metrópole do Rio. Os indicadores do Mapa são categorizados pelas justiças racial, de gênero, econômica e climática. Durante a roda de lançamento, os participantes destacaram a importância desses dados para a identificação de problemas sociais, ressaltando a fragilidade dos dados públicos e a importância da GCD para a construção desta publicação.
A mesa de lançamento teve a presença de Lucas Martins, Taynara Cabral e Cláudia Cruz, da Casa Fluminense, Luiz Valverde do OCA/IPP e Wescla Vasconcelos do Fórum TTRJ. Durante o debate, além da apresentação do mapa e da descrição da metodologia utilizada pela Casa para a construção do material, foi debatido sobre a falta de informação e interseção dos dados públicos quando se refere a questão de gênero, sexualidade e raça.
Taynara Cabral, coordenadora de comunicação da Casa, destacou o slogan do mapa: “para enfrentar as desigualdades é preciso conhecê-las”. Descrevendo como a falta de informação sobre alguns grupos ainda implica diretamente na falta de políticas públicas para essa população. Ela levantou o questionamento de “Como a gente vai pensar política pública se não conhecermos como as desigualdades se materializam?”
Wescla, do Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, completou o questionamento, falando sobre a falta de informações sobre pessoas LGBT+ nas bases de dados públicas, sobretudo pessoas transgêneras, e destacou a importância do levantamento de dados a partir da GCD para a construção da narrativa dessas pessoas.
“É preciso um grande esforço para tornar essas pesquisas mais plurais, contemplando a identidade de gênero e orientação sexual, e é a Geração Cidadã de Dados que pode favorecer para que as pesquisas sejam mais contemplativas”, compartilhou Wescla.
O primeiro dia do seminário fechou com o compartilhamento de experiências, metodologias e práticas GCD, no painel “Quem está fazendo?”. Foram apresentadas iniciativas que estão utilizando a GCD em perspectivas territoriais, descrevendo o impacto tangível da participação cidadã na coleta e análise de dados para o desenvolvimento de políticas mais inclusivas e participativas.
Nesta mesa houve uma grande rodada de troca, através da participação de Edilma Carvalho do Censo da Providência, Buba Aguiar da Pipa, Jessica Souto do Movimentos, Fernanda Távora da Agenda Realengo, João Meireles do Observatório do Marajó. Além da mediação compartilhada de Pablo Nunes do CESeC, Elena Wesley do data_labe e da Fernanda Bruno da Lavits.
Segundo dia: comunicação e tecnologia como ferramentas para GCD[editar | editar código-fonte]
O segundo dia de programação iniciou a partir do debate “Comunicação e incidência”, onde os participantes exploraram como os processos de GCD podem fortalecer comunidades, impactar a opinião pública e servir como instrumentos de incidência política. Para tocar esse debate, foi convidado o Jader Gama do Plantaformas, a Camila Barros do De olho na Maré, a Vitória Régia do Gênero e Número, com a mediação de Luize Sampaio da Casa Flu.
A conversa construiu uma troca sobre como a comunicação pode contribuir para a incidência política das informações produzidas pela galera que constrói a GCD, além de ser uma grande ferramenta para a tradução e distribuição desses dados, conseguindo criar uma disputa de narrativa, sobretudo em relação à comunidade favelada e periférica, negra, quilombola, indígena e LGBT+.
Na mesa, a Camila, do De olho na Maré, compartilhou sobre o trabalho de monitoramento do impacto da insegurança pública nas favelas da Maré.
“Quando a gente pensa em incidência, mostrar os dados de quem vive essa realidade, de quem está no território, é extremamente importante para gente pautar o poder público para que isso de alguma maneira retorne como políticas públicas para os moradores da maré”, afirmou Camila.
Em seguida, o painel “Tecnologias e ferramentas de trabalho com dados” abordou as metodologias utilizadas na coleta e análise de dados criados pela Geração Cidadã de Dados, destacando os desafios e soluções encontradas nesse processo. Essa troca foi realizada com a participação de Larissa Amorim da Casa Fluminense, Polinho Mota do data_labe, Carlos Nhaga do Fogo Cruzado e com mediação de R. Ramires do Infocria.
O ponto culminante do seminário aconteceu com uma plenária final, onde os participantes se uniram para uma elaboração coletiva de um manifesto da Geração Cidadã de Dados, definindo o conceito da GCD, expondo os problemas que ela aborda, apresentando soluções e delineando o papel crucial do poder público na adoção dessa tecnologia para a formulação de políticas públicas mais inclusivas. O seminário foi construído a partir de discussões e a colaboração coletiva, de todos os participantes e do público que acompanhou online e contribuiu para as discussões através das perguntas.
Vídeo do evento[editar | editar código-fonte]
Referências[editar | editar código-fonte]
I SEMINÁRIO DE GERAÇÃO CIDADÃ DE DADOS, Data_Labe.
Seminário Geração Cidadã de Dados: impulsionando a participação social na formulação de políticas públicas, Casa Fluminense.