Cleonice Dias (Memória Viva): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

Edição das 07h08min de 22 de novembro de 2024

Cleonice Dias - Memória Viva

Uma cidadã do mundo. Mãe, avó, Pedagoga, Professora e militante dos movimentos sociais. Seu curso de aperfeiçoamento, aprendizado e especialização foi feito na Cidade de Deus (Rio de Janeiro).

Autoria - Entrevistadora: Mônica Francisco / Entrevistado: Cleonice Dias

Apresentação do projeto

Marca Memória Viva
Foto da Mônica Francisco, mulher negra com turbante e lenço no pescoço, segurando um microfone e vestindo camiseta com as palavras Meu ... é favela, minha história também

Memória Viva é apresentado por Mônica Francisco, liderança histórica do Morro do Borel, cientista social, ex-assessora de Marielle Franco e ex-deputada estadual do Rio do Janeiro.

A cada episódio, há um bate papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas.


Minibiografia - Cleonice Dias

Uma cidadã do mundo. Mãe, avó, Pedagoga, Professora e militante dos movimentos sociais. Seu curso de aperfeiçoamento, aprendizado e especialização foi feito na Cidade de Deus (Rio de Janeiro). "Tudo o que eu sei e o meu entendimento de todos os conceitos, hoje, passam por um aprendizado coletivo na Cidade de Deus. Eu não sou sozinha. Eu sou um monte de gente que juntou para trabalhar junto". (CLEONICE, 2022.)

Sobre a Cidade de Deus (história da favela)

Foto da Cidade de Deus - 1960

Habitada até o século XVI pelos indígenas tamoios, no final desse século a região passou a pertencer à sesmaria de Martim Correia de Sá. Posteriormente, a região continuou a ser ocupada por fazendas que produziam cana-de-açúcar, café etc. Ao longo da década de 1960, a região recebeu pessoas removidas de várias favelas da cidade pelo governador do então estado da Guanabara Carlos Lacerda, como parte da política de remoção de favelas de outras áreas da cidade. No bairro, então, foram construídos conjuntos habitacionais. Seguindo o nome do bairro, as suas ruas receberam nomes inspirados na Bíblia: Israel, Rubens, Jessé etc. Porém logo o crescimento passou a ser desordenado, com a população ocupando os terrenos às margens do rio Grande e de seu afluente Estiva.

Desde a década de 1980, surgiram, no bairro, várias associações de moradores, agremiações de samba, agremiações esportivas, grupos de teatro, revistas, cineclubes, igrejas atuantes, grupos de dança e movimentos negros. Mais sobre o tema pode ser lido na página sobre Associativismo na Cidade de Deus. Entre 1981 e 1985, a Cidade de Deus, assim como várias outras regiões de Jacarepaguá, se emancipou e passou a constituir um bairro próprio. Em 1981, a área tomada por vários blocos de prédios virou um bairro, por meio de um decreto da prefeitura. Em 1997, a inauguração da rodovia Linha Amarela dividiu o bairro em dois. Em 2002, o sucesso do filme Cidade de Deus colocou o bairro intensamente nos veículos de comunicação, reforçando o estigma de comunidade violenta e perigosa e favorecendo uma onda de preconceito e discriminação. A partir de 2003, vários processos confluíram, constituindo novas condições de organização e articulação tendo em vista a transformação da realidade da Cidade de Deus.

Após um processo intensivo de discussões, surgiu, naquele ano, o Comitê Comunitário da Cidade de Deus, que veio a reunir diferentes entidades locais tendo em vista superar o isolamento e as divisões que pautavam a atuação dessas organizações. Em 2009, a favela passou a ser ocupada pela 2° UPP.  Em 2009, com a inauguração da UPP, investidores se juntaram às ONGs e aos estrangeiros que se interessaram pela favela na época em que o filme de Fernando Meirelles foi lançado. Dois anos depois, a Cidade de Deus recebeu um visitante ilustre: o então presidente americano Barack Obama, que andou pelas ruas da comunidade. Foram dias de esperança, que, aos poucos, perderam lugar para o pessimismo. A crise econômica do país enfraqueceu os negócios, e a retomada dos confrontos entre bandidos e policiais afugentou aqueles que viam a favela como uma oportunidade de negócio.   

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Fotos

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GRUPO DE ESTUDOS DA CDD
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CEACC - Cleonice




Ver também

Cleonice Dias, a aprendiz da Cidade de Deus (entrevista)

Cidade de Deus (filme)

Papo na Laje (programa)