A favela é expressão de direitos humanos (artigo): mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Autoria: Igor Vitorino<ref>Artigo publicado originalmente no site da [https://www.anf.org.br/a-favela-e-expressao-de-direitos-humanos/ Agência de Notícias das Favelas].</ref>.
Artigo que aborda o vínculo das favelas com as lutas por [[:Categoria:Direitos Humanos|direitos humanos]], publicado no site da Agência de Notícias das Favelas, em 02 de dezembro de 2021.
Autoria: Igor Vitorino.
Informações do verbete reproduzidas a partir da [[Agência de Notícias das Favelas]] (ver Referências).
 
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Artigo que aborda o vínculo das favelas às lutas por direitos humanos.


== Artigo ==
== Artigo ==
Todos os humanos têm direito a um “cafofo”.  É disso que se fala na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Em linhas gerais, prescreve a Declaração em um dos seus vários artigos: ''“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”''. Foi justamente diante da ausência desse direito humano básico que as favelas surgiram.  Homens e mulheres em busca de um abrigo nas cidades, em busca de um teto, se apropriaram de algum lugar de forma individual ou coletiva. Nesse sentido, a favela, seja qual for suas condições e localidades (mangues, beiras de córregos, mananciais, encostas e muitos outros) testemunham a luta pelo direito de permanência num pedaço de chão de uma sociedade que nega o direito à moradia a todos.  
Todos os humanos têm direito a um “cafofo”.  É disso que se fala na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Em linhas gerais, prescreve a Declaração em um dos seus vários artigos: ''“Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”''. Foi justamente diante da ausência desse direito humano básico que as favelas surgiram.  Homens e mulheres em busca de um abrigo nas cidades, em busca de um teto, se apropriaram de algum lugar de forma individual ou coletiva. Nesse sentido, a favela, seja qual for suas condições e localidades (mangues, beiras de córregos, mananciais, encostas e muitos outros) testemunham a luta pelo direito de permanência num pedaço de chão de uma sociedade que nega o direito à [[moradia]] a todos.  


Dessa forma, as favelas são no cotidiano da vida urbana o grito humano pelo direito a morar, elas indicam a busca incessante por condições dignas de moradia, mesmo quando usam as sobras da cidade para construir suas casas. A cada beco, pinguela ou ruelas destaca-se a força coletiva e individual para produzir condições mínimas de existência, para conquistar o direito que lhe é negado todos os dias.  
Dessa forma, as favelas são no cotidiano da vida urbana o grito humano pelo direito a morar, elas indicam a busca incessante por condições dignas de moradia, mesmo quando usam as sobras da cidade para construir suas casas. A cada beco, pinguela ou ruelas destaca-se a força coletiva e individual para produzir condições mínimas de existência, para conquistar o direito que lhe é negado todos os dias.  
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== Referências ==
== Referências ==
[https://www.anf.org.br/a-favela-e-expressao-de-direitos-humanos/ "A favela é expressão de direitos humanos"] - Agência de Notícias das Favelas
[[Categoria:Temática - Habitação]]
[[Categoria:Temática - Habitação]]
[[Categoria:Direitos Humanos]]
[[Categoria:Direitos Humanos]]
[[Categoria:Lutas Urbanas]]
[[Categoria:Lutas Urbanas]]
[[Categoria:Moradia]]

Edição das 23h35min de 27 de agosto de 2023

Artigo que aborda o vínculo das favelas com as lutas por direitos humanos, publicado no site da Agência de Notícias das Favelas, em 02 de dezembro de 2021.

Autoria: Igor Vitorino.

Informações do verbete reproduzidas a partir da Agência de Notícias das Favelas (ver Referências).

Crédito Gladston Barreto, Getty Imagens.
Crédito Gladston Barreto, Getty Imagens.

Artigo

Todos os humanos têm direito a um “cafofo”.  É disso que se fala na Declaração dos Direitos Humanos de 1948. Em linhas gerais, prescreve a Declaração em um dos seus vários artigos: “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”. Foi justamente diante da ausência desse direito humano básico que as favelas surgiram.  Homens e mulheres em busca de um abrigo nas cidades, em busca de um teto, se apropriaram de algum lugar de forma individual ou coletiva. Nesse sentido, a favela, seja qual for suas condições e localidades (mangues, beiras de córregos, mananciais, encostas e muitos outros) testemunham a luta pelo direito de permanência num pedaço de chão de uma sociedade que nega o direito à moradia a todos.

Dessa forma, as favelas são no cotidiano da vida urbana o grito humano pelo direito a morar, elas indicam a busca incessante por condições dignas de moradia, mesmo quando usam as sobras da cidade para construir suas casas. A cada beco, pinguela ou ruelas destaca-se a força coletiva e individual para produzir condições mínimas de existência, para conquistar o direito que lhe é negado todos os dias.

Nessa perspectiva, a favela é expressão de direitos humanos, pois através dela homens e mulheres buscam prover moradia aos que não possuem. São moradias que apresentam problemas e dificuldades de construção e habitabilidade, que ganham valor de mercado (informal), mas que não deixam de pertencer ao dilema maior da nossa sociedade: a cidade não proporciona moradia digna para todos os seus moradores.

Por esse direito de permanecer, os moradores das favelas, através de diferentes ações individuais e coletivas, organizadas e espontâneas, lutam e reivindicam outros direitos humanos primordiais para a sua cidadania e a melhoria das condições de habitabilidades, tais como: regularização fundiária, água, luz, segurança, infraestrutura, transporte, saúde, educação e muitos outros. São pautas políticas que convergem para o direito máximo de morar, primeiro direito humano defendido pelos moradores de favelas ao longo da história.

O que há de comum na história das favelas brasileiras, assim como das periferias, é, justamente, essa ousadia das populações urbanas excluídas do poder econômico e político de resolverem com suas próprias mãos o que lhe é negado, com todos os problemas e dilemas que isso tem significado na vida cotidiana das cidades, tais como as favelas reproduziram as dinâmicas de exclusão do mercado imobiliário que a criou, ou serem vítimas da violência e do racismo de estado tendo seus direitos civis violados. Enfim, as favelas como direitos humanos significam a organização comunitária, idealizada ou não,  contra a negação do direito à moradia. Todos os humanos têm direito a um “cafofo”.  

Ver também

Referências

"A favela é expressão de direitos humanos" - Agência de Notícias das Favelas