Laboratório Visão Coop

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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Visão Coop é um laboratório de inovação cívica, que organiza redes de cooperação e trabalha tecnologias sociais, digitais e verdes para a Baixada Fluminense. Atualmente estamos trabalhando em projeto monitoramento ambiental, produção cultural e ensino de tecnologia. Nosso compromisso é como desenvolvimento sustentável, participativo e o aumento de eficiência, utilizando e construindo ferramentas digitais.

Autoria: Informações do verbete reproduzidas pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco a partir de outras fontes.
Visão Coop

Trajetória

A Visão é um laboratório cooperativo que desenvolve Ciência e Tecnologia. Somente no ano de 2020 apresentamos 20 indicadores da situação Queimadense e mais 30 propostas para aumentar a eficácia governamental.

Na ponta da língua dos 17 jovens que formam a rede Visão Coop, de Queimados, na Baixada Fluminense, estão as palavras diagnóstico e solução. É a base de trabalho do grupo, que se juntou em 2020, às vésperas da eleição municipal, para apresentar aos candidatos as expectativas centrais da população da cidade, levantadas por eles em pesquisa. Entre elas, mais saneamento e menos enchentes, que anualmente assolam bairros como Santa Rosa.

A ação coletiva deu tão certo que, após colocarem em prática outros projetos—como a participação na Agenda 2030 da cidade e um curso de alfabetização digital e design de jogos para 250 adolescentes —, os jovens cidadãos hoje traçam um Plano de Adaptação e Resiliência Climática.

O P.A.R.C. de Queimados já tem aval do Conselho Municipal de Meio Ambiente (onde a Visão possui dois assentos) e prevê até um robô, um avatar que irá mapear dados oficiais e reunir informações de moradores. Mesmo tendo as ferramentas digitais como aliadas, a maior tecnologia ali é o senso de comunidade.

— Pautamos o poder público, além de fiscalizá-lo. Cabe a nós, sociedade civil, esse papel — afirma Lennon Medeiros, de 26 anos, pesquisador da Visão.

A rede inclui estudantes de cinema, letras, filosofia, jornalismo, design, produção cultural.... Todos da Baixada. Hoje, a atuação da Visão não se restringe mais a Queimados. Em situações de emergência, montam gabinetes de crise e mobilizam pela internet voluntários e doações, além de acionar órgãos públicos. Já usaram um drone para comprovar à Defesa Civil que, três dias após chuvas intensas, ainda havia gente ilhada por conta da cheia do Rio Queimados, afluente do Guandu e um grande “valão”.

Queimados tem 13 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), mas só uma funciona, atendendo menos de 1% dos seus 152 mil habitantes. Isso contribui para que a expectativa de vida seja a menor da Região Metropolitana do Rio: 58 anos. E apenas 48 para os negros.

Na última semana, a Visão passou a ocupar as ETEs com debates, o “Piquenique P.A.R.C.”. E planejam ainda um filme sobre racismo ambiental e pressionar para a criação da Secretaria estadual de Emergência Climática.

Trabalhos

Atuamos nos últimos 3 anos em projetos de desenvolvimento local que impactaram a vida de milhares de pessoas da Baixada Fluminense.

Algumas produções do grupo:

  • Agenda Queimados 2030;
  • Plano de Cultura de Guapimirim;
  • "Visão pro saneamento do Rio +30";
  • Projeto Xboom

Como Sobreviver Ao Racismo Ambiental?

Como sobreviver ao racismo ambiental

O Filme "Como Sobreviver ao Racismo Ambiental?" é uma produção da Visão Coop, dirigido por Fabrícia Sterce e apresentado por Juliana Coutinho. Trata-se de um documentário para internet sobre o desequilíbrio ecológico na Baixada Fluminense e as consequências na vida dos moradores das favelas e periferias do território, dividido em 4 capítulos temáticos.

O filme vai conversar com pessoas de periferia especializadas em meio ambiente, mulheres pretas que monitoram dados públicos, aldeias indígenas que constroem tecnologias verdes, para apresentar passo a passo como descobrir e monitorar a qualidade dos elementos naturais e aplicar em casa técnicas para sobreviver e mitigar impactos dos desastres climáticos como enchentes e queimadas.

No documentário, assuntos sérios vão ser discutidos numa linguagem fácil, acessível a todes e visualmente atraente para jovens e adolescentes nas redes sociais. Terá como apresentadora uma mulher preta, que vai olhar nos olhos dos entrevistados e aprender também como criar segurança ambiental para seu território.

Nosso objetivo com o projeto é contribuir para frear os impactos do desastre ambiental na saúde pública. Fomentando o monitoramento cidadão da qualidade de recursos naturais, multiplicando as ações de defesa ambiental na Baixada a partir de saberes ancestrais e memórias dos povos periféricos. Ampliando os gestos de cuidados pessoais e domésticos, ao popularizar possibilidades de consumo orgânico e nutritivo.

O filme, que é dividido em quatro capítulos, iniciou no dia 24 de janeiro de 2023. Foram gravações sobre a água e as enchentes e ouvindo relatos de moradores que sofrem diariamente com as consequências desse desastre.

Participação no Papo na Laje

Maria Clara Salvador e Fabrícia de Sá - Stefano Figalo/Papo na Laje

O programa Papo na Laje teve como tema a mobilidade urbana na Baixada Fluminense. No episódio, as convidadas falaram sobre a precariedade do sistema ferroviário da Supervia, que foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

As duas fazem parte do laboratório de tecnologias sociais e de dados Visão Coop. A organização nasceu em Queimados com o objetivo de pautar os então candidatos à prefeitura sobre tema relevantes para a cidade em 2020. Hoje, o projeto abrange toda Baixada Fluminense, e realiza diagnósticos de problemas locais e propõe ações.

As jovens Maria Clara Salvador e Fabrícia de Sá afirmaram que os problemas no serviço da concessionária vêm de longa data e atravessam gerações. Elas são moradoras da cidade de Queimados que é cortada pela linha do trem e é o principal meio de transporte na região.

"Quando eu era pequena associava o trem ao medo pelas histórias que minha família contava. Sobre o trem que ia com as portas abertas, com pessoas penduradas, o espaço entre o vagão e a plataforma, e até hoje as pessoas se acidentam e morrem por isso", contou a estudante de filosofia Maria Clara.

Para Fabrícia, pesquisadora de mobilidade e integrante da Casa Fluminense, a CPI dos Trens foi um momento importante para ouvir as a população que sofre diariamente no transporte. Mas ela questiona os próximos passos.

"Fico pensando se de fato vamos conseguir alguma coisa a partir disso. Entendemos que o transporte é ruim, que as pessoas não estão satisfeitas com o serviço, mas o que vem agora?", disse a jornalista no programa.

Redes sociais

Ver também

Agenda Realengo

In-Justiça Ambiental

Sustentabilidade e ação ambiental nas favelas

Notas e referências

Informações retiradas a partir das redes sociais do coletivo.