Memória Viva

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Revisão de 12h40min de 28 de novembro de 2024 por Patrícia Ferreira (discussão | contribs)


Memória Viva é um projeto que reúne entrevistas com lideranças comunitárias de vários territórios da cidade do Rio de Janeiro, produzida pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

Apresentação

Marca Memória Viva
Foto da Mônica Francisco, mulher negra com turbante e lenço no pescoço, segurando um microfone e vestindo camiseta com as palavras Meu ... é favela, minha história também

Memória Viva é apresentado por Mônica Francisco, liderança histórica do Morro do Borel, cientista social, ex-assessora de Marielle Franco e ex-deputada estadual do Rio do Janeiro.

A cada episódio, há um bate papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas.

Formato e referências

O Memória Viva apresenta um formato onde a apresentadora conversa com a pessoa entrevistada na sua favela de atuação e outros espaços. A pessoa entrevistada leva itens que ajudam a debater o passado, o presente e o futuro das favelas.

Foram referência para a elaboração do Memória Viva, projetos como "A favela fala" (CPDOC/FGV), "Espelho" (Canal Brasil), "Conexões Urbanas" (Multishow), Série "Memórias" (Bom dia Rio) e "Papo na Laje" (TVC Rio).

As entrevistas

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Itamar Silva

Itamar Silva é nascido e criado na Favela Santa Marta (localizado na Zona Sul do município do Rio de Janeiro), onde, desde a década de 1980, atua como líder comunitário.

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Entrevista completa do Itamar Silva

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Alan Brum

Alan Brum é Sociólogo e morador do Complexo de Favelas do Alemão. Atualmente é Doutorando em Planejamento Urbano e Regional IPPUR/UFRJ. e coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX) e Projeto Memória Viva. É cofundador e Diretor Presidente do Instituto Raízes em Movimento.

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Entrevista completa do Alan Brum

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Sr Beserra de Araújo

Natural de Venturosa, nasceu na Fazenda Pau Ferro no sertão de Pernambuco, onde trabalhou até 17 anos como lavrador de terra. Filho de lavrador de terras dos outros, morador de Manguinhos.

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Entrevista completa do Sr. Beserra

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Cleonice Dias

Uma cidadã do mundo. Mãe, avó, Pedagoga, Professora e militante dos movimentos sociais. Seu curso de aperfeiçoamento, aprendizado e especialização foi feito na Cidade de Deus (Rio de Janeiro).

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Entrevista completa da Cleonice Dias

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Claudia Rose

Nasceu em 06 de novembro de 1966, na Baixa do Sapateiro, uma das 17 comunidades que formam o Conjunto de Favelas da Maré. Fez Licenciatura em História na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais no CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. É co-fundadora da ong Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré e participei da idealização do projeto do Museu da Maré. Em decorrência do trabalho desenvolvido no Museu, fui convidada para ser diretora do Núcleo de Museologia Social do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), no qual atuei durante dois anos. Atualmente, coordeno o Museu da Maré e sou professora de História do município do Rio de Janeiro, lecionando na escola Tenente General Napion, localizada na Maré.

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Entrevista completa da Claudia Rose

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Iara Oliveira e Carlos Oliveira

Carlos e Iara são um casal, moradores da Cidade de Deus e cofundadores do Grupo Alfazendo. Referências comunitárias do território, Carlos e Iara trabalham com educação ambiental e desenvolvimento local.

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Entrevista completa da Iara e Carlos

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Marcelo Dias

Marcelo Dias é advogado com pós-graduação em Direitos Humanos pela Cândido Mendes, membro da Frente Democrática da Advocacia e da Frente de Juristas Negras e Negros. É filiado ao IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras) desde 1987, sendo membro do Conselho Diretor, e militante do MNU (Movimento Negro Unificado).

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Entrevista completa do Marcelo Dias

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Sonia Fleury

Criadora e coordenadora do Dicionário de Favelas Marielle Franco, wikifavelas.com.br. Iniciou sua carreira acadêmica no Setor de Psicologia Social da UFMG, sob a coordenação do Professor Célio Garcia, onde desenvolveu atividades de docência, pesquisa e análise institucional durante a década de 1970. Neste período participou de análises institucionais com Michel Foucault e Georges Lapassade (ver G. Lapassade. Les chevaux du diable. Une derive transversaliste. Universitaires, Paris. 1974).

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Entrevista completa da Sonia Fleury

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Juliana França

Cria de Japeri, na Baixada Fluminense. É mestre em filosofia pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), atriz e diretora, sendo Vice-Presidenta e Coordenadora Artística do Grupo Código, em Japeri. Participou da montagem “Inimigo do Povo (2009)”, com mais de 30 prêmios em festivais e elaborou a peça “Até onde vão suas raízes? (2021)”, sua primeira dramaturgia infanto-juvenil.

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Jurema Batista

Graduada em Letras pela Universidade Santa Úrsula e eleita a primeira deputada estadual negra do Rio de Janeiro em 2002. Nascida no Morro do Andaraí, no Rio, ajudou a fundar a Associação de Moradores do Morro do Andaraí, onde foi presidente e em 1992 foi eleita vereadora pela cidade do Rio de Janeiro. Teve uma vida de militância no movimento negro e foi indicada ao Premio Nobel da Paz em 2005.

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Entrevista completa da Jurema Batista

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Mônica Francisco

Cientista social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e cria do Morro do Borel, no Rio de Janeiro, possui mais de 30 anos de atuação nos movimentos populares de favela e foi eleita deputada estadual em 2018. Com a vida forjada na luta e na fé, tem a trajetória construída no sobe e desce dos becos da favela, entre o trabalho como doméstica ou operária, os estudos, a família, a militância e a igreja, onde vive uma fé que se manifesta em defesa dos mais pobres e vulneráveis.

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Entrevista completa da Mônica Francisco

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Benedita da Silva

Primeira senadora negra do Brasil, também sendo ativista política do Movimento Negro e assumidamente feminista, Benedita Sousa da Silva nasceu no dia 26 de abril de 1942, no Hospital Municipal Miguel Couto, no Rio de Janeiro.

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Entrevista completa da Benedita da Silva

Locações

Os encontros para as filmagens deram-se em locais diversos. Complexo do Alemão, Maré, Santa Marta e no espaço Cleonice Dias (Prédio Sede do Campus Maré, antigo Prédio da Expansão) FIOCRUZ | Manguinhos, sala do Dicionário de Favelas Marielle Franco.

As gravações foram realizadas em diferentes locações, com apoio da equipe da VideoSaúde Distribuidora da Fundação Oswaldo Cruz[1], e o projeto se inspira em alguns projetos que já trabalharam o registro de memórias, como o "A favela fala" CPDOC/FGV (O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)[2] , o "Espelho" (Canal Brasil), o "Conexões Urbanas" (Multishow), a série "Memórias" (Bom Dia Rio) e o programa Papo na Laje (TVC Rio).

Equipe de produção

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Mônica Francisco

Apresentadora

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Palloma Menezes

Coordenadora

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Arthur William

Direção e Gravação (Podcast)

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Paulo Lara

Direção e Gravação (Vídeo)

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Gabriel Nunes

Pesquisa e Roteiro

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Norma Miranda

Pesquisa e Roteiro

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Larissa Moura

Assistência de Comunicação

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Thays Coutinho

Identidade Visual

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Gislaine Lima

Edição de Vídeo

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Vídeo Saúde

Produção e distribuição

Bastidores

Os bastidores refletem o sentimento e a perspectiva de cada integrante que colaborou com o processo de elaboração do projeto. Gostaríamos de dar destaque à algumas falas relacionadas à experiência vivida no decorrer do Memória Viva:


Monica Francisco

Memória Viva é um instrumento importante de garantia da manutenção e visibilidade do legado de lideranças que são referência nas lutas que encabeçam no seus territórios e também uma forma de possibilitar ainda mais que a academia utilize como ferramenta as entrevistas realizadas e as  transforme em produção de conhecimento, possibilitando que as futuras gerações de pesquisadores e pesquisadoras compreendam a importância de respeitar os saberes locais e sua capacidade de elucidar uma série de questões importantes para toda sociedade.

Participar do Memória Viva foi uma das mais emocionantes experiências nesse último período tendo em vista toda a minha história de trabalho com memória de favelas. Fiquei muito feliz de ter sido convidada pela coordenação do projeto para compor a equipe como e  entrevistadora, ter essa honra e essa experiência tão importante pra minha vida profissional e militante.

O projeto me fez perceber o quanto as lideranças estão tão envolvidas com a luta coletiva que vão anulando a sua individualidade, e isso me fez refletir sobre minha própria jornada , o quanto os sonhos pessoas vão quase desaparecendo e se mesclando aos sonhos para a coletividade e o território. Me fez ver a grandiosidade e a generosidade dessas lideranças e o quanto elas precisam e merecem ser visibilizaras e reverenciadas. E mais ainda, o quanto esse projeto me fez ver a importância da luta coletiva. Todos os momentos foram marcantes, mas ouvir de um entrevistado toda narrativa e perceber que ser criança para ele não existiu.

De diferente , entrevistas em lugares de memória especiais para os entrevistados (as) de  surpresa( na medida do possível é claro) por exemplo, um lugar onde ele ou ela esteve quando criança ou morou, enfim, e nunca mais foi, ou trazer alguém que essa pessoa teve de muita importância e não vê há muito tempo e que tenha construído algo junto na sua trajetória.

Gislaine Lima

O Memória Viva é um espaço de compartilhamento de histórias de vida e como os entrevistados se constituíram em suas lutas. O mais interessante foi ouvir como a educação e a cultura são citadas em todos os relatos como um dos melhores caminhos para a transformação e construção do vínculo com o território.

O projeto trouxe outras perspectivas para fatos que eu só conhecia através do relato da grande mídia, como por exemplo a resiliência de Jurema Batista e sua risada contagiante.

Se fosse possível, na próxima temporada do Memória Viva, faria todas as entrevistas em ambiente controlado para manter um padrão entre elas.

Norma Miranda

Memória Viva foi uma experiência que funcionou muito mais que documentar história. O projeto teve a honra de acessar lutas, emoções,  afetos e diversos sentimentos profundos, por meio da fala dos entrevistados. Sentimentos que quando foram partilhados, foram revelando o tamanho da resiliência favelada na sua capacidade de se reinventar ao fazer uso da solidariedade e do amor ao seu próximo.

A narrativa do cotidiano de como era a favela antes e agora, foi tecendo uma teia que conecta comportamentos que são percebidos facilmente na vida de moradores favelados de qualquer região do Estado.

O projeto tem a força de inserir a vida de quem assiste naquela realidade. Uma espécie de imersão e passeio por realidades diversas, que se fizeram presentes enquanto memória na fala dos entrevistados. A incrível capacidade de amar, se organizar, lutar e não desistir foi algo encontrado na fala de todos os entrevistados. Sem dúvida inspirador.

Gabriel Nunes

O Memória Viva é uma viagem no tempo: passado, presente e futuro. É bate papo amistoso, de chegado pra chegado, de cria pra cria! É revisitar as memórias do que foi, analisar o que está acontecendo e sonhar o futuro vindouro. Trajetórias, lutas, encontros...o individual no coletivo e o coletivo no individual, tudo junto e misturado!

Foi gostoso adentrar a territórios alheios, sejam eles geográficos ou o território-vida do outro. Acompanhar essa viagem de rememoração, como um tripulante privilegiado por escutar a narrativa do outro sobre si mesmo e os seus. Afinal de contas, quem não gosta de ouvir uma boa história?

Fui afetado por cada história que eu ouvi, pela emoção do choro, pelo riso ao lembrar do passado...ou seja, a afetação do outro me afetava também. É sempre precioso ter permissão de entrar na intimidade alheia, dividindo um pouquinho o que cada um traz consigo no peito, no corpo e na memória!

O momento mais marcante foi poder ouvir um pouco da história da comunidade que eu nasci, o Morro do Andaraí, pela boca de uma de suas lideranças histórias, a Jurema Batista. Ouvi-la cantando os sambas da Flor da Mina, nossa escola de samba, foi uma grata surpresa!

Para a próxima temporada do Memória Viva traria dois entrevistados para trocar diálogos e reflexões, seria interessante! Incluindo pessoas de gerações diferentes, botando os mais velhos para dialogarem com os mais jovens.

Parcerias

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