Coletivo Mulheres Negras da Periferia

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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A Casa das Pretas, localizada no Coroadinho, São Luís, Maranhão, é uma iniciativa do Coletivo Mulheres Negras da Periferia, fundado em 2018. Composto por mulheres negras e faveladas, o coletivo desenvolve ações culturais, sociais e educativas, promovendo a transformação social do território e o fortalecimento da comunidade local.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco [1]
Mulheres Negras de Periferia.

Sobre o Coletivo

O Coletivo Mulheres Negras da Periferia foi criado em 2018 pela assistente social Julianna Costa, conhecida como Ju Coroadinho, e um grupo de amigas, com o objetivo de preencher lacunas de representatividade para mulheres negras periféricas. Localizado no Coroadinho, a quarta maior favela do Brasil, com uma população de mais de 53 mil pessoas, o coletivo busca acolher e impactar socialmente o território.

Atualmente, o coletivo é formado por 12 mulheres e conta com o apoio de 32 voluntárias, todas negras e residentes do Coroadinho. A organização promove iniciativas voltadas para a valorização cultural, combate à pobreza e geração de oportunidades, especialmente para mulheres e jovens em situação de vulnerabilidade.

Sobre - Mulheres Negras da Periferia

Objetivo

Foto 2 - Mulheres Negras de Periferia

O Coletivo tem como principais objetivos:

Promover o fortalecimento de mulheres negras e periféricas e suas famílias.

Valorizar e preservar a cultura local e ancestralidade.

Oferecer espaços e oportunidades educativas e artísticas para a juventude periférica.

Combater a pobreza, com destaque para a pobreza menstrual.

Ampliar a representatividade e protagonismo de mulheres negras em movimentos sociais e culturais.


Atuações e Projetos

O Coletivo Mulheres Negras da Periferia se destaca por suas diversas ações e projetos gratuitos, realizados em praças públicas e espaços acessíveis.

Cultura e Lazer:

Cine Coroadinho: Primeira sala de cinema da comunidade, promove exibições gratuitas de filmes com temáticas relevantes para a realidade local.

Brega Funk e Tambor de Crioula: Eventos culturais que celebram a cultura popular e promovem momentos de integração comunitária.

Gaymado: Atividade esportiva inclusiva voltada para LGBTQIA+, promovendo saúde e lazer.

Educação e Literatura:

Pretoteca: Biblioteca comunitária que oferece consulta e empréstimo de livros, incentivando a leitura e o conhecimento na comunidade.

Oficinas e cursos gratuitos: Focados em mulheres negras, as atividades incluem oficinas de arte e cursos para empoderamento e geração de renda.

Assistência Social:

Combate à Pobreza Menstrual: Entrega de absorventes e coletores para mais de 100 mulheres, abordando um tema sensível que afeta diretamente a dignidade e saúde menstrual.

Distribuição de cestas básicas e auxílio emergencial: Atendimento a mais de 4 mil famílias com ações que mitiguem a fome e a desigualdade social.

Espaços de Reflexão e Acolhimento:

Casa das Pretas: Sede do coletivo inaugurada em 2022, é um centro cultural voltado para acolhimento, diálogo e transformação social, especialmente para mulheres e jovens.

Rodas de conversa e escuta afetiva: Momentos de troca e fortalecimento emocional para mulheres e jovens do território.

Caminho das Pretas

Caminho das Pretas

O projeto “Caminhos das Pretas” realizado em parceria pelos coletivos Pedal das Minas e Mulheres Negras da Periferia tem como objetivo fortalecer mulheres, em especial as mulheres negras, no território do Coroadinho, por meio do acesso à leitura, informação, a cultura e do uso sustentável da bicicleta, como estratégias de combate às mudanças climáticas e ao racismo estrutural e ambiental.

O projeto visa elevar a vivência do bairro do Coroadinho através dos livros e da bicicleta com os coletivos Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas.

De Abril a Julho de 2022 o convite oferece o aprendizado em pedalar do zero e com segurança no trânsito, como também dialogar e criar intervenções sobre feminismos, racismo estrutural e ambiental e mudanças climáticas participando de atividades gratuitas, tais como:

Ei Mina Preta


1) Escola Bike Anjo para Mulheres: atendimentos para aprender a pedalar do zero em parceria com a Bike Anjo São Luís;

2) Roda de Mediação de Leitura: diálogo, debates e criação de intervenções sobre feminismos, racismo estrutural e ambiental, mudanças climáticas e mobilidade por bicicleta;

3) Oficinas Bike Anjas: Pedalando com segurança no trânsito e mecânica básica e emergencial de bicicleta

4) Pedalada Poética de prática no trânsito e intervenções culturais no percurso.

Realização:

Coletivo Mulheres Negras da Periferia e Pedal das Minas

Patrocínio: Edital Cidades Amazônicas: Floresta Viva em Movimento do Fundo DEMA

Parceiras: Bike Anjo São Luís e LabDes Cidade (Laboratório de Design Social da Cidade - Projeto de Extensão da UFMA)

Cine Coroadinho

O Cine Coroadinho, atividade de exibição itinerante de produções de cinema, agora tem uma sala dentro da favela.

CINE COROADINHO
CINE COROADINHO 2


“Quando uma mulher preta avança, ela nunca avança sozinha, mas junto com a comunidade”, assim Julianna Costa, a Jú do Coroadinho, começa a apresentar o feito do Coletivo Mulheres Negras da Periferia ao criarem o Cine Coroadinho, que populariza o acesso ao cinema na favela localizada na periferia de São Luís do Maranhão. O teve o projeto para a sala pública de cinema aprovado no fim de 2021, logo as integrantes começaram a rodar os cantos da favela com atividades mensais ou quinzenais com exibição de documentários e filmes temáticos para crianças e público em geral do Coroadinho.


Campanha Afroteca

Consiste no recebimento e doações de livros para a Pretoteca que tem por finalidade levar cultura e empoderamento à comunidade.

AFROTECA

Quem tem fome, tem pressa.

Eventos

Ação em busca de Reconhecimento Territorial

AÇÃO DE RECONHECIMENTO TERRITORIAL

Compromisso e luta por reconhecimento territorial

1° encontro que reuniu mais de 25 lideranças do Polo Coroadinho em prol da certificação do território do Coroadinho como Quilombo urbano, organizado em 04/2022.

“Um passo importante, para a nossa favela, e para a garantia de mais políticas públicas a este território. É com muita honra que estamos em luta juntamente com mais de 45 entidades do polo Coroadinho para a certificação e titulação do nosso Polo como Quilombo urbano.”


O que são bairros quilombolas?

Os grupos étnicos conhecidos como “comunidades remanescentes de quilombos”, “quilombolas”, “comunidades negras rurais” são constituídos pelos descendentes dos escravos negros que, no processo de resistência à escravidão, originaram grupos sociais que ocupam um território comum e compartilham características culturais.

A Páscoa na Quebrada

A Páscoa na Quebrada

O Coletivo de Mulheres Negras da Periferia, na quinta-feira Santa (2022), distribuiu 1000 kilos de peixes para a Favela.

Dizem que a solidariedade é um ato de bondade e compreensão com o próximo, uma união de simpatias; que pode transformar alguém ou uma comunidade. Este Coletivo representa muito bem o significado da palavra ao tentar minimizar os efeitos da atual crise econômica, que afeta milhares de pessoas (principalmente) de ordem periférica, com este ato admirável.



Dia da Mulher

As integrantes trazem uma mensagem importante sobre este dia que traz em si o rosto da luta por respeito.

Coroadinho – A Quarta maior favela do Brasil

Poesia com a poeta Slamer Débora (@debs_poeta)

Conexão com o Prêmio Periferia Viva 2023

Periferia Viva 2023

A Casa das Pretas participou do Prêmio Periferia Viva 2023, um marco significativo que fortaleceu sua atuação e consolidou sua integração com a Secretaria Nacional de Periferias (SNP). A iniciativa permitiu que o coletivo ampliasse sua visibilidade em âmbito nacional, destacando suas ações de impacto social e cultural no território do Coroadinho. Além de potencializar o alcance de seus projetos, a participação no prêmio conectou a Casa das Pretas a uma ampla rede de instituições e movimentos que atuam nas periferias de todo o Brasil, promovendo trocas de experiências, acesso a recursos e fortalecimento de estratégias colaborativas. Esse reconhecimento reforça o papel do coletivo como um agente de transformação social e uma referência na luta por equidade racial, valorização cultural e combate às desigualdades nas favelas e periferias.

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FONTES

Ver também