Guilherme Simões

Guilherme Simões, Secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, é um ativista social que cresceu na periferia de São Paulo. Com uma trajetória marcada pelo trabalho no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e uma formação em Ciências Sociais pela Unesp, ele agora lidera iniciativas voltadas para a melhoria das condições de vida nas periferias brasileiras.

Agência Brasil

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco^[1]

Sobre[editar | editar código-fonte]

Guilherme Simões, nascido em 1985, é o atual Secretário Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Crescido na zona sul de São Paulo, mais especificamente no distrito do Grajaú, Simões viveu de perto as dificuldades e desafios típicos das periferias urbanas, que moldaram sua trajetória pessoal e profissional.

Infância e Formação[editar | editar código-fonte]

Guilherme Simões passou sua infância e juventude em um ambiente marcado pela violência e falta de infraestrutura, similar ao que observou em suas visitas a outras periferias ao redor do mundo, como Kibera e Mathare, no Quênia. Desde jovem, enfrentou a realidade de viver em uma área marginalizada, onde cenas de violência eram frequentes. Apesar dessas adversidades, Guilherme, junto com sua família, manteve a esperança de um futuro melhor. Trabalhando como office boy e frequentando um cursinho pré-vestibular, ele conseguiu ingressar no curso de Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara.

Carreira no MTST e Ativismo Social[editar | editar código-fonte]

A formação acadêmica em Ciências Sociais proporcionou a Simões uma base teórica sólida para refletir sobre as questões de desigualdade social e racismo que sempre o cercaram. Sua carreira no ativismo começou em 2005, quando se envolveu com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em São Paulo. Nos anos seguintes, ele ajudou a expandir o movimento para outras regiões do Brasil, incluindo o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará. A experiência no MTST lhe deu uma visão aprofundada das diversas realidades sociais do país e fortaleceu sua determinação em lutar por justiça social e melhores condições de vida para as populações periféricas.

Secretário Nacional de Periferias[editar | editar código-fonte]

Em 2023, Guilherme Simões assumiu a recém-criada Secretaria Nacional de Periferias, uma divisão do Ministério das Cidades, criada em resposta às demandas de movimentos sociais e coletivos de favela. Sua nomeação para o cargo foi influenciada por seu compromisso com a luta pelos direitos das populações periféricas e sua experiência acumulada no MTST.

A Secretaria Nacional de Periferias foi estabelecida com o objetivo de mobilizar e apoiar os agentes que atuam em territórios periféricos em todo o Brasil. Uma de suas principais iniciativas é a Caravana das Periferias, um programa que visa conhecer e promover projetos inspiradores em diversas quebradas do país. Guilherme considera as periferias como palco das contradições sociais do Brasil, onde, apesar do enraizamento de ideologias conservadoras, surgem iniciativas comunitárias poderosas que foram fundamentais, por exemplo, durante a pandemia de COVID-19.

Programas e Iniciativas[editar | editar código-fonte]

Entre os projetos mais destacados que Simões lidera está o Programa Periferia Viva, que tem como objetivo mapear e impulsionar iniciativas locais nas periferias, servindo como catalisador para intervenções públicas. O programa prevê a premiação e o suporte a essas iniciativas, reconhecendo o papel crucial que elas desempenham na construção de um Brasil mais justo e equitativo.

Vida Pessoal[editar | editar código-fonte]

Guilherme Simões viveu grande parte de sua vida no Grajaú, em São Paulo, onde formou sua família. Desde que assumiu a Secretaria Nacional de Periferias, tem se dedicado intensamente às suas responsabilidades, o que o mantém longe da família por longos períodos. Apesar dos sacrifícios pessoais, Simões expressa orgulho em contribuir para a reconstrução do país e para a melhoria das condições de vida nas periferias.