A cor da violência policial (relatório)

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A cor da violência policial: a bala não erra o alvo foi um relatório realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, do CESeC e apresentado em dezembro de 2020. O objetivo do levantamento foi "olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado".

Autoria: Rede de Observatórios da Seguranca (CESeC)

Apresentação[editar | editar código-fonte]

Em relatório apresentado em dezembro de 2020, a Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), debate o tema "A cor da violência policial: a bala não erra o alvo". Segundo dados apresentados no relatório, o racismo enterra corpos pretos todos os dias.

É ele que também ensina ao policial que o alvo da sua bala tem cor. Sabemos que esta é apenas uma das tecnologias de morte empregadas pela máquina de moer negros que é o Estado.

Pretos e pardos são vistos como excedentes e podem morrer, de acordo com o que aprendemos com a necropolítica, para se fazer cumprir a política de branqueamento do Brasil. Nossa sociedade está estruturada para que o racismo seja o motor da violência – como evidenciado no anuário "Racismo, motor da violência" – e por isso a Rede de Observatórios da Segurança se compromete desde o seu lançamento a trazer para o debate a questão através da análise de dados. O debate da segurança pública precisa, antes de tudo, ser centrado em raça.

O racismo mata[editar | editar código-fonte]

Os números apresentados neste relatório comprovam que o racismo mata. Na Bahia, praticamente todos os mortos em ações policiais são negros. O mesmo padrão se repete nos outros estados monitorados pela Rede de Observatórios da Segurança (CE, PE, RJ e SP). Os números que chocam foram coletados das secretarias estaduais dos cinco estados que compõem a Rede e se referem ao ano de 2019.

Em 2021, a quantidade de negros mortos durante operações policiais no Brasil foi quase 3 vezes maior do que a de brancos, sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador as cidades com o maior número de mortos em ações policiais. No ano de 2022, os negros representaram mais de 80% dos mortos em intervenções policiais.

Os microdados (que trazem informações como cor, sexo, idade e outras variáveis) não são padronizados, tendo cada estado um modelo diferente de apresentação. Após o processo de uniformização dos bancos de dados, extraímos algumas estatísticas descritivas para iluminar o contexto de violência policial e como ela é racializada em cada um dos estados. 

Objetivo do levantamento de informações[editar | editar código-fonte]

O objetivo do presente levantamento é olhar detidamente os números, colocando a lente num tema tabu sobre o qual os dados até o momento eram escassos ou inexistentes: a cor das vítimas de violência letal policial em cada estado. Os resultados são chocantes e não há como disfarçar. O racismo estrutura políticas de policiamento e de segurança pública.

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

RAMOS, Silvia (coord.). A cor da violência policial: a bala não erra o alvo. Relatório de pesquisa. Rio de Janeiro: Rede de Observatórios da Segurança/CESeC, dezembro de 2020.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Acesse o relatório completo: A cor da violência policial: a bala não erra o alvo

Saiba mais: Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC)

Ver também[editar | editar código-fonte]