Instituto Social Entrando nos Trilhos (ISET)
O Instituto Social Entrando nos Trilhos (ISET) nasceu em 2020 e desenvolve o projeto social Entrando na Linha, no complexo de favelas da Linha, localizado em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. O projeto foi motivado pelos sonhos de um jovem morador de realizar ações sociais na região onde vive.
Autoria: Informações do verbete reproduzidas, pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, a partir das redes oficiais do coletivo e outras fontes.[1]
História[editar | editar código-fonte]
O projeto social Entrando na Linha nasceu dos sonhos do jovem Juberlan Oliveira.
Juberlan Oliveira é nascido e criado no Complexo de favelas da Linha e estudante do CIEP 126 Almedorina Azeredo, no bairro do Rio do Ouro, desde a sua alfabetização. Em seu primeiro ano na escola já foi inserido em um grupo teatral, a ‘Cia BEABÁ’, liderado pelos animadores culturais da escola à época: Mestre Tio Robson e Jorge Fernando.
Assim descobriu a arte cênica e se apaixonou por ela, permanecendo no grupo teatral desde o seu primeiro dia de fundação até o último dia. Foi quando o Mestre Tio Robson, convidou o então diretor teatral Ricardo Silva para assistir ao espetáculo de encerramento da companhia. Com isso, Juberlan recebeu uma bolsa de 100% de gratuidade para o curso de teatro ministrado por Ricardo Silva no Centro Educacional Olívia Lima, também no mesmo bairro.
Após cursar teatro por 1 ano, aos 13 anos de idade foi convidado por Ricardo para integrar a Cia de Teatro Erthal em Niterói de maneira profissional, onde recebia cachê para realizar apresentações de peças infantis em shoppings e teatros.
Com essa vivência em meio aos atores da companhia profissional, passou a ter outra visão de mundo, descobrindo novas culturas.
Durante o período em que participava da Cia Erthal, começou a perceber que seus amigos da infância começaram a se envolver com drogas e com a criminalidade, que estava em ascendência na comunidade em que vivia.
Juberlan considera que o teatro salvou sua vida, e desde então pensava que se outras pessoas da comunidade tivessem oportunidades de vivenciar coisas parecidas com as que teve oportunidade, mais pessoas poderiam ter suas vidas transformadas. Porém não via meios de como fazer isso e esse sonho ficou adormecido em seu coração. Até que participou como voluntario de uma ação voltada para as crianças no Projeto Conexão Favela & Arte na comunidade da Beltrão, no bairro de Santa Rosa em Niterói. Desde então decidiu que era isso que sua comunidade precisava.
Os anos de 2019 e 2020[editar | editar código-fonte]
No fim de 2019, uma criança entre 7 e 8 anos de idade que o encontrou na comunidade e o questionou se ele lembrava de tê-lo ensinado a fazer um barquinho de papel cerca de 3 anos atrás.
Esse fato foi determinante para que o sonho fosse colocado em prática. Reuniu alguns amigos e em fevereiro de 2020, realizou a primeira ação do Projeto Social Entrando na Linha com lanches, doces, refrigerantes, pula-pula e atividades lúdicas para as crianças, além de aferição de pressão arterial e um bazar de 1 real para arrecadar fundos, a fim de construir um campo na praça da comunidade.
No início de março, realizou a primeira sessão do Cinema Comunitário Entrando na Linha, e quando estavam prontos para realizar a segunda ação social, houve o decreto de isolamento social devido à Covid-19. Com isso, a luta passou ser para combater os impactos causados pela pandemia. Com apenas 1 mês de existência, distribuímos 100 kits de higiene com cartilhas de prevenção ao coronavírus. Durante a distribuição destes kits, percebemos à necessidade de buscar recursos para distribuição de cestas básicas.
Através de campanhas na internet, vakinha online e com ações intituladas ‘Seu Quilo Vale Uma Tonelada’ na praça principal do bairro, onde trocávamos máscaras por alimentos não perecíveis, assim conseguimos 60 cestas básicas na primeira distribuição. Seguimos fazendo ações na praça todos os sábados, mês após mês, e então mantivemos distribuindo cestas básicas aos moradores da comunidade que não conseguiram se cadastrar no auxílio emergencial à época.
No mês de junho fizemos a primeira grande parceria. Junto com o IFRJ-SG (Instituto Federal do Rio de Janeiro - São Gonçalo) distribuímos 200 kits de higiene com frascos de álcool 70% e cartilhas de prevenção ao coronavírus.
O ano de 2021[editar | editar código-fonte]
No início de 2021, recebemos o Prêmio Nacional Pontinho de Luz 2020 na categoria melhor organização do terceiro setor. Referente ao trabalho realizado no Complexo de Favelas da Linha
Em abril de 2021, o Projeto Social Entrando na Linha recebeu certificação de Associação formalizada e em maio conseguimos nosso espaço físico dentro da comunidade, em outra localidade do Complexo. E desde então vem buscando recursos para recuperar este espaço que se encontrava totalmente deteriorado devido muitos anos de abandono.
Desde então, realizamos eventos de páscoa distribuindo um total de 5.120 chocolates, dia das crianças totalizando mais de 900 presentes distribuídos e diversas horas de lazer promovidas, eventos de grafite com mais de 400 metros de mural coloridos nas vielas da comunidade, eventos de natal com o total de 2.250 presentes distribuídos com a presença do Papai Noel indo nas portas das crianças, entre outras ações pontuais.
O ano de 2022[editar | editar código-fonte]
Em agosto de 2022, fomos aprovados no processo seletivo da Falcons University da Rede Gerando Falcões. Obtendo o selo Fellows da maior rede de organizações sociais do Brasil.
O ano de 2023[editar | editar código-fonte]
No ano de 2023, enfim, colocaremos em prática o planejamento pensado em 2020, com a iniciação de 4 oficinas sócio esportivas e socioculturais: balé, boxe, futebol e jazz, para cerca de 200 crianças de 4 à 17 anos.
Além destas, iniciaremos outras atividades ao longo do ano de acordo com as oportunidades.
Sobre a organização[editar | editar código-fonte]
Sobre a ONG
O PROJETO SOCIAL ENTRANDO NA LINHA (ProsEL), foi inaugurado em Fevereiro/2020 iniciando com uma tarde de lazer na comunidade, tendo como principal objetivo fortalecer vínculos familiares e a esperança de um local sociável e acolhedor. Posterior realizamos o cinema comunitário, com filmes educativos e distribuição de pipoca e refrigerante.
Porém, com o início da Covid-19 paralisamos as atividades e identificamos a grande necessidade de auxiliar os moradores com cestas básicas, a fim de tentarmos minimizar os impactos financeiros causados no seio familiar dessas pessoas que, na sua grande maioria, trabalham de maneira informal ou não tem nenhum tipo de renda.
Desde então, ao todo já são mais de cinco toneladas de alimentos distribuídos, impactando a vida de cerca de duas mil pessoas na comunidade. Além das distribuição de cerca de mil máscaras de proteção individual, mais de cem litros de álcool 70º, cinquenta litros de água sanitária, duzentas unidades de sabão em pedra e cerca de quinhentos sabonetes.
Missão[editar | editar código-fonte]
Transformar a vida de crianças e jovens do complexo de favelas da Linha para um futuro promissor, através da educação, esporte, cultura, lazer e inclusão social.
Visão[editar | editar código-fonte]
Tornar-se referência nacional e internacional no combate a ociosidade de crianças e jovens de favelas, impulsionando-os para um futuro digno. Construindo uma sociedade mais justa e igualitária.
Uma vida transformada na favela, salva muitas vidas no asfalto.
Valores[editar | editar código-fonte]
• Amor ao próximo
• Ética e respeito a diversidade
• Empoderamento
• Compromisso social
• Inclusão Social
• Equidade
Motivação[editar | editar código-fonte]
O sonho de realizar o projeto veio da convivência diária dentro da comunidade por mais de trinta anos. Onde podia ver sonhos morrerem por envolvimento com o tráfico, uso abusivo de álcool e drogas ilícitas, gerando como consequência a morte prematura de diversos amigos de infância.
Por falta de esperança e uma visão limitada de um jovem de favela, eu também não consegui fugir disso e aos meus quinze anos de idade, experimentei o meu primeiro cigarro de maconha, que progrediu para o uso de diversos outros tipos de drogas ao longo da minha vida, que me impediram de dar seguimento a minha carreira de ator iniciada aos sete anos de idade na escola e de uma formação profissional mais atrativa, tendo em vista que a grande maioria dos jovens de favela acham impossível alcançar níveis mais altos.
Por isso o Projeto Social Entrando na Linha tem como uma das suas maiores missões emponderar crianças e jovens da favela à seguirem os seus sonhos de vida e acreditarem que tudo é possível para àqueles que creem e lutam para alcançar seus objetivos.
Apoiadores[editar | editar código-fonte]
Formando Cidadãos Desde 2020
Fontes e Redes Sociais[editar | editar código-fonte]
FONTE EXTRA: Projeto social Entrando na Linha - Atados