Acorda Pedra
Em Pedra de Guaratiba, após a relativização das disputas pela posse e propriedade da terra, as décadas subsequentes trouxeram novos e distintos desafios para a região. Em 1990, como resposta a essas questões, surgiu o movimento Acorda Pedra, congregando residentes preocupados com a direção do desenvolvimento planejado para o local.
Autoria: MELLO, D. F. Pedra de Guaratiba: Um lugar onde o futuro não aconteceu.[1] Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Ciências Humanas e Sociais. Rio de Janeiro: 25 set. 2015.
Conquistas do Acorda Pedra (Década de 1990)[editar | editar código-fonte]
O coletivo alcançou diversas vitórias ao pleitear junto às esferas governamentais. Entre suas demandas, destacam-se a obtenção de telefones públicos e escolas. Além disso, lutaram por um sistema de transporte mais eficiente, conectando Pedra de Guaratiba ao Centro, e pela aprimoração do saneamento básico. Em 1996, apenas 20% do esgoto era tratado, ainda que de maneira precária. Na metade da década de 1990, os moradores expandiram suas reivindicações, incluindo a segurança pública.
Ampliação das reivindicações para segurança pública (Metade da Década de 1990)[editar | editar código-fonte]
A morte do candidato a vereador Antônio Maranhão da Costa, residente na favela do Piraquê e líder comunitário em 1996, intensificou a apreensão dos moradores de Pedra de Guaratiba em relação à crescente falta de segurança. Conhecido como Maranhão, ele combatia grupos de extermínio na região de Guaratiba e presidia a Associação de Moradores do Piraquê. Nesse contexto, o Acorda Pedra alcançou outra conquista significativa ao implantar um posto de policiamento em 1997. Empresários locais vinculados à recentemente fundada Associação Comercial e Industrial de Pedra de Guaratiba também apoiaram a proposta do grupo, buscando facilitar o atendimento das viaturas da Polícia Militar na região.
Desafios com a expansão urbana e violência (Metade da Década de 1990)[editar | editar código-fonte]
A violência permeava Guaratiba com a inauguração da Avenida das Américas a partir do trecho da Grota Funda, criando um corredor propício para a instalação de cativeiros destinados a vítimas de sequestro, aproveitando os locais ermos na região. Apesar da proximidade com a cidade, Guaratiba tornou-se a região mais carente do Rio de Janeiro.
Transformações e desafios socioeconômicos[editar | editar código-fonte]
Apesar da proximidade com a cidade, Guaratiba passou por uma transformação de área rural para uma região destinada a acolher os mais desfavorecidos. Esse processo, desprovido da infraestrutura necessária, resultou na designação da área como a mais pobre do Rio de Janeiro, evidenciando as complexidades socioeconômicas locais.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Lista de Favelas do Rio de Janeiro
Regularização da Terra e da Moradia: como implementar (cartilha)
- ↑ Referência bibliográfica MELLO, D. F. Pedra de Guaratiba: Um lugar onde o futuro não aconteceu. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Centro de Ciências Humanas e Sociais. Rio de Janeiro: 25 set. 2015.