Morro Santana
Morro Santana é um bairro periférico localizado na cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.
Sobre[editar | editar código-fonte]
O Morro Santana integra uma das áreas do território da cidade sem denominação e delimitação oficial. Porém, estas áreas são conhecidas por “apelidos”, e aí se incluem o Passo das Pedras, Chapéu do Sol e Aberta dos Morros.
Os limites do bairro definidos informalmente pelos seus moradores são: “riscase inicialmente um traço imaginário – Centro – Bairro – que parte da esquina das avenidas Antonio de Carvalho e Protásio Alves até a Avenida Ary Tarragô, daí prossegue-se, em direção à avenida Mário Meneguetti, até encontrar o trecho da avenida Manoel Elias defronte às Faculdades Porto-Alegrenses. Esta mesma linha desce pela avenida Manoel Elias, chegando à confluência com a avenida Protásio Alves, entrando agora pela rua Albert R. Junior, seguindo até o morro. A partir daí, incorpora os limites das vilas Nova Tijuca, Laranjeiras e Nova Pedreira, contornando o Jardim Ypu até, novamente, chegar à avenida Antonio de Carvalho, para, assim, reencontrar a esquina desta artéria com a Protásio Alves”[1].
História[editar | editar código-fonte]
O início da ocupação da região do Morro Santana está ligado à doação da sesmaria a Jerônimo de Ornellas e à fundação de sua fazenda. Em 1762, Ornellas vendeu sua propriedade. Dez anos mais tarde, o governador da capitania da Vila de Porto Alegre desapropriou a fazenda com o fim de renovação da demarcação para o assentamento de famílias açorianas. Esta partilha gerou as chácaras produtivas que ocupavam o Morro Santana até meados do século XX.
Um dos principais sítios do Morro Santana eram as terras onde se situava a Casa Branca. Esta casa foi ponto de encontro de políticos e intelectuais. Durante a Guerra dos Farrapos, a morada serviu de quartel-general para as forças rebeldes. Localizada onde é hoje a confluência das avenidas Protásio Alves e Antônio de Carvalho, a casa foi demolida em abril de 1972, mesmo com apelos e esforços do poder público no sentido da preservação do prédio como Patrimônio Histórico. Mesmo com a demolição, a Casa Branca ainda é lembrada pelos habitantes do bairro.
O início do processo de crescimento urbano na região se deu a partir de 1953, com a instalação das empresas loteadoras Territorial Ltda. e Fachin & Companhia. Esta última foi incorporada pela Territorial Ltda. em 1964.
Uma das características do bairro é o movimento comunitário. A primeira associação criada foi a Sociedade Beneficente Recreativa da Vila Protásio Alves – SOBREVIPA. A partir dos anos 80, novas entidades comunitárias foram criadas na região, com o objetivo de intermediar as questões relativas à comunidade junto ao poder público. A transferência da sede do Esporte Clube Cruzeiro em 1971 para a região e a instauração das Faculdades Porto-alegrenses (FAPA), em 1974, impulsionou o desenvolvimento urbano e populacional do Morro Santana[1].
Características naturais[editar | editar código-fonte]
O Morro Santana é o ponto mais alto do município brasileiro de Porto Alegre, com 311 metros acima do nível do mar. É formado por rochas graníticas e ocupa uma área de aproximadamente mil hectares, dos quais cerca de 600 pertencem à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O morro tem importância histórica por ter abrigado, em 1740, uma sentinela de propriedade de Jerônimo de Ornelas, o fundador da cidade de Porto Alegre.
Localizado em uma área bastante urbanizada, o bairro Morro Santana, aprovado no final de 2015, representa um dos últimos remanescentes naturais da cidade, onde vivem em harmonia campos, lagos, cachoeiras e cascatas. Está rodeado por grandes avenidas como a Av. Bento Gonçalves, a Av. Protásio Alves, a Av. Antônio de Carvalho e a Av. Manoel Elias, é ocupado por casas de classe média, principalmente na sua porção esquerda, e possuí problemas com ocupação irregular.
É a unidade geomorfológica local com maior cobertura vegetal nativa, sendo que aproximadamente 60% de sua área está ocupada por Mata Atlântica e o restante por campos sulinos. A riqueza e a diversidade de espécies vegetais na área de campos são bastante expressivas, sendo estimadas em torno de 400 espécies.
A fauna nativa do morro apresenta importantes espécies locais e regionais e uma grande diversidade de animais. O total de registros para todo o morro ultrapassa cem espécies, sendo que cerca de 10% destas espécies são migratórias, que chegam ao morro na primavera, ali permanecendo até o verão. Para os mamíferos, foram registradas 14 espécies nativas[2].
Vídeos[editar | editar código-fonte]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- ↑ 1,0 1,1 Machado, Vinícius. Conheça a História do Morro Santana. Poa 24 horas, 2018.
- ↑ Wikipédia. Morro Santana.