Rio das Pedras: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Sem resumo de edição
(retirar pg afluente etc)
 
(19 revisões intermediárias por 5 usuários não estão sendo mostradas)
Linha 1: Linha 1:
O verbete aborda a história e características de [[Rio das Pedras]], uma favela na zona oeste do Rio de Janeiro. Destaca seu crescimento relacionado à demanda por mão de obra na região, sua economia local, o famoso baile do Castelo das Pedras e a presença de milícias que controlam a área e mantêm o tráfico de drogas afastado.
Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco. Fontes de informação do verbete: ver seção Fontes e Referências.


<span style="font-size:14px"><span style="line-height:inherit"><span style="color:#222222"><span style="font-family:sans-serif"><span style="font-style:normal"><span style="font-variant-ligatures:normal"><span style="font-variant-caps:normal"><span style="font-weight:400"><span style="letter-spacing:normal"><span style="orphans:2"><span style="text-transform:none"><span style="white-space:normal"><span style="widows:2"><span style="word-spacing:0px"><span style="background-color:#ffffff"><span style="text-decoration-style:initial"><span style="text-decoration-color:initial"><font face="Arial, Helvetica, sans-serif">'''Informações retiradas da internet pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco.'''</font></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span></span>
==História==
[[File:Rio das Pedras. Foto Fábio Costa..jpg|thumb|right|500px|Rio das Pedras. Foto Fábio Costa.]]


= <span style="font-family:">História</span> =
Embora o desenvolvimento das favelas do Rio não possa ser atribuído a um único fio condutor, muitas delas cresceram como resultado de determinados projetos de construção, urbanização, ciclos de trabalho ou a expansão de uma área: a [[Vila Autódromo: remoção e resistência|Vila Autódromo]] se desenvolveu em razão da necessidade de moradia para os trabalhadores que estavam construindo a nova pista de corrida, enquanto que a Favela do Metrô atendeu aos trabalhadores que estavam construindo a estação de metrô do Maracanã. Rio das Pedras não é exceção, cresceu junto com a Barra da Tijuca nos anos 70 e 80, à medida que aumentava a demanda por mão de obra na região.


<span style="font-family:">[[File:Rio das Pedras. Foto Fábio Costa..jpg|thumb|center|500px|Rio das Pedras. Foto Fábio Costa..jpg]]</span>
Rio das Pedras recebeu esse nome em razão de um rio que começa na Floresta da Tijuca e corre inteiramente através da favela. Há 30 anos, o rio era limpo o suficiente para crianças brincarem, pessoas tomarem banho e lavarem suas roupas. Atualmente, a favela enfrenta a mesma batalha de [[Cocôzap|saneamento]] que tantas outras comunidades do Rio. Seu rio se parece mais com um grande esgoto a céu aberto revestido de concreto até encontrar a Lagoa da Tijuca.


<span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">Embora o desenvolvimento das favelas do Rio não possa ser atribuído a um único fio condutor, muitas delas cresceram como resultado de determinados projetos de construção, urbanização, ciclos de trabalho ou a expansão de uma área: a Vila Autódromo se desenvolveu em razão da necessidade de moradia para os trabalhadores que estavam construindo a nova pista de corrida, enquanto que a Favela do Metrô atendeu aos trabalhadores que estavam construindo a estação de metrô do Maracanã. Rio das Pedras não é exceção, cresceu junto com a Barra da Tijuca nos anos 70 e 80, à medida que aumentava a demanda por mão de obra na região.</span></span>
Historicamente atraindo trabalhadores vindos do nordeste, hoje muitos dos habitantes de Rio das Pedras são migrantes que, antes mesmo de chegarem, conheciam um parente ou um amigo que já morava na comunidade e recomendava o local. O status da área como uma comunidade de migrantes ainda permanece, com mais nordestinos chegando através de uma viagem de três dias de ônibus, feita pela companhia Itapemirim, saindo direto do Ceará para Rio das Pedras. A geração original de migrantes foi responsável por tecer a cultura local, que define a comunidade atualmente.
<p class="Standard" style="text-align:justify"><span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">Rio das Pedras recebeu esse nome em razão de um rio que começa na Floresta da Tijuca e corre inteiramente através da favela. Há 30 anos, o rio era limpo o suficiente para crianças brincarem, pessoas tomarem banho e lavarem suas roupas. Atualmente, a favela enfrenta a mesma batalha de saneamento que tantas outras comunidades do Rio. Seu rio se parece mais com um grande esgoto a céu aberto revestido de concreto até encontrar a Lagoa da Tijuca.</span></span></p> <p class="Standard" style="text-align:justify"><span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">Historicamente atraindo trabalhadores vindos do <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">nordeste</span></span>, hoje muitos dos habitantes de Rio das Pedras são <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">migrantes</span></span> que, antes mesmo de chegarem, conheciam um parente ou um amigo que já morava na comunidade e recomendava o local. O status da área como uma comunidade de migrantes ainda permanece, com mais nordestinos chegando através de uma viagem de três dias de ônibus, feita pela companhia <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">Itapemirim</span></span>, saindo direto do Ceará para Rio das Pedras. A geração original de migrantes foi responsável por tecer a <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">cultura local</span></span>, que define a comunidade atualmente.</span></span></p> <p class="Standard" style="text-align:justify"><span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">A cultura nordestina em Rio das Pedras é palpável quando se visitam as pequenas lojas que ocupam as ruas da favela. Entre os locais mais populares estão as granjas (onde você pode escolher o seu frango), as Casas do Norte (lojas que só comercializam produtos nordestinos) e comerciantes de rua vendendo tapioca.</span></span></p> <p class="Standard" style="text-align:justify">Rio das Pedras vem crescendo ano após ano, com diversos locais. Há 10 anos atrás, tinha somente seis colégios e uma clinica da família, em 2019, esse número se expandiu, são cinco colégios municipais, uma creche municipal, um colégio estadual, duas Clínicas da Família, e dois EDIs. Tirando o comércio, e casas que vão crescendo dentro da comunidade.</p>
= Urbanização =


[[File:Fonte SABREN-PCRJ-IPP..png|thumb|center|500px|Fonte SABREN-PCRJ-IPP..png]]
A cultura nordestina em Rio das Pedras é palpável quando se visitam as pequenas lojas que ocupam as ruas da favela. Entre os locais mais populares estão as granjas (onde você pode escolher o seu frango), as Casas do Norte (lojas que só comercializam produtos nordestinos) e comerciantes de rua vendendo tapioca.


Segundo o&nbsp;Censo IBGE&nbsp;de 2010, eram aproximadamente 63 mil moradores, estabelecidos em uma área de 90 hectares de terra em expansão, aos fundos da Barra da Tijuca&nbsp;<sup id="cite_ref-3">[3]</sup>
As noites são marcada por eventos culturais nordestinos, como forró e serestas comandada por tecladistas solo, além de shows de bandas e artistas nordestinos, levando os moradores do Rio das Pedras a mais perto da sua cultura de origem.


<span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">Rio das Pedras pode ser dividida em duas partes principais: uma área norte mais consolidada e uma área sul com infraestrutura mais recente e, por consequência, mais precária. Mas para os moradores as principais divisões dentro de Rio das Pedras são as sub-comunidades conhecidas como Areal 1, Areal 2, Areinha, Casinhas, Pinheiro e Pantanal. As ruas principais são a Rua Nova, Rua Velha e Engenheiro.</span></span>
Rio das Pedras vem crescendo ano após ano, com diversos locais. Há 10 anos atrás, tinha somente seis colégios e uma clínica da família, em 2019, esse número se expandiu, são cinco colégios municipais, uma creche municipal, um colégio estadual, duas clínicas da família, e dois EDIs. Tirando o comércio, e casas que vão crescendo dentro da comunidade.


Existe um antigo conjunto de prédios da construtora Delfim que está&nbsp;abandonado&nbsp;desde a década de 80, chegou até a ser invadido em 1991 pelos moradores mas, foram removidos pela Polícia e Defesa Civil.&nbsp;
== Urbanização ==
[[File:Fonte SABREN-PCRJ-IPP..png|thumb|right|500px|Fonte SABREN-PCRJ-IPP.]]


O bairro recebeu as obras do programa&nbsp;Favela Bairro&nbsp;entre os anos de 1998 e 2002. Foram construídos em um terreno de 416.556m² completamente urbanizado, 32 edifícios de 4 pavimentos com 4 apartamentos por andar, juntamente com quadras esportivas e pequenas praças.&nbsp;
Segundo o [[Maiores favelas do Brasil|Censo]] IBGE de 2010, eram aproximadamente 63 mil moradores, estabelecidos em uma área de 90 hectares de terra em expansão, aos fundos da Barra da Tijuca&nbsp;<sup id="cite_ref-3">[3]</sup>


= Economia =
Rio das Pedras pode ser dividida em duas partes principais: uma área norte mais consolidada e uma área sul com infraestrutura mais recente e, por consequência, mais precária. Mas para os moradores as principais divisões dentro de Rio das Pedras são as sub-comunidades conhecidas como Areal 1, Areal 2, Areinha, Casinhas, Pinheiro e Pantanal. As ruas principais são a Rua Nova, Rua Velha e Engenheiro.


<span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">A <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">economia</span></span> local de Rio das Pedras prospera, atuando como ponto central não só para favelas menores da região, como <span style="text-decoration:none"><span style="text-underline:none">Muzema</span></span>, mas indo além. Com muitos moradores proprietários de comércios, trabalhando nos negócios locais e gastando dinheiro na própria favela, o dinheiro continua circulando dentro da comunidade num círculo virtuoso de desenvolvimento. Desse modo, alguns moradores dizem que, muito embora o Brasil esteja atravessando uma crise econômica, ela não afetou Rio das Pedras com tanta força</span></span><span style="text-justify:inter-ideograph"><span style="font-family:">como em outros lugares.</span></span>
Existe um antigo conjunto de prédios da construtora Delfim que está abandonado desde a década de 1980, chegou até a ser invadido em 1991 pelos moradores mas, foram removidos pela Polícia e Defesa Civil.


= Castelo das Pedras =
O bairro recebeu as obras do programa&nbsp;Favela Bairro&nbsp;entre os anos de 1998 e 2002. Foram construídos em um terreno de 416.556m² completamente urbanizado, 32 edifícios de 4 pavimentos com 4 apartamentos por andar, juntamente com quadras esportivas e pequenas praças.


[[File:Baile no Castelo das Pedras.jpg|thumb|center|400px|Baile no Castelo das Pedras.jpg]]
Apesar das obras recebidas, o bairro é bastante afetado com alagamentos e inundações nas ruas principais em dias de chuva.


Rio das Pedras ficou conhecida&nbsp;historicamente por um ponto principal, o famoso baile do Castelo das Pedras, que foi criado em 1993 e foi um dos pilares para que a cultura do Funk fosse desenvolvida, saindo do morro para o asfalto, contando com presenças de diversos artistas e jogadores.
== Economia ==
 
A economia local de Rio das Pedras prospera, atuando como ponto central não só para favelas menores da região, como Muzema, mas indo além. Com muitos moradores proprietários de comércios, trabalhando nos negócios locais e gastando dinheiro na própria favela, o dinheiro continua circulando dentro da comunidade num círculo virtuoso de desenvolvimento. Desse modo, alguns moradores dizem que, muito embora o Brasil esteja atravessando uma crise econômica, ela não afetou Rio das Pedras com tanta força como em outros lugares.
 
== Castelo das Pedras ==
[[File:Baile no Castelo das Pedras.jpg|thumb|right|400px|Baile no Castelo das Pedras.]]
 
Rio das Pedras ficou conhecida&nbsp;historicamente por um ponto principal, o famoso baile do Castelo das Pedras, que foi criado em 1993 e foi um dos pilares para que a cultura do funk fosse desenvolvida, saindo do morro para o asfalto, contando com presenças de diversos artistas e jogadores.


Em 2018, o Castelo fechou e a edificação foi demolida no início de 2020. Ainda não se sabe o que será feito no local que, atualmente, ainda possui os escombros da demolição.
Em 2018, o Castelo fechou e a edificação foi demolida no início de 2020. Ainda não se sabe o que será feito no local que, atualmente, ainda possui os escombros da demolição.
Linha 36: Linha 45:
Hoje, a maior casa de show do Rio das Pedras, e um dos pontos mais conhecidos é o Espaço Terraço, que é uma casa de shows construída no alto de uma loja, no qual artistas renomados no cenário musical se apresentam todo fim de semana.
Hoje, a maior casa de show do Rio das Pedras, e um dos pontos mais conhecidos é o Espaço Terraço, que é uma casa de shows construída no alto de uma loja, no qual artistas renomados no cenário musical se apresentam todo fim de semana.


= Milícias =
==Cotidiano==


Rio das Pedras foi o local de uma das primeiras&nbsp;milícias&nbsp;no Estado do Rio, e&nbsp;permanece livre das facções&nbsp;de&nbsp;tráfico de drogas. Se desenvolvendo ao longo dos anos 80, moradores já haviam observado traficantes tomando o controle em outras favelas, e por isso&nbsp;ao construir Rio das Pedras já estavam cientes e cautelosos sobre o que o tráfico poderia fazer a uma comunidade como aquela.&nbsp;O objetivo original das milícias no Rio&nbsp;era, assim, conter o tráfico de drogas nas favelas, na&nbsp;ausência de medidas de segurança formal adequadas. No caso de Rio das Pedras, os moradores são obrigados a pagar uma taxa de proteção para a milícia, o que tem mantido o tráfico de drogas longe da comunidade. Mas, à medida que as milícias se expandiam, elas também começaram a ser associadas a severas restrições das liberdades individuais dos moradores, fomentando a corrupção e sua&nbsp;particularmente perniciosa&nbsp;forma de violência.
Filmagem mostrando um pouco do cotidiano da comunidade de Rio das Pedras.


&nbsp;
{{#evu:https://www.youtube.com/watch?v=ywuAyCuibnA}}


= Fotos =


[[File:A ocupação da região de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, começou nos anos 70, especialmente por conta da migração de nordestinos. Foto Jorge Peter, Agência O Globo.jpg|thumb|center|500px|A ocupação da região de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, começou nos anos 70, especialmente por conta da migração de nordestinos. Foto Jorge Peter, Agência O Globo.jpg]][[File:Em 1997, moradores incendiaram carros em protesto contra a falta de saneamento básico, uma das mazelas tradicionais das favelas cariocas. Foto Custódio Coimbra, Agência O Globo..jpg|thumb|center|500px|Em 1997, moradores incendiaram carros em protesto contra a falta de saneamento básico, uma das mazelas tradicionais das favelas cariocas. Foto Custódio Coimbra, Agência O Globo..jpg]][[File:Obras do Favela-Bairro em Rio das Pedras..jpg|thumb|center|500px|Obras do Favela-Bairro em Rio das Pedras..jpg]][[File:Prédios do Favela-Bairro..jpg|thumb|center|500px|Prédios do Favela-Bairro..jpg]]
==Milícias==
Rio das Pedras foi o local de uma das primeiras&nbsp;milícias&nbsp;no Estado do Rio, e&nbsp;permanece livre das facções&nbsp;de&nbsp;tráfico de drogas. Se desenvolvendo ao longo dos anos 80, moradores já haviam observado traficantes tomando o controle em outras favelas, e por isso&nbsp;ao construir Rio das Pedras já estavam cientes e cautelosos sobre o que o tráfico poderia fazer a uma comunidade como aquela.&nbsp;O objetivo original das milícias no Rio&nbsp;era, assim, conter o tráfico de drogas nas favelas, na&nbsp;ausência de medidas de segurança formal adequadas. No caso de Rio das Pedras, os moradores são obrigados a pagar uma taxa de proteção para a milícia, o que tem mantido o tráfico de drogas longe da comunidade. Mas, à medida que as milícias se expandiam, elas também começaram a ser associadas a severas restrições das liberdades individuais dos moradores, fomentando a corrupção e sua&nbsp;particularmente perniciosa&nbsp;forma de violência.


[[File:Campo de futebol e outras construções fruto do Favela-Bairro..jpg|thumb|center|500px|Campo de futebol e outras construções fruto do Favela-Bairro..jpg]][[File:Rio das Pedras. Foto Custodio Coimbra, O Globo..jpg|thumb|center|500px|Rio das Pedras. Foto Custodio Coimbra, O Globo..jpg]]
==Fotos==
[[File:A ocupação da região de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, começou nos anos 70, especialmente por conta da migração de nordestinos. Foto Jorge Peter, Agência O Globo.jpg|thumb|center|500px|A ocupação da região de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, começou nos anos 70, especialmente por conta da migração de nordestinos. Foto Jorge Peter, Agência O Globo.jpg]][[File:Protesto moradores Foto Custódio Coimbra.jpg|thumb|center|500px|Em 1997, moradores incendiaram carros em protesto contra a falta de saneamento básico, uma das mazelas tradicionais das favelas cariocas. Foto Custódio Coimbra, Agência O Globo.]][[File:Obras do Favela-Bairro em Rio das Pedras..jpg|thumb|center|500px|Obras do Favela-Bairro em Rio das Pedras.]][[File:Prédios do Favela-Bairro..jpg|thumb|center|500px|Prédios do Favela-Bairro.]]


= <span style="font-family:">Referências bibliográficas</span> =
[[File:Campo de futebol e outras construções fruto do Favela-Bairro..jpg|thumb|center|500px|Campo de futebol e outras construções fruto do Favela-Bairro.]][[File:Rio das Pedras. Foto Custodio Coimbra, O Globo..jpg|thumb|center|500px|Rio das Pedras. Foto Custodio Coimbra, O Globo.]]


ANF -&nbsp;[https://www.anf.org.br/rio-das-pedras-tem-coisa-boa-sim/ Rio das Pedras tem coisa boa sim!]
==Fontes e Referências ==


Jorge Mario Jáuregui: Atelier Metropolitano - [http://www.jauregui.arq.br/favelas-rio-das-pedras.html Favela-Bairro em Rio das Pedras].
ANF. Disponível em: [https://www.anf.org.br/rio-das-pedras-tem-coisa-boa-sim/ Rio das Pedras tem coisa boa sim!]


O Globo -&nbsp;[https://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/a-favela-de-rio-das-pedras-9583472#ixzz6YyKgXk3K%20stest Em foco: A favela de Rio das Pedras].
Jorge Mario Jáuregui: Atelier Metropolitano. Disponível em: [http://www.jauregui.arq.br/favelas-rio-das-pedras.html Favela-Bairro em Rio das Pedras].


<span style="font-family:">RioOnWatch - [https://rioonwatch.org.br/?p=23886 Rio das Pedras: Uma Visão Geral da Movimentada Favela da Zona Oeste].&nbsp;</span>
O Globo. Disponível em: [https://acervo.oglobo.globo.com/fotogalerias/a-favela-de-rio-das-pedras-9583472#ixzz6YyKgXk3K%20stest Em foco: A favela de Rio das Pedras].


WikiFavelas -&nbsp;[https://wikifavelas.com.br/index.php?title=Lista_de_Favelas_do_Rio_de_Janeiro Lista de Favelas do Rio de Janeiro].
RioOnWatch. Disponível em: [https://rioonwatch.org.br/?p=23886 Rio das Pedras: Uma Visão Geral da Movimentada Favela da Zona Oeste].


&nbsp;
Wikifavelas. Disponível em: [[Lista de Favelas do Rio de Janeiro]].


[[Category:Rio das Pedras]][[Category:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Temática - Favelas e Periferias]]
[[Categoria:Rio das Pedras]]  
[[Categoria:Rio de Janeiro]]
[[Categoria:Urbanização]]
[[Categoria:Economia]]
[[Categoria:História de favela]]

Edição atual tal como às 16h01min de 7 de novembro de 2023

O verbete aborda a história e características de Rio das Pedras, uma favela na zona oeste do Rio de Janeiro. Destaca seu crescimento relacionado à demanda por mão de obra na região, sua economia local, o famoso baile do Castelo das Pedras e a presença de milícias que controlam a área e mantêm o tráfico de drogas afastado.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco. Fontes de informação do verbete: ver seção Fontes e Referências. 

História[editar | editar código-fonte]

Rio das Pedras. Foto Fábio Costa.

Embora o desenvolvimento das favelas do Rio não possa ser atribuído a um único fio condutor, muitas delas cresceram como resultado de determinados projetos de construção, urbanização, ciclos de trabalho ou a expansão de uma área: a Vila Autódromo se desenvolveu em razão da necessidade de moradia para os trabalhadores que estavam construindo a nova pista de corrida, enquanto que a Favela do Metrô atendeu aos trabalhadores que estavam construindo a estação de metrô do Maracanã. Rio das Pedras não é exceção, cresceu junto com a Barra da Tijuca nos anos 70 e 80, à medida que aumentava a demanda por mão de obra na região.

Rio das Pedras recebeu esse nome em razão de um rio que começa na Floresta da Tijuca e corre inteiramente através da favela. Há 30 anos, o rio era limpo o suficiente para crianças brincarem, pessoas tomarem banho e lavarem suas roupas. Atualmente, a favela enfrenta a mesma batalha de saneamento que tantas outras comunidades do Rio. Seu rio se parece mais com um grande esgoto a céu aberto revestido de concreto até encontrar a Lagoa da Tijuca.

Historicamente atraindo trabalhadores vindos do nordeste, hoje muitos dos habitantes de Rio das Pedras são migrantes que, antes mesmo de chegarem, conheciam um parente ou um amigo que já morava na comunidade e recomendava o local. O status da área como uma comunidade de migrantes ainda permanece, com mais nordestinos chegando através de uma viagem de três dias de ônibus, feita pela companhia Itapemirim, saindo direto do Ceará para Rio das Pedras. A geração original de migrantes foi responsável por tecer a cultura local, que define a comunidade atualmente.

A cultura nordestina em Rio das Pedras é palpável quando se visitam as pequenas lojas que ocupam as ruas da favela. Entre os locais mais populares estão as granjas (onde você pode escolher o seu frango), as Casas do Norte (lojas que só comercializam produtos nordestinos) e comerciantes de rua vendendo tapioca.

As noites são marcada por eventos culturais nordestinos, como forró e serestas comandada por tecladistas solo, além de shows de bandas e artistas nordestinos, levando os moradores do Rio das Pedras a mais perto da sua cultura de origem.

Rio das Pedras vem crescendo ano após ano, com diversos locais. Há 10 anos atrás, tinha somente seis colégios e uma clínica da família, em 2019, esse número se expandiu, são cinco colégios municipais, uma creche municipal, um colégio estadual, duas clínicas da família, e dois EDIs. Tirando o comércio, e casas que vão crescendo dentro da comunidade.

Urbanização[editar | editar código-fonte]

Fonte SABREN-PCRJ-IPP.

Segundo o Censo IBGE de 2010, eram aproximadamente 63 mil moradores, estabelecidos em uma área de 90 hectares de terra em expansão, aos fundos da Barra da Tijuca [3]

Rio das Pedras pode ser dividida em duas partes principais: uma área norte mais consolidada e uma área sul com infraestrutura mais recente e, por consequência, mais precária. Mas para os moradores as principais divisões dentro de Rio das Pedras são as sub-comunidades conhecidas como Areal 1, Areal 2, Areinha, Casinhas, Pinheiro e Pantanal. As ruas principais são a Rua Nova, Rua Velha e Engenheiro.

Existe um antigo conjunto de prédios da construtora Delfim que está abandonado desde a década de 1980, chegou até a ser invadido em 1991 pelos moradores mas, foram removidos pela Polícia e Defesa Civil.

O bairro recebeu as obras do programa Favela Bairro entre os anos de 1998 e 2002. Foram construídos em um terreno de 416.556m² completamente urbanizado, 32 edifícios de 4 pavimentos com 4 apartamentos por andar, juntamente com quadras esportivas e pequenas praças.

Apesar das obras recebidas, o bairro é bastante afetado com alagamentos e inundações nas ruas principais em dias de chuva.

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia local de Rio das Pedras prospera, atuando como ponto central não só para favelas menores da região, como Muzema, mas indo além. Com muitos moradores proprietários de comércios, trabalhando nos negócios locais e gastando dinheiro na própria favela, o dinheiro continua circulando dentro da comunidade num círculo virtuoso de desenvolvimento. Desse modo, alguns moradores dizem que, muito embora o Brasil esteja atravessando uma crise econômica, ela não afetou Rio das Pedras com tanta força como em outros lugares.

Castelo das Pedras[editar | editar código-fonte]

Baile no Castelo das Pedras.

Rio das Pedras ficou conhecida historicamente por um ponto principal, o famoso baile do Castelo das Pedras, que foi criado em 1993 e foi um dos pilares para que a cultura do funk fosse desenvolvida, saindo do morro para o asfalto, contando com presenças de diversos artistas e jogadores.

Em 2018, o Castelo fechou e a edificação foi demolida no início de 2020. Ainda não se sabe o que será feito no local que, atualmente, ainda possui os escombros da demolição.

Até hoje o Castelo é usado como referência para identificar a região.

Hoje, a maior casa de show do Rio das Pedras, e um dos pontos mais conhecidos é o Espaço Terraço, que é uma casa de shows construída no alto de uma loja, no qual artistas renomados no cenário musical se apresentam todo fim de semana.

Cotidiano[editar | editar código-fonte]

Filmagem mostrando um pouco do cotidiano da comunidade de Rio das Pedras.


Milícias[editar | editar código-fonte]

Rio das Pedras foi o local de uma das primeiras milícias no Estado do Rio, e permanece livre das facções de tráfico de drogas. Se desenvolvendo ao longo dos anos 80, moradores já haviam observado traficantes tomando o controle em outras favelas, e por isso ao construir Rio das Pedras já estavam cientes e cautelosos sobre o que o tráfico poderia fazer a uma comunidade como aquela. O objetivo original das milícias no Rio era, assim, conter o tráfico de drogas nas favelas, na ausência de medidas de segurança formal adequadas. No caso de Rio das Pedras, os moradores são obrigados a pagar uma taxa de proteção para a milícia, o que tem mantido o tráfico de drogas longe da comunidade. Mas, à medida que as milícias se expandiam, elas também começaram a ser associadas a severas restrições das liberdades individuais dos moradores, fomentando a corrupção e sua particularmente perniciosa forma de violência.

Fotos[editar | editar código-fonte]

A ocupação da região de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, começou nos anos 70, especialmente por conta da migração de nordestinos. Foto Jorge Peter, Agência O Globo.jpg
Em 1997, moradores incendiaram carros em protesto contra a falta de saneamento básico, uma das mazelas tradicionais das favelas cariocas. Foto Custódio Coimbra, Agência O Globo.
Obras do Favela-Bairro em Rio das Pedras.
Prédios do Favela-Bairro.
Campo de futebol e outras construções fruto do Favela-Bairro.
Rio das Pedras. Foto Custodio Coimbra, O Globo.

Fontes e Referências[editar | editar código-fonte]

ANF. Disponível em: Rio das Pedras tem coisa boa sim!

Jorge Mario Jáuregui: Atelier Metropolitano. Disponível em: Favela-Bairro em Rio das Pedras.

O Globo. Disponível em: Em foco: A favela de Rio das Pedras.

RioOnWatch. Disponível em: Rio das Pedras: Uma Visão Geral da Movimentada Favela da Zona Oeste.

Wikifavelas. Disponível em: Lista de Favelas do Rio de Janeiro.