Agência de Notícias das Favelas

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
Autoria: Agência de Notícias das Favelas.
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A Agência de Notícias das Favelas é um veículo de mídia independente criada em janeiro de 2001, é a primeira e maior agência de notícias de favelas do mundo.

Sobre[editar | editar código-fonte]

A ANF – Agência de Notícias das Favelas foi criada para atender a demanda da imprensa e da sociedade que precisavam obter informações sobre que acontecia no contexto das favelas do Rio de Janeiro. Fundada pelo jornalista André Fernandes, em janeiro de 2001, foi logo reconhecida pela Reuters como a primeira agência de notícias de favelas do mundo. Em 2005, a ANF foi instituída como uma ONG para levar adiante a luta pela democratização da informação da favela para o mundo, tendo como protagonistas seus próprios moradores.

Nossa missão é estimular a integração e a troca de informações entre as favelas, com a finalidade de melhorar, por meio de formação de uma grande rede de colaboradores, a qualidade de vida do povo. A Agência de Notícias das Favelas dispõe de um site, mídias sociais e do jornal “A Voz da Favela”, maior impresso das favelas do país, com uma tiragem de 50 mil exemplares mensais, circulando também nas regiões do Rio de Janeiro, da Baixada Fluminense e Niterói. O jornal é escrito por moradores e ativistas das favelas de forma colaborativa. Além disso, garante renda para dezenas de pessoas. Sua distribuição conta com uma metodologia inovadora, onde o jornal é repassado para seus distribuidores sem nenhum custo e todo o recurso arrecadado fica integralmente para o distribuidor. Vale destacar que o jornal A Voz da Favela não tem preço e sim um valor: uma contribuição voluntária do leitor.  A Voz da Favela, disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=5aECmPtPadM.

A ANF é também a única organização da mídia independente no país que tem um Manual de Redação e Estilo, distribuído exclusivamente entre os seus mais de 500 colaboradores – em sua maioria, moradores de favelas do Rio de Janeiro e de outros estados. Quem quiser contribuir com textos e informações relevantes, precisa apenas entrar no site (www.anf.org.br) e solicitar participação. 

Além de ajudar na democratização da comunicação nas favelas, a organização desenvolve diversos projetos nas áreas de cultura, cidadania, prestação de serviços e educação.

Publicações e projetos[editar | editar código-fonte]

Em 2012, a ANF realizou o projeto Ritmo e Poesia – REP, com patrocínio da Secretaria de Cultura, na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. O projeto consiste em encontros musicais com microfone aberto em prol da expressão cultural da população local. O REP é a mistura das linguagens artísticas da favela com a arte do asfalto em um movimento criador e socialmente engajado.

Em 2013 publicou o Guia das Favelas, que reúne informações culturais e turísticas sobre as favelas do Rio de Janeiro, visando estimular o fluxo turístico e fomentar a economia local.

Em 2014, foi publicado o livro “Perseguindo um sonho – A história da fundação da primeira agência de notícias de favelas do mundo”, escrito pelo diretor e fundador da ANF André Fernandes. O livro foi lançado no Rio de Janeiro e Brasília, Curitiba e Lisboa. A publicação já conta com uma versão italiana, e, em breve, será lançada em espanhol e alemão. Em língua portuguesa, o livro está em sua 3ª edição. No mesmo ano, a Agência foi agraciada com a Medalha Tiradentes, honraria concedida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

No início de 2015 começamos as filmagens do documentário “Eu só quero é ser feliz – Uma breve história do Funk Carioca”. O projeto foi produzido em parceria com AND Produções, Approach Comunicação e ANF Produções a partir de recursos do edital do Funk da Secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Em setembro do mesmo ano, foi lançado o Manual de Redação e Estilo da organização. Também em 2015 foi concedida à Agência o título de Utilidade Pública, pelo Município do Rio de Janeiro.

Em 2016, a ANF realizou o primeiro curso de formação da RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação, resultado do Prêmio Mídia Livre (Ministério da Cultura) e apoio da Faculdade Hélio Alonso. A ANF também promoveu o Encontro com Candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro, evento realizado no Museu do Samba, na Mangueira. A ANF também recebeu o título de entidade de Utilidade Pública, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. No mesmo ano foi finalizado o documentário” Eu só quero é ser feliz – Uma breve História do Funk Carioca”, dirigido por André Fernandes. O filme estreou no Cinecarioca Nova Brasília, no Complexo do Alemão, foi exibido na 11ª edição do Festival Visões Periféricas em 2017 e atualmente está sendo exibido no canal Cine Brasil TV. 

Em 2017, a Agência de Notícias das Favelas realizou o I Encontro Latino-americano de Comunicação Comunitária, fruto do edital Ibercultura Viva. Rodas de conversa, shows e outras atrações culturais aconteceram em cinco espaços da cidade de Niterói. O evento era preparatório para o III Congresso Latino-Americano de Cultura Viva Comunitária. Ainda nesse ano, a ANF iniciou seu 1º curso de pré-vestibular comunitário, voltado para moradores de favela com dezenas de professores voluntários. Realizou oficinas de criação de vídeo com celular com jovens de diversas favelas. Também em 2017 iniciou um projeto de extensão com jovens estudantes de comunicação em parceria com a ECO/UFRJ: o Programa de Extensão em Práticas de Comunicação Comunitária. 

A ANF fortaleceu suas ações em algumas cidades, visando ampliar seu campo de atuação, em especial as cidades de Salvador, Curitiba e São Paulo. A iniciativa incluiu o início da editoria “Nacional” no jornal A Voz da Favela.

A Agência apoiou projetos de produtores parceiros em 2018: “Plantão Judiciário – Circuito nas favelas” foi atividade realizada no primeiro semestre deste ano em parceria com Daniel Brunet, diretor do documentário “Plantão Judiciário”. O circuito possibilitou levar aos moradores das favelas do Jacarezinho, Manguinhos e Pavão-Pavãozinho, a amostra deste documentário seguido de debate facilitado por defensores públicos e o diretor do filme. O objetivo foi apresentar as falhas nos sistemas público e privado de saúde bem como os direitos do cidadão. Outra realização foi “Cineclub Conheça Seus Direitos”: atividade bimestral realizada em parceria com Eduardo Camelo, cineasta e idealizador do projeto, que consiste em exibição de filmes relacionados aos Direitos humanos exibidos ao ar livre seguidos de debates com os participantes.

O ano de 2018 foi de eleições nas esferas federal e estadual. Portanto, a ANF promoveu o “Encontro da favela com candidatos ao governo do estado”: terceira edição do Encontro com Candidatos, que pela primeira vez aconteceu com concorrentes ao governo do Estado do Rio de Janeiro, realizado em 15 de setembro, na Vila Olímpica Carlos Castilho (Complexo do Alemão).

Durante o período eleitoral funcionou, em um estabelecimento localizado no bairro da Lapa (RJ), o projeto Esquina da Democracia. Mesclando debates políticos com apresentações culturais, o local atraiu defensores de causas sociais, ativistas e interessados em questões políticas. A Esquina da Democracia promoveu, regularmente, eventos antes e depois de importantes manifestações, com a presença de políticos e artistas, até o final do segundo turno.

Ainda em 2018, a Agência criou o Instituto Data ANF: com os objetivos de pesquisar sobre hábitos de consumo, tendência e opinião das favelas, realizou seu projeto piloto com questões sobre intenção de voto. Foram entrevistadas 1125 pessoas em 10 favelas. O resultado não pôde ser publicado por questões burocráticas de registro no TRE mas gerou matéria publicada na edição de outubro do jornal A Voz da Favela e no portal ANF, onde os pesquisados destacaram as áreas da saúde, educação e segurança pública como as mais importantes, devendo merecer maior atenção dos governantes eleitos.

O ano de 2018 também foi marcado pela parceria entre o jornalismo da TV Globo com comunicadores comunitários para o quadro Comunidade RJ, priorizando produção de conteúdo e publicizando nos telejornais locais, divulgando questões e personagens relacionados ao universo das favelas. O projeto conta com o apoio da Agência de Notícias das Favelas desde julho de 2018. Dentre os participantes da ANF, destacaram-se Thiago Firmino (Santa Marta) e Cosme Fellipsen (Providência).

Em 8 de janeiro de 2019 a Agência de Notícias das Favelas completou 18 anos de vida. A ocasião foi marcada pelo lançamento de novo vídeo institucional, disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=0kZdEtf0FVE>, onde alguns dos principais personagens da história da ANF realizam retrospectiva de momentos marcantes da organização.

Ainda no primeiro semestre a Agência de Notícias das Favelas realizou a primeira edição fora do Rio de Janeiro do curso de formação RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação. A cidade de Salvador recebeu a iniciativa, através dos apoiadores Coelba e Rede FTC, que contou com número recorde de inscritos: 165 pessoas de 85 favelas pleitearam as 25 vagas disponíveis. Início do curso em Salvador também foi marcado pela abertura da primeira sub-sede da ANF, localizada no Bairro da Paz.

Em agosto de 2019, na cidade de Recife – Pernambuco, foi dado o início para mais uma edição do curso RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação. Foi publicado em outubro a primeira edição do jornal A Voz da Favela na cidade, também com 50 mil exemplares. 

Em novembro de 2019 a ANF realizou o evento de entrega do Primeiro Prêmio ANF de Jornalismo, no Rio de Janeiro.

Em 2020, a Agência de Notícias das Favelas irá realizar três edições da RACC – Rede de Agentes Comunitários de Comunicação, no Rio de Janeiro, contando com o apoio de universidades e instituições. Em agosto acontecerá a segunda edição do ELACC – Encontro Latino Americano de Comunicação Comunitária, que irá reunir comunicadores e profissionais da área da cultura durante três dias.

Além dos títulos de utilidade pública municipal e estadual, a ANF recebeu o diploma Heloneida Stuart de Cultura, por sua contribuição e desenvolvimento da cultura no Estado do Rio de Janeiro e foi homenageada com as medalhas Pedro Ernesto e Tiradentes pelos serviços prestados para a sociedade.

Redes sociais[editar | editar código-fonte]


Ver também[editar | editar código-fonte]