Tamo Junto (projeto)

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

O Projeto Tamo Junto foi lançado pelo Dicionário de Favelas Marielle Franco no ano de 2021, com objetivo de fortalecimento técnico e institucional de organizações sociais e coletivos de favelas. Da mesma forma, as organizações participantes do projeto deveriam contribuir com a produção de novos verbetes para a plataforma. Desse modo, o Dicionário reitera seu comprometimento com forças políticas faveladas e periféricas, bem como com a visibilização e estímulo à produção de conhecimento e resgate da memória dessas áreas.

A primeira edição foi realizada entre os meses de março de 2021 e janeiro de 2022. Há previsão de novas edições do projeto para o ano de 2022. Em sua primeira edição, o projeto contou com apoio financeiro do Deputado Marcelo Freixo, por meio de uma emenda parlamentar e os trabalhos foram realizados online devido à pandemia de Covid-19.

Autoria: Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco

1ª Edição do Tamo Junto (2021-2022)[editar | editar código-fonte]

Na primeira edição do projeto, foram mapeadas organizações e coletivos da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, cujas atuações no enfrentamento à pandemia de covid-19 nas favelas foram destaque de alguma forma, demonstrando o potencial de jovens coletivos. Dentre as dezenas de organizações e coletivos levantados pela Equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, em conjunto com seu Conselho Editorial, 06 foram selecionadas para participar do projeto organizações de distintos territórios da região metropolitana: Instituto Entre o Céu e a Favela (Providência); Marginal Coletivo (Cidade de Deus); Coletivo Piracema (Santa Cruz); Só Cria (Rocinha); Odarah Cultura e Missão (Baixada Fluminense); e Fala Akari (Acari). Por diferentes motivos, as duas últimas organizações não seguiram no projeto, tendo sido substituídas pelos coletivos Brota na Laje (Borel) e Cine&Rock (Rio das Pedras). Depois de alguns encontros, o Cine&Rock deixou de fazer parte do projeto, por não estar em condições de acompanhar o grupo. Desta forma, a composição final da 1a Edição do Tamo Junto foi composta pelos seguintes coletivos: Instituto Entre o Céu e a Favela (Providência); Marginal Coletivo (Cidade de Deus); Coletivo Piracema (Santa Cruz); Só Cria (Rocinha); e Brota na Laje (Borel). Os participantes receberam um bolsa e um laptop para facilitar sua participação no projeto.

A coordenação da edição foi inicialmente feita por Thiago Matiolli, tendo sido substituído por Cleonice Dias, posteriormente, tendo o apoio fundamental de Caique Silva durante todo o período. O Conselho Editorial do Dicionário acompanhou de perto a elaboração do projeto, participando na sua execução como instrutores, bem como a Coordenadora Geral do Dicionário, Sonia Fleury, que participou de diversos encontros no decorrer do ano.

Temas abordados na capacitação[editar | editar código-fonte]

Na formulação do projeto, foram levantados três eixos fundamentais: institucional, técnico e de produção de conhecimento, propriamente dito. A partir de tais eixos, foram desenvolvidos diferentes módulos:

Data Módulo Conteúdo do encontro
18/03/2021 Apresentação Apresentação
08/04/2021 Apresentação Discussão sobre o tema dos módulos
23/04/2021 Módulo 1 Fortalecimento Institucional - Projetos para o edital da Fiocruz
11/05/2021 Módulo 1 Fortalecimento Institucional - Identidade Visual do Dicionário
18/05/2021 Módulo 1 Fortalecimento Institucional - Marketing
01/06/2021 Módulo 1 Avaliação do primeiro módulo e produção de gírias
15/06/2021 Módulo 1 Fortalecimento Institucional - Boletim Epidemiológico
29/06/2021 Módulo 1 Fortalecimento Institucional - Boletim Epidemiológico
13/07/2021 Módulo 2 Levantamento e análise de dados.
27/07/2021 Módulo 2 Levantamento e análise de dados.
10/08/2021 Módulo 2 Levantamento e análise de dados. (Oficina)
24/08/2021 Módulo 3 Cartografia Social
07/09/2021 Feriado Sem encontro
21/09/2021 Módulo 3 Cartografia Social
05/10/2021 Módulo 3 Cartografia Social
19/10/2021 Módulo 4 Coleta de dados
02/11/2021 Feriado Sem encontro
16/11/2021 Módulo 4 Coleta de dados
25/01/2022 Módulo 4 Coleta de dados
7/12/2021 Avaliação Final Avaliação Final do projeto

Em cada momento do Projeto, parceiros ajudaram na condução dos módulos, ocupando o papel de facilitadores, professores, debatedores e afins. Foram eles:

  1. Módulo 01 (fortalecimento Institucional): Itamar Silva (Wikifavelas e Grupo ECO); Ricardo Moura (Raízes em Movimento); André Guimarães (Gueto - Marketing de Favela); Bianca Leandro (ENSP/Fiocruz); Jussara Angelo (ENSP/Fiocruz); Sonia Fleury (Wikifavelas) e Thiago Matiolli (Wikifavelas).
  2. Módulo 02 (levantamento e análise de dados): Orlando Santos (Wikifavelas e Observatório das Metrópoles); Rute Imanishi (Observatório das Metrópoles); Juciano Rodrigues (Observatório das Metrópoles).
  3. Módulo 03 (cartografia social): Banco Comunitário do Preventório - Elena Veríssimo, Alessandra Figueiredo, Marcos Rodrigo Maciel, Fernando Severo, Kayky Silva; Pedro Braga (Wikifavelas); João Porto (Universidade de Glaslow - Escócia); Luiz Lourenço (CEASM).
  4. Módulo 04 (Coleta de dados): Sonia Fleury (Wikifavelas); Palloma Menezes (Wikifavelas e IESP/UERJ); Márcia Leite (Wikifavelas e UERJ).

Produtos do projeto[editar | editar código-fonte]

Em cada módulo, um produto foi preparado pelos coletivos. No caso do primeiro módulo, de fortalecimento institucional, o produto do módulo foi a criação de uma definição para uma gíria. Você pode conferir todas as gírias no verbete de Gírias.

Para o segundo módulo, de levantamento e análise de dados, os coletivos consultaram bancos de dados públicos para mapear questões de seus territórios. Os produtos estão nas páginas de cada organização. Confira:


Já no terceiro módulo, onde foi discutido sobre mapeamentos e cartografia, foi discutido durante o módulo sobre como a falta de mapeamentos pelo poder público é um problema cotidiano na vida da população das favelas e periferias e os coletivos usaram da plataforma Open Street Maps para aprender a criar intervenções nos mapas de suas favelas. Confira os resultados:

  • Só Cria: criou no mapa a "Comuna", espaço onde os trabalhos do coletivo são sediados na favela da Rocinha: clique aqui.
  • Brota na Laje: criou o Centro Cultural Roda Viva, onde os trabalhos do coletivo são desenvolvidos: clique aqui.
  • Entre o Céu e a Favela: fez intervenções demarcando o espaço do morro da Providência: clique aqui.
  • Marginal Coletivo: intervenções demarcando o espaço do Tijolinho, onde o coletivo atua: clique aqui.
  • Coletivo Piracema: Fez intervenções no mapa de Santa Cruz, território onde ficam localizados seus trabalhos principais: clique aqui.


O quarto e último módulo discutiu métodos de coletas de dados. Os coletivos se ocuparam de pensar em entrevistas, questionários, grupos focais e outras técnicas para realizar coletas de dados em seus respectivos locais de atuação. Para acessar o produto de cada módulo, clique nos links abaixo: