Vila Operária (pesquisa): mudanças entre as edições
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O presente verbete faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBF -Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, coordenada por Mauro Amoroso, com parceria com Lu brasil, licenciada em pedagogia, mestre em Educação, comunicação e cultura pela FEBF, arte-educadora e moradora da Vila Operária. A equipe da pesquisa é formada e teve a participação de alunas e alunos de graduação e pós, além de voluntários e parceiros diversos, são eles: Juliana de Abreu, Paula Noronha, Juliana da Silva, Nathalia Knopp, Eduarda Santana, Jamille S. Lopes, Vinícius da Conceição. A Vila Operária é uma favela localizada no Município de Duque de Caxias situada no 1° distrito na Baixada Fluminense. O processo de ocupação e formação da Favela ocorreu através de um processo continuo de luta dos moradores de uma forma politica e coletiva. Atualmente, a pesquisa conta com patrocínio da Fundação Carlos Chagas de Amparo á Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). | |||
O presente verbete faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ- | Autoria: Mauro Amoroso | ||
[[Arquivo:Favela Vila Operária.jpg|centro|miniaturadaimagem|474x474px|Favela Vila Operária, por do sol registrado pela lentes de Lu Brasil]] | |||
== História da Vila Operária == | |||
Uma das primeiras obras acadêmicas que falam sobre a Vila Operária é o célebre livro "O mito da marginalidade: favelas e política no Rio de Janeiro" (1977), de autoria de Janice Perlman, fruto de pesquisa feita nos anos 1960. Após aproximadamente quatro décadas depois, a autora retoma o contato com muitos dos entrevistados, e suas famílias, para a primeira obra, para retomar sua reflexão em "Favela: quatro décadas de transformações no Rio de Janeiro" (2020). Apesar das favelas serem um consolidado tema de estudos, principalmente pelas Ciências Sociais, não há muitas produções sobre a Vila Operária. Das poucas, podemos destacar a dissertação de mestrado de Lu Brasil, arte educadora local e que coordena a pesquisa junto com Mauro Amoroso, chamada "Meeting of Favela: grafitando subjetivações na Vila Operária do látex às cores digitais" (2016). Outro grande trabalho de destaque, por sua qualidade e originalidade, é a dissertação de mestrado de Denise Ramos Ferreira intitulada " Relatos orais: o clientelismo e as relações de poder representados nas memórias de indivíduos ligados à favela Vila Operária, em Duque de Caxias no Rio de Janeiro (1960-1985)" (2012). Este trabalho faz um denso resgate da fundação e da história política local da Vila Operária, sendo a principal referência para as informações aqui citadas. Um dos pontos de sua originalidade é o fato de ser uma dissertação de mestrado em História, disciplina que não costuma ter a temática das favelas como um de seus principais objetos de reflexão. | |||
A Vila Operária é uma favela cujo surgimento se dá entre o final dos anos de 1950 e 1960, por meio de uma ocupação de terras que pertenciam a Genack Chadrycky, sua ocupação é ligada a loteamento promovido por atores políticos locais, e a organização de seu movimento associativo contou com a participação de militantes do partido comunista Brasileiro (PCB). Foi um período de disputa de territórios entre os moradores e donos legítimos, e também entre as lideranças políticas. A maior parte dos moradores vieram de regiões do nordeste, e também sudeste, muitos moravam no interior e vinham em busca de melhores condições de vida. Chegando no Rio de Janeiro, relatam que se depararam com algumas dificuldades em relação a trabalho e moradia, encontrando na favela uma solução, um local para residir. Muitos dos moradores conseguiam trabalhar como feirantes, vendedores, comerciantes, empregadas domesticas, cuidadoras de crianças (babás) e de idosos, serviços gerais, obreiros, e também explicadoras. A partir do uso da metodologia da história oral, pretende-se traçar a trajetória de construção e consolidação de moradias locais, assim como o entendimento das estratégias utilizadas pelos moradores, a partir da memória dessas mesmas trajetórias, para garantir acesso à permanência bem como para o alcance a diferentes bens de infraestrutura urbana e serviços diversos. Sendo assim pretende-se construir compreensão da formas de atuação dos moradores, como sujeitos políticos locais. | A Vila Operária é uma favela cujo surgimento se dá entre o final dos anos de 1950 e 1960, por meio de uma ocupação de terras que pertenciam a Genack Chadrycky, sua ocupação é ligada a loteamento promovido por atores políticos locais, e a organização de seu movimento associativo contou com a participação de militantes do partido comunista Brasileiro (PCB). Foi um período de disputa de territórios entre os moradores e donos legítimos, e também entre as lideranças políticas. A maior parte dos moradores vieram de regiões do nordeste, e também sudeste, muitos moravam no interior e vinham em busca de melhores condições de vida. Chegando no Rio de Janeiro, relatam que se depararam com algumas dificuldades em relação a trabalho e moradia, encontrando na favela uma solução, um local para residir. Muitos dos moradores conseguiam trabalhar como feirantes, vendedores, comerciantes, empregadas domesticas, cuidadoras de crianças (babás) e de idosos, serviços gerais, obreiros, e também explicadoras. A partir do uso da metodologia da história oral, pretende-se traçar a trajetória de construção e consolidação de moradias locais, assim como o entendimento das estratégias utilizadas pelos moradores, a partir da memória dessas mesmas trajetórias, para garantir acesso à permanência bem como para o alcance a diferentes bens de infraestrutura urbana e serviços diversos. Sendo assim pretende-se construir compreensão da formas de atuação dos moradores, como sujeitos políticos locais. | ||
= Os depoimentos = | == Os depoimentos == | ||
Os depoimentos dos moradores contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele. | Os depoimentos dos moradores contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele. | ||
'''Para acessar os depoimentos e as transcrições dos moradores na integra, clique nos links abaixo:''' | '''Para acessar os depoimentos e as transcrições dos moradores na integra, clique nos links abaixo:''' | ||
# Depoimento - Manuel Cândido - [[Manuel Cândido (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | |||
# Depoimento - Manuel Cândido - [[Manuel Cândido (entrevista)| | # Depoimento - Maria Luisa Brandão - [[Maria Luísa Brandão (Entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | ||
# Depoimento - Suelene Ferreira Santos - <span style="background-color:#f1c40f;">[[Suelene Ferreira Santos (Entrevista)|acesse clicando aqui]]</span> | |||
# Depoimento - Maria Luisa Brandão - [[Maria Luísa Brandão (Entrevista)| | # Depoimento - Maria Cecília - [[Maria Cecília (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | ||
# Depoimento - Suelene Ferreira Santos - [ | # Depoimento- Paulo Breder - [[Paulo Breder (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | ||
# Depoimento - Maria | # Depoimento- Maria Elena - [[Maria Elena (Entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | ||
# Depoimento - Djanira Lopes - [[Djanira Lopes (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | |||
# Depoimento - Aliete Silva - [[Aliete Silva (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui</span>]] | |||
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# Depoimento - Maria Aparecida - [[Maria Aparecida (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui]] | |||
# Depoimento - Kátia Cândido - [[Kátia Cândido (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui]] | |||
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# Depoimento - Euclides Viana - [[Euclides Viana (entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui]] | |||
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# Depoimento - Vinicius Santos - [[Vinicius Santos (Entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui]] | |||
# Depoimento - Jócio Barboza - [[Jócio Barboza (Entrevista)|<span style="background-color:#f1c40f;">acesse clicando aqui]] | |||
[[Categoria:Vila Operária]] | [[Categoria:Vila Operária]] | ||
[[Categoria:Duque de Caxias]] | [[Categoria:Duque de Caxias]] |
Edição atual tal como às 00h13min de 15 de junho de 2024
O presente verbete faz parte da pesquisa: “Memória, propriedade e moradia: os usos políticos do passado como luta pelo direito á cidade em uma favela de Duque de Caxias” desenvolvida pela UERJ-FEBF -Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, coordenada por Mauro Amoroso, com parceria com Lu brasil, licenciada em pedagogia, mestre em Educação, comunicação e cultura pela FEBF, arte-educadora e moradora da Vila Operária. A equipe da pesquisa é formada e teve a participação de alunas e alunos de graduação e pós, além de voluntários e parceiros diversos, são eles: Juliana de Abreu, Paula Noronha, Juliana da Silva, Nathalia Knopp, Eduarda Santana, Jamille S. Lopes, Vinícius da Conceição. A Vila Operária é uma favela localizada no Município de Duque de Caxias situada no 1° distrito na Baixada Fluminense. O processo de ocupação e formação da Favela ocorreu através de um processo continuo de luta dos moradores de uma forma politica e coletiva. Atualmente, a pesquisa conta com patrocínio da Fundação Carlos Chagas de Amparo á Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
Autoria: Mauro Amoroso
História da Vila Operária[editar | editar código-fonte]
Uma das primeiras obras acadêmicas que falam sobre a Vila Operária é o célebre livro "O mito da marginalidade: favelas e política no Rio de Janeiro" (1977), de autoria de Janice Perlman, fruto de pesquisa feita nos anos 1960. Após aproximadamente quatro décadas depois, a autora retoma o contato com muitos dos entrevistados, e suas famílias, para a primeira obra, para retomar sua reflexão em "Favela: quatro décadas de transformações no Rio de Janeiro" (2020). Apesar das favelas serem um consolidado tema de estudos, principalmente pelas Ciências Sociais, não há muitas produções sobre a Vila Operária. Das poucas, podemos destacar a dissertação de mestrado de Lu Brasil, arte educadora local e que coordena a pesquisa junto com Mauro Amoroso, chamada "Meeting of Favela: grafitando subjetivações na Vila Operária do látex às cores digitais" (2016). Outro grande trabalho de destaque, por sua qualidade e originalidade, é a dissertação de mestrado de Denise Ramos Ferreira intitulada " Relatos orais: o clientelismo e as relações de poder representados nas memórias de indivíduos ligados à favela Vila Operária, em Duque de Caxias no Rio de Janeiro (1960-1985)" (2012). Este trabalho faz um denso resgate da fundação e da história política local da Vila Operária, sendo a principal referência para as informações aqui citadas. Um dos pontos de sua originalidade é o fato de ser uma dissertação de mestrado em História, disciplina que não costuma ter a temática das favelas como um de seus principais objetos de reflexão.
A Vila Operária é uma favela cujo surgimento se dá entre o final dos anos de 1950 e 1960, por meio de uma ocupação de terras que pertenciam a Genack Chadrycky, sua ocupação é ligada a loteamento promovido por atores políticos locais, e a organização de seu movimento associativo contou com a participação de militantes do partido comunista Brasileiro (PCB). Foi um período de disputa de territórios entre os moradores e donos legítimos, e também entre as lideranças políticas. A maior parte dos moradores vieram de regiões do nordeste, e também sudeste, muitos moravam no interior e vinham em busca de melhores condições de vida. Chegando no Rio de Janeiro, relatam que se depararam com algumas dificuldades em relação a trabalho e moradia, encontrando na favela uma solução, um local para residir. Muitos dos moradores conseguiam trabalhar como feirantes, vendedores, comerciantes, empregadas domesticas, cuidadoras de crianças (babás) e de idosos, serviços gerais, obreiros, e também explicadoras. A partir do uso da metodologia da história oral, pretende-se traçar a trajetória de construção e consolidação de moradias locais, assim como o entendimento das estratégias utilizadas pelos moradores, a partir da memória dessas mesmas trajetórias, para garantir acesso à permanência bem como para o alcance a diferentes bens de infraestrutura urbana e serviços diversos. Sendo assim pretende-se construir compreensão da formas de atuação dos moradores, como sujeitos políticos locais.
Os depoimentos[editar | editar código-fonte]
Os depoimentos dos moradores contam com detalhes como foi a trajetória de migração, quais foram as suas motivações, as experiências e dificuldades vividas ao chegar no Rio de janeiro. Contam como a Vila Operária surgiu, quais lideranças políticas estavam envolvidas e como era a favela na época e como foi a experiência de construir uma residência de alvenaria e habitar aquele espaço lidando com a precariedade, falta de saneamento básico, luz e transporte. Contam como funcionava a associação de moradores, como eram as escolas, igrejas e os eventos coletivos, como: festas, e ações beneficentes, também relatam as mudanças que o local sofreu ao longo dos anos. As entrevistas contém informações importantes sobre a construção histórica daquele espaço antes inabitado, e qual o significado afetivo que os moradores atribuíram a ele.
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