Memória Viva - Série de entrevistas - Alan Brum: mudanças entre as edições

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
(Memória Viva - Série de entrevistas - Alan Brum)
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O projeto “Memória Viva” está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação do Alam Brum.
O [[Memória Viva (série de entrevistas)|projeto “Memória Viva”]] está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação do Alam Brum.
  Autoria: Entrevistadora: [[Mônica Francisco (PSOL/RJ) - Borel - RJ|Mônica Francisco]] / Entrevistado: Alan Brum (Sociólogo, Doutorando em Planejamento Urbano IPPUR-UFRJ Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX); Cofundador do Instituto Raízes.
  Autoria - Entrevistadora: [[Mônica Francisco (PSOL/RJ) - Borel - RJ|Mônica Francisco]] / Entrevistado: Alan Brum (Sociólogo, Doutorando em Planejamento Urbano IPPUR-UFRJ Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX); Cofundador do Instituto Raízes.


== Apresentação ==
== Apresentação do projeto ==
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Os registros de entrevistas usaram o protagonismo de importantes figuras, que em seus respectivos territórios, são referências de lutas que ocorrem há décadas na busca por políticas públicas que visam buscar mais dignidade e respeito para os que ali vivem ou sobrevivem.
   
   
O Memória Viva é apresentado por [[Mônica Francisco (PSOL/RJ) - Borel - RJ|Mônica Francisco]], liderança histórica do Morro do Borel, cientista social e ex-deputada estadual, que a cada episódio bate um papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas.


As gravações foram realizadas em diferentes locações com apoio da equipe da VideoSaúde e a série se inspira em alguns projetos que já trabalharam o registro de memórias, como o "A favela fala" (CPDOC/FGV), o "Espelho" (Canal Brasil), o "Conexões Urbanas" (Multishow),a série "Memórias" (Bom Dia Rio) e o programa [[Papo na Laje (programa)|Papo na Laje]] (TVC Rio).


A previsão de lançamento do projeto é novembro de 2024, sendo lançado primeiramente os vídeos que ficarão disponíveis para acesso virtual e gratuito na plataforma da wikiFavelas e, além disso, os episódios serão transformados em podcasts.


O projeto consegue - em sua extensão - conectar as histórias de vida dos entrevistados, com outros vários corpos favelados que possuem histórias de sofrimento em comum. No ápice de toda a sensibilidade, também provoca a possibilidade de voltar no tempo quando atinge memórias coletivas.
== Minibiografia - Alan Brum ==
 
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O resultado de todo o trabalho permite que uma nova ótica se revele projetando novos sentidos para um tempo que parecia estar esquecido e a memória se revela, como instrumento de poder, conseguindo ressignificar sentidos.
 
O Memória Viva é um projeto de preservação de memórias faveladas
== Mini Biografia - Alan Brum ==
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== Clique aqui, veja mais sobre Alan Brum!<ref>[https://vozdascomunidades.com.br/destaques/encontrar-o-que-e-a-verdade-em-voce-afirma-alan-brum-ao-refletir-sobre-sua-historia/ Voz das Comunidades]</ref> ==
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Uma característica presente na favela é o movimento. Desde o sobe e desce das motos e kombis, as pessoas andando nas ruas, até a entrega dos jornais pelo CPX. Movimento é também o que caracteriza Alan Brum Pinheiro, nosso entrevistado de 55 anos, cria do CPX, que ainda é um jovem inquieto com gana por se expressar e deixar sua marca no mundo.
Com o olhar radiante de quem tem sempre uma boa lembrança e história para contar, gesticulando rapidamente com os braços abertos e em alto e bom tom, ele diz. “Não é nem sobre verdade e mentira, tem mais a ver com qual ótica você escolhe contar uma história”, afirma explicando sobre os caminhos que o levaram a se tornar uma das principais referências quando se fala em pesquisa sobre o CPX. Ele conta que a insaciável vontade de aprender e os questionamentos sobre os métodos de pesquisa usados na faculdade fizeram com que ele resolvesse trazer um outro olhar para a realidade, falando de dentro da favela com ela sendo protagonista. Indo na raiz das questões mostrando assim a realidade.
Alan é uma das lideranças por trás do [[Plano de Ação Popular do CPX (livro)|Plano de Ação do CPX]] que traz soluções para os principais problemas do Alemão
As diversas profissões de Alan deram a ele bagagem suficiente para pôr em prática os projetos que tinha em mente. Trabalhou como operador de copiadora, promotor de vendas, repositor, garçom e supervisor. Tudo isso o levou para os caminhos da comunicação com uma paixão pela publicidade. Mas foi nas ciências sociais que fez carreira. Além disso, também foi professor. Esta última função se tornou um apelido que muitos chamam e poucos sabem de onde surgiu. Acontece que Alan deu aulas na associação de moradores da Grota.  
E esse movimento fez ele criar raízes e fundar junto com um grupo de amigos, alunos e crias do CPX, o Instituto Raízes em Movimento. Além de dedicado ao trabalho, Alan também é pai de dois filhos, avô de cinco netos e  ligado à família. Ele conta que, assim como na sua vida, não separa os amigos dos colegas de trabalho, e na família não separa os netos que são  “de um ou de outro”. Os netos são de todos.
No seu dia a dia o método “Alan de ser” funciona assim:  De vez em quando faz uma reunião num bar, ao mesmo tempo conversa com os vizinhos do CPX, e observa o cotidiano da favela. Não se admire se de uma reunião ele viajar direto para uma aldeia no interior do norte do país. Aliás, é o que mais gosta de fazer para se divertir, além da cervejinha e acampar. Essa liberdade que vive é fruto de muito autoconhecimento adquirido ao longo do tempo.
Apesar de tudo que já construiu nos mais de vinte anos à frente do Raízes em Movimentos, sendo um dos líderes da importante pesquisa que formou o Plano de Ação do CPX, e que trouxe o IFRJ para o Alemão, Alan não possui ambições de bens materiais e de construir riquezas. Gosta de levar a vida com simplicidade e talvez esse seja o seu segredo. Refletindo sobre o que é a verdade, na provocação entre “verdade e mentira”, ele explica que existem várias, e que as pessoas gostam de produzir as suas. <blockquote>Mas que para além de saber sobre a verdade das coisas, vale mais “Encontrar o que é a verdade em você”. Finaliza Alan. Ser verdadeiro consigo e assim viver plenamente.</blockquote>{{Clear}}


== Sobre o Complexo do Alemão<ref>[https://cepedoca.org.br/memorias-faveladas/ História do CPX]</ref> ==
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== Ver também ==
== Ver também ==

Edição atual tal como às 11h34min de 6 de junho de 2024

Alan Brum - Tape
Alan Brum - Tape

O projeto “Memória Viva” está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação do Alam Brum.

Autoria - Entrevistadora: Mônica Francisco / Entrevistado: Alan Brum (Sociólogo, Doutorando em Planejamento Urbano IPPUR-UFRJ Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX); Cofundador do Instituto Raízes.

Apresentação do projeto[editar | editar código-fonte]

Monica Francisco - Memoria Viva

O Memória Viva é apresentado por Mônica Francisco, liderança histórica do Morro do Borel, cientista social e ex-deputada estadual, que a cada episódio bate um papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas.

As gravações foram realizadas em diferentes locações com apoio da equipe da VideoSaúde e a série se inspira em alguns projetos que já trabalharam o registro de memórias, como o "A favela fala" (CPDOC/FGV), o "Espelho" (Canal Brasil), o "Conexões Urbanas" (Multishow),a série "Memórias" (Bom Dia Rio) e o programa Papo na Laje (TVC Rio).

A previsão de lançamento do projeto é novembro de 2024, sendo lançado primeiramente os vídeos que ficarão disponíveis para acesso virtual e gratuito na plataforma da wikiFavelas e, além disso, os episódios serão transformados em podcasts.

Minibiografia - Alan Brum[editar | editar código-fonte]

Alan Brum - Memória Viva



Clique aqui, veja mais sobre Alan Brum![1][editar | editar código-fonte]

Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Uma característica presente na favela é o movimento. Desde o sobe e desce das motos e kombis, as pessoas andando nas ruas, até a entrega dos jornais pelo CPX. Movimento é também o que caracteriza Alan Brum Pinheiro, nosso entrevistado de 55 anos, cria do CPX, que ainda é um jovem inquieto com gana por se expressar e deixar sua marca no mundo.

Com o olhar radiante de quem tem sempre uma boa lembrança e história para contar, gesticulando rapidamente com os braços abertos e em alto e bom tom, ele diz. “Não é nem sobre verdade e mentira, tem mais a ver com qual ótica você escolhe contar uma história”, afirma explicando sobre os caminhos que o levaram a se tornar uma das principais referências quando se fala em pesquisa sobre o CPX. Ele conta que a insaciável vontade de aprender e os questionamentos sobre os métodos de pesquisa usados na faculdade fizeram com que ele resolvesse trazer um outro olhar para a realidade, falando de dentro da favela com ela sendo protagonista. Indo na raiz das questões mostrando assim a realidade.

Alan é uma das lideranças por trás do Plano de Ação do CPX que traz soluções para os principais problemas do Alemão

As diversas profissões de Alan deram a ele bagagem suficiente para pôr em prática os projetos que tinha em mente. Trabalhou como operador de copiadora, promotor de vendas, repositor, garçom e supervisor. Tudo isso o levou para os caminhos da comunicação com uma paixão pela publicidade. Mas foi nas ciências sociais que fez carreira. Além disso, também foi professor. Esta última função se tornou um apelido que muitos chamam e poucos sabem de onde surgiu. Acontece que Alan deu aulas na associação de moradores da Grota.  

E esse movimento fez ele criar raízes e fundar junto com um grupo de amigos, alunos e crias do CPX, o Instituto Raízes em Movimento. Além de dedicado ao trabalho, Alan também é pai de dois filhos, avô de cinco netos e  ligado à família. Ele conta que, assim como na sua vida, não separa os amigos dos colegas de trabalho, e na família não separa os netos que são  “de um ou de outro”. Os netos são de todos.

No seu dia a dia o método “Alan de ser” funciona assim:  De vez em quando faz uma reunião num bar, ao mesmo tempo conversa com os vizinhos do CPX, e observa o cotidiano da favela. Não se admire se de uma reunião ele viajar direto para uma aldeia no interior do norte do país. Aliás, é o que mais gosta de fazer para se divertir, além da cervejinha e acampar. Essa liberdade que vive é fruto de muito autoconhecimento adquirido ao longo do tempo.

Apesar de tudo que já construiu nos mais de vinte anos à frente do Raízes em Movimentos, sendo um dos líderes da importante pesquisa que formou o Plano de Ação do CPX, e que trouxe o IFRJ para o Alemão, Alan não possui ambições de bens materiais e de construir riquezas. Gosta de levar a vida com simplicidade e talvez esse seja o seu segredo. Refletindo sobre o que é a verdade, na provocação entre “verdade e mentira”, ele explica que existem várias, e que as pessoas gostam de produzir as suas.

Mas que para além de saber sobre a verdade das coisas, vale mais “Encontrar o que é a verdade em você”. Finaliza Alan. Ser verdadeiro consigo e assim viver plenamente.

Sobre o Complexo do Alemão[2][editar | editar código-fonte]

O Complexo do Alemão é um dos bairros mais jovens do Rio. Localizado na Zona Norte, na Serra da Misericórdia, subúrbio da Leopoldina, foi criado, em 1993, pela lei nº 2055, que alterou os limites de Olaria, Ramos, Bonsucesso, Inhaúma e Higienópolis. Com uma população de cerca de 180 mil habitantes, o bairro, hoje, é formado pelas comunidades de Nova Brasília, Reservatório, Alvorada, Morro das Palmeiras, Casinhas, Fazendinha, Canitá, Pedra do Sapo, Mineiros, Morro do Adeus, Morro da Baiana, Matinha, Grota (também chamada de Joaquim Queiroz) e Morro do Alemão. Esta última localidade emprestou seu nome ao Complexo, muito embora o personagem que inspirou a alcunha fosse, na verdade, polonês.

Fotos[editar | editar código-fonte]

Alan Brum - Tape 1
Monica - Tape
Alan Brum e Monica Francisco
Alan Brum e Monica Francisco 2.png
Alan Brum e Monica Francisco 3
Alan Brum 2
Habitação - Alan.png
Alan Brum 3


Monica - Tape 1
Mulheres na linha de frente
Juventudes
Segurança pública.png
Travessa
Teleférico 1.png
Fórum de ação popular CPX.png

Ver também[editar | editar código-fonte]

Direito à memória nas favelas em tempos pandêmicos (live)

Favelas em movimento

Saúde no Complexo do Alemão

Habitação e saneamento nas favelas

Favela-bairro (programa)

Planejamento urbano

Ocupações em favelas - Sob o domínio do medo (artigo)

Democracia é Saúde

Políticas de segurança que matam pessoas nas favelas: Máquina de moer gente preta - a responsabilidade da branquitude (relatório)

Sincretismo religioso: A vitória do sincretismo: o desfile da Grande Rio no carnaval carioca de 2022 (artigo)

Racismo religioso - o que é e como ele afeta a população negra (artigo)

Luiz Antonio Machado da Silva (homenagens)