Alan Brum (Memória Viva): mudanças entre as edições
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Edição das 07h18min de 6 de junho de 2024
O projeto “Memória Viva” está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação do Alam Brum.
Autoria - Entrevistadora: Mônica Francisco / Entrevistado: Alan Brum (Sociólogo, Doutorando em Planejamento Urbano IPPUR-UFRJ Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX); Cofundador do Instituto Raízes.
Apresentação do projeto
Os registros de entrevistas usaram o protagonismo de importantes figuras, que em seus respectivos territórios, são referências de lutas que ocorrem há décadas na busca por políticas públicas que visam buscar mais dignidade e respeito para os que ali vivem ou sobrevivem.
O projeto consegue - em sua extensão - conectar as histórias de vida dos entrevistados, com outros vários corpos favelados que possuem histórias de sofrimento em comum. No ápice de toda a sensibilidade, também provoca a possibilidade de voltar no tempo quando atinge memórias coletivas.
O resultado de todo o trabalho permite que uma nova ótica se revele projetando novos sentidos para um tempo que parecia estar esquecido onde a memória se revela, como instrumento de poder, conseguindo ressignificar sentidos. O Memória Viva é um projeto de preservação de memórias faveladas.
Mini Biografia - Alan Brum
- Sociólogo e doutorando em Planejamento Urbano e Regional IPPUR/UFRJ.
- Coordenador do CEPEDOCA (Centro de Pesquisa, Documentação e Memórias do CPX) eCofundador e Diretor Presidente do Instituto Raízes em Movimento.
- Professor convidado do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade - HESFA/UFRJ
- Coordenador do Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão
- Conselheiro do Dicionário de Favelas Marielle Franco.
- Morador do Complexo de Favelas do Alemão
Clique aqui, veja mais sobre Alan Brum![1]
Uma característica presente na favela é o movimento. Desde o sobe e desce das motos e kombis, as pessoas andando nas ruas, até a entrega dos jornais pelo CPX. Movimento é também o que caracteriza Alan Brum Pinheiro, nosso entrevistado de 55 anos, cria do CPX, que ainda é um jovem inquieto com gana por se expressar e deixar sua marca no mundo.
Com o olhar radiante de quem tem sempre uma boa lembrança e história para contar, gesticulando rapidamente com os braços abertos e em alto e bom tom, ele diz. “Não é nem sobre verdade e mentira, tem mais a ver com qual ótica você escolhe contar uma história”, afirma explicando sobre os caminhos que o levaram a se tornar uma das principais referências quando se fala em pesquisa sobre o CPX. Ele conta que a insaciável vontade de aprender e os questionamentos sobre os métodos de pesquisa usados na faculdade fizeram com que ele resolvesse trazer um outro olhar para a realidade, falando de dentro da favela com ela sendo protagonista. Indo na raiz das questões mostrando assim a realidade.
Alan é uma das lideranças por trás do Plano de Ação do CPX que traz soluções para os principais problemas do Alemão
As diversas profissões de Alan deram a ele bagagem suficiente para pôr em prática os projetos que tinha em mente. Trabalhou como operador de copiadora, promotor de vendas, repositor, garçom e supervisor. Tudo isso o levou para os caminhos da comunicação com uma paixão pela publicidade. Mas foi nas ciências sociais que fez carreira. Além disso, também foi professor. Esta última função se tornou um apelido que muitos chamam e poucos sabem de onde surgiu. Acontece que Alan deu aulas na associação de moradores da Grota.
E esse movimento fez ele criar raízes e fundar junto com um grupo de amigos, alunos e crias do CPX, o Instituto Raízes em Movimento. Além de dedicado ao trabalho, Alan também é pai de dois filhos, avô de cinco netos e ligado à família. Ele conta que, assim como na sua vida, não separa os amigos dos colegas de trabalho, e na família não separa os netos que são “de um ou de outro”. Os netos são de todos. No seu dia a dia o método “Alan de ser” funciona assim: De vez em quando faz uma reunião num bar, ao mesmo tempo conversa com os vizinhos do CPX, e observa o cotidiano da favela. Não se admire se de uma reunião ele viajar direto para uma aldeia no interior do norte do país. Aliás, é o que mais gosta de fazer para se divertir, além da cervejinha e acampar. Essa liberdade que vive é fruto de muito autoconhecimento adquirido ao longo do tempo.
Apesar de tudo que já construiu nos mais de vinte anos à frente do Raízes em Movimentos, sendo um dos líderes da importante pesquisa que formou o Plano de Ação do CPX, e que trouxe o IFRJ para o Alemão, Alan não possui ambições de bens materiais e de construir riquezas. Gosta de levar a vida com simplicidade e talvez esse seja o seu segredo. Refletindo sobre o que é a verdade, na provocação entre “verdade e mentira”, ele explica que existem várias, e que as pessoas gostam de produzir as suas. Mas que para além de saber sobre a verdade das coisas, vale mais “Encontrar o que é a verdade em você”. Finaliza Alan. Ser verdadeiro consigo e assim viver plenamente.
Sobre o Complexo do Alemão[2]
O Complexo do Alemão é um dos bairros mais jovens do Rio. Localizado na Zona Norte, na Serra da Misericórdia, subúrbio da Leopoldina, foi criado, em 1993, pela lei nº 2055, que alterou os limites de Olaria, Ramos, Bonsucesso, Inhaúma e Higienópolis. Com uma população de cerca de 180 mil habitantes, o bairro, hoje, é formado pelas comunidades de Nova Brasília, Reservatório, Alvorada, Morro das Palmeiras, Casinhas, Fazendinha, Canitá, Pedra do Sapo, Mineiros, Morro do Adeus, Morro da Baiana, Matinha, Grota (também chamada de Joaquim Queiroz) e Morro do Alemão. Esta última localidade emprestou seu nome ao Complexo, muito embora o personagem que inspirou a alcunha fosse, na verdade, polonês.
Fotos
Ver também
Direito à memória nas favelas em tempos pandêmicos (live)
Habitação e saneamento nas favelas
Ocupações em favelas - Sob o domínio do medo (artigo)
Racismo religioso - o que é e como ele afeta a população negra (artigo)