Marcelo Dias

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco
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O projeto “Memória Viva” está baseado no registro de memórias de lideranças moradoras de diferentes favelas do estado do Rio de Janeiro. Neste episódio, temos a participação de Marcelo Dias.

Autoria - Entrevistadora: Mônica Francisco / Entrevistado: Marcelo Dias (Filiado ao IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras) desde 1987, sendo membro do Conselho Diretor, e militante do MNU (Movimento Negro Unificado).
Marcelo Dias

Apresentação do projeto

Monica Francisco - Memoria

O Memória Viva é apresentado por Mônica Francisco, liderança histórica do Morro do Borel, cientista social e ex-deputada estadual, que a cada episódio bate um papo sobre as trajetórias de lideranças de favelas do Rio de Janeiro. A ideia do projeto é criar um espaço de conversa no qual moradores possam reviver lembranças do passado, fazer análises da presente conjuntura e debater perspectivas sobre o futuro das favelas.

As gravações foram realizadas em diferentes locações com apoio da equipe da VideoSaúde e a série se inspira em alguns projetos que já trabalharam o registro de memórias, como o "A favela fala" (CPDOC/FGV), o "Espelho" (Canal Brasil), o "Conexões Urbanas" (Multishow),a série "Memórias" (Bom Dia Rio) e o programa Papo na Laje (TVC Rio).

A previsão de lançamento do projeto é novembro de 2024, sendo lançado primeiramente os vídeos que ficarão disponíveis para acesso virtual e gratuito na plataforma da wikiFavelas e, além disso, os episódios serão transformados em podcasts.

Minibiografia - Marcelo Dias

Advogado com pós-graduação em Direitos Humanos pela Cândido Mendes, membro da Frente Democrática da Advocacia e da Frente de Juristas Negras e Negros. É filiado ao IPCN (Instituto de Pesquisas das Culturas Negras) desde 1987, sendo membro do Conselho Diretor, e militante do MNU (Movimento Negro Unificado).

Surgimento do MNU (Movimento Negro Unificado)

MNU

Em 18 de junho de 1978 representantes de várias grupos se reuniram, em resposta à discriminação racial sofrida por quatro garotos do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê e a prisão, tortura e morte de Robison Silveira da Luz, trabalhador, pai de família, acusado de roubar frutas numa feira, sendo torturado no 44 Distrito Policial de Guaianases, vindo a falecer em consequência às torturas.

Representantes de atletas e artistas negros, entidades do movimento negro: Centro de Cultura e Arte Negra – CECAN, Grupo Afro-Latino América, Associação Cultural Brasil Jovem, Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas – IBEA e Câmara de Comércio Afro-Brasileiro, representada pelo filho do Deputado Adalberto Camargo, decidiram pela criação de um Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial.

O lançamento público aconteceu numa manifestação no dia 7 de julho, do mesmo ano, nas escadarias do Teatro Municipal da Cidade de São Paulo, reunindo duas mil pessoas, segundo o jornal "Folha de São Paulo", em plena Ditadura Militar.

Com a criação do Movimento e seu lançamento público, mudamos a forma de enfrentar o racismo e a discriminação racial no país. Já no dia 7 de julho, participaram entidades do estado do Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa das Culturas Negras – IPCN, Centro de Estudos Brasil África – CEBA, Escola de Samba Quilombos, Renascença Clube, Núcleo Negro Socialista, Olorum Baba Min, Sociedade de Intercâmbio Brasil África – SINBA.

Cinco entidades da Bahia nos enviaram moções de apoio à manifestação.

Prisioneiros da Casa de Detenção do Carandinru, enviaram um documento se integrando ao movimento, denunciando as condições desumanas em que viviam os presos e o racismo do sistema judiciário e do sistema prisional – Centro de Luta Netos de Zumbi.

Participaram do Ato, também, Lélia Gonzales e o professor Abdias do Nascimento.

Clique aqui, leia tudo sobre o assunto!

Sobre o nascimento do MNU, assista aqui!

Rocinha Antirracista, IPCN e MNU

No dia 20 de janeiro de 2024 aconteceu o grande encontro na segunda maior favela do Brasil para discutir o racismo, a exclusão social e o abandono das favelas entre outras mazelas pelo poder público.

Estamos falando da Rocinha que através do Coletivo Rocinha Antirracista recebeu a direção do IPCN e que contou com a presença do morador, diretor do Museu Sankofa e militante do MNU, o irmão Antônio Firmino.

Além dos dirigentes do IPCN representados pela presidenta Márcia Glória, Adilson Xavier e Marcelo Dias, várias lideranças da favela estiveram presentes nesse encontro histórico.

Presentes:

  • Fábio dos Anjos e Suely Rodrigues - CRAS
  • Grécia Valente - Produções.
  • Mauro Ferreira - Papo de Homem.
  • Lene Mendonça e Carol Black - Movimento Brasil Popular.
  • Rosa Oliveira - Educação Antirracista e ReUso Criativo.
  • Iara Batista - Projeto Hope e Doulas.
  • Fernando César e Carlos Augusto - CSECR.
  • LP Silva Ulisses - CSECR/IMPACTUS/MBP.
  • Gilliard Barreto - Tamu Juntos Rocinha.
  • Leila Dias - Professora.
  • Conceição Rangel.
  • Antônio Xaolin - Movimento Popular de Favelas.
  • Antônio Firmino - Professor/Museu Sankofa/MNU.

MÍSTICA: Preto Demais - declamação da composição de Hugo Ojuara.


A irmã Suely Rocha falou sobre o surgimento do projeto fruto da junção de ideias individuais de Suely, Fábio Santos, Arlene Mendonça, LP Silva, Grécia Valente e Mauro Ferreira que organizaram um grande evento que homenageou a família do Thiago Flauzino - morto pelo Estado na Cidade de Deus, Dona Zica da Mangueira pela importância e Max Santos - agredido e xingado em São Gonçalo.

Houve apresentação dos quadros dos artistas Hanna Leticia - ativista da causa da defesa dos animais e da dignidade humana.

Além de diversas manifestações como:

Jongo, Capoeira, declamação de poemas e o ponto alto foi o desfile de moda Afro.

Como saldo positivo, um público itinerante, com pico de cerca de 120 pessoas reunidas em frente ao prédio do Centro de Cidadania Rinaldo de Lamare.

O Coletivo Rocinha Antirracista deseja ser uma frente ligada ao IPCN e ao MNU na Rocinha, com a filiação de seus membros e a colaboração com ambos os movimentos, haja vista que ações do movimento afro com Sede na própria Rocinha será algo de vanguarda em nossa favela.

O CSECR abre as portas para quaisquer realização ou trabalho que o IPCN e MNU queiram efetuar na Rocinha e manifestam o sincero agradecimento por tudo que o MNU fez pela comunidade durante a pandemia da COVID - 19 quando junto com a FIOCRUZ enviou cestas básicas que atenderam muitas famílias que estavam em situação de vulnerabilidade.

Encerrando o encontro a presidenta do IPCN e os diretores Adilson Xavier e Marcelo Dias tiveram um bom tempo pra fazer uma exposição sobre o IPCN e enfatizar a proximidade dos 50 Anos da Entidade em 2025.

Aproveitaram para convidar o Coletivo Rocinha Antirracista para conhecer nossa Sede, nossa Feira Afro Cultural e as diversas atividades que realizamos em nossa Sede.

Marcelo Dias e a FIOCRUZ

No ano de 2020, intermediado pelo companheiro Marcelo Dias foi estabelecida com a FIOCRUZ um contato para ser firmado parcerias que viessem a beneficiar a comunidade negra favelada do subúrbio do Rio de Janeiro.

No ano em questão, auge da pandemia da Covid, que tanto vitimou a população pobre e preta da nossa cidade, estado e país, a consolidação dessa parceria resultou em distribuição de Cestas Básicas e Kit Higiene nos seguintes territórios de favelas e periferias da capital que acabaram sendo estendidos para outros municípios.

Cidade Alta/Cordovil, Cotia, Furquim Mendes, Jacarezinho, Kelson, Manguinhos, Morro São João, Pilares, Rocinha, Vidigal, Vila Aliança, Vila Kennedi, Santa Cruz, Duque de Caxias, Campos, Maricá, Niterói e Região dos Lagos.

No ano de 2021, intermediado pelo companheiro Marcelo Dias, foi estendida a parceria firmada no ano anterior, pela intervenção do companheiro José Leonídio Madureira, Coordenador de Cooperação Social da FIOCRUZ, que resultou no Projeto de Saúde na Favela.

Com o intuito de beneficiar a população negra favelada do Rio de Janeiro, foi firmada entre o MNU RJ e a FIOCRUZ a parceria institucional baseada nos objetivos fundamentais dessas instituições.

Uma vez estabelecida a parceria e definido o projeto a ser desenvolvido, foi implementada a tarefa de captação de recursos para a devida execução.

Esta tarefa ficou a cargo do MNURJ que contatou parlamentares, conseguindo formalizar o financiamento através de Emendas parlamentares através dos mandatos das deputadas federais Benedita da Silva e Talíria Petrone e do deputado federal Chico D`angelo.

O projeto foi desenvolvido em quatro favelas ( Jacarezinho/Manguinhos / Zona Norte, Vila Cruzeiro/Zona da Leopoldina, Vila Kennedy/Zona Oeste e Mangueirinha/Duque de Caxias.

O objetivo geral foi a formação em promoção da saúde na favela pela perspectiva antirracista de indivíduos pretos e com acolhimento e escuta ativa de moradores que tenham passado por violações de direitos humanos nas favelas mencionadas,

Agora em dezembro de 2023 estamos realizando um seminário para apresentar as comunidades envolvidas, aos parlamentares parceiras e parceiro, a militância do MNU RJ, a comunidade da FIOCRUZ e aos demais interessados os frutos dessa parceria.


Uma Cartilha e um documentário.

Marcelo Dias e João Batista.

Fotos

Marcelo Dias e Marielle Franco, na Portela
MNU - Luta
Secretário da Associação da Vila Cruzeiro - 1981
Marcelo Dias e o Presidente Lula - 1990
1995 - Encontro Internacional dos Trabalhadores em Cuba - Marcelo Dias, entregou a Fidel Castro a Medalha Tiradentes
1995 - Encontro Internacional dos Trabalhadores em Cuba - Marcelo Dias, entregou a Fidel Castro a Medalha Tiradentes
Violência Racial
Marcelo Dias e o Ministro Lewandowski
Presidente da CEVENB OAB /RJ


Marcelo Dias e Elinda Lucinda - OAB/RJ


Conceição Evaristo e Marcelo Dias
Marcelo Dias 5.jpg


Marcelo Dias 6



Ver também