Papo na Laje (programa): mudanças entre as edições

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[[Papo na Laje (programa)|Papo na Laje]] é um programa televisivo interessado nas múltiplas experiências de protagonismo das [[Juventudes em favelas (debate)|juventudes]] de favelas e periferias do estado do Rio de Janeiro. Toda '''quinta-feira, às 18 horas''', estreia um novo episódio no canal da '''[http://www.tvcomunitaria.rio/inicial TV Comunitária do Rio de janeiro (TVCRio)]''' e no '''[https://www.youtube.com/channel/UCEqvlWjUnydJqGJU0_G2PpQ YouTube]'''. Papo na Laje é uma resenha entre jovens. O programa visa conhecer as ações e os sonhos que os movimentam, além de visibilizar organizações que já atuam nesses territórios, fortalecendo o contato e intercâmbio entre [[Movimentos sociais no Rio de Janeiro (2007-2022)|movimentos sociais]].
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  Autoria: Papo na Laje
  Autoria: Papo na Laje
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Papo na Laje é um programa televisivo interessado nas múltiplas experiências de protagonismo das juventudes de favelas e periferias do estado do Rio de Janeiro. Toda '''quinta-feira, às 18 horas''', estreia um novo episódio no canal da '''[http://www.tvcomunitaria.rio/inicial TV Comunitária do Rio de janeiro (TVCRio)]''' e no '''[https://www.youtube.com/channel/UCEqvlWjUnydJqGJU0_G2PpQ YouTube]'''. Papo na Laje é uma resenha entre jovens. O programa visa conhecer as ações e os sonhos que os movimentam, além de visibilizar organizações que já atuam nesses territórios, fortalecendo o contato e intercâmbio entre movimentos sociais.


== Como surgiu a ideia ==
== Como surgiu a ideia ==
O Papo surgiu da convergência de percursos formativos e de vida de alguns sujeitos envolvidos na produção: alguns ligados ao Movimento Sem Terra (MST) e ao Brasil de Fato, e outros que já acumulavam diferentes experiências com juventudes, como a participação no Levante Popular da Juventude e em programas do governo federal, como o ProJovem. Dessa convergência surgiu a vontade de debater não somente as violências praticadas por agentes do Estado que os jovens sofrem nas grandes regiões metropolitanas, mas também as violências ligadas à negação de direitos como o direito ao trabalho, ao lazer, à cultura, à educação e à saúde. Essas são as primeiras preocupações, inquietações e conversas da equipe do projeto.  
O Papo surgiu da convergência de percursos formativos e de vida de alguns sujeitos envolvidos na produção: alguns ligados ao Movimento Sem Terra (MST) e ao [[Brasil de Fato]], e outros que já acumulavam diferentes experiências com juventudes, como a participação no Levante Popular da Juventude e em programas do governo federal, como o ProJovem. Dessa convergência surgiu a vontade de debater não somente as violências praticadas por agentes do Estado que os jovens sofrem nas grandes regiões metropolitanas, mas também as violências ligadas à negação de [[Direitos Humanos Grupos Vulneráveis e Violências|direitos]] como o direito ao trabalho, ao lazer, à cultura, à educação e à saúde. Essas são as primeiras preocupações, inquietações e conversas da equipe do projeto.  


Como pano de fundo da concepção do programa estão as experiências políticas, organizativas e acadêmicas do leito histórico do Movimento Sem Terra (MST), ligadas ao método e relevância da realização do trabalho de base. Ao longo do seu desenvolvimento enquanto movimento social, o MST construiu a convicção de que para organizar o povo em seu território é preciso partir da escuta de suas preocupações e questões. E isso tem a ver com o olhar especial que esse movimento popular do campo tem, hoje, para a cidade. <blockquote>“O MST sabe que 84% da população brasileira hoje está nas grandes regiões metropolitanas, nas grandes cidades. O movimento reconhece que as grandes contradições fundamentais estão nas grandes cidades. No entanto, isso não anula a questão agrária, mas a repõe em outro patamar tanto no que diz respeito à produção de alimentos, em si, quanto no que se refere à relação entre questão agrária e questão fundiária urbana”, diz Rodrigo Marcelino, coordenador do Brasil de Fato.</blockquote>Essa visão mais ampla se manifesta na escolha de sujeitos centrais para se organizar nas cidades. Nessa perspectiva, o Papo na Laje é parte desse esforço de escuta ativa dos jovens, que visa dar passos além no sentido de organizá-los em seus territórios.   
Como pano de fundo da concepção do programa estão as experiências políticas, organizativas e acadêmicas do leito histórico do Movimento Sem Terra (MST), ligadas ao método e relevância da realização do trabalho de base. Ao longo do seu desenvolvimento enquanto movimento social, o MST construiu a convicção de que para organizar o povo em seu território é preciso partir da escuta de suas preocupações e questões. E isso tem a ver com o olhar especial que esse movimento popular do campo tem, hoje, para a cidade. <blockquote>“O MST sabe que 84% da população brasileira hoje está nas grandes regiões metropolitanas, nas grandes cidades. O movimento reconhece que as grandes contradições fundamentais estão nas grandes cidades. No entanto, isso não anula a questão agrária, mas a repõe em outro patamar tanto no que diz respeito à produção de alimentos, em si, quanto no que se refere à relação entre questão agrária e questão fundiária urbana”, diz Rodrigo Marcelino, coordenador do Brasil de Fato.</blockquote>Essa visão mais ampla se manifesta na escolha de sujeitos centrais para se organizar nas cidades. Nessa perspectiva, o Papo na Laje é parte desse esforço de escuta ativa dos jovens, que visa dar passos além no sentido de organizá-los em seus territórios.   
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== Objetivos do projeto ==
== Objetivos do projeto ==
Segundo Rodrigo Marcelino:  <blockquote>“Por um lado, o MST quer avançar na disputa ideológica, na disputa de narrativas do povo. E nesse campo, as ferramentas do rádio e da TV são dois elementos centrais, inclusive diante da incorporação de novas tecnologias como plataformas de streaming, o YouTube, etc. O objetivo de fazer essa disputa ideológica para a organização popular coloca a necessidade de dominar o ‘fazer rádio', o ‘fazer televisão’ e toda essa expertise. O projeto envolve a formação de profissionais na linha política de uma visão popular do Brasil e do mundo, de construção de um projeto popular para o Brasil e com disposição para disputar esse projeto no seio da sociedade”. [[Arquivo:Diretor claquete.jpg|miniaturadaimagem|Foto: [inserir autor]]] </blockquote>
Segundo Rodrigo Marcelino:  <blockquote>“Por um lado, o MST quer avançar na disputa ideológica, na disputa de narrativas do povo. E nesse campo, as ferramentas do rádio e da TV são dois elementos centrais, inclusive diante da incorporação de novas tecnologias como plataformas de streaming, o YouTube, etc. O objetivo de fazer essa disputa ideológica para a organização popular coloca a necessidade de dominar o ‘fazer rádio', o ‘fazer televisão’ e toda essa expertise. O projeto envolve a formação de profissionais na linha política de uma visão popular do Brasil e do mundo, de construção de um projeto popular para o Brasil e com disposição para disputar esse projeto no seio da sociedade”. </blockquote>


== A importância política do programa ==
== A importância política do programa ==
Para os idealizadores do programa, no curto prazo, a importância política do Papo na Laje é o fato de que os jovens envolvidos no projeto estão adquirindo a expertise de “fazer televisão”. Já a médio e longo prazo a importância política desse projeto está na abertura de espaços para fazer um trabalho de base que envolva a organização da juventude e, a partir dela, abranja outros atores e atrizes de dentro das favelas. Trata-se de valorizar as experiências das diversas juventudes que estão ali, no MTD - que é o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - e do próprio MST. Cada um desses movimentos traz diversas bandeiras, seja da soberania alimentar e da produção de alimentos agroecológicos; seja da organização da juventude no que diz respeito à qualificação profissional na busca por trabalho e geração de renda; seja no que diz respeito ao direito à educação.
[[Arquivo:Diretor claquete.jpg|miniaturadaimagem|Foto: Stefano Figalo/Brasil de Fato|alt=]]Para os idealizadores do programa, no curto prazo, a importância política do Papo na Laje é o fato de que os jovens envolvidos no projeto estão adquirindo a expertise de “fazer televisão”. Já a médio e longo prazo a importância política desse projeto está na abertura de espaços para fazer um trabalho de base que envolva a organização da juventude e, a partir dela, abranja outros atores e atrizes de dentro das favelas. Trata-se de valorizar as experiências das diversas juventudes que estão ali, no MTD - que é o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - e do próprio MST. Cada um desses movimentos traz diversas bandeiras, seja da soberania alimentar e da produção de alimentos agroecológicos; seja da organização da juventude no que diz respeito à qualificação profissional na busca por trabalho e geração de renda; seja no que diz respeito ao direito à educação.


Sendo assim, a importância fundamental do Papo na Laje é ser uma porta de entrada para a organização popular a partir do método da comunicação televisiva, que é o que os idealizadores identificam que esse campo político demanda no território urbano.  
Sendo assim, a importância fundamental do Papo na Laje é ser uma porta de entrada para a organização popular a partir do método da comunicação televisiva, que é o que os idealizadores identificam que esse campo político demanda no território urbano.  
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== Próximos passos - um projeto popular ==
== Próximos passos - um projeto popular ==
A partir do Papo na Laje e das redes constituídas com os territórios pelos quais o programa passou, a proposta é promover outros encontros. Essa juventude vem de experiências organizativas mais tradicionais - o Levante, o Movimento Popular da Juventude (MPJ) a Secretaria Nacional de Juventude do PT (JPT), etc - que são entidades que compõem o Conselho Político do Papo na Laje. Mas seus idealizadores querem mais: a intenção é desenvolver experiências de qualificação profissional a partir do audiovisual e da fotografia; desenvolver experiências de hortas agroecológicas nas favelas; levar outras experiências de organização, seja na luta por moradia seja na convergência com o MST; promover a construção de cozinhas populares, etc. Nas palavras de Rodrigo Marcelino “a ideia é avançar por outras experiências que venham ampliando, como em camadas de cebola, o espectro daqueles setores com os quais a gente dialoga nas favelas”.  
A partir do Papo na Laje e das redes constituídas com os territórios pelos quais o programa passou, a proposta é promover outros encontros. Essa juventude vem de experiências organizativas mais tradicionais - o Levante, o Movimento Popular da Juventude (MPJ) a Secretaria Nacional de Juventude do PT (JPT), etc - que são entidades que compõem o Conselho Político do Papo na Laje. Mas seus idealizadores querem mais: a intenção é desenvolver experiências de qualificação profissional a partir do audiovisual e da fotografia; desenvolver experiências de hortas agroecológicas nas favelas; levar outras experiências de organização, seja na luta por moradia seja na convergência com o MST; promover a construção de cozinhas populares, etc. Nas palavras de Rodrigo Marcelino “a ideia é avançar por outras experiências que venham ampliando, como em camadas de cebola, o espectro daqueles setores com os quais a gente dialoga nas favelas”.  
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Ferramentas para isso são o Brasil de Fato e sua distribuição nos territórios, são as experiências dessas lutas contra a fome, pela sobrevivência, pela qualificação profissional, etc. <blockquote>“Há seis anos o MST vem desenvolvendo a formulação em âmbito nacional do Projeto Brasil Popular, que contempla 32 áreas do saber, e é o programa que defendemos para o país. Um projeto popular de Brasil passa por disputar esse programa político na consciência das pessoas, e apontar um novo rumo que nos permita dar saltos qualitativos nessa tomada de consciência”. </blockquote>O Papo na Laje é um programa que começa no “fazer televisão” (para ganhar experiência nesse campo), que traz um sujeito particular (as juventudes) para o centro do tablado a partir de algumas experiências individuais, e que constrói um olhar específico pro que sofre a juventude. Mas ao mesmo tempo é um programa que está olhando lá na frente: <blockquote>“A ideia é fomentar a organização de comitês populares nas favelas, de cozinhas, de qualificação profissional, de construção de hortas… a gente quer é organizar o povo na luta por direitos com pauta para esse debate, discutindo referenciais de Brasil, de sentidos de Brasil com esse povão. Então tem um elemento político estratégico muito forte na nossa concepção” - Rodrigo Marcelino.</blockquote>
Ferramentas para isso são o Brasil de Fato e sua distribuição nos territórios, são as experiências dessas lutas contra a fome, pela sobrevivência, pela qualificação profissional, etc. <blockquote>“Há seis anos o MST vem desenvolvendo a formulação em âmbito nacional do Projeto Brasil Popular, que contempla 32 áreas do saber, e é o programa que defendemos para o país. Um projeto popular de Brasil passa por disputar esse programa político na consciência das pessoas, e apontar um novo rumo que nos permita dar saltos qualitativos nessa tomada de consciência”. </blockquote>O Papo na Laje é um programa que começa no “fazer televisão” (para ganhar experiência nesse campo), que traz um sujeito particular (as juventudes) para o centro do tablado a partir de algumas experiências individuais, e que constrói um olhar específico pro que sofre a juventude. Mas ao mesmo tempo é um programa que está olhando lá na frente: <blockquote>“A ideia é fomentar a organização de comitês populares nas favelas, de cozinhas, de qualificação profissional, de construção de hortas… a gente quer é organizar o povo na luta por direitos com pauta para esse debate, discutindo referenciais de Brasil, de sentidos de Brasil com esse povão. Então tem um elemento político estratégico muito forte na nossa concepção” - Rodrigo Marcelino.</blockquote>


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'''Produção Executiva:''' Amanda dos Santos Costa
'''Produção Executiva:''' Amanda dos Santos Costa


== Veja também os verbetes dos episódios: (em construção) ==
== Veja também os verbetes dos episódios (em construção) ==
 
=== 1ª temporada ===
#'''[[Ser jovem hoje - episódio 1 (live)|Ser Jovem Hoje]]'''
#'''[[Ser jovem hoje - episódio 2 (programa)|Ser Jovem Hoje [2]]]'''
#'''[[Direito à cidade - episódio 3 (programa)|Direito à Cidade]]'''
#'''[[Cultura de resistência e o samba - episódio 4 (programa)|Cultura de Resistência e o Samba]]'''
#'''[[Expressões populares - episódio 5 (programa)|Expressões Populares]]'''
#'''[[Agroecologia - episódio 6 (programa)|Agroecologia]]'''
#'''[[Festas de fim de ano - episódio 7 (programa)|Festas de Fim de Ano]]'''
#'''[[Cultura história e resistência na Rocinha - episódio 8 (programa)|Cultura, História e Resistência na Rocinha]]'''
#'''[[Capoeira - episódio 9 (programa)|Capoeira]]'''
#'''[[Comunicação nas favelas - episódio 10 (programa)|Comunicação nas Favelas]]'''
#'''[[Moda - episódio 11 (programa)|Moda]]'''
#'''[[Trança e Identidade - episódio 12 (programa)|Trança e Identidade]]'''
#'''[[Samba enquanto forma de sustento - episódio 13 (programa)|Samba enquanto forma de sustento]]'''
#'''[[Escola de samba e religião - episódio 14 (programa)|Escola de Samba e Religião]]'''
#'''[[Direito à moradia - episódio 15 (programa)|Direito à Moradia]]'''
#'''[[Ser mulher negra multiartista - episódio 16 (programa)|Ser Mulher Negra Multiartista]]'''
#'''[[Ser mulher - episódio 17 (programa)|Ser mulher]]'''
#'''[[Influencers de favela - episódio 18 (programa)|Influencers de favela]]'''
#'''Mulheres no funk das antigas'''
#'''[[Pré vestibular popular - episódio 20 (programa)|Pré-vestibular popular]]'''
#'''[[Ser imigrante africano no Brasil - episódio 21 (programa)|Ser imigrante africano no Brasil]]'''
# '''[[Apaixonadas por futebol - episódio 22 (programa)|Apaixonadas por Futebol]]'''
# '''[[Cidade integrada - episódio 23 (programa)|Cidade integrada]]'''
# '''[[Dignidade no trabalho construção coletiva - episódio 24 (programa)|Dignidade no Trabalho: Construção coletiva]]'''
 
=== 2ª temporada ===
 
# '''Cozinhas populares '''
# '''Educação para Jovens e Adultos '''
# '''Direito à creche '''
# '''Teatro'''
# '''Esporte e Solidariedade '''
# '''Cultura e território '''
# '''Ser motoboy e a precarização do trabalho '''
# '''Acesso à universidade   '''
# '''Literatura nas favelas   '''
# '''Racismo religioso   '''
# '''Fé e política '''
# '''Ser camelô   '''
# '''Esporte e sonhos '''
# '''Ocupar as praças '''
# '''Escolinha de futebol '''
# '''Passinho e dancinha '''
# '''A cultura do skate '''
# '''Roda de rima '''
# '''Políticas públicas '''
# '''Ser artista '''
# '''Produção cultural na Baixada'''
# '''Mobilidade na Baixada '''
# '''Cotas raciais   '''
# '''Biblioteca comunitária'''


# '''Ser Jovem Hoje'''
[[Categoria:Temática - Cultura]]
# '''Ser Jovem Hoje [2]'''
[[Categoria:Temática - Juventude]]
# '''Direito à Cidade'''
[[Categoria:Programa de TV]]
# '''Cultura de Resistência e o Samba'''
[[Categoria:Comunicação comunitária]]
# '''Expressões Populares'''
[[Categoria:Ativismo]]
# '''Agroecologia'''
[[Categoria:Rio de Janeiro]]
# '''Festas de Fim de Ano'''
# '''Cultura, História e Resistência na Rocinha'''
# '''Capoeira'''
# '''Comunicação nas Favelas'''
# '''Moda'''
# '''Trança e Identidade'''
# '''Samba enquanto forma de sustento'''
# '''Escola de Samba e Religião'''
# '''Direito à Moradia'''
# '''Ser Mulher Negra Multiartista'''
# '''Ser Mulher'''
# '''Influencers de favela'''

Edição atual tal como às 16h23min de 25 de setembro de 2023

Logotipo do programa

Papo na Laje é um programa televisivo interessado nas múltiplas experiências de protagonismo das juventudes de favelas e periferias do estado do Rio de Janeiro. Toda quinta-feira, às 18 horas, estreia um novo episódio no canal da TV Comunitária do Rio de janeiro (TVCRio) e no YouTube. Papo na Laje é uma resenha entre jovens. O programa visa conhecer as ações e os sonhos que os movimentam, além de visibilizar organizações que já atuam nesses territórios, fortalecendo o contato e intercâmbio entre movimentos sociais.

Autoria: Papo na Laje

Como surgiu a ideia[editar | editar código-fonte]

O Papo surgiu da convergência de percursos formativos e de vida de alguns sujeitos envolvidos na produção: alguns ligados ao Movimento Sem Terra (MST) e ao Brasil de Fato, e outros que já acumulavam diferentes experiências com juventudes, como a participação no Levante Popular da Juventude e em programas do governo federal, como o ProJovem. Dessa convergência surgiu a vontade de debater não somente as violências praticadas por agentes do Estado que os jovens sofrem nas grandes regiões metropolitanas, mas também as violências ligadas à negação de direitos como o direito ao trabalho, ao lazer, à cultura, à educação e à saúde. Essas são as primeiras preocupações, inquietações e conversas da equipe do projeto.

Como pano de fundo da concepção do programa estão as experiências políticas, organizativas e acadêmicas do leito histórico do Movimento Sem Terra (MST), ligadas ao método e relevância da realização do trabalho de base. Ao longo do seu desenvolvimento enquanto movimento social, o MST construiu a convicção de que para organizar o povo em seu território é preciso partir da escuta de suas preocupações e questões. E isso tem a ver com o olhar especial que esse movimento popular do campo tem, hoje, para a cidade.

“O MST sabe que 84% da população brasileira hoje está nas grandes regiões metropolitanas, nas grandes cidades. O movimento reconhece que as grandes contradições fundamentais estão nas grandes cidades. No entanto, isso não anula a questão agrária, mas a repõe em outro patamar tanto no que diz respeito à produção de alimentos, em si, quanto no que se refere à relação entre questão agrária e questão fundiária urbana”, diz Rodrigo Marcelino, coordenador do Brasil de Fato.

Essa visão mais ampla se manifesta na escolha de sujeitos centrais para se organizar nas cidades. Nessa perspectiva, o Papo na Laje é parte desse esforço de escuta ativa dos jovens, que visa dar passos além no sentido de organizá-los em seus territórios.


“O projeto se junta aos saltos que o Brasil de Fato vem dando, no sentido de pensar um programa de TV, que seja arte, cultura e entretenimento, mas que também seja uma ferramenta de abertura de um trabalho de base. Isso tudo estava na origem das primeiras conversas com Dieymes Pechincha [diretor e roteirista do programa] e são essas diretrizes que orientam as temáticas de episódios como ‘Ser jovem hoje’; ‘Escolas de samba e religião’; ‘Capoeira’; ‘Tranças e identidade’; ‘Direito à moradia’; etc.”

Objetivos do projeto[editar | editar código-fonte]

Segundo Rodrigo Marcelino:

“Por um lado, o MST quer avançar na disputa ideológica, na disputa de narrativas do povo. E nesse campo, as ferramentas do rádio e da TV são dois elementos centrais, inclusive diante da incorporação de novas tecnologias como plataformas de streaming, o YouTube, etc. O objetivo de fazer essa disputa ideológica para a organização popular coloca a necessidade de dominar o ‘fazer rádio', o ‘fazer televisão’ e toda essa expertise. O projeto envolve a formação de profissionais na linha política de uma visão popular do Brasil e do mundo, de construção de um projeto popular para o Brasil e com disposição para disputar esse projeto no seio da sociedade”.

A importância política do programa[editar | editar código-fonte]

Foto: Stefano Figalo/Brasil de Fato

Para os idealizadores do programa, no curto prazo, a importância política do Papo na Laje é o fato de que os jovens envolvidos no projeto estão adquirindo a expertise de “fazer televisão”. Já a médio e longo prazo a importância política desse projeto está na abertura de espaços para fazer um trabalho de base que envolva a organização da juventude e, a partir dela, abranja outros atores e atrizes de dentro das favelas. Trata-se de valorizar as experiências das diversas juventudes que estão ali, no MTD - que é o Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos - e do próprio MST. Cada um desses movimentos traz diversas bandeiras, seja da soberania alimentar e da produção de alimentos agroecológicos; seja da organização da juventude no que diz respeito à qualificação profissional na busca por trabalho e geração de renda; seja no que diz respeito ao direito à educação.

Sendo assim, a importância fundamental do Papo na Laje é ser uma porta de entrada para a organização popular a partir do método da comunicação televisiva, que é o que os idealizadores identificam que esse campo político demanda no território urbano.

Próximos passos - um projeto popular[editar | editar código-fonte]

A partir do Papo na Laje e das redes constituídas com os territórios pelos quais o programa passou, a proposta é promover outros encontros. Essa juventude vem de experiências organizativas mais tradicionais - o Levante, o Movimento Popular da Juventude (MPJ) a Secretaria Nacional de Juventude do PT (JPT), etc - que são entidades que compõem o Conselho Político do Papo na Laje. Mas seus idealizadores querem mais: a intenção é desenvolver experiências de qualificação profissional a partir do audiovisual e da fotografia; desenvolver experiências de hortas agroecológicas nas favelas; levar outras experiências de organização, seja na luta por moradia seja na convergência com o MST; promover a construção de cozinhas populares, etc. Nas palavras de Rodrigo Marcelino “a ideia é avançar por outras experiências que venham ampliando, como em camadas de cebola, o espectro daqueles setores com os quais a gente dialoga nas favelas”.

Foto: Stefano Figalo/Brasil de Fato

Ferramentas para isso são o Brasil de Fato e sua distribuição nos territórios, são as experiências dessas lutas contra a fome, pela sobrevivência, pela qualificação profissional, etc.

“Há seis anos o MST vem desenvolvendo a formulação em âmbito nacional do Projeto Brasil Popular, que contempla 32 áreas do saber, e é o programa que defendemos para o país. Um projeto popular de Brasil passa por disputar esse programa político na consciência das pessoas, e apontar um novo rumo que nos permita dar saltos qualitativos nessa tomada de consciência”.

O Papo na Laje é um programa que começa no “fazer televisão” (para ganhar experiência nesse campo), que traz um sujeito particular (as juventudes) para o centro do tablado a partir de algumas experiências individuais, e que constrói um olhar específico pro que sofre a juventude. Mas ao mesmo tempo é um programa que está olhando lá na frente:

“A ideia é fomentar a organização de comitês populares nas favelas, de cozinhas, de qualificação profissional, de construção de hortas… a gente quer é organizar o povo na luta por direitos com pauta para esse debate, discutindo referenciais de Brasil, de sentidos de Brasil com esse povão. Então tem um elemento político estratégico muito forte na nossa concepção” - Rodrigo Marcelino.

Conselho Político - Papo na Laje[editar | editar código-fonte]

  • Breno Rodrigues
  • Caroline Barbosa Rufino Otavio
  • Cleverson Portilho
  • Dieymes Pechincha
  • Dulce Pandolfi
  • Fernando Veloso
  • Itamar Silva
  • Leonardo Nogueira
  • Nilza Valéria
  • Ricardo Pinheiro
  • Rodrigo Marcelino
  • Taiso Motta
  • Tayane Cardoso
  • Tuany Zanini

Equipe[editar | editar código-fonte]

Direção Colegiada: Moysés Corrêa

Sistema Brasil de Fato RJ - Coordenação Geral: Rodrigo Marcelino

Coordenadora Editorial: Mariana Pitasse

Pesquisa: Clívia Mesquita, repórter do Brasil de Fato Rj

Direção e Roteiro: Dieymes Pechincha

Apresentadoras: Juliana França e Dani Câmara

Produção: Sintropia Produções

Produção Executiva: Amanda dos Santos Costa

Veja também os verbetes dos episódios (em construção)[editar | editar código-fonte]

1ª temporada[editar | editar código-fonte]

  1. Ser Jovem Hoje
  2. Ser Jovem Hoje [2]
  3. Direito à Cidade
  4. Cultura de Resistência e o Samba
  5. Expressões Populares
  6. Agroecologia
  7. Festas de Fim de Ano
  8. Cultura, História e Resistência na Rocinha
  9. Capoeira
  10. Comunicação nas Favelas
  11. Moda
  12. Trança e Identidade
  13. Samba enquanto forma de sustento
  14. Escola de Samba e Religião
  15. Direito à Moradia
  16. Ser Mulher Negra Multiartista
  17. Ser mulher
  18. Influencers de favela
  19. Mulheres no funk das antigas
  20. Pré-vestibular popular
  21. Ser imigrante africano no Brasil
  22. Apaixonadas por Futebol
  23. Cidade integrada
  24. Dignidade no Trabalho: Construção coletiva

2ª temporada[editar | editar código-fonte]

  1. Cozinhas populares 
  2. Educação para Jovens e Adultos 
  3. Direito à creche 
  4. Teatro
  5. Esporte e Solidariedade 
  6. Cultura e território 
  7. Ser motoboy e a precarização do trabalho 
  8. Acesso à universidade   
  9. Literatura nas favelas   
  10. Racismo religioso   
  11. Fé e política 
  12. Ser camelô   
  13. Esporte e sonhos 
  14. Ocupar as praças 
  15. Escolinha de futebol 
  16. Passinho e dancinha 
  17. A cultura do skate 
  18. Roda de rima 
  19. Políticas públicas 
  20. Ser artista 
  21. Produção cultural na Baixada
  22. Mobilidade na Baixada 
  23. Cotas raciais   
  24. Biblioteca comunitária