32 anos da chacina de Acari
Especial 32 anos da chacina de Acari, Rio de Janeiro. Publicado originalmente no Le Monde Diplomatique Brasil, este especial de trabalhos se propõe a relacionar matérias e estudos que dialogam com os 32 anos da chacina de Acari, ocorrida em 26 de julho de 1990.
Autoria: Este especial é uma parceria Le Monde Diplomatique Brasil e Radar Saúde Favela – Fiocruz, cuja equipe é composta por Fábio Araújo, Marina Ribeiro, Fábio Mallart, Larissa França, Raimundo Carrapa, Emerson Baré, Mariane Martins, Luciene Silva e Paulo Roberto Ribeiro.
Apresentação[editar | editar código-fonte]
Publicado originalmente no Le Monde Diplomatique Brasil, este especial de trabalhos se propõe a relacionar matérias e estudos que dialogam com os 32 anos da chacina de Acari, ocorrida em 26 de julho de 1990.
A relação de textos tem o intuito de dar voz aos episódios de sofrimento e dor causados pelo Estado Brasileiro, seja no contexto da ditadura militar ou mesmo no cenário de democracia. Traz também a narrativa das lutas que tramitam em esfera jurídica e seguem desprovidas de políticas de reparação que sejam de fato suficientes.
Grupos foram se organizando pelo fim da abordagem violenta do Estado praticada em territórios periféricos no Rio de Janeiro. A chacina de Acari, em 1990, foi a primeira após a ditadura militar.
Conceito de chacina
Segundo o Grupo de Estudos Novos Ilegalismos (Geni), são consideradas chacinas policiais as operações que têm como resultado três ou mais mortes e que têm a participação direta dos poderes públicos.
Ciclos de textos[editar | editar código-fonte]
Violência de Estado: do meu lugar de escuta e de fala[editar | editar código-fonte]
Em novembro de 1970, pouco mais de um mês após eu ter completado dezesseis anos, lá por volta de duas, três da tarde, eu jogava bola com um grupo de rapazes, mais ou menos da minha idade, alguns mais velhos, no campo do tricolor, no bairro Centenário, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, quando apareceu um ônibus e duas viaturas de polícia. O campo foi cercado, todos nós fomos enquadrados, presos e colocados dentro do ônibus. Éramos cerca de 30 rapazes.
Mães de Acari: a luta jurídica no âmbito internacional[editar | editar código-fonte]
Entrevista com Carlos Nicodemos, advogado que atua no Projeto Legal das Vítimas da Chacina de Acari desde 2006. A entrevista que segue foi realizada com Carlos Nicodemos, advogado militante que há anos atua com organizações da sociedade civil, entre elas, o Projeto Legal das Vítimas da Chacina de Acari e o Movimento Nacional de Direitos Humanos. Desde 2006, o advogado acompanha os desdobramentos jurídicos do caso Acari.
Mães de Acari: um legado histórico[editar | editar código-fonte]
A impunidade do caso de Acari trouxe a indignação, que foi a motivação para que esse grupo de mães, do luto, tenha se levantado para lutar. A partir daí, as Mães de Acari ficaram conhecidas por sua determinação, coragem e ousadia de ir em busca da justiça. Algumas delas, nessa busca, perderam a própria vida. Leia mais um artigo do especial 32 anos da chacina de Acari.
Contra o Estado assassino e a degradação da vida[editar | editar código-fonte]
Confira entrevista com Aline Leite, filha de Vera Lúcia Flores, uma das Mães de Acari, e irmã de Cristiane Leite de Souza, desaparecida desde 26 de julho de 1990. Entre outras questões, Aline mostra como o Estado, em suas múltiplas dimensões, não assassinou apenas a sua irmã, mas também, por meio de todo o sofrimento decorrente da não resolução do caso, a sua própria mãe, estendendo a morte para os familiares dos mortos.
Chacinas e criação de movimentos sociais de mães no RJ[editar | editar código-fonte]
Estão representadas neste ciclo de trabalho, uma linha do tempo em que constam as maiores chacinas do Rio de Janeiro nos últimos 32 anos. A quantidade de vítimas em chacinas que geraram dor, ausência, revolta e, como resposta, a criação de coletivos e movimentos sociais de mães, familiares e ativistas. Esses grupos se organizam pelo fim da abordagem violenta do Estado praticada em territórios periféricos no Rio de Janeiro. A primeira chacina, a chacina de Acari em 1990, foi a primeira após a ditadura militar.
32 anos: uma homenagem às mães de Acari[editar | editar código-fonte]
O caso Acari e a participação das mães na mobilização e nas lutas que passaram a encampar na busca por justiça e reparação configura-se como o pontapé inicial da experiência política dos movimentos de mães de vítimas da violência de Estado. Essa seção especial que passamos a publicar a partir de hoje é, antes de tudo, uma homenagem à memória das Mães de Acari e seus/suas filhos e filhas desaparecidos/as.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Parem de nos matar! Violência estatal e racismo nas favelas e periferias (live)
- Chacinas no Rio de Janeiro
- Segurança Pública e Direitos Humanos - ADPF das Favelas (ADPF 635)
- Chacina de Acari 30 anos (matéria)
Referências gerais[editar | editar código-fonte]
- Este especial é uma parceria Le Monde Diplomatique Brasil e Radar Covid-19 Favela – Fiocruz, cuja equipe é composta por Fábio Araújo, Marina Ribeiro, Fábio Mallart, Larissa França, Raimundo Carrapa, Emerson Baré, Mariane Martins, Luciene Silva e Paulo Roberto Ribeiro. Disponível em: [↑ https://diplomatique.org.br/chacinas-e-criacao-de-movimentos-sociais-de-maes-no-rj/]