Clássicos e contemporâneos sobre favelas: Curso IESP-UERJ

Por equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco


Visando debater o lugar das favelas no Rio de Janeiro, o presente curso - aplicado no ano de 2024 - estabelece diálogos entre estudos clássicos e contemporâneos produzidos sobre esses territórios, suas populações, sociabilidades, infraestruturas, mobilidades, formas de organização, histórias, memórias, potências, assim como seus problemas e dilemas.

Autoria: Palloma Menezes
Morro da Providência

Objetivo

O objetivo do curso é debater como as favelas vêm sendo pensadas e repensadas ao longo do último século a partir da leitura de autoras e autores que vêm refletindo sobre esses territórios em diferentes décadas e a partir de variados enquadramentos. Mapearemos e analisaremos temas, enquadramentos teóricos, abordagens metodológicas, dilemas éticos e questões políticas envolvidas no processo de transformação das favelas em objeto de pesquisa.

Amar na Maré: a revolta de uma multidão

WALLACE LINO

Aula aberta com participação de Wallace Lino

Bibliografia:

  • Andrade, J.; Lino, W. G.; Affonso, M. ; Lino, P. V. Amar na maré. Espaço Público Periódico: Piseagrama, v. 1, p. 10, 2021.
  • Lino, Wallace. Noite das Estrelas: uma explosão de amor das grafias cosmopoéticas negras LGBT+ faveladas. Revista Museologia & Interdisciplinaridade, v. 1, p. 149-163, 2022.

Debatedoras/es: Mariana; Isabela

A história sociojurídica das favelas cariocas

RAFAEL SOARES

Aula aberta com participação de Rafael Gonçalves

  • Gonçalves, Rafael. Favelas do Rio de Janeiro: história e direito. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2013 (capítulos 5 e 6).

Bibliografia complementar:

  • Gonçalves, Rafael; Brum, Mário; Amoroso, Mauro (Orgs.). Pensando as favelas cariocas: História e questões urbanas.. 1. ed. Rio de Janeiro: PALLAS/PUC-Rio, 2021.

Debatedora: Cintia Maria Frazão.

Política nas favelas

Bibliografia:

  • Leeds, Anthony e Leeds, Elizabeth. A sociologia do Brasil urbano. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
  • Machado da Silva, Luiz Antonio. “A política na favela”, Cadernos Brasileiros, Ano IX, nº41, maio/junho de 1967, pp. 35-47.
  • Machado da Silva, Luiz Antonio (org.). Vida sob cerco – violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Faperj, 2008.

Bibliografia complementar:

  • Machado da Silva, Luiz Antonio; Cavalcanti, Mariana; Motta, Eugênia; Araújo, Marcella (Orgs.). O mundo popular: trabalho e condições de vida. 1. ed. Rio de Janeiro: Papeis Selvagens, 2018.
  • Machado da Silva, Luiz Antonio. Fazendo a cidade: trabalho, moradia e vida local entre as camadas populares urbanas. Mórula Editorial, 2020.
  • Vianna, Rachel de Almeida. O encontro da antropologia com a favela: Anthony e Elizabeth Leeds no Jacarezinho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2023.

Debatedoras/es: Bruno; Thaís.

Favela e a questão étnico-racial

MARIO BRUM

Aula aberta com participação de Mário Brum

O autor inicia sua discussão abordando como a questão da favela era abordada por meios de comunicação ou até mesmo meios oficiais de governo, onde ligavam diretamente o espaço a raça. Ao mesmo tempo, se utilizavam destas ligações para que pudessem lastrear políticas urbanas, que por muitas vezes tinham vieses eugenistas e segregacionistas.

Importante destacar como a segregação socioespacial é um importante elemento para que possamos entender as práticas adotadas no Rio de Janeiro ao longo dos anos. Sua peculiaridade de organização é demonstrada até os dias de hoje quando observamos a cidade do Rio de Janeiro, onde se pode deparar com áreas extremamente carentes e outras com níveis altos de desenvolvimento econômico e social, fruto da fundação de bases coloniais e racista.

Importante destacar, que o autor percebe que por muito tempo a questão racial foi deixada de lado em relação aos diferentes temas de pesquisa abordados no meio acadêmico, ou seja, as pesquisas não tinham como eixo ou como "chave de compreensão" para entender e pensar a favela (Brum, Mario; Gomes, A, 2022). Brum destaca também, como os pesquisadores norte-americanos que compreendem a questão racial dentro de suas pesquisas sobre favelas brasileiras, observando que a relação racial é importante para compreender a construção e o desenvolvimento do espaço e da sociedade brasileira e carioca.

Se o foco não é a questão racial e sua imbricação com o espaço de favela, o foco das pesquisas se davam na organização capitalista, dentro de suas variadas classes, e através de questões de desigualdades socioeconômicas. Os aspectos pegavam principalmente as ideias de desenvolvimento através da urbanização, logo a favela seria esse "não urbanizado".

Antes dos focos em favelas, já existiam as preocupações com os cortiços que eram as habitações populosas e que abrigavam pessoas mais pobres na Cidade do Rio. Os locais eram considerados imorais, insalubres e desordenadas, de forma que o governo combatia e operava em ações nesses espaços. Após 1876, com o I Congresso Internacional de Higiene, cria-se o planejamento de que o trabalhador deixasse o modo de moradia coletiva, para o modo unifamiliar (uma casa por família), indo de encontro aos métodos tidos como civilizados.

As remoções, por exemplo, são abordadas em muitos momentos da apresentação e em sua bibliografia apresentada, ao

Bibliografia:

  • Brum, Mario; Gomes, A. . Favela e a questão étnico-racial: a gênese do apartheid urbano brasileiro. In: Rafael Soares Gonçalves; Mario Brum; Mauro Amoroso. (Org.). Pensando as favelas cariocas: memória e outras abordagens teóricas (volume 2). 2ed.Rio de Janeiro: Pallas/Puc Rio, 2022, v. 2, p. 189-214.


Bibliografia complementar:

  • Brum, Mario Sergio. Cidade Alta: Histórias e memórias da remoção e a construção do estigma de favela num conjunto habitacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Ponteio Edições, 2012.
  • Campos, Andrelino. Do quilombo à Favela: a produção de “espaços criminalizados” no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

Debatedoras/es: Ana, José Eduardo

Entre remoção, urbanização e lutas nas favelas

Bibliografia:

  • Valladares, Lícia do Prado. A invenção da favela. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
  • Chalhoub, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte imperial. Editora Companhia das Letras, 2018.
  • Lima, Nísia Trindade. O Movimento de favelados do Rio de Janeiro: políticas do Estado e lutas sociais (1954-1973). Tese de Doutorado. IUPERJ, 1989.
  • Denaldi, Rosana, Ferrara, Luciana. A dimensão ambiental da urbanização em favelas. Ambiente e Sociedade, 21. 2018.


Bibliografia complementar:

  • Valladares, Lícia do Prado. Passa-se uma casa. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
  • Freire-Medeiros, Bianca. Gringo na Laje: Produção, circulação e consumo da favela turística. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2009.

Debatedoras/es: Ana, Mariana, José Eduardo, Isabela, Rebeka, Everton

Economia no cotidiano das favelas

Bibliografia:

  • Motta, Eugênia. Neiburg, Federico. Misalignments: House money and inflationary experiences. International Sociology, 38 (6), 2023.
  • Silva, Luiz Antonio Machado da. Estratégias de vida e jornada de trabalho. In:__. Araujo, Marcella. Cavalcanti Mariana. Motta Eugênia (org.). O mundo popular: trabalho e condições de vida. Rio de Janeiro: Papeis Selvagens, 2018 [1984].


Bibliografia complementar:

  • Motta, Eugênia. Economia cotidiana na favela. In:_. LEAL, Claudio Figueiredo Coelho et al. (Org.). Um olhar territorial para o desenvolvimento: Sudeste. Rio de Janeiro : Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, 2015. p. [436]-461.
  • Motta, Eugênia. Casas e economia cotidiana. In: _. Rodrigues, Rute Imanishi (org.). Vida social e política nas favelas: pesquisas de campo no Complexo do Alemão. Rio de Janeiro: Ipea, 2016.
  • Motta, Eugênia. O que faz o dinheiro da casa. Horizontes Antropológicos [Online], 66, 2023.

Debatedoras/es: Maria Fernanda, Yasmin, Brauner

A História vista da laje: as favelas e suas possibilidades de análise pelo olhar historiográfico

MAURO AMOROSO

Aula aberta com participação de Mauro Amoroso

Bibliografia:

  • Amoroso, Mauro. Memória, propriedade e resistência: a trajetória da moradia como acesso ao direito à cidade na favela de Vila Operária. O Social em Questão, v. ano 21, p. 169-188, 2018.
  • Amoroso, Mauro.; Peralta, D. E. . Sobre "periferias urbanas" e "favelas": análise da produção acadêmica sobre os espaços urbanos de moradia popular no Rio de Janeiro e em São Paulo. Acervo: Revista do Arquivo Nacional, v. 36, p. 1-30, 2023.

Debatedoras/es: Alyssa Ribeiro Perpeto Trotte, Everton

Acumulação social da violência

A sociologia da violência é um campo de pesquisa que, no Brasil, por inúmeros motivos, cruza com frequência com a sociologia sobre favelas, por vezes analisando o estado como algoz, por outras tomando o local em si como perigoso em decorrência dos jovens envolvidos com tráfico ou os coroas das milícias. Independente da forma como isso é angulado, a relação entre violência e favela sofre de uma dualidade na voz dos autores clássicos: de um lado, há uma historicidade que, na perspectiva deles, explica a presença da violência nesses territórios; do outro, a conexão entre tráfico, milícia e extermínio com as favelas é quase natural, novamente, na perspectivas deles. A explicação quanto a como essa relação social chamada por "violência" se constrói raramente é devidamente detalhada de modo a desnaturalizar a conexão entre tais fatores sociais. Isso pode ser dito especificamente sobre os clássicos da sociologia da violência brasileira: Alba Zaluar, Sérgio Adorno, Michel Misse, Ignácio Cano etc. A ambiguidade de suas análises ora alavanca a discussão para uma percepção atenta e crítica aos fatores que produzem violência, ora aceita como dado que a favela é o lugar onde reside o confronto, o crime e o malandro, pensando nos termos analisado por Michel Misse em sua tese.

Nessa aula em particular, discutimos as obras de Michel Misse, Alba Zaluar e José Cláudio Alves, o que mais se distancia do clássico acima problematizado. Longe de ser eliminarmos da obra dele a crítica, estamos apenas reconhecendo que há, por parte do autor, uma busca mais intensa por entender a historicidade da chegada da violência urbana como a conhecemos às periferias da Baixada e uma maior compaixão pelos próprio moradores envolvidos com crime, algo que ocorre de forma volátil com Michel e de forma mais rara com Alba. Isso talvez se deva ao fato de que Alves é ele mesmo morador da região que analise e o único homem negro na bibliografia citada e também na complementar. Nenhuma das críticas diminui a contribuição dos autores às ciências sociais que analisam a construção do crime, do criminoso e da violência; todavia a relevância em por um tijolo a mais na arquitetura do nosso pensamento científico, temos de sustentar que há falhas e miopias propositais nas obras dos clássicos da sociologia da violência no Brasil, como a constante ignorância quanto ao fator racismo.

Michel Misse

Misturando Marx, Weber e Foucault para construir sua linha teórica própria, o sociólogo da UFRJ desenvolve neste texto a ideia de que a violência urbana só passa a se tornar uma questão nas grandes capitais a partir da transição entre as décadas de 1950 e 1960, quando, segundo ele, o movimento social fica mais forte, o jogo do bicho ganha mais poder, as drogas viram uma questão mais presente no cotidiano, os grupos de extermínio se tornam preponderantes etc. O problema de sua análise está em inúmeros lugares: primeiro em desconsiderar como violência urbana a eterna perseguição a escravizados e ex-escravizados desde o surgimento da Guarda Real; segundo em desconsiderar todos os movimentos sociais por moradia que vinham desde o fim do século XIX, como descrito por Sidney Chauloub; por fim em não descrever de modo mais detalhado quais foram os fatores centrais para que ocorresse o que ele chama de uma "acumulação social da violência", dando a impressão de que, ao menos para o artigo, faltou reflexão sistematizada sobre o assunto. O grande avanço desse artigo, que é uma derivação de sua tese, foi a reflexão explícita sobre haver de certa forma uma acumulação social da violência; digo isso porque é, de fato, necessário fazer o esforço de pensar quais são os inúmeros fatores contabilizáveis ou não que constroem as relações sociais representadas por nós como violentas. É um apelo pela historicização e pela observação da materialidade do mundo social como passível de produzir acúmulos que geram ebulições constantes. As falhas do artigo não anulam que ele abre um caminho possível para todos nós pesquisadores possamos superá-lo de vez.

José Cláudio Alves

A formulação de uma história da Baixada Fluminense atentando para as relações de poder, sobretudo na construção do Estado. No caso da Baixada, essa violência específica es concretizará a partir do final dos anos 60 até os dias de hoje, através das execuções sumárias realizadas por grupos de extermínio. As execuções sumárias correspondem à base de um modelo de dominação política estabelecida pelo poder local e relacionada com os interesses "supra locais" de outros grupos políticos, Estado, sistema de justiça, setores econômicos e processos eleitorais associam-se na construção dessa forma de poder extremamente permeável ao uso da violência e àqueles que a empregam. A persistência dos elevados índices de homicídios na Baixada Fluminense, apesar das inúmeras políticas de segurança adotadas ao longo de mais de 30 anos, confirmam não a incapacidade ou ineficiência do Estado, mas sua permeabilidade aos interesses que o constituem e que encontram nesse padrão de violência uma de suas bases de sustentação.

Alba Zaluar

Alba Zaluar mobiliza diferentes personagens para discutir a violência no Rio de Janeiro e, em especial, nas favelas, especificamente o trabalhador, o bandido, e o malandro. Enquanto o malandro se refere ao modelo antigo da criminalidade no Rio de Janeiro, que seria bem-sucedido pela astúcia e pelo subterfúgio, o bandido obtém sucesso pelo emprego da violência, particularmente da violência armada, que, como Misse discute, emerge e se prolifera nos grandes centros urbanos do Brasil a partir da década de 1950. O trabalhador, por sua vez, figura central e perene das relações sociais que concernem ao trabalho de Zaluar, que é apresentado ora em tensão, ora em harmonia com as figuras do bandido e, antigamente, do malandro. Uma quarta figura é introduzida à discussão quando os trabalhadores parecem harmonizar com bandidos: “o injustiçado, o ‘revoltado’, o morto de vida trágica e morte sem sentido” (p. 136). Nessa posição, o bandido é visto não como um problema, mas como uma figura dotada de importância social e muitas vezes equiparado ao trabalhador pobre, que, assim como o bandido/revoltado, frequentemente sofre pela violência de Estado e pelas violências que, a eles, o Estado não oferece proteção.

Bibliografia:

  • Misse, Michel. Sobre a acumulação social da violência no Rio de Janeiro. Civitas (Porto Alegre), v. 8, p. 371-385, 2008.
  • Zaluar, Alba. A máquina e a revolta. São Paulo: Brasiliense, 1985.
  • Alves J. C. Dos Barões ao Extermínio: Uma História da Violência na Baixada Fluminense. Rio de Janeiro: Apph - Clio, 2003.


Bibliografia complementar:

  • Zaluar, Alba e Alvito, Marcos (orgs.). Um século de favela. Rio de Janeiro: FGV, 1998.
  • Perlman, Janice. O mito da marginalidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
  • Perlman, Janice. Favela – four decades of living on the edge in Rio de Janeiro. New York: Oxford University Press, 2010.
  • Misse, Michel. Malandros, Marginais e Vagabundos. A Acumulação Social da Violência no Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina/Faperj, 2022.
  • Teixeira, Cesar Pinheiro. Matar, converter, incluir: a trama da violência urbana no Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2023.

Debatedoras/es: Victor Toscano; Matheus de Moura; Giselle Florentino

Guerra, “pacificação” e militarização

Bibliografia:

  • Leite, Márcia. Entre o individualismo e a solidariedade: dilemas da política e da cidadania no Rio de Janeiro. RBCS, São Paulo, v. 15, n. 44, 2000.
  • Menezes, Palloma. Monitorar, negociar e confrontar: as (re)definições na gestão dos ilegalismos em favelas “pacificadas”. Tempo Social, 30(3), 191–216, 2018.
  • Cavalcanti, Mariana. For a war yet to end: Shootouts and the production of tranquillity in massive Rio de Janeiro. The Geographical Journal, p. geoj.12565, 11 dez. 2023.
  • GENI; Observatório das Metrópoles. Da Militarização à Milicialização das cidades. Le Monde Diplomatique. 2022.


Bibliografia complementar:

  • Cavalcanti, Mariana. “Tiroteios, Legibilidade e Espaço Urbano: Notas Etnográficas de uma Favela Consolidada”. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, vol. 1, no 1, pp. 35-59, 2008.
  • Menezes, Palloma. Entre o fogo cruzado e o campo minado: a “pacificação” das favelas cariocas. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2023.
  • Hirata, Daniel; Couto, Maria Isabel. Mapa Histórico dos Grupos Armados no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Henrich Böll, 2022.
  • Carvalho, M. B. ; Rocha, Lia de Mattos ; Motta, J. W. B. . Milícias, facções e precariedade: um estudo comparativo sobre as condições de vida nos territórios periféricos do Rio de Janeiro frente ao controle de grupos armados. Rio de Janeiro: Fundação Heirich Böll, 2023.
  • Motta, Jonathan William Bazoni da. A atuação do tráfico de drogas no pós-pacificação: notas etnográficas de uma favela do Rio de Janeiro. Revista Campo Minado. Niterói, v. 3, n. 4, 2023.

Debatedoras/es: Cintia, Giovanna, Alyssa Ribeiro Perpeto Trotte, Beatriz

Genocídio, dor e resistência

Aula aberta com participação de Luciane Rocha

Bibliografia:

  • Rocha, Luciane. Black mothers' experiences of violence in Rio de Janeiro. Cultural Dynamics, v. 24, p. 59-73, 2012.


Bibliografia complementar:

  • Leite, Márcia; Birman, Patrícia (Org.). Um mural para a dor: movimentos cívico-religiosos por justiça e paz. Porto Alegre: UFRGS/Pronex-CNPq, 2004.
  • Araújo, Fábio Araújo. Das "técnicas" de fazer desaparecer corpos: desaparecimentos, violência, sofrimento e política. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, FAPERJ, 2014. 224p
  • Decothé, Marcelle. "Baixada Cruel": a violência urbana na Baixada Fluminense sob a ótica do conceito de genocídio. Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao curso de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Defesa e Gestão Estratégica Internacional, UFF, 2016.

Debatedoras/es: Victor, Beatriz, Rebeka

Quando a vivência e a pesquisa na favela viram filme

Aula aberta com participação de Gizele Martins, Juliana Farias e Natasha Neri

Bibliografia:

  • Martins, Gizele. Militarização e Censura: a luta por liberdade de expressão na Favela da Maré. Militarização e censura. A luta por liberdade de expressão na favela da Maré. Rio de Janeiro: Núcleo Piratininga de Comunicação, 2020.
  • Barros, Rachel; Oliveira, A. B. (Org.); Gutterres, A. S. (Org.); Barros, J. S. (Org.) . Cartografia Social Urbana: impactos do desenvolvimento e da violência institucional na vida das mulheres moradoras do Caju e de Manguinhos/Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: FASE, 2015. v. 1. 36p .
  • Farias, Juliana. Governo de mortes: Uma etnografia da gestão de populações de favelas no Rio de Janeiro. 1.ed. Rio de Janeiro: Papéis Selvagens Edições, 2020.
  • Leite, Márcia Pereira; Rocha, Lia M; Farias, Juliana; Carvalho, M. B. (Org.). Militarização no Rio de Janeiro: da pacificação à intervenção. 1. ed. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2018.

Debatedoras/es: Bruno, Mariana Fernanda, Lucas

Outras Referências Bibliográficas

Araujo, Marcella; Cavalcanti, Mariana. Autoconstrução e produção da cidade: outra genealogia dos estudos das infraestruturas urbanas. Estudos Avançados, v. 37, p. 7-24, 2023.

Araujo, Marcella. Obras, casas e contas: uma etnografia de problemas domésticos de trabalhadores urbanos, no Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

Barbosa, Antonio Rafael; RENOLDI, Brígida (Org.) ; Veríssimo, Marcos (Org.) . (I)legal: etnografias em uma fronteira difusa. 1. ed. Niterói: Eduff, 2013. v. 1000.

Barros, Rachel; Oliveira, A. B. (Org.); Gutterres, A. S. (Org.); Barros, J. S. (Org.) . Cartografia Social Urbana: impactos do desenvolvimento e da violência institucional na vida das mulheres moradoras do Caju e de Manguinhos/Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: FASE, 2015. v. 1.

Brum, Mario Sergio. Cidade Alta: Histórias e memórias da remoção e a construção do estigma de favela num conjunto habitacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Ponteio Edições, 2012.

Corrêa, Diogo. Anjos de Fuzil: uma etnografia das relações entre pentecostalismo e vida do crime na favela Cidade de Deus. Rio de Janeiro: EdUerj, 2022.

De Jesus, Carolina Maria; Dantas, Audálio; Teixeira, Alberto. Quarto de despejo: diário de uma favelada. Livraria F. Alves, 1960.

Franco, Marielle. UPP: a redução da favela a três letras: uma análise da política de segurança pública do estado do Rio de Janeiro. São Paulo: n-1 edições, 2018.

Gonçalves, Rafael. Favelas do Rio de Janeiro: história e direito. Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2013.

Gonçalves, Rafael; Brum, Mário; Amoroso, Mauro (Orgs.). Pensando as favelas cariocas: memória e outras abordagens teóricas. 1. ed. Rio de Janeiro: PALLAS/PUC-Rio, 2022.

Gonçalves, Rafael; Brum, Mário; Amoroso, Mauro (Orgs.) . Pensando as favelas cariocas: História e questões urbanas. 1. ed. Rio de Janeiro: PALLAS/PUC-Rio, 2021.

Grillo, Carolina. Coisas da vida no crime: tráfico e roubo em favelas cariocas. Tese (Doutorado em Antropologia Cultural), PPGSA/IFCS/UFRJ, 2013.

Hirata, Daniel veloso; Grillo, Carolina ; Telles, Vera. Guerra urbana e expansão de mercados no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 38, p. 1-17, 2023.

Larkins, Erika Robb. The spectacular favela: Violence in modern Brazil. Univ of California Press, 2015.

Leite, Márcia; Birman, Patrícia (Org.); Carneiro, Sandra de Sá (Org.); Machado, Carly (Org.) . Dispositivos Urbanos e Trama dos Viventes: ordens e resistências. 1. ed. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2015.

Lopes, Paulo Victor Leite. Corpos, gêneros e subjetividades em disputa: reflexões a partir de um caso de violência em uma favela do Rio de Janeiro. CADERNOS PAGU, p. 1-32, 2019.

Loretti, Pricila. Críticas ao ‘gato’ e o ‘gato’ como crítica: um estudo etnográfico das insinuações realizado a partir da eletricidade na Favela Santa Marta, no Rio de Janeiro. Dilemas, vol. 16, n. 3, 2023.

Machado, Carly. Samba gospel: sobre pentecostalismo, cultura, política e práticas de mediação nas periferias urbanas do Rio de Janeiro. Novos Estudos. CEBRAP, v. 39, p. 81- 101, 2020.

Magalhães, Aalexandre. Remoções de favelas no Rio Janeiro: entre formas de controle e resistências. 1. ed. Curitiba: Appris, 2019.

Mano, Apoena.; Menezes, Palloma. Alerta Santa Marta: Dispositivos de (Contra) Vigilância em Favelas no Rio de Janeiro. Antropolítica - Revista Contemporânea de Antropologia, 2021.

Medina, Carlos Alberto de. A favela e o demagogo. Coleção Leituras do Povo no 3. São Paulo: Livraria Martins, 1964.

Mello, Marco Antonio; Machado da Silva, Luiz Antonio ; Simões, Soraya (org.) ; Freire, Letícia Luna (org.) . Favelas cariocas: ontem e hoje. 1. ed. Rio de Janeiro: Garamond; FAPERJ; LeMetro/IFCS-UFRJ, 2012. v. 1. 520p .

Miagusko, Edson. Esperando a UPP: Circulação, violência e mercado político na Baixada Fluminense. Revista Brasileira De Ciências Sociais, v. 31, p. 1.

Motta, Eugênia. Resistência aos números: a favela como realidade (in)quantificável. MANAv. 25, p. 72-94, 2019.

Motta, Jonathan William Bazoni da. A atuação do tráfico de drogas no pós-pacificação: notas etnográficas de uma favela do Rio de Janeiro. Revista Campo Minado. Niterói, v. 3, n. 4, 2023.

Nunes, Pablo. Fala morador!? A periferia na esfera pública e a violência urbana nas páginas hiperlocais. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

Parisse, L. Favelas do Rio de Janeiro: evolução-sentido. Rio de Janeiro: Caderno do CENPHA, n.5, 1969.

Pandolfi, Dulce e Grynspan, Mario. Fala favela: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro: FGV, 2002.

Pereira da Silva, Maria Laís. Favelas Cariocas – 1930-1964. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.

Perlman, Janice. O mito da marginalidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.

Perlman, Janice. Favela – four decades of living on the edge in Rio de Janeiro. New York: Oxford University Press, 2010.

Pilo, Francesca. A socio‐technical perspective to the right to the city: Regularizing electricity access in Rio de Janeiro's Favelas. International Journal of Urban and Regional Research 41.3 (2017): 396-413.

Rios, José Arthur (coord.). “Aspectos humanos da favela carioca – estudo sócio- econômico elaborado por SAGMACS”. Suplemento especial I e II. O Estado de São Paulo, São Paulo, 13 e 15/04/1960.

Rocha, Lia. Santos, Carlos Nelson Ferreira dos. Movimentos urbanos no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1981.

Silva, Carolina Rocha. A culpa é do Diabo: as políticas de existência na encruzilhada entre neopentecostalismo, varejo de drogas ilícitas e terreiros em favelas do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Sociologia) – Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.

Silva, Maria Laís Favelas Cariocas (1930-1964). 1. ed. Rio de Janeiro: Contraponto Editora Ltda, 2005. v. 1. 239p .

Sousa e Silva, Jailson de e Barbosa, Jorge Luiz. Favela – alegria e dor na cidade. Rio de Janeiro: Editora SENAC/Rio, 2005.

Teixeira, Cesar Pinheiro. Matar, converter, incluir: a trama da violência urbana no Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2023.

Valladares, Lícia do Prado. A invenção da favela. Rio de Janeiro: FGV, 2005. Valladares, Lícia do Prado. Passa-se uma casa. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Vianna, Rachel de Almeida. O encontro da antropologia com a favela: Anthony e Elizabeth Leeds no Jacarezinho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2023.

Vital, Christina. Oração de Traficante: uma etnografia. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2015.

Zaluar, Alba. A máquina e a revolta. São Paulo: Brasiliense, 1985. Zaluar, Alba e Alvito, Marcos (orgs.). Um século de favela. Rio de Janeiro: FGV, 1998.

Ver também

Literatura de Favela

Luiz Antonio Machado da Silva

Redes de Militarização no Rio de Janeiro: cartografias sobre juventudes, violências e resistências em favelas