Movimentos sociais no Rio de Janeiro (2007-2022)
A base de dados é composta por grupos, coletivos e movimentos da sociedade civil que tem por objetivo o engajamento das localidades frente às imobilidades causadas pela política de segurança do estado do Rio de Janeiro. Em uma perspectiva de tempo e espaço, analisa-se uma faixa temporal de 15 anos e localiza, a partir do ano de 2007, a criação desses grupos no espaço politico demandado pela favela.
Autoria: Thaís Cruz
Este trabalho é uma parceria entre os grupos GENI/UFF e CASA (IESP-UERJ) com o Dicionário de Favelas Marielle Franco.
Conselho Popular - 2007[editar | editar código-fonte]
Em 2007, vários movimentos sentiram a necessidade de unir forças para lutar pelos direitos dos favelados o que levou à criação do Conselho Popular. "O Conselho Popular agregava pessoas ligadas a grupos e instituições variadas, sob a finalidade de garantir o acesso à terra urbana e à moradia a qual possuíam de forma legalmente precária, sem a segurança que o título de propriedade confere."
Fonte: Sydenham Lourenço Neto e Ana Cristina de Mello Pimentel Lourenço (2009)
Rede de Instituições do Borel - 2010[editar | editar código-fonte]
A Rede de Instituições do Borel assume um papel muito importante na produção desse diálogo, bem como no aperfeiçoamento de políticas públicas durante o período inicial da UPP no território e se torna, inclusive, modelo a ser replicado em outras favelas em que o programa UPP Social passa a se estabelecer.
Casa Mãe Mulher - 2011[editar | editar código-fonte]
A Casa presta acolhimento e suporte às mães de adolescentes em conflito com a lei, privados de liberdade, que cumprem medida socioeducativa no Centro de Atendimento Integrado da Baixada, antigo DEGASE.
Fórum Grita Baixada - 2012[editar | editar código-fonte]
O Fórum é um movimento social, constituído por uma rede de organizações e pessoas da sociedade civil articuladas em prol de iniciativas voltadas aos direitos humanos, justiça e a uma política de segurança pública cidadã para a Baixada Fluminense. O Fórum Grita Baixada nasceu como um espaço de diálogo, formação e incentivo à organização, articulação e mobilização para a busca de soluções da sociedade civil para as problemáticas sociais e de direitos humanos na Baixada Fluminense, especialmente a questão da violência letal que dizima centenas de jovens todos os anos.
Fonte: Fórum Grita Baixada
Ocupa Alemão - 2012[editar | editar código-fonte]
O Ocupa Alemão nasceu pela morte, pela dor, causada pelo racismo institucional, pela violência do Estado ao negro e ao favelado. Na manhã do dia 26 de novembro de 2012, o jovem Mário Lucas, 18 anos, morador do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, foi cruelmente assassinado por doisPMs à paisana dentro de sua própria casa. Dois dias depois, veio o toque de recolher na favela do Borel. Estes dois episódios foram o estopim para que o jovem empresário e estudante de publicidade Luciano Garcia, morador do Complexo do Alemão, se reunisse a um grupo de amigos do Borel e do Alemão e, juntos, promovessem um evento de repúdio à violência policial das UPPs. Com livre inspiração nas mobilizações internacionais surgidas após o Occupy Wall Street, o Ocupa Alemão e o Ocupa Borel tornaram-se as primeiras iniciativas do gênero organizadas por jovens de favelas cariocas. Logo depois o Ocupa Alemão, de movimento virou um coletivo centrado nas questões de direitos humanos a fim de (re)virar um movimento organizado de favela de maioria negra.
Ocupa Borel - 2012[editar | editar código-fonte]
Realizado em 5 de dezembro de 2012, o Ocupa Borel foi um ato em resposta à imposição de um toque de recolher ordenado pela Unidade de Polícia Pacificadora. Convocado pelas redes sociais, o evento atraiu moradores, instituições locais e do entorno da favela, além de pesquisadores, ativistas e movimentos culturais.
Casa Fluminense - 2013[editar | editar código-fonte]
Formada em 2013 por ativistas, pesquisadores e cidadãos identificados com a visão de um Rio mais integrado, a Casa acredita que a realização deste horizonte passa pela afirmação de uma agenda pública aberta à participação de todos os fluminenses e destinada universalmente a todo o seu território e população e não apenas - ou prioritariamente - para as áreas centrais da capital.
Fala Roça - 2013[editar | editar código-fonte]
O Fala Roça foi criado em 2012, na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, através de um grupo de jovens que participaram de atividades criativas da Agência de Redes Para Juventude no morro. A primeira versão impressa do Fala Roça foi lançada em maio de 2013. Um mês antes das Jornadas de Junho daquele ano marcado por manifestações populares em todo o país. O “Fala” é uma forma de ampliar vozes. O “Roça” remete a memória local quando a Rocinha era uma grande fazenda. Após o loteamento ter sido embargado pela administração federal, as terras foram ocupadas por pessoas em busca de moradia. Assim, o grupo batizou o jornal. Atualmente, o Fala Roça é uma associação de comunicação.
Coletivo Papo-reto - 2014[editar | editar código-fonte]
O Papo Reto é um coletivo de comunicação independente composto por jovens ativistas moradores dos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. O Coletivo Papo Reto usa de ferramentas alternativas para fortalecer a favela. Isso se dá a partir da disputa de narrativas, onde os grandes veículos de comunicação, na maioria das vezes, só falam do nosso lugar em uma ótica de nos mostrar a partir da violência. Nossa comunicação denuncia a violência, mas propõe soluções. E também cria vários conteúdos audiovisuais, expondo os pontos positivos existentes na favela e também mobilizando ações diversas dentro do Complexo do Alemão.
Mães de Manguinhos - 2013[editar | editar código-fonte]
O Coletivo Mães de Manguinhos é um movimento formado por Mães da Favela de Manguinhos RJ, que tem filhos encarcerados ou que perderam seus filhos pelo braço armado do Estado. O coletivo realiza mobilizações por direito à memória, verdade, justiça, reparação e responsabilização dos agentes violadores.
Fala Akari - 2015[editar | editar código-fonte]
O Fala Akari é um coletivo de militantes defensores de direitos da Favela de Acari, no Rio de Janeiro. Formado por um grupo de moradores e militantes da Favela de Acari, se organizam com o objetivo de realizar, disseminar e divulgar ações culturais e educacionais na favela e denunciar todas as formas de opressões cometidas pelo estado no território, inclusive através de seu braço armado.
Marginal - 2015[editar | editar código-fonte]
Em meados de 2015, nasce um sonho que vislumbrava na tensão e potência das palavras de quem ancestralmente experimentou-experimenta na dor– da/na senzala, da favela, das vielas, das celas, dos becos, dos quilombos, das guilhotinas e das salas de aula –fazer do exercício do grito “um passo para uma revolução”.
Rede Nacional de Mães e Familiares de Vitimas do Terrorismo do Estado - 2016[editar | editar código-fonte]
As marcas e traumas deixados por esta violência de Estado resultaram na união de mães e familiares para lutar por direitos, justiça, reparação e memória em todo o Brasil. Para as mães que tiveram seus filhos assassinados brutalmente pelas polícias, maio representa o mês de luta e de busca por responsabilização do Estado pela política de terrorismo que vitimiza uma população especifica: jovens, negros e pobres.
Fonte: Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas do Terrorismo do Estado
Movimenta Caxias - 2017[editar | editar código-fonte]
O Movimenta Caxias é uma articulação comunitária, fundada em 2017, com objetivo de analisar a sociedade e buscar melhorias para cidade, com atuação espalhadas em diversos bairros e favelas da cidade de Duque de Caxias, município da baixada fluminense, no estado do Rio de Janeiro.
Coletivo de Ação e Cidadania Machado de Assis - 2017[editar | editar código-fonte]
Coletivo de Ação e Cidadania Machado de Assis foi criado em 2017 no Morro da Providência, por um grupo de estudantes do curso Justiça Negra Luiz Gama (JNLG) com a finalidade de trazer aos moradores noções de direito, políticas sociais e públicas. Em 2019 o Coletivo passou por uma reformulação dos membros que proporcionaram uma maior diversidade. O coletivo trabalha ainda com Ações conscientizadoras voltadas a área de saúde e educação levando cidadania aos moradores.
NósdaRUA - 2017[editar | editar código-fonte]
Criado em abril de 2017, o coletivo NósdaRUA visa trazer literatura e poesia para a região de Jacarepaguá através de eventos de integração com as comunidades da região, através do slam poetry e de oficinas. O coletivo é formado por jovens moradores de favelas, que se uniram através da poesia, vendo o impacto positivo da escrita em suas vidas e decidiram compartilhar com a comunidade.
Frente Estadual pelo Desencarceramento - 2017[editar | editar código-fonte]
Movimento social que articula redes, associações, organizações e coletivos que lutam pelo desencarceramento, bem como familiares e sobreviventes do cárcere.
Fonte: Agenda nacional pelo desencarceramento
Rede de Mães e Familiares da Baixada Fluminense - 2017[editar | editar código-fonte]
Na luta pelo Direito à Memória.
Fonte: Página no Facebook Rede de Mães e Familiares da Baixada Fluminense
Instituto Social Agatha - 2017[editar | editar código-fonte]
A missão da ONG é resgatar e valorizar a mulher, egressos e menores infratores em situação de vulnerabilidade por meio da transformação social e promoção de Justiça e educação, a fim de que estes se tornem escritores e escritoras do seu próprio destino.
Rocinha Resiste - 2018[editar | editar código-fonte]
A Rocinha Resiste é uma rede mobilizadora formada por pessoas ligadas à Rocinha e que reúne saberes múltiplos. Sua proposta é, num diálogo aberto com outras favelas, debater ideias, criar conceitos e concretizar ações para a transformação da realidade deste território, levando em consideração seus problemas históricos e emergentes.
Brota na Laje - 2018[editar | editar código-fonte]
O Brota na Laje surge a partir de encontros entre jovens de favelas da Tijuca, em especial o Morro do Borel, onde há um histórico de resistência e insurreições, para discutir a vida política cotidiana e as violações de direitos nestes territórios. Somos os primeiros de nossas famílias a entrar em uma universidades, e ao identificar a falta de oportunidades para que outros jovens no nosso território acessem as mesmas, decidimos direcionar as atividades do coletivo na criação do primeiro pré-vestibular comunitário construído por jovens de favela.
Parem de nos matar (PdNM) - 2019[editar | editar código-fonte]
O PdNM é um coletivo organizado de forma horizontal e não possui hierarquias. Sua atividade se iniciou como movimento de base e assim se mantém. Os membros do movimento tem autonomia para propor, participar e liderar ações e eventos que dizem respeito à missão do movimento, comunicando e convocando a todos. As comunicações para a sociedade, ou na mídia, são debatidas e definidas internamente em assembleias, na coordenação e no conselho. O conselho é composto por representações de 9 Coletivos: Enegrecer; Favelação; Politilaje; FAFERJ; Favela no Feminino; Movimento Moleque; Rede de Movimentos Contra a Violência e Militantes em Cena. E pessoas físicas, ativistas sociais, que atuam como conselheiras e colaboradoras (pode colocar no feminino pq se refere a pessoas). O papel das mulheres negras no movimento é especialmente importante, devido à presença ativa das mães e esposas de vítimas fatais da violência policial contra a população negra e favelada do Rio de Janeiro.
Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJR) - 2019[editar | editar código-fonte]
O IDMJR é uma organização que atua com ações de enfrentamento à violência de Estado. Buscamos debater Segurança Pública na Baixada Fluminense a partir da centralidade do racismo.
Fonte: Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJR)
Labjaca - 2020[editar | editar código-fonte]
Laboratório de pesquisa, formação e produção de dados e narrativas sobre as favelas e periferias, localizado na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. O grupo é formado 100% por jovens negros que tem o audiovisual como carro chefe para divulgação científica dos dados e a potencialização das narrativas faveladas e periféricas, tornando a pesquisa acessível para a população.
Fonte: Site do Labjaca
Mulheres da Parada - 2022[editar | editar código-fonte]
O Coletivo Mulheres da Parada é uma Organização que surgiu em março de 2020 com objetivo de apoiar famílias da comunidade Parada São Jorge em São Gonçalo – RJ, que foram afetadas pela crise causada pela primeira onda da pandemia de Covid-19.
Fórum Popular de Segurança Pública - 2022[editar | editar código-fonte]
Um espaço que reúne 34 organizações da sociedade civil, universidades e coletivos do Rio de Janeiro dispostos a fazer com que o conhecimento dos territórios negros de favelas e periferias sejam protagonistas na construção de um Estado que assegure a vida e os direitos da população que convive diariamente com a violência policial.
Fonte: Brasil de Fato